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Santa Edwiges: a nobre que se tornou santa porque pagava dívidaschat bwinquem não podia:chat bwin
"Santa Edwiges tornou-se conhecida no mundo inteiro como a mãe dos pobres e padroeira dos endividados, pois a ninguém ela negou auxílio e proteção. É invocada como a padroeira dos endividadoschat bwinrazão da benevolência com que tratava os súditos, que não tinham como pagar as obrigações a ela devidas", comenta o escritor e teólogo J. Alves, autor do livro Santa Edwiges — Novena e Biografia (Editora Paulinas).
"Tantas foram as dívidas perdoadas que o capelão, administradorchat bwinseus bens, um dia reclamou dizendo que, se continuasse aquela situação, pouco sobraria para seus servidores. Santa Edwiges disse-lhe para não se preocupar, pois para as pessoas consagradas como ele, Deus haveriachat bwinprover", conta Alves. "Ela própria acompanhava os acertoschat bwincontas dos súditos, determinando que fossem tratados com benevolência todos os que se achavamchat bwindesespero, por não conseguir pagar as dívidas."
Biografia
Nascidachat bwinAndechs, na Baviera — atualmente, parte da Alemanha —, Edwiges era filhachat bwinum duque. "Sua infância e pré-adolescência se deuchat bwinambientechat bwinluxo e riqueza", pontua José Luís Lira, fundador da Academia Brasileirachat bwinHagiologia e professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Ceará.
Segundo padre Lima, "desde pequena" ela dava "sinaischat bwinseu despego material".
Do casamento com o príncipe Henrique 1º, nasceram sete filhos — ou seis, conforme cada biógrafo. "Humilde, inteligente, esposa dedicada e temente a Deus, ela cuidou da formação religiosa dos filhos e do marido", acrescenta Lira.
"Conta que ela teve forte influência nas decisões políticas tomadas pelo marido, interferindo na elaboraçãochat bwinleis mais justas para o povo e, junto com ele, construiu igrejas, mosteiros, hospitais, conventos e escolas."
Essa postura religiosa e social teria sido praticada pelos nobres enquanto política a partir do oitavo ano do casamento deles. "Edwiges sentiu o chamadochat bwinJesus e, após conversar com o marido, os dois decidiram seguir o Senhor e construir hospitais, mosteiros, escolas e igrejas", diz o padre Lima.
J. Alves ressalta que, mesmo sendo "riquíssima e cheiachat bwinprivilégios", Edwiges "despojou-sechat bwinseus bens e viveu como se nada possuísse". "Educada na disciplina monástica, distinguiu-se pelo amor à oração, à leitura da Bíblia e à eucaristia. Submetia-se,chat bwinsegredo, a rigorosas penitências, mortificando o corpo com frequentes jejuns e cilícios [objetos para incomodar a pele]chat bwincrinachat bwincavalo sob as vestes."
Quando ela tinha 32 anos, atendendo ao que acreditava ser uma orientação divina, decidiu fazer votoschat bwincastidade. "Obteve o respeito do marido", frisa Lira. "O voto teria sido feito diantechat bwinum bispo."
De acordo com Alves, a decisão foi tomadachat bwincomum acordo pelo casal. "Passaram a morarchat bwinresidências separadas e só se encontravam por ocasiãochat bwinatos políticos e sociais importantes. Henrique, a exemplo dela, adotou um estilochat bwinvida simples e austero, vestindo-se como monge, despojando-se do ouro. Deixou a barba crescer, à moda dos convertidos, sendo por isso chamadochat bwinHenrique, o Barbudo", comenta ele.
O mosteiro feminino
"Em toda achat bwinvida, Edwiges praticou a caridade. Quando ficou viúva,chat bwin1238, foi morar no mosteirochat bwinTrzebnica, acatando os votos da vida religiosa. Dedicando-se a Deus, à oração e aos mais necessitados, trilhando a estrada que a levou ao paraíso e a constituiu padroeira dos pobres, da família e dos endividados", diz Lira.
"[No mosteiro], continuou a servir os carentes e enfermos", recorda Lima. "Uma vida dedicada à caridade. Ela tinha o dom da profecia e [praticava] milagreschat bwinenfermos. Era conhecida por ajudar os mais pobre se carentes, reconhecida por quitar dívidaschat bwinpessoas que recebiamchat bwinassistência."
A casa religiosa, mantida por monjas da ordem cisterciense, havia sido fundada graças ao empenho dela mesma junto ao marido. Segundo consta o texto do Martirológio Romano, na sinopse biográfica que justificachat bwincanonização, na ocasião a abadessa era umachat bwinsuas filhas, chamada Gertrudes.
Alves conta que o mosteiro, o primeiro feminino da região, foi desde o princípio transformado por Edwigeschat bwinum lugar "de caridade,chat bwinesmola echat bwinproteção aos pobres". "Ela não apenas sustentava as monjas, mas ali abrigava numerosos religiosos, doentes, viúvas e crianças desamparadas", afirma o teólogo.
