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As mulheres que construírambet paysafecardprópria cidade para viverbet paysafecardpaz na Colômbia:bet paysafecard
As casasbet paysafecardtijolo cinza foram erguidas ao longosbet paysafecardruas estreitas com flores e árvores,bet paysafecardum subúrbio do municípiobet paysafecardTurbaco, cercabet paysafecard20 quilômetros ao sul da turística Cartagena.
Essas casas são o orgulhobet paysafecardsuas donas, suas construtoras, as habitantes deste bairro, que leva o nomebet paysafecardCidade das Mulheres.
"Nos capacitamosbet paysafecardautoconstrução,bet paysafecarddobrar ferro e nós mesmas trabalhamos nas nossas casas", disse à BBC Mundo, o serviçobet paysafecardespanhol da BBC, Everlides Almanza,bet paysafecard59 anos. "Colocaram dificuldades, [disseram] que não éramos capazes, mas provamos que sim, éramos capazes e estas casas foram feitas por nós."
Sobreviventes
A vidabet paysafecardEverlides, como abet paysafecardtodas as mulheres da LMD, foi marcada pela violência.
Perdeu o pai assassinado quando tinha nove anos. Pouco depois, mataram dois primos dela, e depois um sobrinho.
"Todas as mulheres da organização haviam sofridobet paysafecardalguma forma um abuso sexual", afirma Patricia Guerrero, uma advogada que cresceubet paysafecardBogotá e mais tarde se mudou para Cartagena, onde conheceu algumas das primeiras mulheres que depois formaram a LMD.
"Muitas foram estupradas, outras inclusive haviam sofrido abusos e ficaram grávidas por causa dessas violações, outras nunca puderam voltar a ter filhos, outras nunca puderam voltar a ter relações sexuais harmoniosas nem agradáveis nem prazeirozas. A guerra acabou com a sexualidade das mulheres."
Uma transformação impressionante
Quando Patricia conheceu as primeiras delas, há cercabet paysafecard16 anos, elas viviambet paysafecardcondiçõesbet paysafecardextrema pobrezabet paysafecardbairros miseráveisbet paysafecardCartagena, onde haviam chegado deslocadas,bet paysafecardmuitos casos com suas famílias.
Ajudou-as a se organizarem, encontrou um lotebet paysafecardterra para que fizessem suas casas,bet paysafecardcidade, e buscou, fora da Colômbia, os fundos para edificá-las; conseguiu dinheiro do Congresso dos EUA, do programabet paysafecardajuda exterior dos EUA, USAID, ebet paysafecardcooperação espanhola.
Mas estabelecerbet paysafecardprópria comunidade não foi fácil.
Elas receberam ameaças, o centro comunitário que ergueram foi incendiado (e depois reconstruído), colocaram cadáveres nas terras que elas cultivavam para intimidá-las e o companheirobet paysafecarduma delas foi assassinado enquanto cuidava da fábricabet paysafecardtijolos cinzas com que levantaram as paredes das casas.
No entanto, ter suas próprias casas, construídas com suas próprias mãos, foi para elas uma benção.
A casabet paysafecardCelestina Mosquera Andrade está pintada por fora com um rosa brilhante e por dentro, um verde brilhante. Parece uma celebração da mudançabet paysafecardvida que ter este espaço implicou.
Enquanto almoça, ela me conta: "Foi uma mudança, uma transformação impressionante porque, imagine, vivíamosbet paysafecarduma casabet paysafecardbarro, com plástico, que inundava cada vez que chegava o inverno (épocabet paysafecardchuvas), ficava com água por aqui (mostra acima dos joelhos), perdíamos as coisas; veja que mudança há, que diferença."
Feminicídio
Everlides Almanza está vestidabet paysafecardpreto - cor do luto, diz. "Os grupos armados entravam no lugares onde os camponeses trabalhavam, violentavam as mulheres, amarravam os homens."
"Quando ouvia algum ruído, fugia para o monte com minha menina, minha única filha mulher - tinha cinco meninos e uma menina - e eu sempre cuidava da minha filha."
Por causa do perigo, Everlines abandonoubet paysafecardterra natal, no norte do país, e foi para Cartagena.
E ainda que a mudança para a Cidade das Mulheres tenha significado se estabelecerbet paysafecardum lugar mais acolhedor e seguro, ela passou por outra tragédia.
Em 2011,bet paysafecardúnica filha foi assassinada no municípiobet paysafecardTurbaco. Não foi pelo conflito armado, mas resultadobet paysafecardoutra formabet paysafecardviolência que é comum no país - um feminicídio.
Ela foi estuprada e brutalmente assassinada por seu ex-companheiro, que depois se suicidou.
"Ela deixou três meninos, que ficam comigo", disse Everlides.
Novas gerações
Uma dessas crianças é a neta Nayelis Paola González Berrío,bet paysafecard14 anos.
A menina cresceubet paysafecardum ambientebet paysafecardque se valorizam e promovem os direitos da mulheres.
"Acho que é mais fácil, porque a gente não teve que passar por tudo que elas passaram", reflete a menina. "É muito diferente e agradeço a elas por ofereceremos uma vida melhor e uma vida digna."
Nayelis segue os passosbet paysafecardsua avó. É a coordenadora do grupobet paysafecardjovens da LMD. A ideia é que essas novas gerações continuem o trabalho iniciado por suas mães e avós.
Algo crucial é que os meninos que crescem na Cidade das Mulheres também desenvolvem uma perspectiva do mundo mais equilibrada, acostumados a ver suas mães, suas avós, como chefesbet paysafecardfamília.
Um exemplo é obet paysafecardJésus David Reales,bet paysafecard23 anos.
"Eu as respeito porbet paysafecardcoragem, porbet paysafecardvalentia", disse, sobre as fundadoras da LMD.
"São capazesbet paysafecardconstruir,bet paysafecardfazer muitas coisas, não tem por que simplesmente ficarbet paysafecardcasa, devem estar envolvidasbet paysafecardtudo,bet paysafecardtodos os aspectos do país, do mundo."
Política
De fato, esse é o plano da organização.
"O que a gente quer é avançar e ter poder político, é a única maneira para as coisas se transformarem para as mulheres", disse Patricia Guerrero.
O projeto é um grande sonho para Ana Luz Ortega Vázquez, da LMD.
"Já não somos vítimas do deslocamento forçado, mas sim podemos ser as mulheres que vão mudar esse momento, mulheres políticas, para emergir, para chegar a um conselho ou, por que não, ocupar postos na prefeitura."
Ou até mais, dizem algumas. Se não forem elas, serão suas filhas ou netas.
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