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Covid: quando chegará nova geraçãoum jogo de azarvacinas que protegem mais contra variantes:um jogo de azar
A principal barreira foi o surgimento rápido e imprevisívelum jogo de azarnovas variantes do Sars-CoV-2, o coronavírus responsável pela pandemia atual — no ano passado, quando os cientistas estavam trabalhando no desenvolvimentoum jogo de azaruma vacina para combater a linhagem alfa e beta, por exemplo, a delta já havia se tornado o problema da vez.
Mas a boa notícia é que as vacinas disponíveis, aplicadasum jogo de azartrês ou quatro doses, a depender da faixa etária e das condiçõesum jogo de azarsaúde, continuam a proteger bem contra as formas mais gravesum jogo de azarcovid, relacionadas à hospitalização, intubação e morte.
A BBC News Brasil conversou com especialistas para entender todos os percalços e quais são as possíveis soluções para aumentar a proteção das pessoas contra a covid-19 daquium jogo de azardiante.
Etapas que não podem ser puladas
Em dezembroum jogo de azar2020, quando as primeiras vacinas estavam prestes a ficar prontas, uma das informações que mais circularam tinha a ver com a eventual facilidadeum jogo de azaratualizar as doses.
"No início, se falava que esse processo seria bem rápido e,um jogo de azarcercaum jogo de azar20 dias, a gente teria novos imunizantes", lembra a médica e epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabinum jogo de azarVacinas, nos Estados Unidos.
"Com o passar do tempo, vimos que não era bem por aí."
O processoum jogo de azarmodificar a formulação não é tão complicado assim. Nas vacinasum jogo de azarmRNA (como asum jogo de azarPfizer e Moderna) e nasum jogo de azarvetor viral (como asum jogo de azarAstraZeneca e Janssen), basta modificar a sequênciaum jogo de azargenes que "ensina" nosso próprio organismo a produzir a espícula (ou proteína S), estrutura que fica na superfície do coronavírus e se encaixa nos receptores das células para dar início à infecção.
Vale lembrar aqui que essa primeira geraçãoum jogo de azarimunizantes foi desenvolvida com base no vírus "original", detectado na cidadeum jogo de azarWuhan, na China, a partir do finalum jogo de azar2019.
A espícula é a parte do vírus que sofreu mais mutações genéticas conforme as novas variantes foram aparecendo.
Esse processo,um jogo de azar"editar" a sequênciaum jogo de azargenes que está na vacina, é realmente simples e pode ser feitoum jogo de azarpoucos dias no laboratório.
Mas é justamente na próxima etapa que aparecem os maiores entraves.
"As vacinas adaptadas precisam passar pelos testes clínicos para ver se elas funcionam, suscitam uma resposta imune e são igualmente seguras", detalha a médica Sue Ann Costa Clemens, diretora do Grupoum jogo de azarVacinas Oxford-Brasil, no Reino Unido.
"Se todos esses resultados forem satisfatórios, entramos na fase regulatória,um jogo de azarque as agências dos países analisam os dados e decidem se as vacinas serão liberadas para uso", complementa a especialista, que também é chefe do Institutoum jogo de azarSaúde Global da Universidadeum jogo de azarSiena, na Itália.
Na melhor das hipóteses, se todo esse processo for feito com agilidade, deve demorar ao menos alguns meses para ser concluído — e isso sem contar o tempo necessário para a produção e a distribuição das milhõesum jogo de azardoses do produto.
A grande questão é que o coronavírus trabalha numa velocidade completamente diferente: desde o aparecimento da variante ômicron no finalum jogo de azar2021, várias sublinhagens ainda mais infecciosas e com capacidadeum jogo de azar"driblar" a resposta imunológica surgiramum jogo de azarpoucos meses.
Só no primeiro semestreum jogo de azar2022, o mundo viu a BA.1 (a primeira versão da ômicron) ser substituída como linhagem dominante pela BA.2 que, mais recentemente, foi superada por BA.4 e BA.5.
Além desse descompasso, as novas versões virais parecem estar ganhando atributos que ampliam a capacidade delasum jogo de azarescapar da resposta imune obtida por meio da vacinação eum jogo de azarquadros anterioresum jogo de azarcovid — o númeroum jogo de azarpessoas que está se reinfectando pela segunda ou pela terceira vez aumenta a cada dia que passa.
Mas o que virá a seguir? Qual será a futura variante ou sublinhagemum jogo de azarpreocupação? Ninguém sabe responder.
Como resolver essa equação?
Temos, portanto, um problemaum jogo de azarcurto eum jogo de azarlongo prazo. Nos próximos meses, as farmacêuticas e as agências regulatórias precisam discutir como acelerar esse processoum jogo de azartestes e aprovação para ampliar a imunidade das pessoas mais suscetíveis aos efeitos da covid-19.
Nessa linha, a Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos Estados Unidos, parece ter dado um primeiro passo.
No finalum jogo de azarjunho, representantes do órgão determinaram que as dosesum jogo de azarreforço que serão usadas no país a partir do outono (que se iniciaum jogo de azarsetembro no Hemisfério Norte) deverão trazer algum tipoum jogo de azarproteção contra as linhagens da ômicron,um jogo de azarpreferência contra a BA.4 e a BA.5.
