Maioria entre gamers no Brasil, mulheres enfrentam preconceito e assédio:vale a pena apostar em jogos de futebol
Em 2015, Vittória realizou o sonhovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolse tornar uma atleta profissionalvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolLeague of Legends (LoL) após ser selecionada entre maisvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolseis mil candidatos. Sua escalação, como já eravale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolesperar, suscitou protestos.
Muitos questionavam a capacidadevale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboluma gamervale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolapenas 14 anos, outros diziam quevale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolescolha teria sido jogadavale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolmarketing.
"Minha mãe conta que, infelizmente, esse preconceito vemvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebollonge", relata Vittória. "Quando criança, ela não podia jogar videogame porque era considerado um brinquedovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolmenino".
"Quando comecei a jogar, tive amigos que ficaram enciumados, diziam que eu não tinha potencial e, sempre que podiam, me colocavam para baixo. Procurei me distanciar deles".
'Pega uma cerveja'
Um levantamentovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebol2012 revela que 63% das 874 jogadoras entrevistadas pelo blog PriceCharting já sofreram assédiovale a pena apostar em jogos de futeboljogos online. Em alguns casos, as jogadoras são obrigadas a ouvir comentários machistas do tipo "Volta pra cozinha, volta!", "Já terminouvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebollavar a louça?" ou, então, "Pega uma cerveja pra mim". Em outros, são vítimasvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolpropostas indecentes e cantadas ofensivas.
"Como qualquer garota gamer, já sofri assédio, preconceito e xingamento. Mas, ao contrário da maioria, resolvi lidarvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolmaneira diferente: as ofensas servemvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolincentivo para melhorar meu desempenho e conquistar meu espaço", diz a paulistana Pamella "Pan" Shibuya, 23.
Por causa do assédio, 35% das jogadoras optaram por dar um tempo no joystick. Outras 9% tomaram uma decisão mais drástica: mudaramvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolhobby. Por essas e outras, a goiana Carol "Mystique" Melo, 27, adotou algumas estratégiasvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolsobrevivência na selva online: uma delas é usar "nickname" masculino para despistar os misóginos virtuais. Outra é desligar o microfone quando não conhece os demais integrantes do time.
"No mundo dos games, não existe sexo forte ou frágil. Jogamosvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboligual para igual. Mesmo assim, sofro pressão, não sóvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboljogadores, masvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolespectadores e patrocinadores. Se meu time joga mal, sou sempre a culpada!", queixa-se Carol que,vale a pena apostar em jogos de futebol2014, representou o Brasil no CrossFire Stars 2, a Copa do Mundo da modalidade, realizadovale a pena apostar em jogos de futebolChengdu, na China.
'Praticamente só existia a Lara Croft'
Para muitos, entre as razões para tanta resistência a mulheres nesse universo está a sub-representação feminina nos videogames.
A fundadora do blog Feminist Frequency (Ativismo Feminista), a canadense-americana Anita Sarkeesian, 33 anos, há anos critica a representação machista e estereotipada da figura feminina na cultura pop,vale a pena apostar em jogos de futebolparticular nos videogames.
Em uma sérievale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolvídeosvale a pena apostar em jogos de futebolque comenta o assunto, ela diz que, na maioria dos jogos, as mulheres não passamvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolprêmios, vítimas ou objetos sexuais. Em umvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolseus vídeos mais famosos, Anita detona o mais recorrente dos clichês das narrativas digitais: o da donzelavale a pena apostar em jogos de futebolperigo.
A forte reação aos vídeosvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolAnita defendendo a igualdadevale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolgênero nos videogames dá uma ideia da misoginia que ronda esse mundo. Ele enfrentou uma violenta ondavale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolassédio e ódio online, com ameaçasvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolestupro e morte, e teve informações pessoais distribuídas por hackers.
Ela chegou a tervale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolcancelar uma palestra na Universidade Estadualvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolUtah (EUA), depois que os administradores do campus receberam uma ameaçavale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolataquesvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolintegrantes do movimento virtual GamerGate.
A psicóloga Ivelise Fortim, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), diz que "em geral, as mulheres não se reconhecemvale a pena apostar em jogos de futebolpersonagensvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolvideogame: seja porvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolexcessiva fragilidade, seja porvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolhipersexualização", mas vê sinaisvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolmudanças.
"Hojevale a pena apostar em jogos de futeboldia, temos muito mais jogos protagonizados por heroínas do que há alguns anos, quando praticamente só existia a Lara Croft, da série Tomb Raider."
E, mesmo assim, o númerovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolmulheres fortes, destemidas e que conseguem se virar sozinhas ainda é bastante reduzido nos games. Em 2012, a Design e Pesquisavale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolEntretenimento Eletrônico (EEDAR,vale a pena apostar em jogos de futebolinglês), uma empresavale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolconsultoria especializadavale a pena apostar em jogos de futebolgames, teve a curiosidadevale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolanalisar 669 títulos com protagonistasvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolgênero reconhecível e constatou que apenas 24 deles (menosvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebol4%) tinham mulheres como protagonistas exclusivas.
Já são maioria
Na comunidade brasileiravale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboleSports, meninas como Cristina, Vittória, Pamella e Carol deixaramvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolser minoria. Segundo dados da Pesquisa Game Brasil 2016, as mulheres já representam 52,6% dos jogadores brasileiros. Um ano antes, eram 47,1%.
Realizadavale a pena apostar em jogos de futebolfevereirovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebol2016 pela agênciavale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboltecnologia Siouxvale a pena apostar em jogos de futebolparceria com a Blend New Research e a ESPM, o estudo aponta ainda que 34% têm entre 25 e 34 anos, 55% preferem jogosvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolestratégia e 80% curtem jogar com os filhos.
A crescente participação do público feminino na comunidade gamer já pode ser notada no Brasil Game Show (BGS), a maior feiravale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboljogos eletrônicos da América Latina. "Na última edição, 28% do público eram mulheres", calcula Marcelo Tavares, fundador e CEO da BGS.
Até pouco tempo atrás, elas só iam ao evento para fazer companhia aos maridos, filhos e amigos. Hoje, testam novos títulos, disputam torneios virtuais, etc.
"Precisamos entender que não há jogos para homens ou jogos para mulheres. Há ótimos jogos que podem e devem ser apreciados por jogadoresvale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolambos os sexos, sem preconceito ou discriminação", defende Marcelo.
Se o índicevale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboljogadoras já passou da metade, ovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futeboljogos desenvolvidos por mulheres não chega a 10%. Por isso, a designervale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolgames Ariane Parra resolveu fundar,vale a pena apostar em jogos de futebol2014, a Women Up Games, que promove a inclusãovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolmulheres, tanto jogando quanto desenvolvendo, na indústria do videogame.
A start-up organiza desde palestras sobre a representatividade feminina no universo online até workshops para desenvolvimentovale a pena apostarvale a pena apostar em jogos de futeboljogos de futebolnovos títulos.
"Podemos ser diferentesvale a pena apostar em jogos de futebolmuitos aspectos, mas, pelo menos, temos algovale a pena apostar em jogos de futebolcomum: o amor pelos games. Se, um dia, nós conseguirmos mostrar para o público feminino, cis e trans que jogar todo mundo junto é muito mais divertido, teremos atingido nosso objetivo", ambiciona Ariane.