'Saudade atésite de apostas que da bonusEvidências', diz donasite de apostas que da bonuskaraokê após um anosite de apostas que da bonuspandemia:site de apostas que da bonus

Outros estabelecimentos não tiveram a mesma resiliência e fecharam as portas permanentemente, caso da Chopperia Liberdade, outra casasite de apostas que da bonuskaraokê tradicionalíssimasite de apostas que da bonusSão Paulo, que demitiu todos os funcionários e devolveu o imóvel alugado, também na Liberdade.

"A última vez que cantei foi na primeira semanasite de apostas que da bonusmarço do ano passado. Então, já faz maissite de apostas que da bonusum ano", lembra Paulo Mamoru Omine,site de apostas que da bonus68 anos e frequentador assíduo da Chopperia Liberdade, onde era conhecido como "Roberto Carlos japonês", devido às suas performancessite de apostas que da bonushits do rei e à semelhança física com o autorsite de apostas que da bonusO Calhambeque e Jesus Cristo.

"A Chopperia, já no início da pandemia, eles entregaram a chave, porque não tinha como sustentar. O quadrosite de apostas que da bonusfuncionários era muito grande lá, não tinha como manter a casa fechada com as despesas que tem", conta Omine.

"A gente fica triste, porque era uma das casas mais alegres e amplas, cabia bastante gente. Ali, se encontravam pessoassite de apostas que da bonusvárias faixas etárias e vários gostos musicais também. Então, tinha assunto para a noite inteira."

A história do karaokê

O karaokê surgiu no Japão no início da décadasite de apostas que da bonus1970, quando o músico Daisuke Inoue criou uma espéciesite de apostas que da bonusjukebox com microfone, que era alugada para alguns bares da cidadesite de apostas que da bonusKobe.

"Um dia, o presidentesite de apostas que da bonusuma pequena empresa veio ao clube onde eu estava tocando para pedir um favor", contou Inouesite de apostas que da bonus2005 à revista Topic Magazine. O relatosite de apostas que da bonusprimeira pessoa foi reproduzidosite de apostas que da bonus2013 pelo site The Appendix.

"Ele ia encontrar clientessite de apostas que da bonusoutra cidade e sabia que o encontro iria terminar num bar e que ele seria chamado para cantar. 'Daisuke, eu só consigo cantar com seu teclado ao fundo! Você conhece a minha voz e sabe o que é necessário para fazê-la soar bem.'"

"Então, a pedido dele, gravei algumasite de apostas que da bonussuas músicas preferidas num gravadorsite de apostas que da bonusrolo, no tom mais adequado parasite de apostas que da bonusvoz. Dias depois, ele voltou todo sorridente e perguntou se eu poderia gravar mais algumas canções."

"Naquele momento, veio a mim a ideia da Juke 8: você colocaria dinheiro numa máquina com microfone, caixasite de apostas que da bonussom e amplificador, e ela tocaria a música que as pessoas quisessem cantar", relatou Inoue, sobre a origemsite de apostas que da bonussua invenção.

O karaokê no Brasil

Pedro Mizutani, presidente da UPK (União Paulistasite de apostas que da bonusKaraokê), conta que a cultura foi trazida ao Brasil pelos nikkeis, como são chamados os japoneses que vivem no exterior e seus descendentes nascidos fora do Japão.

"Karaokê quer dizer 'orquestra vazia'", explica Mizutani. "Antes, as pessoas cantavam com orquestras mesmo, com bandas. Depois, surgiu o advento do karaokê,site de apostas que da bonusque você tem o acompanhamento musical, sem ter a orquestra 'cheia', presencial."

"Então, o karaokê surgiu para facilitar as pessoas a cantarem, um costume que se tornou mais comum no Japão após a Segunda Guerra. Para o Brasil, essa tradição veio com os imigrantes."

Por aqui, o videokê se tornou a forma mais popularsite de apostas que da bonuscantoria sem banda. Os equipamentos mais comuns no país sãosite de apostas que da bonusorigem coreana e se popularizaram a partir da décadasite de apostas que da bonus1990.

Antigamente, eram abastecidos por cartuchos contendo seleçõessite de apostas que da bonusmúsicas. Hojesite de apostas que da bonusdia, o repertório pode ser atualizado pela internet, através da comprasite de apostas que da bonuspacotessite de apostas que da bonuscanções.

Na comunidade nikkei, são populares os concursossite de apostas que da bonuskaraokê, realizados aos domingos.

"Desde fevereiro do ano passado, com a pandemia, não existem mais os concursos presenciais", conta o presidente da UPK, entidade criada há 30 anos para organizar as regras dessas competições no Estadosite de apostas que da bonusSão Paulo.

"Agora, só existem eventos virtuais, onde as pessoas gravamsite de apostas que da bonuscasa e mandam para esses concursos onlinesite de apostas que da bonuskaraokê. Mas isso reduziu muito o númerosite de apostas que da bonuspessoas que cantam, porque principalmente os mais idosos têm dificuldadesite de apostas que da bonusgravar."

