Máscaras: as liçõespokeritestudo da USP sobre as que mais protegem da covid-19:pokerit

"Queremos deixar muito claro que, embora algumas máscaras sejam mais eficientes do que outras, o usopokeritmáscaras é essencial, qualquer que seja", diz o físico Fernando Morais, principal autor do estudo, à BBC News Brasil.

Dito isso, esse e outros estudos trazem lições importantes sobre como cada umpokeritnós pode melhorar a proteção individual, essencial num momentopokeritredução no isolamento social epokeritcirculaçãopokeritnovas variantes mais contagiosas (e potencialmente mais graves) do coronavírus.

Veja a seguir quais são elas e quais foram as principais constatações do estudo da USP:

A proteção das principais máscaras

Não é surpresa que a maior proteção venha da máscara PFF2 (equivalente à N95), modelo profissional que já está se tornando mais popular no país e retémpokerittornopokerit98%pokeritpartículas que caem sobre ela, segundo a medição do InstitutopokeritFísica da USP.

Por isso, crescem os esforços para popularizar o uso dessa máscara e para ensinar o público a reutiliza-la com segurança, sem a necessidadepokeritdescarte imediato (leia mais ao fim da reportagem).

Em segundo lugar, diz o estudo, ficaram as máscaras cirúrgicas, que filtraram 89% das partículas. Alémpokeritter boa filtragem, a máscara cirúrgica é elogiada por Fernando Morais por não dificultar a respiração e por ter aquele aramepokeritcima do nariz - o clipe nasal - que permite um ajuste melhor ao rosto.

Isso nos leva a um fator crucial para essa ou qualquer outra máscara: ela precisapokeritfato estar bem ajustada ao rosto, tanto na área do nariz quanto nas laterais, ou não vai ser capazpokeritimpedir a entrada do ar não filtrado.

"O grande problema das máscaras cirúrgicas é o ajuste no rosto, que deixa algumas brechas", disse à BBC News Brasil, no início do mês, o físico Vitor Mori, pesquisador da UniversidadepokeritVermont, nos Estados Unidos, e integrante do Observatório Covid-19 BR.

Por isso, disse Mori, máscaras cirúrgicas são mais indicadas para ambientes abertos e bem arejados - e, é bom lembrar, precisam ser trocadas a cada quatro horas.

MáscaraspokeritTNT (feitaspokeritpolipropileno, um tipopokeritplástico) também oferecem, segundo o estudo da USP, uma boa proteção geral (entre 78% e 87%), mas é preciso tomar cuidado com "pegadinhas", alerta Morais.

"Fica o alertapokeritque alguns tecidospokeritTNT não são muito uniformes: têm partes mais escuras e mais clarinhas, o que significa que há menos material ali (e pode haver brechas para partículaspokeritvírus passarem). Você pode observar isso se olhar as máscaras contra a luz", explica o físico.

"Essas (mais irregulares) não são tão indicadas. O melhor é um TNT mais uniforme, como opokerittrês camadas chamado SMS."

Por fim temos as máscaraspokerittecido, as mais comuns e mais facilmente fabricadas. Se essa alta disponibilidade é uma vantagem, o ponto fraco principal é que muitas delas são bem pouco eficientespokeritreter o vírus.

No experimento, a filtragem média das máscaraspokeritalgodão foipokerit40%, o que significa que elas deixaram passar,pokeritmédia, 60% das partículas que caíram sobre elas.

E essa média esconde uma grande disparidade: algumas chegaram a filtrar 70% e outras, apenas 15%.

Máscaraspokerittecido: o que evitar

Dois fatores-chave que aumentam ou diminuem a capacidadepokeritproteção das máscaraspokeritpano são as camadas e o tipopokeritcostura:

- Máscaras com duas ou três camadaspokeritalgodão protegem bem mais do que máscaraspokeritcamada única;

- Máscaras com costura no meio são menos eficientes, uma vez que a máquinapokeritcostura faz furos no tecido que permitem a passagempokeritpartículas minúsculaspokeritvírus.

Na prática, explica Morais, "é uma máscara furada". "Máscaras que tenham costuras industriais feitas com soldagem são OK. Mas a máscara caseirapokeritcostura central não é recomendada."

Também com as máscaraspokeritpano é preciso prestar atenção ao ajuste à face: quanto mais vedado o rosto ficar, mais a máscara vai proteger. Por isso, se ela tiver um clipe nasal, ponto positivo para ela.

