Por que a China está investindo bilhões para se tornar uma potência global do futebol?:bet 36t5

Meninos treinambet 36t5aulabet 36t5futebolbet 36t5Guangzhou

Crédito, AFP

Legenda da foto, China desembolsou bilhõesbet 36t5dólares para estimular seu futebol nos últimos anos

E, nos últimos meses, a jovem Superliga da China desembolsou algumas centenasbet 36t5milhõesbet 36t5dólares para comprar o passebet 36t5grandes estrelas do futebol internacional, como o brasileiro Oscar, que deixou o Chelsea (Inglaterra) para jogar pelo Shanghai SIPG.

A operação foi estimadabet 36t5US$ 73 milhões (R$ 235 milhões), valor que, se confirmado, supera o antigo recorde da contratação do compatriota Hulk para o mesmo time.

Prioridade

O futebol na China virou uma prioridade do governo do presidente Xi Jinping, ele próprio um fã do esporte.

Por trás dessa espéciebet 36t5força-tarefa coletiva, que dominou o país nos últimos dois anos e envolve governo e empresas (estatais, ou não), há uma sériebet 36t5motivos.

O primeiro deles está no fatobet 36t5a economia chinesa vir reduzindo o ritmobet 36t5expansão, depoisbet 36t5décadasbet 36t5crescimentobet 36t5dois dígitos.

Os chineses estão obcecados com a ideiabet 36t5buscar novas fontesbet 36t5renda para o país, sobretudo no setorbet 36t5serviços, tecnologia e inovação ─ a bilionária indústria do esporte tem no futebol seu mercado mais bem-sucedido e um poucobet 36t5cada um desses elementos.

Jogo entre China e Catarbet 36t5novembrobet 36t52016

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Futebol virou prioridade do governo do presidente Xi Jinping

'Soft power'

Para o especialista britânico Mark Dreyer, dono do site China Sports Insider, trata-se tambémbet 36t5um gestobet 36t5aproximação com o público chinês e estrangeiro na formabet 36t5"soft power" (influência).

"Além da necessidadebet 36t5buscar outras maneirasbet 36t5promover o crescimento, existe ainda um movimento populista, já a China que tem muitos fãsbet 36t5futebol que há muito tempo lamentam o fatobet 36t5abet 36t5seleção nacional ser tão ruim", diz Dreyer, que se mudou para a Chinabet 36t52007 para cobrir a Olimpíadabet 36t52008,bet 36t5Pequim.

Segundo o especialista, ocupar a 82ª posição no ranking mundial não combina com o "status"bet 36t5segunda maior potência econômica do mundo.

"E ser bombet 36t5futebol mundialmente ajuda muito mais com o "soft power" do que várias medalhasbet 36t5ourobet 36t5esportes considerados menores", destaca.

Dreyer afirma ainda que promover o futebol vai ao encontrobet 36t5outra iniciativa importante do governo na direçãobet 36t5um estilobet 36t5vida mais saudável.

No finalbet 36t52014, Jinping declaroubet 36t5alto e bom som que a China seria um potência do futebol. Mas foi no último ano que o mundo dos negócios no setor esquentou para valer.

No ano passado, a Associação Chinesabet 36t5Futebol anunciou um plano ambicioso para colocar o país - hoje 78° no ranking internacional - entre os melhores do planeta até 2050.

Fãs assistem a jogo entre China e Catarbet 36t5novembrobet 36t52016

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Investimentobet 36t5futebol é gestobet 36t5aproximação da China com público chinês e estrangeiro, diz especialista

E o governo do Partido Comunista, ao divulgar o 13° Plano Quinquenal, indicou que a indústria do esporte deve alcançar US$ 433 bilhões (R$ 1,4 trilhão), ou 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, até 2020. Hoje, esse percentual estaria próximobet 36t50,6% do PIB.

A previsão ébet 36t5que até lá haverá 50 milhõesbet 36t5chineses jogando futebol, 20 mil centrosbet 36t5treinamento e 70 mil campos pelo país.

A Copa da China 2017, que começou na terça-feira na cidadebet 36t5Nanning, no sul do país, é um outro exemplo do que está por vir.

Trata-sebet 36t5um campeonato inédito que, apesar do número reduzidobet 36t5participantes (quatro seleções internacionais) e da curta duração (cinco dias) não tem nadabet 36t5acanhado.

Por trás do novo evento, que pretende entrar para a lista dos maiores do mundo, tornar-se anual e contar com pelo menos oito seleções, estão grandes nomesbet 36t5investidores chineses.

