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Por que preço globalalimentos hoje é um dos mais altos da História moderna:
Embora os preços nominais nos digam o custo monetário da compraalimentos no mercado, os preços ajustados pela inflação(o que os economistas chamampreços "reais") são muito mais relevantes para a segurança alimentar: demonstram a facilidade com que as pessoas podem ter acesso àprópria nutrição.
Os preçostodos os produtos e serviços tendem a aumentar mais rapidamente do que a renda média (embora nem sempre). A inflação significa que os consumidores não só têm que pagar mais por unidadealimento (devido ao aumento do preço nominal), mas também têm proporcionalmente menos dinheiro para gastar com isso, devido ao aumento paralelo dos preçostudo o mais, excetoseus salários e outros proventos. .
Em agosto passado, analisei o ÍndicePreçosAlimentos da FAO ajustado pela inflação e descobri que os preços globais reais dos alimentos estavam mais altos do que2011, quando os distúrbios alimentares contribuíram para a derrubadagovernos na Líbia e no Egito.
Com base nos preços reais, atualmente é mais difícil comprar alimentos no mercado internacional do quequase qualquer outro ano desde que a ONU começou a registrar esses dados,1961. As únicas exceções são 1974 e 1975- aumentos que ocorreram após um pico no preço do petróleo1973, que gerou inflação aceleradavários setores da economia global, incluindo produção e distribuiçãoalimentos.
Então, o que está levando os preços dos alimentos a altas recordes agora?
Preço dos combustíveis, clima e covid-19
Os impulsionadores dos preços médios internacionais dos alimentos são sempre complicados. Os preços dos diferentes produtos sobem e descem com basefatores universais, bem como com basefatores que são específicoscada produto e região.
Por exemplo, a alta do preço do petróleo iniciada2020 afetou os preçostodos os produtos alimentícios do índice da FAO, ao elevar os custosprodução e transportealimentos.
A escassezmão-de-obra como resultado da pandemiacovid-19 reduziu a disponibilidadetrabalhadores para cultivar, colher, processar e distribuir alimentos- outra razão universal para o aumento dos preços das commodities.
Mas o preço médio real dos alimentos vem subindo desde 2000, revertendo a tendênciaqueda anterior, iniciada na década1960.
Apesar dos esforços globais - que,parte, responderam às metas estabelecidas pelos ObjetivosDesenvolvimento do Milênio e subsequentes ObjetivosDesenvolvimento Sustentável da ONU para reduzir a fome - os preços têm consistentemente tornado os alimentos menos acessíveis.
Cultivos cruciais
Nenhum produto tem sido consistentemente responsável pelo aumento do preço real médio desde 2000. Mas o índicepreços dos óleos comestíveis aumentou significativamente desde março2020, impulsionado principalmente pelos preços dos óleos vegetais, que dispararam 16,9% entre 2019 e 2020. De acordo com os relatórios da FAO, isso foi devido ao aumento da demanda por biodiesel e padrões climáticos que não contribuíram para a produção rural.
A outra categoriaalimentos com maior efeito no aumento dos preços é o açúcar. Aqui, novamente, o clima desfavorável, incluindo danos causados pela geada no Brasil, reduziu a oferta e inflou os preços.
Os grãos contribuíram menos para o aumento geral dos preços, masdisponibilidadetodo o mundo é particularmente importante para a segurança alimentar. Trigo, cevada, milho, sorgo e arroz são responsáveis por pelo menos 50% da nutrição global e até 80% nos países mais pobres.
O estoque global armazenado dessas safras tem diminuído desde 2017, já que a demanda superou a oferta. A queda nos estoques ajudou a estabilizar os mercados globais, mas os preços subiram acentuadamente desde 2019.
Novamente, as razões por trás das flutuaçõescada alimento são complicadas. Mas uma coisa que merece atenção é o númerovezes, desde 2000, que clima "imprevisível" e "desfavorável" tem sido relatado pela FAO como causa"expectativassafra reduzidas", "safras afetadas pelo clima" e "declínio da produção".
Medidas urgentes
Os europeus podem só se preocupar com o preço do macarrão quando as secas no Canadá reduzirem a safratrigo. Mas, à medida que o índicepreço real dos grãos se aproxima dos níveis que transformaram protestos pelo preço do pãograndes revoltas2011, há uma necessidade urgenteconsiderar como as comunidadesregiões menos ricas podem lidar com essas tensões e evitar distúrbios.
Nossa capacidade tecnológica e organização socioeconômica não conseguem lidar com condições climáticas imprevisíveis e desfavoráveis. Este seria um bom momento para imaginar o abastecimentoalimentosum mundo mais quentemais2° C, um resultado que hoje é considerado cada vez mais provávelacordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
Sem mudanças radicais, a deterioração do clima continuará a reduzir o acesso internacional aos alimentos importados, muito alémqualquer precedente histórico.
Preços mais altos reduzirão a segurança alimentar e, se há alguma certeza sólida nas ciências sociais, é que pessoas que passam fome são capazesadotar medidas radicais para garantir seu sustento.
* Alastair Smith é professorDesenvolvimento Global Sustentável na University of Warwick, Reino Unido. Seu artigo original foi publicado na The Conversation, cuja versãoinglês você pode ler aqui.
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