Brasil tem que 'livrar-se da Coronavirus-19 e do Bolsonavirus-22', diz Augustobonus solverde ptCampos, que completa 90 anos:bonus solverde pt

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Legenda da foto, Avesso a entrevistas, Augustobonus solverde ptCampos, único remanescente do trio que criou a poesia concretabonus solverde ptSão Paulo, critica Bolsonaro e se diz cansado

Em 2020, recluso pela pandemia, gravou com o filho Cid Campos sua traduçãobonus solverde ptUp From The Skies,bonus solverde ptJimi Hendrix (1942-1970). Batizada de Visitante dos Céus, a música foi produzida, interpretada e arranjada por Cid — voz, guitarra e baixo. Augusto toca gaita. Segundo o poeta, foi "para fugir à depressão" que gravou "a canção que traduzi do Jimi Hendrix,bonus solverde ptquem sou grande admirador".

Crédito, Vanderley Mendonça

Legenda da foto, O poeta E. Mbonus solverde ptMelo e Castro, o editor Vanderley Mendonça e o poeta Augustobonus solverde ptCampos,bonus solverde pt2012

Concreto

O paulistano Augusto Luís Brownebonus solverde ptCampos começou a conquistar seu espaço no cânone literário brasileiro nos anos 1950. Seu primeiro livro, O Rei Menos o Reino, foi lançado quando ele tinha 20 anos e cursava Direito na Faculdade do Largo São Francisco. No ano seguinte, com o irmão Haroldobonus solverde ptCampos (1929-2003) e o amigo Décio Pignatari (1927-2012), criou a revista Noigandres — e a poesia concreta.

Era uma reação ao formalismo academicista da chamada geraçãobonus solverde pt1945. E, ao mesmo tempo, um resgate do espírito revolucionário dos poetasbonus solverde pt1922. Antenados com experiências europeias, como as que vinham sendo realizadas pelo poeta boliviano naturalizado suíço Eugen Gomringer (1925-), o trio buscava uma poesia que ultrapassasse os limites do verso.

Conforme explica o poeta e professorbonus solverde ptliteratura Frederico Barbosa, para tanto eles precisavam lançar mãobonus solverde ptum arcabouço cultural "descomunal" — e, assim, realizar "a proeza sonhada pelo 'antropófago' Oswaldbonus solverde ptAndrade" (1890-1954), ou seja, "produzir, no Brasil, uma literaturabonus solverde ptteor, qualidade e importância universais".

Em umabonus solverde ptsuas raras entrevistas. concedidabonus solverde pt2010 e publicada pelo jornal O Estadobonus solverde ptS. Paulo, o poeta concordou que São Paulo era o berço necessário para o nascimento do concretismo.

"Como o Movimentobonus solverde pt22, tinhabonus solverde ptnascerbonus solverde ptSão Paulo. Nos anos 50, aqui se concentraram os museusbonus solverde ptarte moderna, a cinemateca, as bienais, as importadorasbonus solverde ptlivros e discos estrangeiros. O Rio, maior rival, sempre encantador, não era tão avançado e multi-informativo e era mais sentimental e francês (leia-se: surrealizante)", afirmou Augusto.

Em 1953, o lançamento do livro Poetamenos garantiu a Augusto um lugar na história da literatura brasileira. Masbonus solverde ptvasta produção não se limitaria ao fazer poético. O paulistano tornou-se um reconhecido ensaísta e tradutor — principalmentebonus solverde ptautores como o inglês John Keats (1795-1821), o francês Paul Valéry (1871-1945), o russo Vladimir Maiakovski (1893-1930), o americano E. E. Cummings (1894-1962) e o irlandês James Joyce (1882-1941), além do já citado Pound.

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Legenda da foto, Poeta completa 90 anos

Reclusão

Enquanto produz, contudo, Augusto costuma ser avesso a aparições públicas. Neste aspecto,bonus solverde ptreclusão é bem anterior à pandemia. Na entrevista publicadabonus solverde pt2010, ele disse passar "a maior parte do tempo no computador".

"Dentro ou fora do universo digital, leio, ouço e vejo muito mais do que escrevo", comentou. "O meu fazer poético é, antes, como disse, um 'a-fazer' e a minha criação propriamente dita, um acidentebonus solverde ptpercurso."