Entre eles Wang Jialin, o homem mais rico do país e dono do grupo Wanda, que comprou no ano passado 20% do espanhol Atléticobet 36t5Madrid. O grupo vem investindo maciçamentebet 36t5tudo o que esteja relacionado ao futebol.

E enquanto o país não consegue cumprir a determinação do seu líder máximo, a jovem Superliga da China, hoje com 16 clubes, talvez já possa ser considerada uma potência.

Carlos Tevez

Crédito, ALEJANDRO PAGNI

Legenda da foto, Jogador argentino Carlos Tévez teve passe comprado por time chinês

Contratações caras

A economia do futebol na China promete movimentar o mercado no resto do mundo.

Nas últimas semanas, gerou furor na indústria futebolística ao anunciar contrataçõesbet 36t5destaque para grandes nomes do futebol internacional, muitos deles brasileiros.

No mês passado foi a vez do argentino Carlos Tévez, ex-Manchester United, cujo passe foi comprado pelo Shanghai Shenhua.

Diz-se que o brasileiro Ronaldinho Gaúcho teria recusado uma ofertabet 36t5US$ 105 milhões (R$ 338 milhões), e o português Cristiano Ronaldo, eleito o melhor jogador do ano,bet 36t5pouco maisbet 36t5US$ 300 milhões (R$ 966,4 milhões).

A ousadia, que para muitos nada mais é do que um exagero, deu origem a um grande debate sobre a necessidadebet 36t5se imporem restrições ao salários que podem ser pagos nos clubes chineses.

A autoridade máxima dos esportes está pensandobet 36t5determinar um teto para eles para evitar gastos excessivos e garantir uma liga sustentável. Teme-se que as contrações milionárias gerem especulação no mercado chinês e impeçam o surgimentobet 36t5novos talentos no país.

Atualmente, está limitado a quatro o númerobet 36t5estrangeiros autorizados a jogarbet 36t5um timebet 36t5futebol. Talvez essa seja mais uma razão para que o passebet 36t5grandes craques internacionais passe a ser mais valorizado do que nunca.

Crianças chinesas jogando futebol

Crédito, GREG BAKER

Legenda da foto, Melhor caminho para desenvolver futebol na Chilna é pelas crianças, diz professor brasileiro

Paixão nacional?

Para especialistas, todos os investimentos realizados até agora vão colocar a China no mercadobet 36t5futebol. Mas fazer do esporte uma paixão nacional ou tornar a seleção uma potência é outra história.

É unânime a opiniãobet 36t5que falta criar a cultura do futebol entre os jovens. Talvez por isso tenha explodido o númerobet 36t5novas escolas pelo país, a maioria delas com técnicos e professores brasileiros. São milhares.

Para o brasileiro Juan Bonani, professor e técnicobet 36t5uma das maiores escolasbet 36t5futebol para jovens da China, a Soccer World, a única que representa o Manchester City no país, a estratégiabet 36t5contratar jogadores a pesobet 36t5ouro pode não ser a melhor.

"Fico na dúvida. Vou explicar usando o exemplo da contratação do Tévez. O salário anual dele permitiria oferecer para 10 mil crianças treinar futebolbet 36t5um ano, ou milbet 36t5dez anos. Quando falamosbet 36t5desenvolver o futebol na China, o melhor caminho é pelas crianças, para criar talentos, referências no futebol, coisa que ainda não há", afirma Bonani, que jogou no Santos.

Mark Dreyer diz que alguns dos principais treinadores do mundo, como o francês Arsène Wenger, do Arsenal, ou o italiano Antonio Conte, do Chelsea, já manifestaram publicamente preocupação com o impacto do dinheiro chinês nas ligas.

Mas o especialista avalia que todos esses recursos podem não ser capazesbet 36t5ajudar a China a melhorar a qualidade dos jogadores locaisbet 36t5maneira significativa.

"E com o sistemabet 36t5cotas para estrangeiros, que pode ser reduzido no futuro, não vejo como a Superliga da China pode competir com as ligas europeiasbet 36t5termosbet 36t5qualidadebet 36t5jogadores por um bom tempo, se um dia conseguir", diz.

Ele reconhece que jogadores vão continuar sendo transferidos atrásbet 36t5grandes salários.

"Mas o número limitadobet 36t5transferências não será capazbet 36t5mudarbet 36t5uma vez por todas o cenário do futebol global", conclui.