'Estamos cansados7games 7 apkcontar corpos': O drama dos migrantes três anos após naufrágio7games 7 apkLampedusa:7games 7 apk
O que mudou?
"Desde o 37games 7 apkoutubro7games 7 apk2013 pouca coisa mudou. Há mais muros, mais tragédias. Não há um projeto comum e concreto7games 7 apkacolhida, asilo e socorro na Europa", alertou à BBC Brasil Tareke Bhrane, presidente da organização Comitato 3 Ottobre, fundada depois do naufrágio por um grupo7games 7 apkeritreus e italianos.
Todos os anos, a entidade reúne familiares das vítimas e sobreviventes da tragédia7games 7 apkuma iniciativa chamada "A Europa começa7games 7 apkLampedusa".
"Este ano é especial porque também recebemos na ilha delegações7games 7 apk300 estudantes7games 7 apktoda a Europa. Eles participaram7games 7 apkdebates e oficinas com ONGs e com a Guarda Costeira. A ideia é mostrar que a Europa deve ser assim, unida para acolher mais", explicou Bhrane.
Depois7games 7 apkter conseguido aprovar o projeto7games 7 apklei pela criação do Dia Nacional7games 7 apkMemória das Vítimas da Imigração, agora o Comitato 3 Ottobre pede a criação7games 7 apkcorredores humanitários e livre passagem7games 7 apkmigrantes pelo mar.
"Estamos cansados7games 7 apkcontar cadáveres. Desde outubro7games 7 apk2013 morreram no mar mais7games 7 apk11.400 pessoas. Não adianta construir muros porque as pessoas vão continuar a chegar - elas não têm escolha, estão fugindo7games 7 apkguerras e7games 7 apkviolências enormes", disse Bhrane.
Mortes
Segundo alerta da OIM, até 287games 7 apksetembro 302.486 migrantes e refugiados entraram na Europa pelo mar, sendo 132.044 pela Itália.
O número7games 7 apkmortos soma 3.502, contra 2.926 no mesmo período do ano anterior. A maior parte das vítimas morreu7games 7 apknaufrágios no canal da Sicília, entre a Itália e a Líbia.
Outra preocupação é o crescente número7games 7 apkcrianças chegando à Itália. Entre janeiro e junho deste ano foram registradas a entrada7games 7 apk7.567, 92% delas viajando sozinhas. A maioria vinha do Egito, Gâmbia, Guiné e Costa do Marfim.
"O sistema italiano7games 7 apkacolhida7games 7 apkmenores está superlotado e7games 7 apkcolapso", alertou no início do verão a ONG AccoglieRete, que assiste menores sozinhos7games 7 apkSiracusa.
Em agosto, a ONG Save the Children lançou seu primeiro barco7games 7 apkresgates na Itália. Além7games 7 apksocorro médico e distribuição7games 7 apkalimento e água, o barco conta com espaços seguros, criados para abrigar crianças e recém-nascidos.
Mais operações7games 7 apkresgate
Para aliviar a situação, desde 2014 os navios7games 7 apkresgate humanitário multiplicaram7games 7 apkpresença no canal da Sicília. Hoje, oito navios7games 7 apkONGs realizam operações7games 7 apkbusca e resgate no mar,7games 7 apkcoordenação com outros dez navios da Guarda Costeira italiana.
"Nós temos o mesmo objetivo, que é7games 7 apksalvar vidas no mar. As ONGs oferecem profissionalismo e são exclusivamente dedicadas aos resgates. Poder contar com mais recursos é algo positivo para nós", explicou à BBC Brasil o comandante Cosimo Nicastro, da Guarda Costeira italiana.
Mais barcos disponíveis permitem também uma rápida resposta a resgates simultâneos, que estão acontecendo com frequência no canal da Sicília.
Segundo relatório recente da OIM, traficantes7games 7 apkpessoas estariam lançando barcos ao mesmo tempo no mar para evitar serem capturados pela polícia líbia.
Neste domingo, foram resgatados no mar 534 migrantes7games 7 apknove operações7games 7 apksocorro diferentes coordenadas pela Central7games 7 apkOperações da Guarda Costeira italiana. Eles estavam a bordo7games 7 apkquatro botes7games 7 apkborracha e cinco barcos7games 7 apkmadeira.
Os migrantes foram desembarcados7games 7 apkCatânia e7games 7 apkTrapani. Havia cinco cadáveres, entre eles os7games 7 apkduas crianças sírias,7games 7 apkoito meses e cinco anos7games 7 apkidade.
Fizeram parte da operação navios das ONGs MSF (Médicos sem Fronteiras), Moas e Save the Children.
"A MSF espera não precisar estar no mar, mas continuaremos presentes até que canais legais seguros estejam à disposição dos migrantes", afirmou Tommaso Fabbri, chefe da ONG na Itália.
Ele lembrou o 37games 7 apkoutubro7games 7 apk2013 como um momento histórico, divisor7games 7 apkáguas. "Em 2014, com novos naufrágios, decidimos ir para o mar. A solução não é realizar busca e salvamento no mar, mas sim evitar que essas pessoas arrisquem suas vidas no mar", completou ele.
Líbia7games 7 apkcrise prolongada
Em 2013, após a tragédia7games 7 apkLampedusa, a União Europeia e o governo italiano lançaram a operação Mare Nostrum para promover resgates no Mediterrâneo. A iniciativa, porém, foi substituída7games 7 apk2014 pela Operação Triton, que tem caráter mais voltado ao monitoramento7games 7 apkfronteiras.
Desde 2015, a operação passou a ser organizada7games 7 apkterra7games 7 apktorno7games 7 apkum sistema7games 7 apkcentros7games 7 apkacolhida na Itália e7games 7 apkrealocamento7games 7 apkrefugiados para outros países da Europa.
Um dos principais motivos para a mudança7games 7 apkfoco nas operações no mar seria a instabilidade na Líbia,7games 7 apkonde partem os barcos com a maior parte dos migrantes e refugiados rumo à Itália.
"Não temos um correspondente como autoridade marítima na Líbia. Alertamos sobre os pedidos7games 7 apkSOS que recebemos no espaço marítimo deles, mas não recebemos resposta e temos7games 7 apkintervir", disse o comandante Nicastro, da Guarda Costeira.
O Direito Internacional Marítimo prevê que todo comandante7games 7 apkum navio deve assistir outros barcos7games 7 apkperigo no mar, independente da nacionalidade, status ou circunstâncias7games 7 apkque se encontram.
Desde o acirramento da crise na Líbia7games 7 apk2011 e o desmantelamento do governo, o país se tornou "terra sem lei" e se consolidou como rota usada por traficantes7games 7 apkpessoas para a Europa.
A ilha7games 7 apkLampedusa, localizada a cerca7games 7 apk296 km7games 7 apkTrípoli, capital da Líbia, e a Sicília se tornaram as principais portas7games 7 apkentrada na Itália, que já abriga cerca7games 7 apk145 mil migrantes.