Na época, dizendo-se "quase-oitenta", enfatizou: "fico muitobonus solverde ptcasa". "Não vou mais a livrarias e casasbonus solverde ptdisco. Compro tudo na internet. Cinema, não dá mais: sou da geração pré-'pipococa'. Prefiro zapear a TV, onde, a parbonus solverde ptfutebol e noticiário, entrevejo, com atraso, os filmes da moda,bonus solverde ptpreferência sob a formabonus solverde ptmontagem (dois ou três ao mesmo tempo)", contou. "Melhor ainda: o meu Mac e o YouTube, onde assisto a coisas que nunca imaginei rever."

Segundo o editor Vanderley Mendonça, que alémbonus solverde ptExtraPound também reeditou três obrasbonus solverde ptAugusto (ColidouEecapo, Reduchamp e Poemóbiles), a aparente reclusãobonus solverde ptAugusto é "coerente com seu discurso poético".

"Ele se interessa por quem trilha as mesmas sendas da invenção, como leitor, tradutor e poeta. E, muito particularmente, como homem,bonus solverde ptsuas amizades", assinala o editor.

"Augusto transita entre duas tradições: o amor e a política. Fazer poemas políticos sem ser maniqueísta ou mesmo discursivo é o mais difícil desafio do poeta. Augusto, assim como Maiakovski, vai muito além do discurso político, inventa novas formasbonus solverde ptversificação,bonus solverde ptcomposição tipográfica ou agregam elementos novos no poema — cartaz, som, movimento."

"Augusto, para quem não sabe, não apenas recusa entrevistas — há anos, acredita que 'não tem nada a dizer, tudo está dito'. Recusa homenagens — embora seus leitores as façam. Recusa prêmios — como recusou o Prêmio Camões [ediçãobonus solverde pt2019], pois jamais o aceitaria vindobonus solverde ptum governo com fortes sintomas autoritários [a premiação é instituída pelos governosbonus solverde ptBrasil e Portugal]", prossegue Mendonça.

"Assim, ao contrário do que parece, Augusto está mais interessado na obra do que no eu. Um poeta como ele jamais faria partebonus solverde ptuma Academia Brasileirabonus solverde ptLetras, oubonus solverde ptqualquer academia. É o mais crítico e refinado teórico da poesia sem ser acadêmico. Sua obra ébonus solverde ptvoz."

São icônicos os livros-objetos criados por ele. Do encontrobonus solverde ptAugusto com o artista espanhol Julio Plaza (1938-2003) nasceu Poemóbiles.

"Sublinhou um novo aspecto visual às palavras impressas num livro, coloridas, fazendo com que se descolem da sintaxe tradicional numa configuração tridimensional para o texto, que se move e multiplica os sentidos", avalia o editor Mendonça. "Uma das mais inovadoras parcerias ebonus solverde ptfundamental importância para as relações entre artes gráficas e poesia no Brasil."

Frederico Barbosa ressalta a importância da inovação das plataformas na obrabonus solverde ptAugusto.

"Após escrever os primeiros poemas concretos do mundo, a sériebonus solverde ptpoemasbonus solverde ptamor baseados na músicabonus solverde ptAnton Webern, Poetamenos, ele experimentou novas formasbonus solverde ptsuporte para a poesia,bonus solverde ptobras da décadabonus solverde pt1970, como a Caixa Preta, literalmente uma caixa contendo diversos poemas soltos e os Poemóbiles sériebonus solverde ptpoemas tridimensionais e coloridos", recorda.

"Nos anos 1980 e 1990 continuou a dedicar-se a investigar novos meios para a poesia, como a holografia e a computação gráfica e lançou,bonus solverde ptparceria com seu filho, o músico Cid Campos, um CD com leituras criativasbonus solverde ptseus poemas e traduções, 'Poesia é Risco'."

"No livro 'Não',bonus solverde pt2005, já apresenta poemas escritos diretamente na linguagem [de programação] flash e recentemente Augusto tem publicado seus poemas na internet, principalmente por meio do Instagram", completa Barbosa. "Ou seja, trata-sebonus solverde ptum jovembonus solverde pt90 anos que não parabonus solverde ptexperimentar e inventar."

"Não há nada mais fascinante do que conviver com Augusto durante o processobonus solverde ptproduçãobonus solverde ptum livro seu. Não apenas por que ele conhece profundamente artes gráficas — repare que esse aspecto é comum nos poetas inventores, como Apollinaire, Mallarmé, Maiakovski, que conheciam muito tipologia e composição tipográfica —, mas porque cada livro dele é um desafio para editores, artistas gráficos e também leitores", conta Mendonça.

