As habilidades profissionais necessárias para um mundo cada vez mais imprevisível, segundo professora que foi CEOapostas na ligue 15 empresas:apostas na ligue 1

Crédito, Cortesia Margaret Heffernan

Legenda da foto, Margaret Heffernan é autoraapostas na ligue 1seis livros, entre eles 'O Poder das Pequenas Mudanças'

"Ele se opõe à nossa obsessão com a 'ciência' da predição", dizia a publicação. A autora tem um livro publicado no Brasil — O poder das pequenas mudanças (Editora Alaúde).

Ainda que seja tentador para muitos especialistas fazer previsões sobre o futuro, Heffernan defende que é preciso "abraçar" e aceitar a incerteza para desenvolver resiliência.

"Não podemos esperar o plano perfeito", afirmou à BBC News Mundo, serviçoapostas na ligue 1espanhol da BBC.

Leia, a seguir, trechos da entrevista.

apostas na ligue 1 BBC - Há um ano,apostas na ligue 1uma palestra dadaapostas na ligue 1um TedTalk, você falava sobre as habilidades humanas das quais precisamosapostas na ligue 1um mundo imprevisível. Dificilmente alguém conseguiria prever o que aconteceria com o mundo neste momento,apostas na ligue 1meio à pandemiaapostas na ligue 1covid-19. Nesse contexto tão particular,apostas na ligue 1quais habilidades necessitamos?

apostas na ligue 1 Margaret Heffernan - As habilidades têm a ver com a imaginação, a capacidadeapostas na ligue 1pensarapostas na ligue 1diferentes resultados para a pandemia.

Também precisamos nos adaptar. Muitas pessoas que estão vendo seus trabalhos desaparecerem devem estar pensando no que mais poderiam fazer: "Como adapto minhas habilidades a este mundo novo?"

Também precisamos cada vez maisapostas na ligue 1habilidades para colaborar: "Como posso trabalhar com outras pessoas para ajudá-las a me ajudar?"

Um dos aspectos cruciais do momentoapostas na ligue 1que vivemos é que as pessoas percebam que precisamos nos ajudar uns aos outros. Não é o momento para sermos egoístas ou egocêntricos, mas para pensarmos que, se todos estamos sendo afetados pela pandemia, como podemos nos ajudar a enfrentá-la?

Estou falandoapostas na ligue 1imaginar, se adaptar, colaborar.

apostas na ligue 1 BBC - A senhora já falou que precisamosapostas na ligue 1menos habilidades tecnológicas e mais "habilidades humanas bagunçadas". Acredita que tenhamos superestimado a capacidade da tecnologiaapostas na ligue 1resolver problemas?

apostas na ligue 1 Heffernan - Sim, eapostas na ligue 1muito, penso, porque nos disseram que esperássemos a resposta para tudo da tecnologia. Acho que agora estamos aprendendo que não é assim.

A tecnologia não conseguiu prever esta pandemia e nem poderia, porque as pandemias são intrinsecamente imprevisíveis.

A tecnologia também não consegue nos ajudar com nossos sentimentos — só vamos conseguir isso se nos aproximarmosapostas na ligue 1outros humanos.

Ela pode nos ajudar a procurar trabalho, mas não vai nos dar a energia ou o otimismoapostas na ligue 1que necessitamos (para conseguir a vaga).

Quanto mais dependemos dela para saber e conhecer as coisas, menos criativos e habilidosos nos tornamos.

Depender da tecnologia pode nos ajudar logisticamente, mas não alimenta nossas almas, nossa criatividade, não dá sentido às coisas que fazemos, só nos dá informações.

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Legenda da foto, Para professora, estamos 'viciados' na previsibilidade que a tecnologia nos proporciona

apostas na ligue 1 BBC - Para algumas pessoas, também dá uma sensaçãoapostas na ligue 1segurança.

apostas na ligue 1 Heffernan - Sim, e assim nos tornamos viciados na certeza.

Gostamosapostas na ligue 1pensar que sabemos tudo o que vai acontecer e, quanto mais nos acostumamos com isso, acho que nos tornamos menos flexíveis e menos adaptáveis dianteapostas na ligue 1algo inesperado.

Quando o inesperado chega, não sabemos como reagir porque há muito tempo não tínhamos que lidar com algo assim.

Me impressiona o fatoapostas na ligue 1que muitas das empresas com as quais trabalho estão funcionando exatamente da mesma maneira.

Com exceçãoapostas na ligue 1algumas poucas modificações, a hierarquia é a mesma, a estratégia é a mesma. E há uma imensa sensaçãoapostas na ligue 1perda por teremapostas na ligue 1retardar os planos: "Não vamos poder fazer o que achamos que faríamos".

Há outras, um segundo grupoapostas na ligue 1companhias, que, diante do golpe imposto pela pandemia, disseram: "Ok, tudo é diferente agora. Vamos começar novamente, sob uma nova perspectiva".

Essas são empresas mais corajosas e mais imaginativas, que têm mais energia porque estão pensando no que podem alcançar neste novo futuro, e não presas no passado.

