O homem que foi da Índia à Suéciaslot rocketbicicleta por amor:slot rocket
Novamente, o resultado não foi satisfatório.
Emslot rocketdefesa, Mahanandia diz que estava preocupado com uma previsão queslot rocketmãe fizera vários anos antes.
Ele cresceuslot rocketuma aldeia no Estadoslot rocketOrissa, no leste da Índia, onde enfrentou discriminação pelos estudantesslot rocketcastas superiores porque era um dálit, ou "intocável", a casta mais inferior da sociedade segundo o hinduísmo, principal religião do país.
Sempre que ele ficava triste, a mãe dizia que, segundo o horóscopo, um dia ele se casaria com uma mulher "do signoslot rocketTouro, vindaslot rocketuma terra distante, musical e que será donaslot rocketuma floresta".
'Amor à primeira vista'
Quando conheceu Charlotte, imediatamente lembrou-se das previsões da mãe e perguntou se a sueca era proprietáriaslot rocketuma floresta.
Charlotte Von Schedvin,slot rocketuma família da nobreza sueca, respondeu que tinha uma floresta e acrescentou que alémslot rocketser "musical" (gostavaslot rockettocar piano), seu signo eraslot rocketTouro.
"Tinha uma voz dentroslot rocketmim que dizia que ela era a predestinada", disse Mahanandia à BBC. "Nesse primeiro encontro, fomos atraídos um pelo outro como ímãs. Foi amor à primeira vista."
"Ainda não sei o que me fez perguntar aquilo e depois convidá-la para um chá. Pensei que ela ia dar queixa na polícia", continua.
Mas a reação da moça não foi bem assim.
"Achei que ele era honesto e quis saber por que tinha feito aquelas perguntas", lembra ela.
Depoisslot rocketvárias conversas, ela aceitou ir até Orissa com ele.
Ali, Mahanandia levou-a para conhecer um famoso monumento local, o templo Konark, dedicado ao sol e listado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
"Fiquei comovida quando PK me mostrou o Konark. Eu lembrava daquela imagem do temploslot rocketpedraslot rocketum quadro no meu quartoslot rocketestudante,slot rocketLondres, mas não tinha ideiaslot rocketonde ficava. E lá estava eu, diante dele."
Os dois se apaixonaram e, depoisslot rocketpassarem alguns dias no vilarejo dele, retornaram a Nova Déli.
"Ela vestiu um sári quando encontrou meu pai pela primeira vez. Não sei ainda como ela conseguiu. Com as bênçãos do meu pai e da minha família, nos casamosslot rocketacordo com a tradição tribal", conta ele.
Charlotte havia viajadoslot rocketcarro com amigos até Déli, desde a Suécia, seguindo um interário conhecido na época como "trilha hippie" - cruzando a Europa, a Turquia, o Irã, o Afeganistão e o Paquistão - para chegar à Índiaslot rocket22 dias.
Ela se despediu dele e iniciou a viagemslot rocketvolta, mas fez com que ele prometesse que iria encontrá-la emslot rocketcasa, na cidade suecaslot rocketBoras.
Maisslot rocketum ano se passou e os dois mantiveram contato por carta. Mahanandia não tinha dinheiro para comprar uma passagemslot rocketavião.
Um dia, resolveu vender tudo o que tinha, comprou uma bicicleta e a seguiu pela mesma trilha hippie.
'A arte me salvou'
A viagem dele começou no dia 22slot rocketjaneiroslot rocket1977; ele pedalava diariamente cercaslot rocket70 quilômetros.
"A arte me salvou. Fiz retratosslot rocketpessoas e algumas me deram dinheiro, outras, comida e abrigo", relembra.
Mahanandia lembra que o mundo era muito diferenteslot rocket1970. Por exemplo, ele não precisavaslot rocketvisto para passar por vários países.
"O Afeganistão era um país tão diferenteslot rockethoje. Era calmo e bonito. As pessoas adoravam arte e grandes partes do país não eram habitadas."
Ele acrescenta que, no Afeganistão, as pessoas entendiam quando ele falava hindi, mas a comunicação se tornou um problema quando entrou no Irã.
"Novamente a arte me salvou. Acho que o amor é uma língua universal e as pessoas entendem isso."
"Aqueles eram dias diferentes. Acho que as pessoas tinham mais tempo livre para se dedicar a um andarilho como eu."
Mas ele não ficava cansadoslot rockettanto pedalar?
"Sim, muito. Minhas pernas doíam. Mas a expectativaslot rocketencontrar Charlotte e o fatoslot rocketestar vendo novos lugares me fizeram seguirslot rocketfrente", afirma.
Choques culturais
Ele chegou à Europa no dia 28slot rocketmaio, maisslot rocketcinco meses após partirslot rocketNova Déli. Em Viena, na Áustria, ele pegou um trem para Gotemburgo, na Suécia, depoisslot rocketpedalar por maisslot rocket5,5 mil km.
Depoisslot rocketenfrentar vários choques culturais e a difícil tarefaslot rocketimpressionar os paisslot rocketCharlotte Von Schedvin, os dois finalmente casaram-se, oficialmente, na Suécia.
"Eu não tinha ideia do que era a cultura europeia. Era tudo novo para mim, mas ela me apoiouslot rocketcada passo. Ela é uma pessoa especial. Ainda sou apaixonado como eraslot rocket1975", diz.
Aos 64 anos, Mahanandia vive com Charlotte e os dois filhos do casal na Suécia, onde continua trabalhando como artista.
Mas ele ainda não entende "por que as pessoas acham que foi uma grande coisa virslot rocketbicicleta para a Europa".
"Eu fiz o que tinhaslot rocketfazer. Não tinha dinheiro, mas tinha que encontrá-la. Eu estava pedalando por amor, mas nunca amei pedalar. É simples."