Pelé, 80 anos: a 'carreira artística' do jogador no cinema, na música e nos quadrinhos:sign up bet plus

No filme, Pelé interpreta um repórter esportivo chamado Nascimento que, aos 35 minutos do segundo tempo, aceita jogar como goleiro para ajudar o fictício time do Independência Futebol Clube. Bomsign up bet plusbola, o repórter ainda marca um golaço ao cobrar o tirosign up bet plusmeta. Placar final: Independência 5 x 4 Gavião.

"Guardo duas recordações do setsign up bet plusfilmagens. Na ocasião, os Trapalhões alugaram um trailersign up bet plusprimeira para oferecer todo o conforto possível ao Pelé. Quando soube que teria um trailer só para ele, agradeceu, mas dispensou. Queria ficar junto com todo mundo. Nas cenassign up bet plusbriga, Pelé ficava preocupadosign up bet plusnão machucar os figurantes", relata o humorista Dedé Santana que, por dispensar dublê, quebrou os dois pés logo no início das filmagens ao pularsign up bet plusuma árvore e teve que fazer o restante do filme com uma botasign up bet plusgesso pintadasign up bet pluspreto no filme com o rei do futebol, que completa 80 anos nesta sexta-feira (23/10).

Talento imodesto

Aquela não foi a primeira vezsign up bet plusque Pelé atuousign up bet plusum longa-metragem. A primeira participaçãosign up bet plusPelé na tela grande foi no filme O Rei Pelé,sign up bet plus1962, com direçãosign up bet plusCarlos Hugo Christensen. O longa conta a trajetóriasign up bet plusvida do menino nascidosign up bet plusTrês Corações, passando por Bauru e Santos até conquistar o mundo como rei do futebol. Pelé foi dublado por um menino durante a infância e por um rapaz para ilustrar a adolescência do rei. Tarefa difícil pois ambos não só tinham que guardar semelhança física com o rei mas também serem bonssign up bet plusbola.

Mas a tabelinha do garoto que cresceu assistindo aos filmes da dupla Oscarito e Grande Otelo com o cinema não parou aí. Em 1971, fez uma participação especial no filme O Barão Otelo no Barato dos Bilhões.

Logo, vieram outros, como Os Trombadinhas (1979),sign up bet plusAnselmo Duarte; Fuga para Vitória (1982),sign up bet plusJohn Huston, e Pedro Mico (1985),sign up bet plusIpojuca Pontes.

Na ocasião, a primeira opção do cineasta para o personagem-título, um típico malandro dos morros cariocas, foi o americano Sidney Poitier.

Às voltas comsign up bet pluscandidatura para a Academiasign up bet plusHollywood, o astrosign up bet plusAo Mestre, Com Carinho (1967) Poitier declinou do convite.

Como precisavasign up bet plusum nome forte para projetar o filme internacionalmente, convidou Pelé depoissign up bet plusconversar com o veterano John Huston (1906-1987)sign up bet plusNova Iorque.

"Pelé deu algum trabalho porque nunca foi um ator profissional. Mas era sensível, sincero e malandro para se sair bem. Trabalhamos para que ele não 'interpretasse', mas, sim, agisse naturalmentesign up bet pluscena. Ele foi correto e a coisa funcionou", avalia o diretor.

Além dos filmes, Pelé participou tambémsign up bet plusdocumentários, como Isto É Pelé (1974),sign up bet plusEduardo Escorel e Luiz Carlos Barreto, Pelé Eterno (2004),sign up bet plusAníbal Massaini Neto, e Cine Pelé (2011),sign up bet plusEvaldo Mocarzel.

"Dos filmessign up bet plusque atuei, o que me deu mais prazer e reconhecimento foi, sem dúvida, Fuga para a Vitória", elege Pelé.

"Na época, jogava no Cosmossign up bet plusNova York e tive a chancesign up bet pluscontracenar com Sylvester Stallone e Michael Caine. Se tivesse que me dar uma nota como ator, bem, acho que daria 10", brinca o craque. Reza a lenda que, segundo o roteiro original, quem marcaria o golsign up bet plusbicicleta na sequência finalsign up bet plusFuga para a Vitória seria Stallone. Mas, diante da dificuldade do astrosign up bet plusRocky, Um Lutador (1976)sign up bet pluscompletar a jogada, ele teve que se contentar com o papelsign up bet plusgoleiro.

Contatos imediatos

Alémsign up bet plusse enveredar pela telona, Pelé aceitou um convite da novelista Ivani Ribeiro (1922-1995), autorasign up bet plus"remakes"sign up bet plussucesso, como A Gata Comeu (1985), Mulheressign up bet plusAreia (1993) e A Viagem (1994), da TV Globo, para protagonizar uma produçãosign up bet plussua autoria, Os Estranhos (1969), na extinta TV Excelsior.

Na trama, o jogador dá vida a Plínio Pompeu, um escritorsign up bet plussucesso que mora numa ilha distante e, certo dia, conhece e faz amizade com seres extraterrestres do planeta Gama Y-12. Na ocasião, Pelé conciliava as gravações da novela com os jogos do Santos.

Para não fazer feiosign up bet plusfrente às câmeras, a direção da novela escalou o ator Stênio Garcia para "bater o texto" com o jogador. No jargão artístico, ensaiar as cenas antes da gravação.

