PCD: jovem com paralisia cerebral faz sucesso na web dançando e falando sobre inclusão:win unique casino

Crédito, Arquivo pessoal

"Na hora eles disseram que eu tive uma lesão e ponto", relata.

Após consultas médicas, descobriram que a intercorrência no parto gerou uma paralisia cerebral.

Desde então, a jovem tem acompanhamento multidisciplinar com especialistas que auxiliam no seu desenvolvimento.

O lado esquerdo da estudante foi o mais prejudicado, fazendo com que ela tenha, até hoje, dificuldadewin unique casinocertas ações. Mas a parte cognitiva não foi afetada.

A influencer, que falawin unique casinoinclusãowin unique casinopessoas com deficiência (PCDs) nas redes sociais, conta que é possível realizar algumas atividades sem a ajudawin unique casinoterceiros.

"Eu comecei a fazer tratamento muito nova e isso foi fundamental para desenvolver minha autonomia. Eu não consigo pegar uma xícara, por exemplo. Mas faço tudo praticamente sozinha. [A paralisia] não afetou a parte cognitiva, só a parte motora", conta.

Ela também apresenta dificuldade na fala e sofre com tetraplegia espástica, que faz com que a pessoa tenha dificuldadewin unique casinomexer os membros superiores e inferiores, alémwin unique casinoespasmos, que são movimentos involuntários.

Desenvolvimento escolar e ao longo da vida

Mesmo estudandowin unique casinouma escola com apenas cinco alunos com deficiência, Isabella conta que nunca se intimidou ou se sentiu excluída pelos colegas. Ela permaneceu no mesmo colégio por dez anos e sempre fez questãowin unique casinodançar nos eventoswin unique casinofesta junina.

Inclusive foi por meio da dança que ela conseguiu melhorarwin unique casinocoordenação e movimentos.

"Eu aprendi a dançar funk anteswin unique casinoandar sozinha. Isso me motivou. A dança foi um tipowin unique casinoterapia dentro da fisioterapia. Foi através da dança que vi que nada era impossível", diz.

Ela se recorda que começou a andar aos quatro anos, mas já improvisava passoswin unique casinodança aos dois anos — tudowin unique casinomaneira adaptada porwin unique casinofisioterapeuta.

Em relação à alfabetização, o processo foi todo feito por meiowin unique casinoum computador. Por não ter coordenação suficiente para escrever, ela contava com a ajuda da tecnologia para exercícios e tarefas escolares.

As matérias na áreawin unique casinoexatas foram as mais difíceis. Segundo a jovem, montar equações e outras fórmulas não eram tão simples.

"Preciseiwin unique casinouma tutora que me acompanhasse dentro da salawin unique casinoaula. Eu falava e ela escreviawin unique casinoum caderno as fórmulas. Sofri muito com física, química e matemática."

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Legenda da foto, Isabella começou a andar aos quatro anos, mas já improvisava passoswin unique casinodança aos dois anos

Capazwin unique casinoentender os ensinamentos da escola, ela conseguiu acompanhar toda a turma e matérias no colégio. Mas a maior diferença entre Isabella e os colegas era o fatowin unique casinoque nem sempre era possível fazer as mesmas atividades.

"Eu percebi que tinha deficiência quando via minhas amigas indo para a aulawin unique casinobalé,win unique casinodança e eu ia para fisioterapia", lembra. Ela também fazia acompanhamento com neurologistas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.

Anorexia foi formawin unique casinoesconder deficiência

Dos 14 aos 17 anos, a jovem sofreu com anorexia nervosa e chegou a pesar 30 quilos. Como tinha dificuldadewin unique casinoaceitar a deficiência, ela conta que a doença foi uma formawin unique casinoesconder o que sofria.

"Meu subconsciente achou que [a anorexia] era uma ótima formawin unique casinofazer isso e foi um dos períodos mais caóticos da minha vida. Eu perdi toda aquela determinação para seguirwin unique casinofrente", diz. Por causa do baixo peso, precisou interromper o tratamento que fazia.

Sua vida social também foi afetada. Ela deixouwin unique casinoir a festaswin unique casinoaniversário porque era obrigada a comer. Acompanhada por especialistaswin unique casinodiversas áreas, a influencer lembra que os profissionaiswin unique casinosaúde chegaram a dizer que ela morreria e que precisaria ser internada.

"Naquele momento percebi que não era aquela vida que eu queria para mim", conta.

