Por que mesmo casos levesesporte virtuais betanocovid aumentam o riscoesporte virtuais betanodiabetes:esporte virtuais betano

Mão segura comprimidos, com medidoresporte virtuais betanoglicemia e máscara ao fundo

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Legenda da foto, Quem teve covid apresenta um risco 40% maioresporte virtuais betanoter diabetes, aponta estudo americano

"Não tinha históricoesporte virtuais betanodiabetes da família e não esperava por essa agora", continua.

E olha que a históriaesporte virtuais betanoDonzeli está longeesporte virtuais betanoser uma raridade: pesquisas realizadas nos últimos meses apontam que os médicos endocrinologistas devem acrescentar a covid-19 como um novo fatoresporte virtuais betanorisco para o diabetes.

O último estudo a comprovar uma ligação entre a infecção pelo coronavírus e o desenvolvimento posterior dessa doença, marcada pelo descontrole das taxasesporte virtuais betanoglicose, foi publicado recentemente no periódico especializado The Lancet Diabetes & Endocrinology.

Nele, cientistas do Centroesporte virtuais betanoEpidemiologia Clínica do Sistemaesporte virtuais betanoSaúdeesporte virtuais betanoSt. Louis e da Universidade Washington, nos Estados Unidos, compararam os dadosesporte virtuais betano181 mil indivíduos que tiveram covid entre marçoesporte virtuais betano2020 e setembroesporte virtuais betano2021 com osesporte virtuais betano8 milhõesesporte virtuais betanopessoas que não se infectaram com o coronavírus nesse mesmo período.

O diferencial dessa investigação é que os pesquisadores já tinham compilado as informaçõesesporte virtuais betanosaúdeesporte virtuais betanotodos esses participantes entre 2018 e 2019, antesesporte virtuais betanoa pandemia começar. Na prática, isso permitiu estimar quantos casosesporte virtuais betanodiabetes eram esperados a cada nova temporada — e como a covid-19 influenciou esse cenário.

Em resumo, os resultados mostram um aumentoesporte virtuais betano40% no riscoesporte virtuais betanodiabetes entre aqueles que foram infectados pelo coronavírus. De cada 100 participantes que pegaram covid, dois tiveram a enfermidade endocrinológica logo na sequência.

O médico Ziyad Al-Aly, autor principal da pesquisa, diz que se surpreendeu ao notar que esse risco foi observado mesmo nas pessoas que não tinham outros fatoresesporte virtuais betanorisco para o desenvolvimentoesporte virtuais betanodiabetes, como obesidade, doenças cardiovasculares ou histórico familiar.

"Outra coisa que não esperávamos é que a doença pode aparecer até mesmo nos pacientes com casos assintomáticos ou levesesporte virtuais betanocovid-19", conta à BBC News Brasil.

Vale destacar que, no estudoesporte virtuais betanoquestão, o riscoesporte virtuais betanoter diabetes foi maior nos quadros mais gravesesporte virtuais betanoinfecção, mas essa relação também foi observadaesporte virtuais betanoindivíduos que pegaram o coronavírus e não desenvolveram incômodos tão sérios

Coronavírus

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Legenda da foto, Infecção pelo coronavírus causa uma inflamação que seria gatilho para diabetes, especulam médicos

A médica Hermelinda Pedrosa, ex-presidente do Departamentoesporte virtuais betanoDiabetes da Sociedade Brasileiraesporte virtuais betanoEndocrinologia e Metabologia, que não participou do estudo americano, avalia que os resultados obtidos são mesmo suficientes para encarar a covid-19 como fatoresporte virtuais betanorisco adicional para o diabetes.

"Esses dados vêmesporte virtuais betanoum trabalho muito bem feito, com uma metodologia robusta e uma comparação que levouesporte virtuais betanoconta o histórico pré-pandemia e o diagnósticoesporte virtuais betanocovid", elogia.

