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Intriga, traição e 'anarquia': política britânica vive diasfreebet icon'Game of Thrones' após votação sobre UE:freebet icon
Na quinta-feira, o homem então apontado quase certamente como o próximo chefefreebet icongoverno - o ex-prefeitofreebet iconLondres, Boris Johnson - surpreendeu a todos ao anunciar,freebet icondiscurso para um plateiafreebet iconjornalistas atônitos, que abria mãofreebet iconse candidatar à liderança dos Conservadores.
Aos poucos vieram à tona as razões da decisão - que tirava da corrida a principal figura da campanha pela saída do Reino Unido da UE: é que o principal parceiro e escudeirofreebet iconJohnson na campanha, o ministro da Justiça, Michael Gove, tinha decidido,freebet iconúltima hora, concorrer ele mesmo, após concluir que o ex-prefeitofreebet iconLondres "não era o homem certo para o cargo".
Pelas regras do parlamentarismo, o líder do partido majoritário chefia o governo.
Analistas políticos não deixaramfreebet iconnotar o tom ameaçadorfreebet iconGove - até então, seu principal aliado: "Boris não pode prover a liderança nem reunir a equipe para os desafios à nossa frente".
'Facada'
Sem maiores detalhes, a declaração, que muitos consideraram uma "facada nas costasfreebet iconBoris", despertou especulações entre os jornalistas: teria ele acesso a informações sobre Boris que a imprensa não tinha? Teria ele ameaçado fazer uso delasfreebet iconuma eventual campanha pela liderança do partido?
O curioso é que, até então, o ministro do governofreebet iconDavid Cameron sempre negou veementemente qualquer intençãofreebet iconocupar o número 10freebet iconDowning Street, a residência oficial do premiê.
No iníciofreebet iconjunho, declarou, por exemplo: "Há muita gente com talento para ser primeiro-ministro. Me inclua fora."
Desde o fim da campanha para o plebiscito, Gove havia desaparecido atrás das cortinas do partido. Há relatosfreebet iconque no dia D (do plebiscito) foi para cama relativamente cedo, à diferençafreebet iconmuitos que vararam a madrugada aguardando o fim da apuração.
Nunca houve dúvidasfreebet iconque ele saíra fortalecido do episódio e tudo levava a crer que seria antes uma figura importante impulsionando a separação do Reino Unido da União Europeia .
Porém, comparando com as peçasfreebet iconxadrez, talvez um bispo ou até mesmo uma rainha - e não o rei.
'Caçar ou ser caçado'
Michael Gove é conhecido por seus impecáveis bons modos - alguns dizem, impecáveis demais, até ensaiados. O golpe mortal, imprevisto, desferidofreebet iconBoris Johnson, emprestou ares sinistros a uma trama política que muitos esperam ser "sangrenta".
A BBC recordou as palavrasfreebet iconFrank Underwoodfreebet iconHouse of Cards, o macabro deputado ficcional que ignora todos os escrúpulos nafreebet iconascensão à Casa Branca: "Para aquelesfreebet iconnós escalando até o topo da cadeia alimentar, não pode haver misericórdia. Só há uma regra: caçar ou ser caçado".
O próprio Gove, entretanto, prefere ser comparado a Tyrion Lannister, um dos mais "bonzinhos" personagensfreebet iconGame of Thrones.
Nesta sexta-feira, o ex-chanceler conservador Ken Clarke chamou a entrada dele na disputafreebet icon"manobra bizarra", e disse que ela o desqualificava para liderar um paísfreebet iconmeio a uma "grave crise".
Até seus simpatizantes reconhecem o elementofreebet iconintriga na história. O deputado Dominic Raab, que virou a casacafreebet iconJohnson para Gove, disse que a decisão parece "feia, horrível e maquiavélica", mas que a parceria entre os dois ex-aliados não funcionaria.
Disputa implacável
Na disputa pela liderança conservadora, que deve culminar no dia 9freebet iconsetembro quando só restarão dois candidatos dos cinco atuais, a principal adversáriafreebet iconGove é a atual ministra do Interior britânica, Theresa May.
May é ela própria descrita como implacável. Comentaristas políticos dizem que a relação entre os dois é mais que fria - é glacial.
"Se você pensava que a campanha do plebiscito tinha sido suja, não viu nada ainda", escreveu a colunistafreebet iconpolítica da Sky News, Sophy Ridge.
Ao longo da campanha, a ministra defendeu a permanência na UE,freebet iconlealdade ao primeiro-ministro, David Cameron, masfreebet iconforma discreta a não irritar o grande númerofreebet icondeputados do partido que queriam a saída.
Ela lidera no apoio entre os deputados e nesta sexta-feira recebeu também o apoio do tabloide Daily Mail -freebet iconum texto na primeira página do jornal.
Anarquia
"Nunca vi tanta gente sendo sacrificada politicamentefreebet iconuma só semana", disse à BBC o acadêmico Tim Bale, professor da Universidade Queen Mary e autorfreebet iconum livro sobre o Partido Conservador que cobre o períodofreebet iconMargaret Thatcher a Cameron.
"Sempre há sangue derramado na política, mas nunca tanto assim. É porque o que estáfreebet iconjogo é muito alto. Não é mais um jogo, porque vamos sair da União Europeia e isso é uma situação extremamente séria."
A revista Economist, que circula neste fimfreebet iconsemana com a capa "Anarquia no Reino Unido", condensafreebet iconvisãofreebet iconum duro editorial intitulado "À deriva".
"Sem líder e dividido, o Reino Unido prova pela primeira vez a vida desancorada da Europa."
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