Crianças no celular? Como a pandemia mudou o modo como especialistas veem o usocasa de apostas cbettelas na infância:casa de apostas cbet

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Legenda da foto, Pandemia do novo coronavírus bagunçou rotinas e fez muitas famílias recorrem mais a telas

"Uma consequência imediata da pandemia é que limites rígidoscasa de apostas cbettempocasa de apostas cbettela — que,casa de apostas cbetgeral, existiamcasa de apostas cbetfamílias mais privilegiadas, como a minha — caíram por terra", escreve Kamenetz.

Aqui no Brasil, a pediatra Evelyn Eisenstein, professora-associada da Universidade do Estado do Riocasa de apostas cbetJaneiro (Uerj) e que ajudou a elaborar o Manual Saúdecasa de apostas cbetCrianças e Adolescentes na Era Digital, da Sociedade Brasileiracasa de apostas cbetPediatria, vêcasa de apostas cbetseu dia-a-dia no consultório os danos que o uso excessivocasa de apostas cbeteletrônicos pode causarcasa de apostas cbetalgumas crianças. E, no entanto, nesta pandemia, não teve alternativa senão manter via telas o contato com a netacasa de apostas cbet2 anos e meio.

"A pergunta que tenho feito hojecasa de apostas cbetdia para crianças e adolescentes no consultório não é mais o quanto tempo passam na tela, mas sim 'quanto tempo você passa desconectado?'. Considerando que a criança precisacasa de apostas cbetno mínimo 9hcasa de apostas cbetsono e ficar longe das telas para comer, tomar banho e fazer outras atividades, teria que passar pelo menos metade do dia desconectada", diz Eisenstein à BBC News Brasil.

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Legenda da foto, 'A maioria dos pais têm dito 'eu preciso dos aparelhos eletrônicos, eles têm um propósito para mim e para os meus filhos. Mas o tempocasa de apostas cbettela deixoucasa de apostas cbetser uma métrica útil', diz autora

As circunstâncias atuais reforçaram uma percepção entre parte dos especialistas: embora seja importante estabelecer limites para o usocasa de apostas cbettablets, celulares e computadores por crianças e adolescentes, essa medida por si só não é um parâmetro únicocasa de apostas cbettemposcasa de apostas cbetpandemia.

"A maioria dos pais têm dito 'eu preciso dos aparelhos eletrônicos, eles têm um propósito para mim e para os meus filhos. Mas o tempocasa de apostas cbettela deixoucasa de apostas cbetser uma métrica útil", opina Kamenetzcasa de apostas cbetentrevista à BBC News Brasil.

"Mas, então, qual a métrica para determinar o que é válido ou não? Acho que os pais devem usarcasa de apostas cbetobservação."

Os especialistas consultados para esta reportagem trazem mais dicas para isso, que você lê ao fim deste texto. Mas, antes, é bom lembrar que o conceitocasa de apostas cbettempocasa de apostas cbettela tem razãocasa de apostas cbetexistir: foi estabelecido por associaçõescasa de apostas cbetpediatrascasa de apostas cbettodo o mundo para preservar a saúde das crianças.

As medidascasa de apostas cbettempocasa de apostas cbettela

A Sociedade Brasileiracasa de apostas cbetPediatria (SBP), por exemplo, defendeu,casa de apostas cbetrecomendações publicadascasa de apostas cbetfevereiro, que criançascasa de apostas cbetmenoscasa de apostas cbet2 anos não fossem expostas a nenhuma atividadecasa de apostas cbettela.

Criançascasa de apostas cbet2 a 5 anos deviam passar apenas uma hora por dia diantecasa de apostas cbettelas. Para criançascasa de apostas cbet6 a 10, no máximo duas horas por dia (e sempre com supervisãocasa de apostas cbetadultos). Para os mais velhos e adolescentes, o limite écasa de apostas cbettrês horas.

Um dos motivos é que sentar diantecasa de apostas cbettelas muitas vezes equivale a consumir conteúdo passivamente, perdendo oportunidades valiosas (principalmente para as crianças menores)casa de apostas cbetpraticar outras habilidades importantes (e mais enriquecedoras) vindas da interação presencial, do contato com a natureza e com os objetos físicos.

Outro é que as telas estimulam a produçãocasa de apostas cbetdopamina no corpo, que pode causar dependência ou levar a dificuldades para dormir e transtornoscasa de apostas cbetcomportamento,casa de apostas cbetcasos mais extremos. Além disso, o uso das telas,casa de apostas cbetgeral, favorece o sedentarismo,casa de apostas cbetvezcasa de apostas cbetestimular as crianças a brincarem com coisas concretas e a se movimentarem.

Mas como dar conta dissocasa de apostas cbetplena quarentena e sem a escola?

A SBP atualizou suas recomendaçõescasa de apostas cbetmaio, reconhecendo a importância das telas neste momento, mas pedindo que pais e cuidadores se esforcem para preservar o tempo das crianças para a saúde (mantendo horárioscasa de apostas cbetsono ecasa de apostas cbetrefeições), para o relacionamento afetivo e familiar que vá além dos eletrônicos, com cuidados redobrados com a segurança e a privacidade online e um tempo "para a família se conhecer, brincar e criar novas formascasa de apostas cbetinteração e afeto".

Para os menorescasa de apostas cbet2 anos, o guia defende que as telas devem servir apenas para "uso afetivo", por exemplo, o contato com parentes.

