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'Não me considero culpada': o polêmico testemunho da secretária do braço direito1xbet cassinoHitler:1xbet cassino
Brunhilde Pomsel, que trabalhou por três anos como secretária1xbet cassinoJoseph Goebbels, o braço direito1xbet cassinoHitler, faleceu1xbet cassino271xbet cassinojaneiro aos 106 anos1xbet cassinouma casa1xbet cassinorepouso1xbet cassinoMunique, no sul da Alemanha. Sua morte foi confirmada por Christian Krönes, um dos diretores1xbet cassino"Uma vida alemã", documentário que retrata a vida da ex-funcionária do Ministério para Ilustração Pública e Propaganda, como mostramos nesta reportagem publicada1xbet cassinoagosto do ano passado, pouco depois1xbet cassinoo filme ser lançado.
"Não quebro o silêncio para limpar minha consciência", diz Brunhilde Pomsel, única testemunha viva do que ocorria no Ministério para Ilustração Pública e Propaganda1xbet cassinoAdolf Hitler durante os anos do nazismo (1933-1945), o capítulo mais obscuro da história da Alemanha.
Ela trabalhou na pasta por três anos, sob o comando1xbet cassinoJoseph Goebbels, responsável pela propaganda nazista e braço direito do Führer.
A ex-secretária é figura central do documentário Ein deutsches Leben ("Uma vida alemã",1xbet cassinotradução livre), que estreou1xbet cassinojunho no Festival1xbet cassinoCinema1xbet cassinoMunique e exibido também no Filmfestival1xbet cassinoJerusalém e no Festival1xbet cassinoCinema Judeu1xbet cassinoSan Francisco.
"Conhecemos a senhora Pomsel por coincidência, enquanto pesquisávamos outra história", contaram Christian Krönes e Florian Weigensamer, dois dos quatro diretores do filme, ao canal alemão Deutsche Welle.
"Não era uma nazista ávida. Mas também não se importou (com o que o regime nazista fazia) e olhou para o outro lado. Nisso recai1xbet cassinoculpa", disse Weigensamer ao jornal americano The New York Times.
Mas o documentário não se concentra na responsabilidade particular1xbet cassinoPomsel.
Segundo os diretores, "em um momento1xbet cassinoque o populismo1xbet cassinodireita está no auge na Europa", eles querem que o filme seja uma lembrança da "capacidade da complacência e da negação do ser humano".
Uma capacidade que também fica evidente1xbet cassinouma entrevista dada por Pomsel ao jornal britânico The Guardian.
"Ver o filme é importante para mim, porque posso ver no espelho tudo o que fiz1xbet cassinoruim", disse a ex-secretária. "Ainda que isso não tenha sido mais que trabalhar no escritório1xbet cassinoGoebbels."
O trabalho
Suas atribuições, como ela mesma conta, incluíam desde registrar as estatísticas1xbet cassinosoldados nazistas mortos a exagerar o número1xbet cassinoabusos sofridos por alemãs nas mãos1xbet cassinosoldados do Exército Vermelho soviético.
Criada1xbet cassinoacordo com os preceitos do dever prussiano, ela aprendeu a ser secretária com um advogado judeu e trabalhou também1xbet cassinouma emissora1xbet cassinorádio antes1xbet cassinochegar,1xbet cassino1942, ao Ministério1xbet cassinoPropaganda do governo nazista.
Para isso, ainda que diga que era "apolítica", teve1xbet cassinose filiar ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães - o partido nazista. "Por que não? Todo mundo fazia isso", afirmou no documentário.
Quando trabalhava para Goebbels, observou1xbet cassinoperto o círculo1xbet cassinopoder que rodeava Hitler. Ela descreve o ministro da Propaganda como "um cavalheiro, elegante e nobre", mas também um "ator" que, quando alguém tirava "sua máscara1xbet cassinohomem culto e educado, ficava louco".
"Ficávamos sabendo quando chegava ao escritório, mas não voltávamos a vê-lo até a hora1xbet cassinoque ia embora", relatou.
Ela diz que não sabia a que se dedicava exatamente o braço direito do Führer. Mas admite que tinha conhecimento da existência dos campos1xbet cassinoconcentração, apesar1xbet cassinoalegar desconhecer na época1xbet cassinofunção real.
Segundo ela, acreditava-se então que "não se queria que as pessoas fossem diretamente para a prisão, então, iam para os campos para serem reeducados".
"Ninguém poderia imaginar algo assim", disse, sobre o objetivo real1xbet cassinoexterminar os judeus da Alemanha.
Pomsel assegura que as pessoas que trabalhavam para o regime nazista tinham certeza que os judeus "desaparecidos" haviam sido enviados para as aldeias dos Sudetos, nome da cadeia1xbet cassinomontanhas na fronteira entre a República Tcheca, a Polônia e a Alemanha.
A versão oficial dava conta1xbet cassinoque o objetivo seria repovoar aqueles territórios montanhosos da Europa oriental, naquele momento ocupados pelos nazistas. "Tudo era secreto, e, por isso, acreditamos. Era totalmente crível", disse ela.
Pomsel insiste que nem sequer sabia do ocorrido durante a "Noite dos Cristais", uma série1xbet cassinolinchamentos e ataques contra estabelecimentos judeus ocorridos na noite1xbet cassino9 para 101xbet cassinonovembro1xbet cassino1938.
Ignorância
Segundo ela, essa ignorância do estado real das coisas era generalizada na Alemanha nas décadas1xbet cassino1930 a 1940. "Todo o país parecia estar sob a influência1xbet cassinoum feitiço", afirmou.
Por isso, para a ex-secretária, as pessoas que dizem ter se rebelado contra o regime "podem até acreditar sinceramente nisso", mas ela acha que "a maioria não o teria feito".
Pomsel reconheceu no documentário que seu passado pesa sobre ela1xbet cassinocerta forma. "Quando uma pessoa viveu uma época (...) e, no final, só pensou1xbet cassinosi mesma, ela tem a consciência um pouco pesada", disse.
Mas esclareceu não se sentir culpada nem responsável pelas milhões1xbet cassinomortes causadas pelo regime.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, Pomsel passou cinco anos1xbet cassinouma prisão soviética. "Fui tratada muito mal, e não tinha feito nada", afirmou.
"Não me considero culpada, a não ser que se culpasse todos os alemães por tornar possível que aquele governo chegasse ao poder", declarou em1xbet cassinomensagem final.
"Não há justiça, não há Deus. Mas está claro que o diabo existe", concluiu.
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