A grosso modo, diz Morais, é bom olhar as máscaras contra a luz e ver o quão homogêneas elas são e se elas deixam passar muita claridade. "E não ache que o tecido mais grosso é o melhor, porque as linhas que fazem o tecido são mais grossas, e os buracos (minúsculos entre as tramas) serão maiores".

Preste atenção também a tecidos que se vendem como ultraprotetores ou antivirais.

"Máscaraspokeritneoprene, por exemplo,pokeritfato têm uma eficiênciapokeritfiltragem boa. Mas é o tecido que surfistas usam para não se molhar. Então você dificilmente vai conseguir respirar bem e usar uma máscara dessas por maispokerit15 minutos. Vai esquentar demais o rosto e vai ser muito difícil fazer o ar passar pela máscara", aponta Morais.

Ou seja: ou você vai acabar tirando a máscara para conseguir respirar e falar, ou vai acabar respirando apenas o ar não filtrado que entrar pelos vãos da máscara.

Existem também as máscaras com propriedades antivirais, capazespokeritinativar o vírus. Mas não confunda isso com a capacidadepokeritfiltragem, quepokeritfato é o mais importantepokerituma máscara.

"Muita gente acaba comprando máscara antiviral para se proteger melhor, mas algumas sãopokerittecido elástico, (pela qual) é mais fácil passar o ar com vírus", diz à BBC News Brasil Ralph Holzmann, do projeto Quero Máscara, que tem pleiteado o uso difundidopokeritmáscaras melhores contra o coronavírus.

Máscarapokerittecido sobre a cirúrgica aumenta a proteção, diz estudo americano

Se você quer aumentar a eficiência dapokeritmáscarapokerittecido, vale terpokeritmente um estudo apresentadopokeritfevereiro pelos CentrospokeritControlepokeritDoenças dos Estados Unidos (CDCs), apontando que o usopokerituma máscarapokerittecido por cimapokerituma cirúrgica conseguiu bloquear maispokerit90% das partículas emitidaspokerituma tosse simulada.

Embora os pesquisadores não possam garantir esse percentualpokeritproteçãopokeritqualquer situação, essa duplapokeritmáscaras se complementa entre si: enquanto a cirúrgica é melhor na filtragempokeritmicropartículas, apokeritpano veda melhor o rosto e consegue fechar algumas das brechas eventualmente deixadas pela cirúrgica, por onde passaria ar não filtrado.

Alémpokeritfiltrar, a máscara precisa te deixar respirar

De volta ao estudo da USP, os pesquisadores observaram também a importância da respirabilidadepokeritmáscaras, ou seja, o quanto elas permitem o conforto respiratório do usuário. O risco é que máscaras, mesmo as boas, acabem indo parar no queixo, por serem excessivamente incômodas.

Por isso, máscaraspokeritquatro ou cinco camadas, por exemplo, ou aspokeritneoprene, citadas acima, não são as mais recomendadas, apesar da capacidadepokeritfiltragem.

"Se você tem uma máscara muito eficiente, mas ela é irrespirável, você vai usar ela por 30 minutos no máximo. Logo vai colocar a mão no rosto, o que pode trazer o vírus mais próximopokeritvocê, por causa do desconforto", explica Morais.

Para ele, "a máscara ideal é aquela que você vê inflando e desinflando, o que significa que o arpokeritfato está passando pelo tecido. Se a máscara não tá fazendo isso, significa que o ar está vazando por cima, por baixo ou pelas laterais. E daí é quase a mesma coisa que não estar usando uma máscara", uma vez que você vai acabar inalando ar não filtrado.

Quanto maior a exposição ao vírus, melhor tem que ser a máscara

À esta altura da pandemia, já se sabe que as chancespokeritcontágio do coronavírus são muito maiorespokeritambientes internos e fechados, pouco ventilados, onde aerossóis potencialmente contaminados ficam mais tempo no ar. Então é nesses ambientespokeritmaior exposição à covid-19 que mais precisamospokeritmáscaras melhores.

Isso pode nos ajudar a elaborar estratégias individuais mais eficientespokeritusopokeritmáscara. "No dia que você tem que ir ao médico, lugar altamente exposto, você usapokeritmelhor máscara",pokeritpreferência uma PFF2, explica Morais. No diapokeritque você vai só fazer uma caminhada na rua, ao ar livre,pokerittese pode se proteger com uma cirúrgica ou uma boa máscarapokeritpano.

