Nós atualizamos nossa Políticaaposta ganhePrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosaposta ganhenossa Políticaaposta ganhePrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
O que pode estar por trás do alto índiceaposta ganheautismo entre crianças brasileiras no Japão?:aposta ganhe
Os profissionaisaposta ganhesaúde e educação ainda não conseguem explicar as razões para tantos casos. Mas Edilson Kinjo, presidente da organização sem fins lucrativos (new) SAB - Associação Amigos do Brasil, tem uma teoria: a forma como o teste é feito.
"É claro que não temos tantas crianças autistas assim", afirma o ativista, que acompanha a questão há maisaposta ganheseis anos.
Para Kinjo, muitas crianças não entendem perfeitamente o idioma japonês e acabam não respondendo aos comandos do profissional durante a avaliação, mesmo sendo ele um médico ou psicólogo.
"O resultado é que a criança não consegue responder aos estímulos e, consequentemente, a escola conclui que ela tem necessidade especial e já a classifica como autista", diz.
Procurado pela BBC Brasil, o Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão não quis se pronunciar sobre os dados. "Devido à faltaaposta ganheuma metodologia eaposta ganheoutros detalhes da pesquisa, não podemos comentar", justificouaposta ganhenota.
Mas explicou que a decisãoaposta ganheencaminhar uma criança para uma classe especial cabe ao diretor da escola.
"A decisão deve ser feita com base no tipo e nívelaposta ganhedeficiência eaposta ganheacordo com uma avaliaçãoaposta ganheprofessores experientes e o diagnósticoaposta ganhemédicos especialistas, que levamaposta ganheconsideração a questão educacional, médica e psicológica da criança", detalhou.
Questionamento brasileiro
Em abril, representantes do Ministério da Educação brasileiro questionaram autoridades japonesas sobre o assunto durante uma reunião do Foro Consular entre os dois países.
Para eles, os diagnósticos aparentemente estão equivocados e, assim como defende Kinjo, muitos dos casos são apenasaposta ganhedificuldadeaposta ganheadaptação à cultura, à língua e ao sistemaaposta ganheensino local.
Os representantes do Ministério da Educação do Japão se prontificaram a analisar a questão e solicitaram que casos concretosaposta ganhediagnóstico equivocado sejam informados a seu departamento internacional.
Diante disso, o Consulado-Geral do Brasilaposta ganheTóquio deu início a uma campanha para coletar reclamações.
Para Ivan Carlo Padre Seixas, diplomata responsável pelo setoraposta ganheComunidade da Embaixada do Brasilaposta ganheTóquio, esse alto índiceaposta ganhecrianças classificadas como autistas é apenas um aspecto da faltaaposta ganheuma política que integre os estrangeiros ao país.
"Esse dado mostra a incapacidade da escola japonesaaposta ganhelidar com a diversidade", afirma. "Isso é uma violência psicológica brutal e que pode acabar com a vida escolar e social da criança."
Edilson Kinjo sugere que o assunto seja tratado na esfera da saúde, e não da educação, como é hoje.
"No Japão, os dados escolares e pessoaisaposta ganhecada aluno não podem ser divulgados. Então, fica difícil responsabilizar alguém se houver um erro. Quando tratamos o caso como problemaaposta ganhesaúde, podemos ter acesso aos laudos e questionar os resultados", sugere.
'Pegosaposta ganhesurpresa'
Kinjo pondera que há crianças que realmente precisamaposta ganheatendimento diferenciado na escola - e que muitos pais não querem admitir que seus filhos possam ter autismo ou algum outro tipoaposta ganhetranstorno.
"Mas há casos visíveisaposta ganhecrianças que foram diagnosticadasaposta ganheforma errada, e até os pais são pegosaposta ganhesurpresa", conta.
Foi o casoaposta ganheArianne, que não concordou com o laudo da escola sobre Hayenne. Ela procurou uma segunda opinião médica e tenta provar que a filha não precisa frequentar a sala especial.
