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Por que as pessoas vivem com medo na Argentina, um dos países mais seguros do continente:best online casino nz
Mesmo se considerarmos os números compilados por uma entidade argentina (8,8 homicídios para cada 100 mil, segundo a Associação para Políticas Públicas, entidade independente), a taxa é bem menor que a média da América Latina (19,4 por 100 mil) e do Brasil (32,4 pelos mesmos 100 mil),best online casino nzacordo com a Organização Mundialbest online casino nzSaúde (OMS).
Por outro lado, o país tem uma das mais altas taxasbest online casino nzroubo na América Latina,best online casino nz973,3 para cada 100 mil habitantes, acima do Brasil, com 572,7 para cada 100 mil, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Insegurança
Depoisbest online casino nzuma sériebest online casino nzcasos dramáticos que ganharam atenção nas últimas semanas, a insegurança voltou a se tornar uma das maiores preocupações dos cidadãos argentinos (18,4%), quase empatada com corrupção (18,9%) e inflação (18,7%),best online casino nzacordo com a consultoria Management and Fit.
Na terça-feira, a indignação da população se transformoubest online casino nzum novo protestobest online casino nzBuenos Aires. Várias organizações sociais convocaram uma manifestação contra "a insegurança, a injustiça e a impunidade".
Não é o primeiro protesto. Pesquisas recentes apontam que poucos argentinos confiam nas autoridades ou sentem que o Estado responde ao climabest online casino nzinsegurança.
O governo do presidente Mauricio Macri aumentou a vigilância e os controles nas fronteiras e nas cidadesbest online casino nzníveis inéditos, mas, para especialistas consultados pela BBC, não está claro o que realmente mudou nos últimos 10 anos, já que a Argentina se mantém como um dos países menos violentos da região.
Segurança
Na Argentina, há mais suicídios ou acidentesbest online casino nztrânsito com vítimas fatais do que homicídios dolosos, um nível que apenas países considerados seguros por órgãos internacionais alcançam.
Segundo o Ministériobest online casino nzSegurança Pública, houve uma reduçãobest online casino nz12% do índicebest online casino nzhomicídiosbest online casino nzcomparação a 2003, quando a violência chegou ao nível máximobest online casino nzmeio à crise econômica.
Mesmo na região com mais elevado númerobest online casino nzhomicídios do país, Santa Fé, para onde o governo enviou 6,2 mil agentes federaisbest online casino nzuma medidabest online casino nzemergência na semana passada, a taxa é bem menor do que a brasileira: 12 homicídios para cada 100 mil habitantes.
A taxabest online casino nzhomicídios é a que mais se usa internacionalmente para contabilizar a violência, já que é a mais grave, é irreparável e, sobretudo, tem menos problemas metodológicos. Por isso a taxabest online casino nzroubos não serve tão bembest online casino nzparâmetro para medir níveisbest online casino nzviolência.
Vítimas da pobreza
Ao ligar a televisão na Argentina, o telespectador se depara com roubos, feminicídios, sequestros e homicídios.
Recentemente, têm ganhado mais visibilidade os casosbest online casino nzjustiça com as próprias mãos, especialmente depois que Macri defendeu um açougueiro que matou um homem que tentou assaltar seu estabelecimento. Também são frequentes os casosbest online casino nzabuso policial oubest online casino nzassassinatobest online casino nzpoliciais (35 por ano, segundo dados oficiais).
De acordo com o Institutobest online casino nzInvestigações da Corte Supremabest online casino nzJustiça, 80% dos homicídios cometidos na Argentina ocorrem no que os argentinos chamambest online casino nz"villas miseria", as favelas nas periferias das cidades grandes, nas quais predomina a lei do mais forte na determinação do poder local que porbest online casino nzvez se traduzbest online casino nzcontrole territorial.
"As vítimas da insegurança são também as vítimas da pobreza", disse à BBC Matías Bailone, professorbest online casino nzcriminologia da Universidadebest online casino nzBuenos Aires.
Apesar do país ter uma taxabest online casino nzsoluçãobest online casino nzcrimesbest online casino nzhomicídio superior à média da América Latina, Bailone ressalta que o nívelbest online casino nzimpunidade é muito mais alto nos casosbest online casino nzviolência contra pessoas com menos poder aquisitivo.
Qual é a novidade?
Mas se os números não revelam um aumento da violência, por que tanta indignação agora?
Eugenio Raúl Zaffaroni, juiz da Corte Interamericanabest online casino nzDireitos Humanos, prefere evitar usar o termo insegurança.
"Prefiro falarbest online casino nzfrequênciabest online casino nzcrimes contra a vida, a liberdade sexual ou contra a integridade física, que na verdade são ocorrências que dependembest online casino nzcertas circunstâncias."
"É ilusório achar que vamos controlar a violência imputando mais 4 ou 5 anos às penas, como sugerem alguns políticos e alguns meiosbest online casino nzcomunicação mais poderosos. Isso ignora a realidade", diz o juiz Zaffaroni.
Nesta mesma linha, vários analistasbest online casino nzesquerda acusam a imprensabest online casino nz"criar realidades" que acabam aumentando a sensaçãobest online casino nzinsegurança.
A criminologista Laura Quiñones, especializadabest online casino nzanalisar perfisbest online casino nzhomicidas, acredita que certos criminosos buscam a fama projetada pela aparição nos meiosbest online casino nzcomunicação. especialmente a televisão.
Se por um lado, especialistas concordam que na Argentina, comobest online casino nzmuitos países, a faltabest online casino nzsegurança é reconhecida como problema público agravado na décadabest online casino nz1990, quando os homicídios cresceram devido ao aumento da desigualdade economica e da desconfiança com as instituições do governo, eles discordam sobre o que mudou agora.
"A insegurança pode ser usadabest online casino nzdiversas formas. Pode servir para suprir um problema individual, para passar a responsabilidade para o governo atual ou para resolver a crisebest online casino nzrepresentatividade política", diz Esteban Rodríguez, advogado e professor da Universidadebest online casino nzQuilmes.
Para os setores mais conservadores, o problema tem origem na política "progressista"best online casino nzsegurança dos governosbest online casino nzNéstor Kirchner e Cristina Fernández (2003-2015), que segundo eles aumentou a impunidade ao narcotráfico, que, se medido por apreensãobest online casino nzdrogas, cresceu oito vezes entre 2002 e 2009, segundo dados da ONU.
Apesar da faltabest online casino nzconsenso e das estatísticas apontarembest online casino nzmodo diferente, a verdade é que a insegurança chegou a lugares inéditos, como os bairrosbest online casino nzclasses média e alta, às cidades menores e ao interior do país.
"É uma realidade à qual a Argentina ainda não se acostumou", diz Kessler, da Universidadebest online casino nzLa Plata.
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