Ela passou a receber comida forçada e chegou a ganhar um pouco maiswin unique casinopeso, mas seguia lutando contra o problema. Seus pais colocaram como "meta" o ganhowin unique casinopeso e,win unique casinotroca, ela ganharia um cachorro, um dos seus maiores desejos.

Depoiswin unique casinomuito tempowin unique casinotratamento, ela conseguiu controlar a anorexia. Mas a jovem conta que ainda sofre com resquícios da doença e precisa monitorar seu comportamento para evitar situações que a deixem mais vulnerável.

"Eu digo que até hoje sofro, mas não se compara ao que eu tinha na adolescência", diz.

Sucesso nas redes sociais e inspiração

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Emwin unique casinorede social, ela desmistifica o dia a diawin unique casinoPCDs e esclarece dúvidas sobre a deficiência

Por causawin unique casinosua cachorra, ela já administrava uma conta no Instagram e tentava buscar parcerias com empresaswin unique casinoprodutos para a pet. Um dia ela resolveu mudar o conteúdo do perfil e postar um vídeo contando sobrewin unique casinohistóriawin unique casinosuperação.

Em algumas horas, a postagem viralizou e o perfil nas redes sociais começou a crescer.

Assim, ela passou a produzir conteúdos sobre capacitismo, o dia a diawin unique casinopessoas com deficiência e outros assuntos. Atualmente, ela já soma pouco maiswin unique casino200 mil seguidores somente no Instagram.

O sucesso também ocorreu no Tik Tok. Isoladawin unique casinocasa, no auge da pandemia, ela publicou um vídeowin unique casinoque aparece dançando e a postagem atingiu 22 milhõeswin unique casinovisualizações. Nessa rede social, Isabella já tem quase um milhãowin unique casinoseguidores.

Comowin unique casinopaixão desde pequena foi dançar, ela conta que não imaginava que o vídeo fosse fazer tanto sucesso, mas muitas pessoas a apoiaram e agradeceram pelo conteúdo. Desde então, ela segue com publicações que desmistificam o cotidianowin unique casinoPCDs e que ajudam na inclusão.

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Legenda da foto, Isabella sonhawin unique casinocriar uma lojawin unique casinoprodutos adaptados para pessoas com deficiência

"Tem gente mandando coisas positivas, vivendo coisas boas e eu penso que não vou parar meu trabalho. Recebo muita gente dizendo que mudei a vida delas e que dei esperança. Recebo perguntaswin unique casinomães querendo saber qual órtese [apoio para alinhamentowin unique casinomembro do corpo] eu uso porque o filho delas não conseguem andar", conta.

Um dos quadros que mais fazem sucesso emwin unique casinorede social é o "Bella Descomplica", no qual ela esclarece dúvidas sobre a deficiência. Pautas como namoro com PCDs, filhos com deficiência, lei brasileirawin unique casinoinclusão e outros temas são abordados por ela.

Falta inclusão e visibilidade

Mesmo sendo bem aceita nas redes sociais, a jovem afirma que a realidade fora da internet é outra. Segundo ela, falta que a sociedade reconheça que pessoas com deficiência são capazes.

Uma outra questão apontada pela estudante é a necessidadewin unique casinoque marcas também enxerguem esse público como consumidor.

"Eu precisowin unique casinoum sapato adaptado. Eu consegui um sapato porque eu fui atráswin unique casinouma marca e mandei fazer", diz.

A tecnologia também é um ponto que, ao mesmo tempo que evolui para um determinado público, não progride da mesma maneira para quem tem deficiência.

"Quanto mais a tecnologia avança para vocês, nós somos deixadoswin unique casinolado. O microfone no telefone não entende minha voz, por exemplo", diz.

A mobilidade também é um ponto que ainda precisa ser melhoradowin unique casinomuitas cidades, segundo Isabella.

"Aqui no Riowin unique casinoJaneiro andar nas calçadas é um pouco complicado. Falta acessibilidade", destaca.

Isabella conta que seu maior sonho é criar uma lojawin unique casinoprodutos adaptados.

"Eu pensowin unique casinocriar maquiagens, sapatos e até móveis para nós."

Sofrimento no parto aumenta riscowin unique casinoparalisia cerebral

Algumas intercorrências durante o parto podem fazer com que a ofertawin unique casinooxigênio para o feto — por meio da placenta e da circulação sanguínea — sejam prejudicadas.

A faltawin unique casinooxigenação e irrigaçãowin unique casinosangue para o cérebro leva a hipóxia e isquemia cerebral, respectivamente. As lesões produzirão sequelas neurológicas, como a paralisia cerebral.

