Enviadoca independiente palpiteBiden, Kerry diz que 'Amazônia vai desaparecer' se EUA não negociarem com o Brasil:ca independiente palpite

John Kerry

Crédito, EPA

Legenda da foto, John Kerry criticou a atuação do Brasil no combate ao desmatamento

"Um dia depoisca independiente palpitefazer essa promessa, Bolsonaro aprovou um corteca independiente palpite24% no orçamento ambientalca independiente palpite2021", afirmou Sires, comparando o atual orçamento do Meio Ambiente com os valores destinados à pastaca independiente palpite2020. Na sequência, a deputada democrata Susan Wild, da Pensilvânia, voltou a cobrar que Kerry explicasse como os EUA pretendem medir os avanços das políticas do Brasilca independiente palpiterelação à Amazônia.

O enviado especial Kerry tem sofrido fortes pressões nas últimas semanasca independiente palpiteparte da base democrata eca independiente palpiterepresentantes da sociedade civil pela faltaca independiente palpitetransparência nas negociações com o governo Bolsonaro. O ex-senador democrata é responsável por obter resultadosca independiente palpiteuma das áreas mais prioritárias da gestão Biden, o aquecimento global, e precisa provar que os EUA têm condiçãoca independiente palpiteliderar esse debate, após o ex-presidente Donald Trump ter retirado o país do Acordo Climáticoca independiente palpiteParis.

Bolsonaro

Crédito, REUTERS/Ueslei Marcelino

Legenda da foto, Desmatamento da Amazônia cresceu durante governo Bolsonaro

Kerry teve reuniões recentes tanto com o ministro do meio ambiente Ricardo Salles, quanto com o então chanceler brasileiro Ernesto Araújo. Aos deputados, ele classificou os diálogos como "conversas positivas" mas ainda iniciais.

"Estamos no meio dessa negociação. Na verdade, começamos a fazê-la apenas há algumas semanas. Tivemos algumas conversas positivas e esperamos poder traduzir a intençãoca independiente palpiteação eficaz e verificável", disse Kerry.

O governo brasileiro queria que os americanos se comprometessem a destinar US$ 1 bilhão por ano à Amazônia brasileiraca independiente palpitesaída, sem que o Brasil apresentasse metasca independiente palpiteredução do desmatamento para 2021 e 2022, nem resultadosca independiente palpitepolíticas ambientais.

A possibilidade causou tensão entre outros atores envolvidos no assunto. Conforme a BBC News Brasil revelou, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) chegou a enviar uma carta a Kerry e à Casa Branca na qual pediam uma "linha direta"ca independiente palpitenegociação com o governo americanoca independiente palpitetemas sobre a Amazônia e diziam não se sentir representados pelo governo Bolsonaro. Segundo os indígenas, o atual governo promove um "desmonte das políticasca independiente palpiteproteção dos indígenas e do meio ambiente" do país.

Dias antes da cúpula, a APIB também lançou uma campanha, viralizada por estrelasca independiente palpiteHollywood como o ator Mark Ruffalo, intitulada "Não confieca independiente palpiteBolsonaro". Diante da movimentação, lideranças da APIB chegaram a se reunir tanto com o embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, quanto com um dos auxiliaresca independiente palpiteKerry, Jonathan Pershing.

O encontro, no entanto, contou com a presençaca independiente palpiteintegrantes da Funai, que segundo relatosca independiente palpitepresentes, tentaram deslegitimar os argumentos da APIB. Mas, durante a sessão no Congresso nessa quarta,ca independiente palpiteresposta a Wild, Kerry disse que os grupos indígenas serão consultados.

"Suas preocupações são primordiais e, eles têm uma grande voz nisso e precisam ser ouvidos", assegurou o integrante do gabineteca independiente palpiteBiden.

Até agora, a liberação dos recursos americanos para a Amazônia segue sendo apenas uma possibilidade. Os americanos atrelam o pagamento a apresentaçãoca independiente palpitemetas e resultados da gestão Bolsonaro para a preservação do bioma, o que não foi apresentado durante a Cúpulaca independiente palpiteLíderesca independiente palpiteabril.

Os últimos dois anos registraram altas históricas do desmatamento na Amazônia. E 2021 segue na mesma tendência. Dados do Institutoca independiente palpitePesquisas Espaciais (Inpe) divulgadosca independiente palpite7/5, apontam queca independiente palpiteabrilca independiente palpite2021 a região registrou o maior índiceca independiente palpitealertasca independiente palpitedestruição para o mêsca independiente palpitetoda a série histórica, que começouca independiente palpite2015.

Diante dos deputados americanos, Kerry afirmou que o Brasil apresentou resultados relevantesca independiente palpitereduçãoca independiente palpitedesmatamento no começo do século, tendência revertida mais tarde.

"O Brasil na verdade se saiu muito bem, entre 2004 e 2012. Eles estavam fazendo progressos para conter o desmatamento, mas entre 2012 e 2020 a Amazônia atingiu uma altaca independiente palpite12 anos no nívelca independiente palpitedesmatamento. E, infelizmente, o regimeca independiente palpiteBolsonaro reverteu parte da fiscalização ambiental. Nós tivemos essa conversa. Eles dizem agora que estão comprometidos a aumentar o orçamento e vão montar uma nova estrutura (de fiscalização)", afirmou Kerry.

Lote desmatado na Amazônia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Desmatamento na Amazônia atingiuca independiente palpite2020 o maior índice dos últimos 12 anos

Kerry repetiu maisca independiente palpiteuma vez que a perda florestal acontece há dez anos, e não se restringiria, portanto, apenas aos anosca independiente palpiteBolsonaro no poder. Na verdade, embora o anoca independiente palpite2012 marque uma reversão na tendênciaca independiente palpitequeda contínua no desmatamento, os anos subsequentes foramca independiente palpiteavanços e retrocessos e apenasca independiente palpite2019 a devastação ultrapassou o patamarca independiente palpite10 mil quilômetros quadrados anuais,ca independiente palpiteacordo com os dados do Inpe.

Na interação com os deputados Sires e Wild, Kerry deixou claro que os EUA ainda estudam o comportamento do Brasil no assunto e uma métrica confiável para avaliar o desempenho do país e que o Congresso americano será avisadoca independiente palpitecada passo do Executivo, o que incluiria a liberaçãoca independiente palpiteverbas para o Brasil.

As negociações devem avançar nos próximos meses, antes da Conferência do Clima marcada para novembroca independiente palpiteGlasgow, na Escócia.

"O resultado é que vamos nos engajar (na conversa com o Brasil) para tentar descobrir o que é possível fazer. E nós retornaremos com as conclusões para vocês. Garanto que, antesca independiente palpiteirmos para Glasgow, teremos uma noção melhorca independiente palpiteonde estamos nos próximos meses", afirmou Kerry.

A base democrata no Congresso americano já fez uma sérieca independiente palpitemanifestações contrárias a Bolsonaro desde que ele assumiu a presidência. Em dezembroca independiente palpite2020, a então parlamentar democrata Deb Haaland, empossada mais tarde como Secretáriaca independiente palpiteInteriorca independiente palpiteBiden, afirmou à BBC News Brasil que "continuaremos colocando Bolsonaro na fogueira enquanto ele cometer violações dos direitos humanos, seguir no esforço para destruir a Floresta Amazônica e colocar nosso planetaca independiente palpiteriscoca independiente palpiteum desastre climático ainda maior".

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