"Augusto, certa vez, me disse: 'a grande poesia não nos dá nada, só nos tira'. Talvez seja mesmo a poesia o último bastião da arte para resistir ao mercado. É um código e como tal precisa ser decifrada."

"Aprendi mais com Augusto fazendo seus livros do que com todos os livrosbonus solverde ptcrítica já escritos", acrescenta. "Augusto é muito reservado, como se sabe. Sua retidão intelectual, suas atitudes e afirmações não se contradizem. Ele não tem essas característicasbonus solverde ptintelectuaisbonus solverde ptterceiro mundo, ufanistas, que vivembonus solverde ptcompleta contradição, como era o caso do Ferreira Gullar. É um internacionalista."

Para Frederico Barbosa, "a importância para a poesia mundial"bonus solverde ptAugusto "jamais pode ser ignorada".

"Campos é o último remanescente vivobonus solverde ptum trio que criou a poesia concreta, o último dos movimentos poéticosbonus solverde ptvanguarda surgidos no século 20", afirma ele.

"Assim, pode ser considerado o único poeta vivo do mundo que corresponde àquela definiçãobonus solverde ptEzra Poundbonus solverde pt'poeta inventor': aquele que criou uma nova formabonus solverde ptescrever poesia, novos processos poéticos."

Crédito, Vanderley Mendonça

Legenda da foto, Marcelino Freire e Augustobonus solverde ptCampos

Reconhecimento internacional

Mas mesmo que ele diga não gostar, Augusto será celebrado pelos 90 anos. A Casa das Rosas,bonus solverde ptSão Paulo, tem uma programação dedicada a obra dele neste mêsbonus solverde ptfevereiro.

Organizada pelo escritor Marcelino Freire, a Balada Literária também terá edição online para homenagear o poeta — será no dia 27, no canal do Youtube do evento.

No dia 20, a celebração será internacional. Via Zoom, críticos e acadêmicos internacionais irão debater a obrabonus solverde ptAugusto — evento das universidadesbonus solverde ptYale, Zurique e Lausanne.

O reconhecimento internacional não é novidade. Augusto já tevebonus solverde ptobra expostabonus solverde ptmuseus como o Guggenheimbonus solverde ptNova York e a Galeria Maddoxbonus solverde ptLondres, alémbonus solverde ptter integrado a Bienalbonus solverde ptLyon. Boa parte dos seus trabalhos foi traduzida para o francês e o espanhol. Em 2015, tornou-se o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio Latinoamericanobonus solverde ptPoesia Pablo Neruda, oferecido pelo Chile.

"Ele é considerado um dos maiores poetas brasileiros por causabonus solverde ptsua longa devoção à poesia, semprebonus solverde ptbusca do rigor formal aliado ao conteúdo inventivo", avalia Kenneth David Jackson, professorbonus solverde ptLiteratura e Cultura Luso-Brasileira na Universidadebonus solverde ptYale.

Ele enfatiza o fatobonus solverde ptque a carreirabonus solverde ptAugusto já soma sete décadasbonus solverde ptprodução ininterrupta. "Isso é mais longo do que qualquer outro poeta latino-americano que conheço", diz.

O professor conheceu Augustobonus solverde pt1968, nos Estados Unidos. Desde então, nunca perderam contato. "Ele é importante porque sabe o que está fazendo e por quê. [Augusto] tornou a poesia brasileira relevantebonus solverde ptperspectiva mundial", completa Jackson, lembrando que aos 90 anos, Augusto usa o computador para criar seus poemas, o que faz dele um poeta consumado, intimamente ligado combonus solverde ptépoca.

"Para mim, Augustobonus solverde ptCampos é o poeta da contemporaneidade. Sua obra mantém-se atual por que a matéria-primabonus solverde ptsua criação é a forma — que, para ele, é também criação", define Mendonça.

"O domínio da arte e tecnologia gráfica é elemento predominante na composiçãobonus solverde ptseus poemas. Das composiçõesbonus solverde ptLetraset, nos anos 50, às atuais incursões nas mídias sociais — Instagram —, passando por móbiles que compõem livros-objeto, ou mesmo holografia, seu domínio sobre a língua, a versificação e as tecnologias gráficas é impressionantemente moderno, atual. No século 20, nenhum poeta chegou tão longe. Eu diria que Augusto é o único poeta concreto, ou do que se chama concretismo."