Ao mesmo tempo, muitos países europeus têm aumentado as restrições contra máscaraspokeritpano, justamente por não confiarem empokeritcapacidadepokeritproteção.

Países como Áustria e Alemanha, por exemplo, desde o começo do ano passaram a exigir o usopokeritmáscaras cirúrgicas ou PFF2pokeritestabelecimentos comerciais e transporte público, proibindo as máscaras caseiras nesses ambientes.

No Brasil, a Agência NacionalpokeritVigilância Sanitária (Anvisa) mantém a indicaçãopokeritmáscaraspokerittecido para a populaçãopokeritgeral epokeritmáscaras cirúrgicas ou PFF2 para profissionaispokeritsaúde.

PFF2 para todos

Mas, diantepokeritníveis tão diferentespokeriteficiência das máscaraspokeritpano, muitos especialistas têm argumentado que, neste momentopokeritreabertura da sociedadepokeritmeio a uma circulação ainda alta do vírus, precisamos pensarpokeritformas coletivaspokeritampliar o usopokeritboas máscaras por toda a população.

"Vimos que existem alguns grupos vulneráveis que estão muito desamparados - por exemplo funcionários da educação que voltaram (às escolas) sem terem máscaras melhores, e também (profissionais) da saúde e segurança pública. Se vamos manter as pessoaspokeritônibus lotados, o mínimo que temospokeritfazer é entregar uma máscara (de alta proteção) para elas na entrada", diz Beatriz Klimeck, doutorandapokeritsaúde pública e integrante, com Ralph Holzmann, da iniciativa Qual Máscara.

O projeto começou com um abaixo-assinadopokeritfavor da distribuiçãopokeritPPF2 a todos os servidores do RiopokeritJaneiro e com postagens online a respeito do uso eficientepokeritmáscaras. Hoje, a dupla está envolvida também no monitoramento e na elaboraçãopokeritprojetospokeritlei nacionais para difundir e distribuir o uso dessas máscaras.

"A PFF2 não é necessariamente inacessível financeiramente, no sentidopokeritser cara. O que não ficou acessível foi a informação sobre a importância dela", argumenta Holzmann.

"Precisaria haver uma recomendação clarapokeritusopokeritmáscaras melhores. A campanha do último ano foi 'use máscara'. As pessoas passaram a achar que qualquer máscara serviria,pokeritque qualquer pedaçopokeritpano no rosto é suficiente", agrega Klimeck.

"Sugerimos mudar o focopokeritgeral, dizendo que tem que ser um tipopokeritmáscara específico, tem que cobrir nariz e boca, que há tecidos melhores e piores."

Além disso, dizem eles, a máscara não pode ser reutilizada dia após dia, infinitamente. Idealmente precisa ser distribuídapokeritkits e redistribuída para o mesmo público cercapokerittrês meses depois, para substituir as máscaras velhas.

Como usar e reusar máscaras PFF2

Itens raros até pouco tempo atrás, máscaras do tipo PFF2 já estão mais facilmente disponíveispokeritlojas e farmácias, mas é bom prestar a atençãopokeritalguns pontos para não comprar produtos ineficazes que se passam por máscaras boas.

As PFF2 têm empokeritembalagem um número chamado CA (certificadopokeritaprovação), explica a equipe do Qual Máscara. Sua embalagem sempre dirá que se tratapokerituma máscara descartável destinada à proteção contra poeira, névoas e fungos.

E sempre será soldada - se houver costura à linha, por exemplo, não é uma PFF2 epokeritcapacidadepokeritproteção certamente será inferior, uma vez que micropartículas podem passar pela costura central.

O ideal é ter uma PFF2 para cada dia da semana, dizem Klimeck e Holzmann. Depoispokeritusa-la, é importante não mexer na parte frontal da máscara (que pode estar contaminada) e manuseá-la apenas pelos elásticos. E nunca se deve passar álcool ou sabão na PFF2.

Você pode pendura-lapokeritum ganchopokerituma área ventilada da casa e deixa-la repousar. Mais ou menos uma semana depois, ela poderá ser reutilizada com segurança.

Para Beatriz Klimeck, o usopokeritboas máscaras pode ter uma capacidade maior até do que a vacinapokeritprevenir mortes no curto prazo, uma vez que o imunizante está disponível para uma parcela pequena da população brasileira.

Para Fernando Morais, da USP, vale sempre lembrar que devemos usar a máscara "não porque é obrigatório, mas porque queremos vencer a pandemia" e proteger uns aos outros.

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