E assim como ocorreu com a mãewin unique casinoIsabella, uma das complicações mais comuns e que geram o problema são partos normais ewin unique casinolonga duração. Mas atéwin unique casinocesáreas pode haver danos.

"Tanto partos normais quanto cesarianas que ocorrem tardiamente podem provocar sofrimento fetal. Por exemplo, o bebê pode fazer cocô dentro da barriga da mãe e esse conteúdo, chamadowin unique casinomecônio, vai circular pelo líquido amniótico e assim entrará no pulmão do bebê", explica Márcio Moacyrwin unique casinoVasconcelos, neuropediatra e secretário do Departamento Científicowin unique casinoNeurologia da Sociedade Brasileirawin unique casinoPediatria (SBP).

"Quando o mecônio entrawin unique casinocontato com o pulmão gera uma inflamação, e a consequência é a faltawin unique casinooxigênio no cérebro."

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Legenda da foto, No casowin unique casinoIsabella, a parte cognitiva não foi afetada

"A gestante, durante o parto, pode ter uma pressão muito baixa e uma sériewin unique casinoproblemas variáveis podem causar a faltawin unique casinooxigenação cerebral. O cérebro precisawin unique casinouma circulação efetiva", destaca Carlos Alberto Mattozo, neurocirurgião do Hospital Marcelino Champagnat,win unique casinoCuritiba (PR).

Sequelas da paralisia cerebral

No laudo emitido pelos médicos, Isabella recebeu o diagnósticowin unique casinoparalisia cerebral com hemiplegia dupla, que provoca o comprometimento dos quatro membros. Ela ainda sofre com espasmos.

Uma das consequências principais da condição é o acometimento da parte motora e,win unique casinoalguns casos, da área cognitiva do cérebro.

"Muitos podem ter um grauwin unique casinocognição dentro do normal, mas a função motora é bem afetada. Eles têm dificuldadewin unique casinomovimentar os braços e pernas, mas têm cognitivo bom", diz Mattozo.

A dificuldade nos movimentos vai depender do nívelwin unique casinolesão e também do ladowin unique casinoque o bebê teve a faltawin unique casinooxigenação.

"Se tiver uma lesão numa região do lado direito, pode ter um acometimento do lado esquerdo", diz Ana Paula Peña, neurologista e mestrewin unique casinoGestãowin unique casinoSaúde Coletiva pelo Institutowin unique casinoEnsino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês. Em cada área há regiões correspondentes, o que pode determinar se a lesão será leve ou não.

A especialista destaca ainda que as sequelas podem afetar a visão, fala e provocar deficiência intelectual.

É muito comum que esses pacientes sofram espasticidade, que é a resposta do nosso sistema nervoso a algum tipowin unique casinolesão.

Eles também podem apresentar distonia, que são movimentos involuntários. Essa classewin unique casinodoenças está ligada a distúrbios do movimento, que ocorrem quando a parte mais profunda do cérebro é atingida.

"Se a pessoa perde esse grauwin unique casinocontrole e os núcleos da base ficam forawin unique casinosincronia, eles geram movimentos involuntários", destaca Mattozo.

Em relação à fala, pacientes podem apresentar dificuldade na dicção ou articulaçãowin unique casinopalavras. Isso ocorre porque as regiões frontal e temporal esquerda são afetadas.

Como funciona o tratamento?

Quem sofre com paralisia cerebral precisa ter um acompanhamento multidisciplinar ao longo da vida, com neurologistas, neuropediatra, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

"É uma equipe multidisciplinar para tentar melhorar as habilidades da criança. Por definição, haverá um atraso no desenvolvimento", diz Vasconcelos, da Sociedade Brasileirawin unique casinoPediatria.

Em muitos casos, a espasticidade pode ser resolvida com fisioterapia, já que a prática ajuda para que o corpo não atrofie. Em alguns pacientes, é preciso o auxíliowin unique casinoórtese ou próteses, muletas e cadeirawin unique casinorodas.

"O tratamento é vitalício. No SUS obter a reabilitação prolongada é um desafio. É penoso para os pais", ressalta o neuropediatra.

Para melhorar os espasmos, o paciente pode ainda recorrer a injeçõeswin unique casinobotox, que são aplicadas nas articulações. Há também medicações que ajudam nos sintomas.

Por último,win unique casinocasos mais raros e que não há progresso com outros tratamentos, os médicos podem indicar neurocirurgias.

- Este texto foi publicado emhttp://vesser.net/geral-63198550

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