Menino egípcio viaja por 10 dias no mar para ir à Itália salvar o irmão:app bet sul
"Foram dez dias no mar, porque o trajeto partindo do Egito é mais longo do que da Líbia", disse à BBC Brasil Ahmed Mahmoud, funcionário da OIM (Organização Internacional para a Migração)app bet sulLampedusa. Mahmoud, também egípcio, foi justamente quem primeiro ouviu a história do xará Ahmed.
"Falei com a mãe dele por telefone. A família é muito pobre e o hospital mais próximoapp bet sulonde moram fica a quatro horasapp bet suldistância", contou Mahmoud. Desde a chegadaapp bet sulAhmed, ele está sempre com o menino, agora abrigadoapp bet sulum campoapp bet sulacolhidaapp bet sulLampedusa.
"O custoapp bet sulcirurgias e tratamentos médicos no Egito é muito alto. Até os remédios custam muito caro lá", explicou Mahmoud. Segundo Ahmed lhe contou, o custo da primeira cirurgia do irmão seriaapp bet sul30 mil liras egípcias (cercaapp bet sul4 mil euros, ou R$ 14,5 mil) e os exames não saíam por menosapp bet sul500 euros (R$ 1,8 mil). O trabalhoapp bet sultodo um ano da família do menino na colheita, porém, rende cercaapp bet sul3 mil euros (R$ 10,8 mil).
A históriaapp bet sulsuperaçãoapp bet sulAhmed virou destaque desta quarta-feira no jornal Corriere della Sera, um dos maiores da Itália, e rapidamente se tornou viral. O premiê italiano, Matteo Renzi, também leu a história e colocou o sistemaapp bet sulsaúdeapp bet sulprontidão, lançando um "apelo à acolhida e cura". Um hospital da regiãoapp bet sulFlorença respondeu oferecendo tratamento para Ahmed e apoio para a família.
"Amanhã (quinta-feira) Ahmed parte para um centroapp bet sulacolhidaapp bet sulmenoresapp bet sulAgrigento, na Sicília. Está muito contente depoisapp bet sulsaber das novidades", afirmou Mahmoud.
Frequentes, os desembarquesapp bet sulmigrantes na ilhaapp bet sulLampedusa trazem cada vez mais crianças. "Ontem (terça), outras 900 pessoas foram trazidas para Lampedusa, entre elas cercaapp bet sul50 crianças sozinhas, muitas delas egípcias", contou à BBC Brasil o médico Pietro Bartolo, responsável pelo ambulatórioapp bet sulLampedusa.
Ele também explicou que não é a primeira vez que a intervenção do Ministério da Saúde acontece.
"Outro dia também chegou aqui um menino com a mãe, que precisavaapp bet sultratamento médico, e eles foram encaminhados para um hospitalapp bet suloutra parte da Itália. São muitas crianças chegando agora", acrescentou.
Segundo dados da OIM, entre janeiro e junho deste ano, 7.567 crianças migrantes desembarcaram nos portos da Itália. Cercaapp bet sul92% eram menores não acompanhados; cruzaram sozinhos o Mediterrâneo ou perderam seus parentes durante o trajeto. A maioria deles parte do Egito, Gâmbia, Guiné-Conacri e Costa do Marfim.