Motivaçõeschat bwinsua popularidade
A devoção a Santa Edwiges foi trazida ao Brasil pela colonização portuguesa. "Quando o Brasil foi 'descoberto', ela tinha pouco maischat bwin230 anoschat bwincanonizada. A divulgação dos santos católicos era muito forte naquela época e Portugal era extremamente católico, logo a devoção deve ter vindo com os primeiros colonizadores e se popularizado por conta do testemunhochat bwinvida dela e da proteção aos endividados", analisa Lira. Aqui, ela se tornou uma das mais famosas santas do catolicismo. Lira acredita que isso se deu devido "ao forte apelo" por contachat bwinsua "proteção aos endividados".
Alves observa que a devoção a ela, dentre os católicos brasileiros, cresce "em todas as classes sociais". Como ela é celebradachat bwin16chat bwinoutubro, é comum que sempre no dia 16chat bwincada mês, "os devotos depositam a seus pés", ou seja, aos pés das imagens alusivas a ela no interiorchat bwinigrejas, "pedidos e agradecimentos pelas graças alcançadas".
"Encontram nela o carinho e a proteção da mãe que, no desespero, acolhe o filho", comenta o teólogo.
"São numerosos os testemunhoschat bwinpessoas que, na afliçãochat bwinnão conseguir pagar as próprias dívidas, a ela recorreram e, prontamente, foram atendidos", acredita Alves. "Infelizmente,chat bwinum paíschat bwinque o número dos endividados só tende a aumentar a cada dia, é natural que os devotos recorram àquela que passou a vida inteira ajudando os pobres e visitando os prisioneiros que não tinham como pagar suas dívidas."
Padre Lima destaca que,chat bwin"tempos difíceis na economia", a santa "continua sendo invocada com muita fé pelos devotos". "Ela que, sendochat bwinfamília nobre, fez-se pobre para assistir aos necessitados, não deixachat bwinser uma referência para tantas pessoas que suplicamchat bwinproteção e ajuda", destaca ele.
"Basta sairmoschat bwinnossas casas, sobretudo nas grandes cidades, e enxergarmos um cenáriochat bwinmuita miséria: tropeçamoschat bwinpessoas que vivem nas ruas, nas praças, debaixo dos viadutos,chat bwintendas… Elas não têm com quem contar, a não ser suplicar aos céus, por intercessãochat bwinSanta Edwiges, para que surja uma 'luz no fim do túnel' para teremchat bwinvolta achat bwindignidadechat bwinfilhos e filhaschat bwinDeus resgatada", afirma Lima.
O cenáriochat bwinpobreza favorece esse tipochat bwindevoção, sobretudo quando o poder público não cumpre o necessário para dar condições dignaschat bwinvida aos mais pobres. "Os nossos políticos, ainda mais agorachat bwintempochat bwineleição, falam bonito e prometem o impossível. Na verdade, os despossuídoschat bwinvida e dignidade continuam povoando as ruas por não terem as condições mínimas que a Constituição prescreve e lhes garante", diz ele. "Quando não se pode contar com os seus governantes e nem com o poder público, recorre-se aos céus. E, especificamente, a Santa Edwiges."
Na opinião dos especialistas, a mensagem que a vidachat bwinSanta Edwiges deixa para o mundo contemporâneo é achat bwinque todos podem fazer o bem. E, assim, ajudar a transformar o mundo.
"Ela nos ensina que devemos ter um olhar compassivo e misericordioso para com todas as pessoas, sobretudo aquelas que perderam tudo, tambémchat bwindignidade como ser humano, e ajudá-las concretamente", pontua Lima. "Apenas comover-se com a realidadechat bwinmiséria, pobreza e endividamento que assolam o nosso Brasil não vai resolver a questão. São necessárias políticas concretas para ajudar essa massachat bwinanônimos e invisíveis da nossa sociedade."
"Santa Edwiges nos ensina, com a própria vida, a passarmos das boas intenções e bons propósitos a atitudes concretas", acrescenta o padre. "Ela, sendo nobre, não desprezou os pobres e necessitados. Servia-se dos seus bens materiais e dinheiro para aliviar o sofrimento das pessoas que estavam sobrevivendo à margem da vida. Ela nos pede para deixarmoschat bwinlado os nossos palavrórios vazios e inúteis e partirmos para ação concreta."
Para o professor Lira, a vida dessa santa é a provachat bwinque "ser da nobreza e rica não impede uma pessoachat bwinpraticar a caridade, desenvolver o amor a Deus e a ele confiarchat bwinexistência auxiliando àquelas que mais necessitam material e espiritualmente".
"A mensagemchat bwinSanta Edwiges vai além das preocupações financeiras, do endividamento monetário que, durante algum tempo, podem nos tirar o sono e nos fazer entrarchat bwindesespero", argumenta Alves.
"Sua vida nos ensina que a dívida maior a ser resgatachat bwinnossa vida é a do amor a Deus e aos nossos irmãos e irmãs. Mostra que cada umchat bwinnós é devedor do amor e da misericórdiachat bwinDeus. Todos temos uma dívida impagávelchat bwinamor para com Jesus que, por amor, deuchat bwinvida por nós e pelo próximo. Temos também uma imensa dívidachat bwinamor para com o próximo, a quem podemos amar e por ele ser amados."
- Este texto foi publicadochat bwinhttp://vesser.net/geral-63264547
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