Antes mesmo do anúncio, algumas farmacêuticas já estavam trabalhando para atualizar seus produtos.
A Moderna, por exemplo, anunciou recentemente que está testando uma vacina capazum jogo de azarproteger contra o coronavírus "original" e também contra a BA.1.
Os últimos resultados divulgados pela empresa, que ainda precisam ser revisados por cientistas independentes, indicam que a nova versão do imunizante aumentaum jogo de azarduas vezes a produçãoum jogo de azaranticorpos neutralizantes contra a BA.1um jogo de azarcomparação com as doses mais antigas.
A Pfizer é outra que também avança numa vacina atualizada contra a BA.1 — e os primeiros dados compartilhados pela companhia também indicam um ganho na resposta imunológica.
Os dois laboratórios também dizem estar trabalhando, ainda num estágio mais inicial,um jogo de azarformulações específicas para ampliar a proteção contra a BA.4 e a BA.5. Nesse caso, os resultados devem demorar um pouco mais para sair.
Por ora, não há qualquer perspectivaum jogo de azarquando essas doses atualizadas devem chegar ao Brasil.
Independentementeum jogo de azarcomo todo esse processo vai se desenrolar nos próximos dois ou três meses, parece ser consenso que é preciso encontrar formasum jogo de azardiminuir a vantagem do vírus nessa corrida,um jogo de azarmodo que as doses que serão utilizadas nas campanhas estejam mais próximas da varianteum jogo de azarcirculação naquele momento.
"O que precisamos para a vacinação contra a covid é algo similar ao que temos contra a gripe,um jogo de azarque as autoridadesum jogo de azarsaúde analisam e determinam as cepas do vírus influenza que provavelmente vão circular com mais intensidade na próxima temporada", propõe Garrett.
"A partir daí, seria possível produzir as vacinas sem que exista aquela necessidadeum jogo de azartestes clínicos mais longos e todo o processoum jogo de azaraprovação regulatória", complementa a médica.
Para que um cenário desses vire realidade, porém, será preciso que a circulação do coronavírus fique mais estável.
"Estamos num cenárioum jogo de azarcompleta imprevisibilidade,um jogo de azarque ainda não conseguimos prever qual variante vai circular nos próximos meses", analisa Kfouri.
Pensar no presenteum jogo de azarolho no futuro
Os especialistas entendem que usar vacinas bivalentes (que protegem contra o vírus "original" e também contra a ômicron, como proposto pelas farmacêuticas) pode até ajudar a resolver o problema no curto prazo, mas o futuro da vacinação passa necessariamente por outras soluções mais abrangentes.
"Devemos mudar o nosso pensamento estratégico. Não adianta apenas ficar adaptando as vacinas às novas linhagens que surgirem", chama a atenção Clemens, que também é consultora sênior da Fundação Bill e Melinda Gates.
"Precisamos desenvolver soluções capazesum jogo de azarnos proteger não apenas do Sars-CoV-2, masum jogo de azartoda a família dos coronavírus, que têm o potencialum jogo de azarcausar outras pandemias no futuro", complementa a pesquisadora.
Esses projetos, que envolvem tecnologias como imunizantesum jogo de azarnanopartículas ou soluções aplicadas pelo nariz, estão numa fase bem inicial, e resultados mais robustos só devem sair daqui um ou dois anos.
Garrett cita a necessidadeum jogo de azaro investimento massivo nessas pesquisas continuar a existir. "Criar vacinas é um negócioum jogo de azaraltíssimo risco. As chancesum jogo de azaruma candidata funcionar bem e ser aprovada éum jogo de azar7%, na média", calcula.
"Como falamosum jogo de azaralgo muito arriscado e caro, os governos precisam fazer um alto investimento junto das companhias farmacêuticas. Porque sem um incentivo, essas empresas sozinhas não vão bancar o risco", conta a médica.
Para ter ideia, o governo dos Estados Unidos investiu US$ 18 bilhões (R$ 98 bilhões) na Operação Warp Speed, que serviuum jogo de azarbase para o desenvolvimentoum jogo de azarvacinas e tratamentos contra a covid-19 — e auxiliou na criação dos imunizantesum jogo de azarJanssen, AstraZeneca e Moderna.
Enquanto essas ideias não viram realidade, é importante seguir a orientação das autoridadesum jogo de azarsaúde e manter a vacinaçãoum jogo de azardia.
Afinal, como mencionado anteriormente, as doses que temos à disposição continuam a proteger bem contra hospitalização, intubação e morte relacionadas à infecção pelo coronavírus.
Por ora, o Ministério da Saúde recomenda a aplicaçãoum jogo de azaruma quarta doseum jogo de azarvacina contra a covidum jogo de azartodo mundo com maisum jogo de azar40 anosum jogo de azaridade eum jogo de azarindivíduos com algum problema imunológico.
Dos 12 aos 39 anos, são preconizadas três doses. Já para criançasum jogo de azar5 a 11 anos, o esquema inicial com duas doses continua a valer.
De acordo com o portal CoronavirusBra1, apenas 51% da população brasileira tomou a terceira dose da vacina, que é considerada fundamental para proteger contra as formas mais gravesum jogo de azarcovid-19.
- Texto originalmente publicadoum jogo de azarhttp://vesser.net/geral-62128029
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