"As pessoas que tiveram covid devem ficar atentas e eventualmente até passar por uma avaliação médica, especialmente se já apresentam obesidade, hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares ou tem histórico familiaresporte virtuais betanodiabetes", orienta a endocrinologista, que também coordena um dos polosesporte virtuais betanopesquisa do Hospital Regionalesporte virtuais betanoTaguatinga, no Distrito Federal.

Muitas suspeitas, poucas definições

Antesesporte virtuais betanomais nada, é preciso deixar bem claro que esses estudos que relacionam covid e diabetes são observacionais e não permitem estabelecer uma relaçãoesporte virtuais betanocausa e efeito.

Traduzindo: o que essas pesquisas fazem é conferir o que aconteceu com um determinado grupoesporte virtuais betanopessoas após um evento ou uma intervenção.

No caso específico desta pesquisa americana, o objetivo foi verificar se existia e qual era o riscoesporte virtuais betanodiabetes após a covid.

Mesmo confirmando que há algo que liga os dois fenômenos, esse modelo não é capazesporte virtuais betanoexplicar os mecanismos por trás dessa relação. Portanto, tudo que você vai ler nos próximos parágrafos deve ser encarado com uma possibilidade, que ainda careceesporte virtuais betanomais evidências científicas.

"Existe uma sérieesporte virtuais betanohipóteses para explicar esse maior risco, incluindo a persistência do coronavírus no organismo, que pode provocar uma inflamação crônica por trás da diminuição da sensibilidade à insulina", sugere Al-Aly.

A insulina, citada pelo médico, é o hormônio produzido pelo pâncreas que tem uma função primordial para o funcionamento do nosso corpo: permitir que a glicose (um tipoesporte virtuais betanoaçúcar, obtido através da alimentação) entreesporte virtuais betanocada célula do organismo, onde ela será utilizada como fonteesporte virtuais betanoenergia.

Se há algum problema no funcionamento do pâncreas, ou se a insulina deixaesporte virtuais betanofuncionar como o esperado, a tal da glicose fica "encalhada" no sangue. Esse desequilíbrio nas quantidadesesporte virtuais betanoaçúcar na circulação sanguínea causa uma sérieesporte virtuais betanoproblemasesporte virtuais betanosaúde. Falamos aquiesporte virtuais betanoum quadro clássicoesporte virtuais betanodiabetes.

O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidadeesporte virtuais betanoSão Pauloesporte virtuais betanoRibeirão Preto, chama a atenção para outras possíveis explicações do provável vínculo entre covid e diabetes.

"Além da própria inflamação da covid levar a um aumento da resistência à insulina, o tratamento dos casos graves da infecção envolve o usoesporte virtuais betanocorticoides, medicamentos anti-inflamatórios que aumentam o riscoesporte virtuais betanodiabetes", lembra.

"Existe também uma possibilidadeesporte virtuais betanoo coronavírus agredir diretamente o pâncreas, mas isso ainda não passaesporte virtuais betanouma especulação."

"Por mais que o mecanismo exato ainda não seja conhecido, sabemos muito bem que o Sars-CoV-2, o causador da covid, está longeesporte virtuais betanoser um vírus que afeta apenas o sistema respiratório", completa o especialista.

Pâncreas

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Legenda da foto, O pâncreas (destacadoesporte virtuais betanolaranja) é uma glândula responsável pela fabricação do hormônio insulina

A endocrinologista Denise Franco, que integra a diretoria da Sociedade Brasileiraesporte virtuais betanoDiabetes, avalia que a infecção pelo coronavírus funcionaria como uma espécieesporte virtuais betano"gota d'água", o último elemento que faltava para a resistência à insulina dar as caras.

"É como se o paciente já reunisse uma sérieesporte virtuais betanofatoresesporte virtuais betanorisco para diabetes, como sobrepeso, obesidade e sedentarismo, entre outros, e o quadro inflamatório da covid funcionasse como gatilho final para o desenvolvimento da doença", interpreta.

Então, o que fazer?

Enquanto a ciência avança e tenta compreender os detalhes dessa relação inusitada, os médicos já possuem algumas recomendações para aquelas pessoas que tiveram covid e estão preocupadas com o balanço da glicose.