Pior crisesite de apostas que da bonus52 anossite de apostas que da bonushistória

Segundo Mônica Uezono, dona do restaurante Samurai, a crise do coronavírus é a mais grave dos 52 anossite de apostas que da bonushistóriasite de apostas que da bonusrestaurante.

"O restaurante Samurai foi fundado pelos meus paissite de apostas que da bonus1969", conta Mônica.

"Passamos por várias crises, a mais recente, antes da pandemia, foi quando surgiu o rodízio japonês, quando se perdeu toda aquela delicadeza da culinária japonesa,site de apostas que da bonusque cada ingrediente que vai no prato para ser servido à mesa tem um significado."

"Tivemos a crise do salmão, quando devido a um parasita as pessoas ficaram com medosite de apostas que da bonuscomer peixe cru", lembra a proprietária.

"Antes disso, tivemos também a crise da cólera, que afetava peixessite de apostas que da bonuságua doce, mas, por faltasite de apostas que da bonusconhecimentosite de apostas que da bonusque nós trabalhamos só com peixesite de apostas que da bonuságua salgada, fomos afetados do mesmo jeito."

O karaokê chegou ao restaurante justamentesite de apostas que da bonusmeio a uma dessas crises.

A empresária lembra que a atividade primeiro surgiusite de apostas que da bonusSão Paulo esite de apostas que da bonusManaus, quando foi criada a Zona Franca, para atender clientes corporativos, diante da cultura trazida do Japãosite de apostas que da bonusfechar negócios com um jantar, seguido por bebedeira e cantoria.

"Há 50 anos atrás, já tinha karaokê no Brasil, mas só iam neles os 'colarinhos brancos', só se cantava música japonesa, e parecia boate. As meninas que atendiam se sentavam junto com o cliente, serviam uísque, eram superproduzidas, superperfumadas."

No fim da décadasite de apostas que da bonus1990, com o movimento do restaurante bastante prejudicado pela febre do rodízio japonês, Mônica comprou um aparelhosite de apostas que da bonusvideokêsite de apostas que da bonusuma prima que estava se separando e levou-o para a confraternizaçãosite de apostas que da bonusfimsite de apostas que da bonusano dos funcionários.

O aparelho ficou no andarsite de apostas que da bonuscima do restaurante e, às vezes, algum funcionário usava-o para cantar no fim do expediente.

"Dava para ouvir tudo no salãosite de apostas que da bonusbaixo, e os clientes começaram a querer subir para ver e acabavam ficando", lembra Mônica.

"Foi difícil no começo. Os homens vinham aqui e perguntavam 'Cadê as meninas?' e o pessoal da nossa colônia que vinha com a família falava 'Ih, lá tem karaokê, não vou naquele restaurante, não dá para levar minha esposa'."

Com o passar do tempo, Mônica conseguiu consolidar o Samurai como um karaokê familiar e viu seu movimento voltar. Mas, então, no ano passado, veio a pandemia.

"Uns 80% do meu faturamento vinha do karaokê, era praticamente tudo. Quem vinha só para jantar era muito pouco", diz a proprietária.

"Eu fico muito tristesite de apostas que da bonusver a minha casa vazia. Para facilitar a circulação e a limpeza, coloquei as mesas e cadeiras para cima. Então, até quem vem aqui buscar delivery fica triste, porque é uma pena ver a casa dessa forma. Mas temos que seguirsite de apostas que da bonusfrente."

Um ano sem cantar

Se a situação é difícil para os empresários, os clientes cativos também sentem saudade da cantoria.

Funcionário aposentado da Prefeiturasite de apostas que da bonusSão Paulo, Paulo Mamoru Omine, o "Roberto Carlos japonês", cantasite de apostas que da bonuskaraokês desde o final da décadasite de apostas que da bonus1980.

"Meus irmãos gostavam e participavamsite de apostas que da bonusconcursos que eram realizados entre a colônia japonesa. No começo, eu achava muito chato aquilo lá. Mas, depois que cantei a primeira vez, aí foi", conta Omine. "Eu não larguei mais."

Nascido no interiorsite de apostas que da bonusSão Paulo, no municípiosite de apostas que da bonusLucélia, quando ainda nem tinha televisão por lá, Omine cresceu ouvindo os cantores da Jovem Guarda no rádio.

"O Roberto Carlos era o principal, o comandante da Jovem Guarda e o que mais teve sucesso. E o pessoal viasite de apostas que da bonusmim uma certa semelhança, do jeito, do cabelo. Então, eu comecei a estudar o Roberto Carlos e a fazer cover", lembra.

Com a pandemia, essa é a primeira vez, desde que tomou gosto pelo karaokê, que Omine passou um ano inteiro sem cantar.

"Não cantei nemsite de apostas que da bonuscasa, nem para brincar, mesmo tendo um aparelhosite de apostas que da bonuskaraokê. Nem uma música eu cantei, porque não vejo graçasite de apostas que da bonusestarsite de apostas que da bonuscasa sozinho cantando", afirma.

"O que eu acho legal é o palco, que dá aquela emoção. A gente se sente um pouco artista. Não vejo a horasite de apostas que da bonusvoltar tudo ao normal."

Explosãosite de apostas que da bonusvendas

Mas nem todos no universo do karaokê estão tendo os negócios prejudicados pela pandemia.

Na contramão dos bares e restaurantes, quem vende aparelhossite de apostas que da bonusvideokê viu as receitas crescerem com as famílias presassite de apostas que da bonuscasa esite de apostas que da bonusbuscasite de apostas que da bonusalternativassite de apostas que da bonusentretenimento.

Reinaldo França da Silva é proprietário da Videokê Delivery, uma revenda onlinesite de apostas que da bonusaparelhos da marca Videokê, aquela cujo logotipo tem um leãozinho cantando ao microfone.

"Nossas vendas aumentaram no ano passado, tanto quesite de apostas que da bonusmaio dobrou o faturamento e todos os meses batemos recordes, até dezembro", conta Silva.

"Como as pessoas estão muitosite de apostas que da bonuscasa e estressadas, elas compram esse equipamento porque, como diz o ditado, 'quem canta seus males espanta'. Então, muitas pessoas compram para se divertirsite de apostas que da bonusfamília e evitar aglomeração."

No começo deste ano, no entanto, o empresário conta que sentiu uma piora das vendas.

"Acho que isso está acontecendosite de apostas que da bonustodos os ramos, não só no nosso, está devagar para todo mundo. O meu cliente, que é alguém que pode gastar R$ 2 mil ou mais num equipamento, no geral é um empresário, alguém que tem uma loja no shopping, que tem algum comércio. Como tudo fechou, todo mundo está segurando os gastos, por mais que tenha algum dinheiro guardado."

E vai ter karaokê forasite de apostas que da bonuscasa na nova realidade pós-pandemia?

Em meio à nova onda da pandemia, muitos se perguntam: um dia voltaremos a cantar karaokê forasite de apostas que da bonuscasa?

Pedro Mizutani, presidente da UPK, tem certeza que sim. "Neste momento não, por isso criamos vários eventos virtuais e deve ser assim este ano inteiro. Mas, no futuro, depois da vacina e quando o vírus estiver controlado, vão voltar os concursos presenciais. E se tiver que tomar todas as precauções,site de apostas que da bonushigienização do microfone,site de apostas que da bonususosite de apostas que da bonusmáscara, nós vamos nos adaptar. O importante é a cultura se manter viva."

"Enquanto tiver o vírus, eu acho difícil voltar. O entretenimento deve ser o último da fila, infelizmente", avalia Paulo Omine. "Mas eu sou otimista, sou esperançoso e acredito que alguma hora tudo vai voltar ao normal."

"Ah volta, tranquilo", diz Mônica Uezono, do Samurai. "Até hoje tem cliente perguntando 'Vai abrir quando?'. O povo brasileiro gostasite de apostas que da bonuscantar, gostasite de apostas que da bonuscomemorar com karaokê. Eu tinha um casamento marcado para o dia 13site de apostas que da bonusmarço. Estava combinado desde o ano passado, não deu, tivemos que desmarcar. Mas isso mostra o quanto os clientes gostamsite de apostas que da bonuscantar."

Vitor Mori, pesquisador da Universidadesite de apostas que da bonusVermont, nos Estados Unidos, e membro do Observatório Covid-19 BR, explica que o karaokê é uma atividade perigosa na pandemia porque o principal mecanismosite de apostas que da bonuspropagação do coronavírus é a inalaçãosite de apostas que da bonuspequenas gotículas ou aerossóis, que ficam flutuando no ar depoissite de apostas que da bonusserem expelidos por uma pessoa infectada.

"Quanto mais alto alguém fala, mais partículas são emitidas. Então, cantar é um processo que emite muitos aerossóis e gotículas menores, o que coloca as pessoassite de apostas que da bonusrisco se alguém estiver infectado", afirma.

"Além disso, os karaokês são geralmente feitossite de apostas que da bonussalas fechadas para garantir a vedação do som. São ambientes que não têm trocasite de apostas que da bonusar com o ambiente externo, geralmente mal ventilados e com muita gente, então há um risco muito grande nesse tiposite de apostas que da bonuslocal."

Mas o físico e pesquisador também avalia que um dia os karaokês vão voltar.

"Uma vez que a gente vacinar a maior parte da população, controlar a transmissão do vírus e a pandemia terminar, a vida vai poder voltar ao normal como era antes. Não há registrossite de apostas que da bonusuma pandemia que durou para sempre. Alguma coisa ou outra pode ser que mude, mas vamos sim poder voltar à vida normal, como ela era antes."

"Já estamos vendo issosite de apostas que da bonusIsrael, Austrália e Nova Zelândia, onde o controle foi feito com distanciamento físico e lockdowns muito rigorosos. A vida está praticamente normal e, quando controlarmos o vírus no Brasil, não vai ser diferente."

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