Caso Henry: especialistas alertam sobre como identificar sinaisbet7k 01violênciabet7k 01crianças:bet7k 01

Foto ilustrativa sobre abuso infantil - menino visto atravésbet7k 01portabet7k 01vidro fosco

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, No isolamento e sem o contato com funcionáriosbet7k 01creches, escolas ou até mesmo outros familiares, vítimasbet7k 01abuso infantil têm mais dificuldades para fazer denúncias

bet7k 01 A morte do menino Henry Borel bet7k 01 ,bet7k 014 anos, no Riobet7k 01Janeiro criou um alertabet7k 01relação a agressões contra crianças, especialmente durante a pandemia, quando as famílias estãobet7k 01isolamento social. A mãe e o padrasto do menino, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), foram presos nesta quinta-feira (8/4) sob a suspeitabet7k 01atrapalhar a investigação.

O menino foi encontrado morto no apartamento da mãe, com diversas lesões graves pelo corpo. A mãebet7k 01Henry e Dr. Jairinho, padrasto do menino, disseram à polícia que o garoto teria sofrido um acidente doméstico no dia.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Henrique Damasceno, hoje o casal é investigado por homicídio duplamente qualificado, por contabet7k 01tortura e impossibilidadebet7k 01defesa da vítima.

Dr Jairinho e Monique, presos nesta quinta

Crédito, Alamy

Legenda da foto, Dr Jairinho (saindo do carro) e Monique (à frente na foto), presos nesta quinta, estão sendo acusadosbet7k 01atrapalhar as investigações sobre a morte do filho dela

Sem o contato com funcionáriosbet7k 01creches, escolas ou até mesmo outros familiares durante o isolamento social, as vítimas têm muita dificuldade para fazer as denúncias.

A diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, disse que o afastamento das crianças e adolescentes da escola rompeu o principal canalbet7k 01denúncias usado por elas para relatar a violência: o professor.

"Dados do Ministério da Saúde dizem que maisbet7k 0170% dos casosbet7k 01abuso infantil acontecem dentro da residência. O professor é um adulto que pode perceber esse tipobet7k 01situação, seja por uma marca física, por uma mudança no comportamento ou até mesmo por uma denúncia da criança. Sem ele, hoje essas vítimas estão impossibilitadasbet7k 01se encontrar com alguém fora do ambiente familiar", afirmou Temer.

Mas como identificar se uma criança pode estar sofrendo abuso ou sendo violentada?

Sinais

Mãobet7k 01adulto aponta para cadernobet7k 01que criança escreve com lápis

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Luciana Temer diz que suspensão das aulas presenciais rompeu o principal canalbet7k 01denúncias usado por elas para relatar a violência: o professor

A Sociedadebet7k 01Pediatriabet7k 01São Paulo (SPSP) lançou a segunda ediçãobet7k 01uma cartilhabet7k 01parceria com a Sociedade Brasileirabet7k 01Pediatria (SBP) e o Conselho Federalbet7k 01Medicina (CFM) chamada Manualbet7k 01Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimasbet7k 01Violência. Nela, os especialistas, entre médicos e psicólogos, dão dicasbet7k 01como identificar possíveis sinaisbet7k 01que uma criança está sofrendo algum tipobet7k 01violência.

Um dos principais alertas é uma mudança drásticabet7k 01comportamento. É quando uma criança agitada passa a ficar mais quieta, acuada. Ou uma criança alegre que se torna triste e até agressiva.

O adulto também deve ficar atento a sinaisbet7k 01agressão aparentes no corpo da criança, como vergões, roxos ou machucados. Os especialistas explicam, porém, que nem sempre as agressões deixam marcas no corpo.

A criança agredida, dizem os especialistas, também pode apresentar alteração no sono, seja ter insônia ou passar a dormir demais, e na alimentação. Neste caso, algumas podem passar a comer por ansiedade, enquanto outras podem se tornar anoréxicas ou desenvolver bulimia.

Outro possível sinal apresentado por uma criança que sofre violência é apresentar depressão, sinaisbet7k 01baixa auto-estima e deixarbet7k 01confiar nas pessoas ao redor dela.

Percepçãobet7k 01um adulto

Luciana Temer explica que muitas vezes as crianças precisam contar com a ajudabet7k 01um adultobet7k 01fora do ambiente familiar para contar suas angústias e fazer denúncias. Essa pessoa também pode monitorar a criança e perceber alguns sinaisbet7k 01violência sem mesmo que a vítima precise contar. Seja dentro ou fora do círculo familiar, é preciso prestar atenção aos sinais dados pelas crianças.

"Eu faço um apelo para que vizinhos e familiares fiquem atentos, na medida do possível, se a criança tiver um comportamento estranho. A família está fechada, mas tem um vizinho que escuta agressões, tem uma tia que tem contato distante e percebe. É um chamadobet7k 01responsabilidadebet7k 01todos nós, principalmente quando a criança está mais confinada", afirmou.

criança

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Um dos principais alertasbet7k 01que algo errado pode estar acontecendo é a mudança drásticabet7k 01comportamento da criança

Ela disse que não sabe como é possível resolver esse problemabet7k 01outra forma, mas que o importante neste momento é evitar que ele cresça ainda mais durante o isolamento e que esse aprendizado também se estenda para depois da quarentena.

"É uma situação muito grave e que não é excepcional da pandemia. Os números da violência são muito assustadores há anos. Precisamos fazer o Brasil falar disso com indignação. Essas situações se naturalizaram porque somos um país machista e o corpo feminino e infantil não são respeitados".

Quem perceber alguma atitude suspeitabet7k 01abuso infantil pode fazer uma denúncia pelo Disque 100 ou acionar diretamente a polícia pelo 190.

Doutorabet7k 01direito pela PUC-SP e ex-secretária da Juventude, Esporte e Lazer do Estadobet7k 01São Paulo, Luciana Temer disse que o ambiente familiar cria uma "relação óbviabet7k 01desproteção" para a criança que sofre abuso. Segundo ela, isso é agravado porque a mãe, quebet7k 01tese deveria proteger a criança também está submetida à violência geralmente cometida pelo marido contra as duas.

A educação da própria criança para identificar uma situaçãobet7k 01abuso ou violência também é importante, segundo ela.

Um grupobet7k 01artistas, ativistas e outros profissionais lançaram a música "Ninguém Mexe Comigo!" no YouTube para conscientizar crianças e adolescentesbet7k 01forma lúdica sobre o que pode ser considerado um abuso e como denunciá-lo. A canção, composta pela cantora Bruna Caram foi inspirada no livro infantil Não Me Toca, Seu Boboca,bet7k 01Andrea Viviana Taubman.

Durante o videoclipe, idealizado pela designer e ativista Paola Bellucci Ortolan, são mostradas ilustrações que ajudam a criança a identificar e relatar um abuso.

A canção é acompanhada por Marcelo Jeneci na voz e sanfona, Alice Bevilaquabet7k 01Castro com violino e conta com a interpretaçãobet7k 01libras da Roberta Almeida.

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