"O resultado (do exame) foi dislexia e deficitaposta ganheatenção. Mesmo assim, eles querem mandá-la para essa classe que mistura alunos com todo tipoaposta ganhetranstorno e problemas, e não vai ser saudável para ela."
A batalha começou quando a família mudouaposta ganhecidade.
"Quando ela ingressou na escola primária na outra cidade, fez o teste e foi aprovada. Masaposta ganheHamamatsu a psicóloga deu o diagnósticoaposta ganheautismo", conta Arianne.
Ela tenta convencer as autoridades a aceitarem o segundo parecer médico e a refazerem os testes da filha.
Daniel Galvão da Silva,aposta ganhe37 anos, passou pelo mesmo problema com o filho, que também se chama Daniel e hoje tem oito anos.
"Quando ele tinha três anos, bem no momento do processoaposta ganheseparação da minha ex-esposa, começou a apresentar sinaisaposta ganheatraso no desenvolvimento cognitivo", conta.
O jardimaposta ganheinfância aconselhou os pais a fazerem um exame mais detalhado.
"Uma terapeuta brasileira o diagnosticou com autismo leve, e então procuramos uma clínica japonesa. Só que o médico leu a carta da professora e fez os procedimentos todos como se ele realmente fosse autista", diz Daniel.
Durante alguns meses, os pais levavam o menino para fazer terapia semanalmente. "Mas percebíamos que algo estava errado, porque ele não agia como as outras crianças que estavam lá."
Foi então que a mãe do garoto resolveu voltar ao Brasil. "Ela levou nosso filho para um psicólogo e psiquiatra, fez todos os exames e não deu nada", diz o pai. "Hoje, ele leva uma vida normal no Brasil."
Para Silva, a separação pode ter afetado emocionalmente o filho e desencadeado uma sérieaposta ganhereações na época.
"Como pais, a gente sempre coloca o sentimento na frente da razão, mas se o caso tivesse sido tratado mais a fundo, mais pessoalmente, teríamos tido um diagnóstico mais correto."
Aceitação
O psicólogo Irineu Carlos da Silva Jo, que presta atendimentos no Consultado-Geralaposta ganheHamamatsu e pela Sabja, conta que a procuraaposta ganhepais tem aumentado.
"O que aconteceaposta ganhemuitos casos é um choque cultural. Às vezes,aposta ganhecasa os pais só se comunicamaposta ganheportuguês, e na escola só se fala o japonês. Isso pode causar um bloqueio na criança", explica.
Mas ele lembra que, alémaposta ganheprocurar ajudaaposta ganheum profissional para fazer o diagnóstico preciso, os pais precisam estar atentos aos sinais. "Muitos não querem aceitar que o filho possa ter um transtorno", ressalta.
Esta é justamente a grande batalhaaposta ganheWilson Tadashi Karakawa,aposta ganhe41 anos, que tem um projetoaposta ganheintegraçãoaposta ganhecrianças com necessidades especiais.
Ele usa o jiu-jitsu para tentar quebrar as barreiras do preconceitoaposta ganherelação ao autismo e a outros transtornos.
"O primeiro grande obstáculo é justamente os pais aceitarem a condição do filho", diz o brasileiro.
Seu filho Kenzo,aposta ganhe11 anos, foi diagnosticado com autismo. O garoto pratica o esporte do pai e é destaqueaposta ganhecampeonatos no Japão eaposta ganheoutros países.
"Vejo muitos profissionais reclamando do grande númeroaposta ganhediagnósticos errados. Acho isso muito irresponsável e perigoso", afirma ele.
Para Karakawa, alguns pais não querem aceitar o problemaaposta ganheseus filhos e acabam se convencendoaposta ganheque as análises japonesas estão realmente erradas.
"Isso pode prejudicar profundamente a vida da criança, pois ela não vai ter o tratamento adequado."
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível