'Estamos cansadosroleta para treinarcontar corpos': O drama dos migrantes três anos após naufrágioroleta para treinarLampedusa:roleta para treinar

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Legenda da foto, De janeiro a setembro, maisroleta para treinar266 mil migrantes chegaram à Europa, principalmente pelo canal da Sicília

O que mudou?

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Legenda da foto, Barcos com migrantes, muitos deles precários, são preocupação permanente da marinha italiana

"Desde o 3roleta para treinaroutubroroleta para treinar2013 pouca coisa mudou. Há mais muros, mais tragédias. Não há um projeto comum e concretoroleta para treinaracolhida, asilo e socorro na Europa", alertou à BBC Brasil Tareke Bhrane, presidente da organização Comitato 3 Ottobre, fundada depois do naufrágio por um gruporoleta para treinareritreus e italianos.

Todos os anos, a entidade reúne familiares das vítimas e sobreviventes da tragédiaroleta para treinaruma iniciativa chamada "A Europa começaroleta para treinarLampedusa".

"Este ano é especial porque também recebemos na ilha delegaçõesroleta para treinar300 estudantesroleta para treinartoda a Europa. Eles participaramroleta para treinardebates e oficinas com ONGs e com a Guarda Costeira. A ideia é mostrar que a Europa deve ser assim, unida para acolher mais", explicou Bhrane.

Depoisroleta para treinarter conseguido aprovar o projetoroleta para treinarlei pela criação do Dia Nacionalroleta para treinarMemória das Vítimas da Imigração, agora o Comitato 3 Ottobre pede a criaçãoroleta para treinarcorredores humanitários e livre passagemroleta para treinarmigrantes pelo mar.

"Estamos cansadosroleta para treinarcontar cadáveres. Desde outubroroleta para treinar2013 morreram no mar maisroleta para treinar11.400 pessoas. Não adianta construir muros porque as pessoas vão continuar a chegar - elas não têm escolha, estão fugindoroleta para treinarguerras eroleta para treinarviolências enormes", disse Bhrane.

Mortes

Segundo alerta da OIM, até 28roleta para treinarsetembro 302.486 migrantes e refugiados entraram na Europa pelo mar, sendo 132.044 pela Itália.

O númeroroleta para treinarmortos soma 3.502, contra 2.926 no mesmo período do ano anterior. A maior parte das vítimas morreuroleta para treinarnaufrágios no canal da Sicília, entre a Itália e a Líbia.

Outra preocupação é o crescente númeroroleta para treinarcrianças chegando à Itália. Entre janeiro e junho deste ano foram registradas a entradaroleta para treinar7.567, 92% delas viajando sozinhas. A maioria vinha do Egito, Gâmbia, Guiné e Costa do Marfim.

"O sistema italianoroleta para treinaracolhidaroleta para treinarmenores está superlotado eroleta para treinarcolapso", alertou no início do verão a ONG AccoglieRete, que assiste menores sozinhosroleta para treinarSiracusa.

Em agosto, a ONG Save the Children lançou seu primeiro barcoroleta para treinarresgates na Itália. Alémroleta para treinarsocorro médico e distribuiçãoroleta para treinaralimento e água, o barco conta com espaços seguros, criados para abrigar crianças e recém-nascidos.

Mais operaçõesroleta para treinarresgate

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Legenda da foto, Traficantesroleta para treinarpessoas estariam lançando diversos barcos ao mesmo tempo no mar

Para aliviar a situação, desde 2014 os naviosroleta para treinarresgate humanitário multiplicaramroleta para treinarpresença no canal da Sicília. Hoje, oito naviosroleta para treinarONGs realizam operaçõesroleta para treinarbusca e resgate no mar,roleta para treinarcoordenação com outros dez navios da Guarda Costeira italiana.

"Nós temos o mesmo objetivo, que éroleta para treinarsalvar vidas no mar. As ONGs oferecem profissionalismo e são exclusivamente dedicadas aos resgates. Poder contar com mais recursos é algo positivo para nós", explicou à BBC Brasil o comandante Cosimo Nicastro, da Guarda Costeira italiana.

Mais barcos disponíveis permitem também uma rápida resposta a resgates simultâneos, que estão acontecendo com frequência no canal da Sicília.

Segundo relatório recente da OIM, traficantesroleta para treinarpessoas estariam lançando barcos ao mesmo tempo no mar para evitar serem capturados pela polícia líbia.

Neste domingo, foram resgatados no mar 534 migrantesroleta para treinarnove operaçõesroleta para treinarsocorro diferentes coordenadas pela Centralroleta para treinarOperações da Guarda Costeira italiana. Eles estavam a bordoroleta para treinarquatro botesroleta para treinarborracha e cinco barcosroleta para treinarmadeira.

Os migrantes foram desembarcadosroleta para treinarCatânia eroleta para treinarTrapani. Havia cinco cadáveres, entre eles osroleta para treinarduas crianças sírias,roleta para treinaroito meses e cinco anosroleta para treinaridade.

Fizeram parte da operação navios das ONGs MSF (Médicos sem Fronteiras), Moas e Save the Children.

"A MSF espera não precisar estar no mar, mas continuaremos presentes até que canais legais seguros estejam à disposição dos migrantes", afirmou Tommaso Fabbri, chefe da ONG na Itália.

Ele lembrou o 3roleta para treinaroutubroroleta para treinar2013 como um momento histórico, divisorroleta para treinaráguas. "Em 2014, com novos naufrágios, decidimos ir para o mar. A solução não é realizar busca e salvamento no mar, mas sim evitar que essas pessoas arrisquem suas vidas no mar", completou ele.

Líbiaroleta para treinarcrise prolongada

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Legenda da foto, Direito Internacional Marítimo prevê que todo navio deve assistir outros barcosroleta para treinarperigo

Em 2013, após a tragédiaroleta para treinarLampedusa, a União Europeia e o governo italiano lançaram a operação Mare Nostrum para promover resgates no Mediterrâneo. A iniciativa, porém, foi substituídaroleta para treinar2014 pela Operação Triton, que tem caráter mais voltado ao monitoramentoroleta para treinarfronteiras.

Desde 2015, a operação passou a ser organizadaroleta para treinarterraroleta para treinartornoroleta para treinarum sistemaroleta para treinarcentrosroleta para treinaracolhida na Itália eroleta para treinarrealocamentoroleta para treinarrefugiados para outros países da Europa.

Um dos principais motivos para a mudançaroleta para treinarfoco nas operações no mar seria a instabilidade na Líbia,roleta para treinaronde partem os barcos com a maior parte dos migrantes e refugiados rumo à Itália.

"Não temos um correspondente como autoridade marítima na Líbia. Alertamos sobre os pedidosroleta para treinarSOS que recebemos no espaço marítimo deles, mas não recebemos resposta e temosroleta para treinarintervir", disse o comandante Nicastro, da Guarda Costeira.

O Direito Internacional Marítimo prevê que todo comandanteroleta para treinarum navio deve assistir outros barcosroleta para treinarperigo no mar, independente da nacionalidade, status ou circunstânciasroleta para treinarque se encontram.

Desde o acirramento da crise na Líbiaroleta para treinar2011 e o desmantelamento do governo, o país se tornou "terra sem lei" e se consolidou como rota usada por traficantesroleta para treinarpessoas para a Europa.

A ilharoleta para treinarLampedusa, localizada a cercaroleta para treinar296 kmroleta para treinarTrípoli, capital da Líbia, e a Sicília se tornaram as principais portasroleta para treinarentrada na Itália, que já abriga cercaroleta para treinar145 mil migrantes.