O primeiro, claro, é buscar uma avaliação médica e conferir se há necessidadeesporte virtuais betanorealizar exames para diagnosticar (ou descartar) o diabetes.

"Em suma, é possível medir a glicemiaesporte virtuais betanojejum, a hemoglobina glicada ou fazer o teste oralesporte virtuais betanotolerância à glicose", lista Couri.

"Falamosesporte virtuais betanoexames simples eesporte virtuais betanofácil acesso", complementa o médico.

Ainda não existe uma orientação clara se todo mundo que teve covid precisa realmente passar por um check up do tipo, mas os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil opinam que ao menos quem já apresenta outros fatoresesporte virtuais betanorisco deveriam fazer esses testes. Isso inclui pacientes com históricoesporte virtuais betanodiabetes na família, idosos, indivíduos obesos ou com sobrepeso, hipertensos e portadoresesporte virtuais betanooutras doenças cardiovasculares.

"Pessoas com pré-diabetes, quando a glicemia fica entre 100 e 125 mg/dl, também devem ficar atentas", acrescenta Pedrosa.

Vale lembrar aqui que o diabetes é uma doença silenciosa,esporte virtuais betanoque os sintomas típicos (sede excessiva, muita vontadeesporte virtuais betanofazer xixi, perdaesporte virtuais betanopeso…) são muito sutis ou só dão as caras numa fase mais avançada.

Se o diagnóstico for confirmado, o tratamento do diabetes segue o que os endocrinologistas costumam prescrever para os casosesporte virtuais betanoque não há relação com covid.

"Cabe a cada profissional identificar se é diabetes do tipo 1 ou 2 e indicar as terapias para controlar o quadro", informa Couri.

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune,esporte virtuais betanoque células do próprio corpo atacam o pâncreas, que sofre para fabricar a insulina.

Já o tipo 2 começa com a resistência à insulina: o hormônio está lá, mas não consegue mais botar a glicose para dentro das células. Conforme o quadro progride, pode haver também uma exaustão do próprio pâncreas.

Mulher é atendida por profissional da saúde

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Legenda da foto, O monitoramento e o tratamento do diabetes pós-covid segue o mesmoesporte virtuais betanoquem tem a doença, mas não foi infectado pelo coronavírus

Para fechar, há um último mistério que ronda a relação entre covid e diabetes. Será que, nesses casos mais recentes, o descontrole das taxasesporte virtuais betanoglicemia é transitório e se resolverá naturalmente passado algum tempo? Ou os pacientes conviverão com esse problema pelo resto da vida?

"A resposta mais honesta que podemos dar agora é que simplesmente não sabemos", responde Couri.

"Prefiro aguardar os estudosesporte virtuais betanolongo prazo para entender se esse quadroesporte virtuais betanodiabetes é uma sequela transitória ou se foi antecipada pela covid e veio para ficar", completa.

Al-Aly destaca que a pesquisa dele apresenta algumas limitações, como o fatoesporte virtuais betanoincluir apenas veteranosesporte virtuais betanoguerra dos EUA e fazer um acompanhamento limitadoesporte virtuais betanodoze meses. "Ainda não temos uma compreensão completa do que pode acontecer passado um ano [após a recuperação da covid]", pondera.

"Também precisamos entender qual o efeito que a vacinação contra a covid pode ter nessas manifestaçõesesporte virtuais betanolongo prazo do pós-covid", diz.

"É justamente isso que estamos fazendo agora: conferir o impacto dos imunizantes nesse cenário, acompanhar os pacientes por dois anos ou mais e entender o tipoesporte virtuais betanodiabetes que está acometendo esses indivíduos e as melhores maneirasesporte virtuais betanotratá-los", conclui o médico.

De acordo com a Federação Internacionalesporte virtuais betanoDiabetes, aproximadamente 537 milhõesesporte virtuais betanoadultos têm a doença no mundo, número que deve aumentar para 643 milhõesesporte virtuais betano2030 e saltar para 783 milhõesesporte virtuais betano2045.

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