Professora emérita da Universidadebonus solverde ptStanford, nos Estados Unidos, a crítica literária Marjorie Perloff diz que "Augustobonus solverde ptCampos conferiu à poesia um novo alcance, muito mais amplo, ao mostrar como o poético pode se transformarbonus solverde ptobrasbonus solverde ptarte e performance e ao fazer da tradução parte integrante do universo da poesia concreta".

"Seus dons linguísticos são notáveis. Ele é capazbonus solverde ptpegar uma única palavra e fazê-la ressoar. Criou um novo universobonus solverde ptpalavras e frases por 'semelhança familiar', transformando-asbonus solverde ptpartebonus solverde ptum discurso mais amplo", contextualiza ela. "Pensebonus solverde pt'Viva Vaia' ou 'Luxo/Lixo'. A obrabonus solverde ptarte que valoriza a poesia é linda."

Professorbonus solverde ptliteratura brasileira na Universidadebonus solverde ptZurique, Eduardo Jorgebonus solverde ptOliveira acredita que os dois grandes legadosbonus solverde ptAugusto, "pelo menos para os poetas", são "a recusa e a margem".

"Ele soube articular como ninguém esses dois pontos. O primeiro porque os poetas têm uma grande capacidadebonus solverde ptdizer não das mais variadas maneiras, declinando este termo: 'não', o que só enriquece a linguagem através da arte da subtração. Não à toa, Augustobonus solverde ptCampos adota o termo 'poetamenos',bonus solverde ptreferência a uma série delebonus solverde pt1953", explica ele.

"Sobre o segundo ponto, pela artebonus solverde ptcriar margens, dizer não implicabonus solverde ptcriar tempo para dedicar-se à arte da palavra, ainda que dela emane cores, visualidades, ritmos diversos. Augustobonus solverde ptCampos é um grande mestre nesse sentido."

Crédito, Augustobonus solverde ptCampos

Legenda da foto, Poema Tensãobonus solverde pt1956,bonus solverde ptAugustobonus solverde ptCampos

Oliveira frisa também a importância das traduções realizadas por Augusto.

"Nesse sentido, a contribuição dele para a língua portuguesa, como abonus solverde ptHaroldobonus solverde ptCampos, seu irmão, e Décio Pignatari, foram enormes. No caso preciso do Augusto, ele continua a nos oferecer novas traduções, seja do russo, do espanhol, do inglês, do francês, do italiano, do latim ou do provençal", enumera.

"Ele é um poeta-arqueólogo dos sentidos. Ele é o maior para o menor, ou seja, para buscar nos sentidos mais ínfimos, desapercebidos, um tipobonus solverde ptelaboração verbal que não vem unicamente dele, mas dos outros poetasbonus solverde ptsua eleição. Além disso, ele contribui para a crítica literária e musical. O Balanço da Bossa e os dois volumesbonus solverde ptMúsicabonus solverde ptInvenção são livros para ler com o Youtube. São livros para ler e escutar", comenta.

"Assim, pela dimensão musical e/ou sonora, táctil e/ou visual e dentro do grande leque da arte verbal, Augustobonus solverde ptCampos alia conhecimento e técnica. É curioso, pois ao mesmo tempobonus solverde ptque ele pode ser considerado um poeta dos poetas no âmbito experimental, ele também é um dos que mais contribuem para a língua portuguesa, o que chega a ultrapassar o caráter puramente nacional. Espero que ele continue assim pelos próximos 90 anos como já foi ditobonus solverde ptum dos eventos que celebram seu aniversário no próximo dia 14."

O alcance cultural internacionalbonus solverde ptAugustobonus solverde ptCampos não se resume às rodas literárias.

O médico e historiador Vincent Barras, diretor do Institutobonus solverde ptHumanidadesbonus solverde ptMedicina da Universidadebonus solverde ptLausanne é grande admirador da obra do brasileiro.

"Augustobonus solverde ptCampos é definitivamente um dos maiores poetas do nosso mundo contemporâneo", afirma ele.

"Como escritor, teórico, tradutor e intérprete, ele nos dá toda a gama do que deve ser considerado poesia: não contente com o sentido usual e clássico do termo, ele abre as dimensões da poesia a todos os sentidos: verbivocovisual, como ele mesmo diz."

Para o escritor Marcelino Freire, Augusto é um poeta necessário aos dias atuais.

"A gente deve muito a esse eterno poeta inquieto", comenta.

"Note o Instagram do Augusto e veja que ele não parou: está no enfrentamento ao desgoverno que aí está. Augusto, com 90 anos, é mais jovem do que todos nós. Só gratidão ao autor que não parabonus solverde ptpulsar."

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