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Por que 2017 pode consolidar a guinada à direita na América Latina:pix estrela bet
No último um ano e meiopix estrela beteleiçõespix estrela betvários países, chegaram ao poder o empresário Mauricio Macri, na Argentina, o ex-banqueiro Pedro Pablo Kuczynski, no Peru, e, no Brasil, Michel Temer assumiu o cargo depois do impeachmentpix estrela betDilma Rousseff.
E 2017 pode ser o ano que vai definir até que ponto vai chegar a guinada da América Latina à direita.
"Sim, vamos da esquerda para o outro lado. O ponto é onde vamos parar. E isso nós não sabemos", disse à BBC Mundo, serviçopix estrela betespanhol da BBC, Marta Lagos, diretora do Latinobarómetro, uma empresapix estrela betpesquisaspix estrela betopinião voltadas para a região.
Mais eleições
Este ano serápix estrela betcorridas presidenciais no Equador, Chile e Honduras. A Argentina deve ter eleições legislativas e o México, para governadores estaduais.
A disputa no Equador, marcada para fevereiro, será marcada pela ausência da candidatura do esquerdista Correa, que ocupa o cargo há uma década.
Seu herdeiro político é o ex-vice-presidente Lenín Moreno, que lidera das pesquisas para o primeiro turno, mas poderia enfrentar problemaspix estrela betum eventual segundo turno se a oposição se unir.
Correa está confiantepix estrela betuma vitóriapix estrela betseu partido, mas admite que há possibilidadepix estrela betderrota.
"Se chegarmos a perder, os processos continuam", afirmou o presidente equatorianopix estrela betuma entrevistapix estrela betdezembro, a mesma na qual ele falou das dificuldades que a esquerda enfrenta na América Latina hoje.
Mas embora tenha faladopix estrela betmomentos difíceis, ele negou que sejam "terríveis".
No Chile, o ex-presidente Sebastián Piñera está na frente das pesquisas para as eleições, cujo primeiro turno deve ocorrerpix estrela betnovembro.
O empresáriopix estrela betdireita está vários pontos à frente do ex-presidente Ricardo Lagos, que faz parte da mesma coalizãopix estrela betcentro-esquerda da presidente Michelle Bachelet.
Mas as pesquisas recentes sugerem que Piñera poderia ser derrotado no segundo turno pelo senador independente Alejandro Guillier, mais próximo do Partido Radical, social-democrata.
Em Honduras, porpix estrela betvez, quem aparece como favorito nas eleiçõespix estrela betnovembro é o atual presidente Juan Orlando Hernández, que tenta a reeleição pelo Partido Nacional, que é conservador.
A candidaturapix estrela betHernández foi aceitapix estrela betdezembro pelo Supremo Tribunal Eleitoral do país, apesarpix estrela beta oposição considerá-la ilegal, lembrando que o ex-presidente Manuel Zelaya tentou a reeleiçãopix estrela bet2009 e foi depostopix estrela betum golpepix estrela betEstado que enfureceu a esquerda regional.
Efeito pêndulo?
Os analistas descartam ser uma mera coincidência que esses políticos distantes da esquerda apareçam hoje como favoritospix estrela betseus países.
Pelo quarto ano consecutivo, o Latinobarómetro registroupix estrela bet2016 um aumento no númeropix estrela betlatino-americanos que se colocam à direita no espectro político.
O relatório indicou que 28% dos cidadãos da região se declarampix estrela betdireita, nove pontos a mais do que os 19% registradospix estrela bet2011.
Segundo a pesquisa, 20% dos latino-americanos se declarampix estrela betesquerda, enquanto outros 36% se colocam no centro do espectro político.
Os especialistas acreditam que há várias explicações para o fenômeno: o fim do boompix estrela betpreçospix estrela betmatérias-primas, o que causou muitos problemas econômicospix estrela betvários governospix estrela betesquerda, uma demanda maior por ordem e "pulso firme" contra o crime e até o avanço das religiões evangélicas, com posturas mais conservadoraspix estrela bettemas como o aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Além disso, nomes da esquerda latino-americana da década passada, como o ex-presidente Luiz Inácio Luula da Silva ou a ex-presidente da Argentina Cristina Fernándezpix estrela betKirchner, agora enfrentam acusaçõespix estrela betcorrupção na Justiça.
Soma-se a isso a grave crise econômica e política que a Venezuela enfrenta, que provocou pedidospix estrela betum referendo para tirar da presidência do país o herdeiro políticopix estrela betChávez, Nicolás Maduro, e contribuiu para a retração econômicapix estrela betCuba no ano passado.
"Sem dúvida, tudo o que aconteceu deu uma vantagem à direita", avaliou a diretora do Latinobarómetro, Marta Lagos.
Busca por soluções
Ela e outros analistas acreditam que os latino-americanos estão buscando mais do que uma ideologia específica.
Eles querem soluções práticas para seus problemas, o que poderia aumentar a alternância no poder, o que inclui também vitóriaspix estrela betcandidaturas alternativas e populistas.
Dessa forma, a vitória das correntes mais conservadoras nas eleiçõespix estrela bet2017 confirmaria a virada da região para a direita, marcando uma tendência clara antes das eleições presidenciaispix estrela bet2018 no Brasil, México, Colômbia, Venezuela e Paraguai.
Por outro lado, uma faltapix estrela betavanços concretos por partepix estrela betgovernos pró-mercado como os do Brasil, Argentina, Peru e outros países poderia aumentar a tensão social e fazer com que as tendências mudem novamentepix estrela betdireção na América Latina.
Muitos também se perguntam qual será o efeito político na região da chegadapix estrela betDonald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Durantepix estrela betcampanha Trump, atacou o México diversas vezes, inclusive a prometendo a construçãopix estrela betum muro entre os dois países, e assegurou que será mais severo com os governos da Venezuela e Cuba.
Mas os analistas duvidam que o embate entre direita e esquerda na América Latina volte ao patamarpix estrela bet20 anos atrás.
Entre outros motivos, está o fatopix estrela betos conservadorespix estrela bethoje se mostrarem dispostos a manter programas sociaispix estrela betsucesso criados na década passada.
"Em 2017, vai continuar existindo um desgaste dos partidospix estrela betesquerda da região, mas não vejo como se fosse uma repetição dos anos 1990,pix estrela betque havia governos que implementavam políticas consideradas neoliberais", afirmou à BBC Mundo João Augustopix estrela betCastro Neves, analista para América Latina da consultoria Eurasia, com sedepix estrela betWashington.
"E se os partidos mais à direita não resolverem muitos dos problemas sociais e econômicos que assolam a América Latina, o pêndulo pode voltar para a esquerda muito rapidamente", acrerscentou.
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