A mulher que fabrica sabonetes com o cheiro dos ex-namorados:sporting man city

sporting man city Sissel Tolaas é uma artista norueguesa colecionadorasporting man cityaromas sporting man city . Ela viaja o mundo coletando odores, e acumula maissporting man city7 mil amostras, incluindo o cheirosporting man cityseus ex-namorados.

Sissel já fabricou um queijo com bactérias da chuteira do ex-jogador David Beckham. E fez muita gente passar mal recriando o odor da Primeira Guerra Mundial.

A artista, que mantém o Re_Search Lab, um laboratóriosporting man citypesquisasporting man cityBerlim, na Alemanha, tem formaçãosporting man cityquímica, linguística e artes visuais.

Ela desenvolve projetos tanto artísticos, quanto científicos e comerciais, sejasporting man cityparceria com museus, instituições acadêmicas ou grandes empresas. Todos envolvendo comunicação olfativa.

"Cresci no hemisfério norte, na Noruega, onde os cheiros são bastante neutros. E sentia faltasporting man cityalguma coisa. Então, decidi redescobrir o mundo tentando usar o nariz para esse fim. Já que eu não podia ir à Lua, decidi que iria pelo menos para a Europa oriental", contou Sisselsporting man cityentrevista ao programasporting man cityrádio Outlook, da BBC.

Um trabalho inusitado

Em plena Guerra Fria, ela embarcousporting man citytrem para Varsóvia, capital da Polônia. E quando saltou na estação, seu olfato capturou imediatamente o cheirosporting man citylignito (uma variedadesporting man citycarvão), repolho cozido e um tipo bem específicosporting man citymaterialsporting man citylimpeza.

"Acho que alguma empresa tinha o monopólio. Onde quer que você fosse, qualquer espaço público, esse materialsporting man citylimpeza era usado, você podia sentir o cheiro delesporting man citytodo o Leste Europeu", relembra.

Ela coletou então amostrassporting man citylignito, repolho e detergente para levar para casa.

"Eu coleto coisas reais. Sempre viajo com luvas, sacos plásticos e todos os tipossporting man citydispositivos analógicos. Fiz uma espéciesporting man citylata que me permite preservar essas fontessporting man cityodores, sem deixar o oxigênio entrar no recipiente, para que eu possa preservá-los ao longo do tempo", explica.

Foi assim que Tolaas começou a viajar por todo o Leste Europeu e cruzar a fronteira com a bagagem repletasporting man cityitens inusitados, como lixo e poeira. Cheiros nem sempre agradáveis, é verdade.

"Se a realidade é horrível, então (o cheiro) é horrível. O que eu faço é literalmente cheirar a realidade", diz ela.

Mas a artista também coleta odores corporais. "Desde 2004, tenho acesso a dispositivos que me permitem coletar pequenas moléculas que são emitidas por fontessporting man citycheiro. Você tem um smartphone que tira fotos. Eu tenho um dispositivo semelhante e tiro fotos da realidade invisível", compara.

"Neste tiposporting man cityanálise, coleto as moléculas e estou interessadasporting man cityquebrá-las e replicá-lassporting man citycompostos químicos", explica.

Um odor repugnante

Ela revela ainda que guarda amostras dos cheirossporting man citytodos os ex-namorados. "Fiz até sabonete com alguns deles", afirma.

É uma maneira bastante vívidasporting man citylembrarsporting man cityalguém. "Se essa é uma formasporting man citynão ficar mais sozinho, então, por que não?"

Em um dos seus trabalhos mais marcantes, a artista recriou o cheiro da 1ª Guerra Mundial para uma exposiçãosporting man cityDresden, na Alemanha. Segundo ela, foi o odor mais repugnante que já criousporting man citytodasporting man cityvida.

"Eu não tinha referênciassporting man citytermossporting man cityfontes (de cheiros), não havia ninguém com quem pudesse conversar que tivesse sobrevivido à Guerra. Então, eu literalmente tive que me basearsporting man citylivrossporting man cityhistória e relatossporting man citymilitares que tiveram alguma experiênciasporting man cityguerra."

"Literalmente, criei o cheiro mais repulsivo que consegui imaginar para representar o camposporting man citybatalha", acrescenta.

O cheiro era uma formasporting man cityfazer as pessoas entenderem o verdadeiro horror da guerra. E parece ter surtido efeito. "O odor era tão repugnante que algumas pessoas chegaram a vomitar antes mesmosporting man cityabrirem a porta", diz Tolaas.

Entre suas criações, destaca-se ainda o queijo fabricado a partirsporting man citybactérias coletadas da chuteira do ex-jogadorsporting man cityfutebol David Beckham.

A iniciativa fazia partesporting man cityum projeto realizadosporting man cityparceria com a Escolasporting man cityMedicina da Universidadesporting man cityHarvard, nos Estados Unidos, para enfatizar a importância das bactérias presentes na nossa flora.

A ideia, segundo Tolaas, era ilustrar que bactéria não é só algo nocivo, e o queijo, no caso, era uma analogia ao corpo humano. "Tivemos acesso a essas bactérias, as cultivamos e usamos para fermentar o leite e fazer queijo", explica.

O queijo feito a partir do odor das chuteirassporting man cityBeckham foi servido para convidadossporting man cityum evento dos Jogos Olímpicos Londres 2012. De acordo com ela, alguns convidados provaram, outros preferiram não se arriscar.

"Acho que mais uma vez se trata do poder da linguagem. Se você não soubessesporting man cityonde essa bactéria veio, você diria que este é um queijo como outro qualquer", analisa.

Táticasporting man citydefesa

E será que ela tem um cheiro preferido?

"Eu encontro moléculas que fazem coisas comigo que eu nunca pensei que poderiam fazer. Me deixamsporting man cityestadosporting man cityalerta, me fazem cair no sono. Quando eu viajo e tenho jet lag, coloco uma dessas moléculas na minha cabeça e tenho um desempenho incrível."

Tolaas conta que também usa os cheiros como táticasporting man citydefesa pessoal quando vai fazer, por exemplo, um trabalhosporting man citycamposporting man cityuma área considerada perigosa.

"Eu coloco um cheiro fedorentosporting man citylixo e emito um odor tão repulsivo que ninguém ousaria se aproximar", revela.

"Usamos perfume para atrair a atenção, por que não podemos usar um cheiro que diga: 'Olha só, me deixasporting man citypaz'?"

Ela cita o exemplo dos gambás. "O que eles fazem é muito eficiente. Aprendi muito com eles."

Tollas coloca a estratégiasporting man cityprática, inclusive, para fugirsporting man cityalgumas rodassporting man cityeventos sociais.

"Quando vou a uma festa, toda bem vestida, e não quero falar sobre o tempo mais uma vez, coloco um cheiro que permite que isso aconteça. As pessoas ficam procurando a fonte do cheiro, e não fazem ideiasporting man cityque seja eu. É simplesmente incrível", diverte-se.

Ouça aqui (em inglês) a íntegra do programasporting man cityrádio Outlook

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