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A fábrica secretaslot paradiseveneno da KGB para 'liquidar' inimigos da URSS:slot paradise
Ela começou como um segredo da Tcheka — a primeira organizaçãoslot paradiseinteligência política e militar da União Soviética — e seu objetivo era "suprimir e liquidar" qualquer ato "contrarrevolucionário" ou oposto à linha política do país.
Assim como ocorreu com os serviços secretos soviéticos, o nome da fábricaslot paradisevenenos também foi mudando com o passar do tempo. Originalmente, ela se chamava Sala Especial, depois Laboratório n° 1, Laboratório X e Laboratório n° 12, até que ficou conhecida simplesmente como Kamera, ou "a Câmara", sob o poderslot paradiseStalin.
Embora ainda paire um arslot paradisemistério sobre a fábrica, alguns detalhes das suas operações secretas foram revelados depois do colapso da União Soviética, confirmando o que dissidentes haviam revelado anteriormente.
Arma discreta e eficaz
O veneno como arma política é uma tradição antiga. Não é à toa que, ao longo da história, servidores foram encarregadosslot paradiseprovar os alimentos dos poderosos antes das refeições.
Naturalmente, os soviéticos não foram os únicos a usar esse artifício e não serão os últimos. Em 1960, a CIA tentou assassinar o líder cubano Fidel Castro com charutos contaminados com toxina botulínica.
Quando o assunto é matar uma pessoa específica, venenos mortais e eficazes podem ser muito discretos.
Um dos objetivos da Kamera era fornecer venenos inodoros, insípidos e que não pudessem ser detectadosslot paradiseautópsias — características demonstradas por algumas das inovações desenvolvidas por aquele laboratório.
Umaslot paradisesuas vítimas foi um emigrante da URSS, o escritor antissoviético Lev Rebet, mortoslot paradise1957. Acreditava-se queslot paradisemorte teria sido causada por um ataque cardíaco, até que o assassino da KGB desertou quatro anos depois e contou que havia lançado uma nuvemslot paradisegás venenososlot paradiseuma ampolaslot paradisecianureto triturado no rostoslot paradiseRebet, ao encontrar com eleslot paradiseuma escadaslot paradiseMunique, na então chamada Alemanha Ocidental.
Houve um outro político que foi assassinado por uma substância esfregada naslot paradiselâmpadaslot paradiseleitura. O calor da lâmpada fez com que ela se dispersasse pelo quarto, sem deixar rastros.
Os agentes da KGB usavam também fluoretoslot paradisesódio, que,slot paradisecertas doses, é letal eslot paradisedifícil identificação como causaslot paradisemorte — o que se deve ao seu uso mais comum, que é prevenir a cárie dental. Muitas pessoas já têm essa substância naslot paradisecorrente sanguínea.
Irradiações do elemento tálio também eram usadas por motivo similar. Os médicos conseguiam reconhecer os sintomas do envenenamento com tálio, que costumava ser usadoslot paradiseveneno para ratos.
Mas eles tratavam dos pacientes sem saber que, na verdade, eles estavam morrendo por exposição à radiação. Quando era realizada a autópsia, o tálio havia se desintegrado, sem deixar provas físicas do envenenamento.
Mas, até quando é detectado, o veneno protege o anonimato do assassino, já que o usoslot paradiseuma arma invisívelslot paradiseum homicídio, observada apenas por toxicólogos, fica sujeito a explicações alternativas.
Enquanto um assassinato a tiros dificilmente pode ser confundido com um suicídio, a intoxicação frequentemente deixa aberta essa e outras possibilidades, que os próprios autores podem explorar a seu favor.
E, se a operação for cuidadosamente planejada e executada por agentes experientes, a culpa não pode ser definidaslot paradiseforma contundente na grande maioria dos casos.
Por outro lado, o veneno pode servir tambémslot paradiselição ou advertência para outras pessoas sobre o que as espera se cruzarem uma determinada linha.
Algumas misturas químicas podem causar a morte rápida e sem suspeitas, enquanto outras podem causar mortes horríveis e agonizantes, atormentando seus entes queridos, que acompanham o horrorslot paradisever as vítimas sucumbiremslot paradiseforma lenta e dolorosa.
Experimentosslot paradiseseres humanos
Uma das primeiras menções da existência do laboratórioslot paradisevenenos chegou ao Ocidenteslot paradiseseis baússlot paradiseanotações feitas secretamente à mão por Vasili Mitrokhin, ao longo dos 30 anosslot paradiseque trabalhou como arquivista da KGB, no serviçoslot paradiseinteligência exterior e na Primeira Direção Geral.
E diversos ex-oficiaisslot paradiseinteligência soviéticos, aposentados e desertores, forneceram mais informações sobre as instalações ultrassecretas ao longo dos anos.
Mas talvez o mais perturbador foi a publicação das memóriasslot paradisePavel Sudoplatov, ex-chefeslot paradiseespionagemslot paradiseStalin, que escreveu sobre o laboratório e seu diretor, o professor Grigory Mairanovsky.
No livro Operações Especiais,slot paradise1994, Sudoplatov revelou que Mairanovsky injetava veneno nas pessoas, simulando verificações médicasslot paradiserotina.
Obedecendo às ordens do general Vasili Blokhin, supervisor do laboratório e principal carrasco do chefe da polícia secretaslot paradiseStalin, Lavrenti Beria, ele também testou os produtos da Kameraslot paradiseprisioneiros dos camposslot paradisetrabalhos forçados do sistema Gulag. Esses produtos incluíam gás mostarda, ricina, digitoxina, curare, cianureto e muitos outros.
As vítimas incluíram Raoul Wallenberg, diplomata sueco que morreu misteriosamente sob custódia soviética, bem como nacionalistas ucranianos e possíveis desertores. O próprio Sudoplatov foi encarregadoslot paradiseencobrir a operação posteriormente.
Da URSS para o mundo
Especialistas indicam que, no apogeu da Guerra Fria, surgiu um padrão claroslot paradiseuso, pelos soviéticos,slot paradiseagentes nervosos e armas químicas contra rivais políticos, dissidentes, desertores, exilados e líderesslot paradisemovimentos separatistas nas repúblicas soviéticas.
Foram "literalmente" incontáveis as quantidadesslot paradisepessoas que tiveram esse destino, segundo Boris Volodarsky, veterano do serviçoslot paradiseinteligência militar russo e autor do livro The KGB's Poison Factory ("A fábricaslot paradiseveneno da KGB",slot paradisetradução livre). Em artigo para o jornal norte-americano The Wall Street Journal, ele perguntou: "Quem pode contar as vítimas do veneno se nenhum veneno é detectado?"
Sabe-se que a KGB seguiu silenciando seus inimigos durante o último período soviético. O general da KGB Oleg Kalugin admitiu que os soviéticos participaram do complô para assassinar o jornalista Georgi Markov, do Serviço Búlgaro da BBC,slot paradise1978.
A Kamera produzia ricinaslot paradisepequenos grânulos, especialmente projetados para serem injetados sem que fossem detectados e sem gerar mais dor que uma picadaslot paradiseinseto, provocando a morte sem deixar rastros. Os búlgaros colocaram o veneno na pontaslot paradiseum guarda-chuva e levaram a cabo a operação.
Mas o que não se sabe com certeza até hoje é se a fábricaslot paradisevenenos da União Soviética realmente foi fechada, ou se ainda existe uma versão desse laboratórioslot paradisealgum lugar da Rússia.
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