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Legenda da foto, Heffernan defende que abracemos a incerteza e que nos arrisquemos mais para buscar novos caminhos e soluções

apostas na ligue 1 BBC - A senhora já afirmou que os executivos do Vale do Silício não apenas estão armazenando nossa diversidade econômica e cultural, mas também nos levando a ter uma definiçãoapostas na ligue 1vida limitada e empobrecida. O que quis dizer com isso? Tem algo a ver com o que fala sobre nosso afãapostas na ligue 1relação à certeza?

apostas na ligue 1 Heffernan - Acredito que, com seus aplicativos, dispositivos e softwares, o Vale do Silício nos está ensinando coisas como: não saia sem um mapa, não faça nada que não consiga prever.

Nos tornamos muito dependentes dessa previsibilidade, é como se tentar coisas novas nos assustasse.

Também nos acostumamos a saber tudo antesapostas na ligue 1começar uma atividade. É uma espécieapostas na ligue 1temorapostas na ligue 1fazer algo sem ter alguma garantiaapostas na ligue 1que trará resultado.

Mas agora, com a pandemia, a economia e o clima, estamosapostas na ligue 1um pontoapostas na ligue 1que não temos mais tempo para procurar pensar no "resultado previsível perfeito".

Precisamos usar nossa imaginação para ver o que é melhor, tentar, aprender; tentar outra vez e aprender mais e continuar fazendo isso à medida que avançamos — e não esperar até que tenhamos tudo esquematizadoapostas na ligue 1teoria antesapostas na ligue 1buscar energia e coragem para colocar qualquer coisaapostas na ligue 1prática.

apostas na ligue 1 BBC - Como podemos recuperar a fé nas nossas habilidades humanas quando os dispositivos tecnológicos acabaram se tornando,apostas na ligue 1certa forma, fundamentaisapostas na ligue 1muitasapostas na ligue 1nossas sociedades?

apostas na ligue 1 Heffernan - Considero queapostas na ligue 1nossa vida pessoal e profissional algo é muito importante: fazer experimentos.

Quer dizer,apostas na ligue 1vezapostas na ligue 1esperar pelo "resultado previsível perfeito", tentar fazer as coisas e aprender com o processo. Tentar e aprender.

Fazer experimentos, tanto no âmbito pessoal quanto no trabalho, dá esperança às pessoas. Elas sentem que estão aprendendo algo novo, que são capazesapostas na ligue 1contribuir e isso muda a forma como avaliam seu próprio potencial.

Quando se começa a experimentar, mudar as coisas, você redescobre que é capazapostas na ligue 1fazer coisas maravilhosas eapostas na ligue 1causar um impacto real naapostas na ligue 1comunidade, naapostas na ligue 1cidade ou no seu país.

Mas, se você permanece sentado, pensando sobre isso, esperando, desenvolve o que acredito ser uma impotência aprendida, na qual se perde a capacidadeapostas na ligue 1pensar e agir por si mesmo.

E, quando chegamos a esse ponto, realmente temos um problema.

apostas na ligue 1 BBC - Milharesapostas na ligue 1pessoas na América Latina e no mundo já morreram por causa da atual crise sanitária, outras milhões estão doentes, muitas perderam o emprego. Que maneiraapostas na ligue 1pensar pode nos ajudar diante desse cenário?

apostas na ligue 1 Heffernan - É uma situação muito difícil, porque estamos no meioapostas na ligue 1uma crise — a pandemia —,apostas na ligue 1uma segunda crise — a econômica —, eapostas na ligue 1uma terceira — a climática.

Creio que o que temos que fazer é pensar olhando para o futuro e refletir: que tipoapostas na ligue 1economia esse futuro pede — e claramente será uma economia verde.

Depois desse primeiro choque, não podemos mais fingir que a crise climática não existe e não podemos continuar pensando que continuaremos construindo a economia com base nos combustíveis fósseis e com o nívelapostas na ligue 1consumoapostas na ligue 1recursos naturais semelhante ao dos últimos anos.

Nós, minha geração, nossa geração criou esta crise, e somos a geração que precisa repará-la.

E a única solução é reconhecer que necessitamos mudar cada parte da nossa economia para que seja verde.

Nas novas tecnologias e indústrias que vão aparecer vamos encontrar crescimento econômico, mas ele vai ser bastante diferente, e não poderá estar baseadoapostas na ligue 1combustíveis fósseis e na exploraçãoapostas na ligue 1recursos naturais não renováveis.

apostas na ligue 1 BBC - Qual foi, para a senhora, a principal lição deixada até agora pela pandemia?

apostas na ligue 1 Heffernan - A principal lição é que ela nos lembra que a vida é incerta e que se ficarmos esperando, diante da incerteza, chegaremos tarde demais

O que temos que fazer é unir nossos esforços para pensar, aprender e imaginar e agir mesmo diante da incerteza.

Porque o que acontece com o futuro é que ele é algo que construímos ou que passa pela gente. E creio que temos as habilidades intelectuais, sociais e imaginativasapostas na ligue 1que necessitamos para fazer o futuro que queremos.