"Pelé era muito gentil e esforçado. Estava aprendendo, né?", recorda a atriz Rosamaria Murtinho, que interpretou uma das alienígenas da novela, Dioneia. "Mas, a novela não fez sucesso, não. Tanto que pedi para sair."

De lá para cá, Pelé gravou outras participações: na sitcom Família Trapo (1967), da Record, onde aprendeu a jogar bola com Ronald Golias (1929-2005); no humorístico A Praça É Nossa (1991), do SBT, onde ouviu poucas e boas da fofoqueira Dona Vamércia, vivida por Maria Teresa Fróes (1936-1999); e na novela O Clone (2002), da TV Globo, onde visitou o bar da Dona Jura, interpretada por Solange Couto.

Na gravação, Pelé aproveitou a deixa para exercitar outra faceta artística: asign up bet pluscantor. Ele soltou o vozeirão na música Em Busca do Penta,sign up bet plussua própria autoria.

Pé quente, o jogador deu sorte à seleção comandada por Luís Felipe Scolari. Três meses depois, o Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0 e conquistou a Copa do Mundosign up bet plus2002, na Coreia do Sul e no Japão.

Do gramado para o estúdio

Sim, alémsign up bet plusaspirante a ator, Pelé também gostasign up bet pluscompor e cantar. Autorsign up bet plusmaissign up bet plus100 músicas, como Meu Mundo É Uma Bola, Cidade Grande e ABC do Bicho Papão, já gravou um compacto ao ladosign up bet plusElis Regina (1945-1982), participousign up bet plusespecialsign up bet plusNatal do Roberto Carlos e lançou um CD produzido por Sérgio Mendes.

Umsign up bet plusseus álbuns, Peléginga (2006), gravado com coro, banda e orquestra, foi lançado apenas no mercado internacional. Com 12 músicas selecionadas entre as maissign up bet plus100 que compôs, vendeu 100 mil cópias.

"Algumassign up bet plussuas canções são boas. Outras nem tanto. Uma das minhas favoritas é Acredita no Véio. Ele compôs para o paisign up bet plussanto que os jogadores consultavam antes dos jogos. Quando o time ganhava, estava tudo bem. Quando perdia, o paisign up bet plussanto arranjava um montesign up bet plusdesculpa", diverte-se o maestro, produtor e arranjador Ruriá Duprat.

No estúdio, Duprat conta que Pelé costuma dar trabalho, sim. Mas afirma que o jogador nunca se recusou a regravar uma música quantas vezes fossem necessárias: "Quando algo não está legal, sou franco e ele procura fazer melhor. Nessas horas, o Pelé não sai do estúdio enquanto não fica satisfeito com o resultado", diz.

Em 2009, Pelé e Duprat cogitaram a hipótesesign up bet pluslançar um novo álbum. Na ocasião, o ex-jogador chegou a convidar Bono para dividir os vocaissign up bet plusuma das faixas, mas o vocalista do U2 não pode participar do projeto por causa da turnê 360º.

"Nunca pensei que, um dia, pudesse viver da música ou do cinema. O dom que Deus me deu foi jogar bola. A música e o cinema simplesmente aconteceram. Entre cantar e atuar, acho que me saio melhor atuando", arrisca Pelé.

A Turma do Pelezinho

Foram muitos os convites que Pelé recebeu ao longo dos anos. Para fazer filmes, gravar novela, lançar discos. O mais inusitadosign up bet plustodos aconteceu a bordosign up bet plusum avião, entre Roma e São Paulo. O convite partiu do desenhista Mauríciosign up bet plusSousa, o "pai" da Turma da Mônica,sign up bet plus1976.

Sua ideia era transformar o atleta do séculosign up bet pluspersonagemsign up bet plushistóriasign up bet plusquadrinhos. Pelé topou na hora. Passado algum tempo, Maurício agendou uma reuniãosign up bet plusNova Iorque e levou uns esboços para Pelé aprovar. Com os desenhossign up bet plusmão, o jogador franziu a testa. "Não gostou?", perguntou Maurício. "O desenho está bonitinho, mas eu pensava que devia ser diferente", gaguejou o jogador. "Diferente como?", quis saber o desenhista. "Devia ser um atleta. Vitorioso, campeão...", tenta explicar. "Pelé, a ideia não é essa. Criança gostasign up bet plusbrincar com criança", argumentou. "Ah, não sei...", coçou a cabeça,sign up bet plusdúvida.

Diante da indecisão do jogador, Maurício propôs um trato: levar os esboços para casa, mostrá-los aos filhos, Kelly Cristina e Edinho, e perguntar o que eles acharam. "Eu sabia qual seria a resposta e não deu outra. Os filhos do Pelé adoraram a versão infantil do pai e, assim, nasceu o Pelezinho", orgulha-se Maurício que, para criar Cana Brava, Frangão e a turma do Pelezinho, colecionou histórias e mais histórias da infânciasign up bet plusPelé.

A revista do Pelezinho foi publicadasign up bet plusagostosign up bet plus1977 a dezembrosign up bet plus1986. Desde então, só seria publicadasign up bet plusocasiões especiais, comosign up bet plus1990, por ocasião do aniversáriosign up bet plus50 anos do Pelé, esign up bet plus2012, às vésperas da Copa das Confederações do Brasil,sign up bet plus2013.

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