'Vida familiar importa mais que tempocasa de apostas cbettela'

A Unicef, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a infância, publicoucasa de apostas cbetabril um artigo sobre como "repensar o tempocasa de apostas cbettelacasa de apostas cbettemposcasa de apostas cbetcovid-19", levantando a questão: "como as crianças e famílias podem aproveitar ao máximo a crescente dependência das telas — que estão ajudando a manter um sensocasa de apostas cbetnormalidade durante a quarentena — e ,ao mesmo tempo, encontrar um equilíbrio com outras atividades importantes?"

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, 'Você não consegue inspecionar o cérebro dos seus filhos enquanto eles estão no tablet, mas consegue observar o comportamento deles', diz pediatra

O primeiro ponto, diz o texto, é que, na maioria dos casos, evidências robustas recentes indicam que é relativamente pequeno o impacto do usocasa de apostas cbettelas na saúde mental e no bem-estar infantil.

"Outros fatores, como o apoio dos pais, as relações familiares e as experiências adversas na infância são muito mais impactantes do que o tempocasa de apostas cbettela."

Com isso, a conclusão écasa de apostas cbetque se deve dar atenção menos à contagemcasa de apostas cbettempo e mais ao que as crianças fazem online, com quais conteúdos se deparam e que redescasa de apostas cbetapoio têm fora das telas.

Essa linhacasa de apostas cbetpensamento é parecida com a que foi defendida pela pediatra americana Jenny Radesky, pesquisadoracasa de apostas cbettecnologia e desenvolvimento infantil na Escolacasa de apostas cbetMedicina Universidadecasa de apostas cbetMichigan, durante o seminário virtual "Covid-19: Tempocasa de apostas cbetTela e o Cérebrocasa de apostas cbetDesenvolvimento", realizado pela Academiacasa de apostas cbetCiênciascasa de apostas cbetNova York,casa de apostas cbet30casa de apostas cbetjulho.

"Quando sou entrevistada sobre usocasa de apostas cbettecnologia por crianças, não quero falar sobre o usocasa de apostas cbettecnologia, mas sobre o que a família da criança está fazendo para enfrentar estes tempos tão difíceis: quais são seus valores, suas necessidades e como o usocasa de apostas cbetmídia pode ajudar ou atrapalhar isso", disse ela.

Radesky sugeriu que pensemos mais nos processos cruciais para as crianças — na interação entre pais e filhos, na regulação emocional e fisiológica (de sono e capacidadecasa de apostas cbetfocar), na capacidadecasa de apostas cbetautonomia e no conteúdo consumido online — do que no tempocasa de apostas cbettela.

"Você não consegue inspecionar o cérebro dos seus filhos enquanto eles estão no tablet, mas consegue observar o comportamento deles", afirmou.

Como fazer um uso saudável das telas?

Voltando, então, ao questionamentocasa de apostas cbetAnya Kamenetz: quais outras métricas podem ser usadas para pais avaliarem se o usocasa de apostas cbettelas está dentrocasa de apostas cbetlimites aceitáveis? Eis algumas dicas sugeridas por especialistas:

casa de apostas cbet 1. A tela é útil se ajuda a manter contato com as pessoas. "Durante tempos extraordinários, com um alto graucasa de apostas cbetincerteza e irregularidade, é vital para as crianças brincar e se comunicar com amigos", diz a Unicef. Se isso está sendo feito por videogames, videochamadas ou redes sociaiscasa de apostas cbetmodo a oferecer uma conexão humana, tem valor.

casa de apostas cbet 2. Conteúdo mais calmo é mais positivo. Desenhos e games mais calmos ou que proporcionem autonomiacasa de apostas cbetvezcasa de apostas cbetapenas estimular o uso compulsivo são muito melhores para o desenvolvimento cerebral e para o comportamento das crianças, disse Jenny Radesky. "Escolha bom conteúdo, que não seja cheiocasa de apostas cbetconflitos ou comportamentos idiotas", sugeriu. "Fiz esse experimento com meus filhos. Quando os vi assistindo a um montecasa de apostas cbetvídeoscasa de apostas cbetStar Wars, com personagens se xingando ou falando coisas irritantes, dei um basta."

Crédito, Unicef

Legenda da foto, Conteúdo mais calmo ou que proporcione atividades físicas é mais positivo

Depoiscasa de apostas cbetduas semanas limitando o consumo a desenhos mais calmos, as crianças também estavam mais tranquilas, disse ela. "Eles estavam se alimentando daquele nível elevadocasa de apostas cbetenergia. Isso foi com os meus filhos, não estou dizendo que é o que todas as famílias devem fazer. Mas vale prestar atençãocasa de apostas cbetcomo seu filho está reagindo ao conteúdo."

Da mesma forma, Anya Kamenetz diz que boa parte do tempo que as filhas passam no tablet é dedicado a ouvir audiolivros ou a assistir a contaçõescasa de apostas cbethistória, que exigem mais esforço do cérebro, tirando-o do estadocasa de apostas cbetpassividade.

casa de apostas cbet 3. Preserve rituaiscasa de apostas cbetfamília, o sono e o repertório 'offline'. São as atividadescasa de apostas cbetfamília — quaisquer que sejam, desde brincar juntos, assistir filmes, cozinhar e conversar — que vão ajudar as crianças a ter resiliência neste momento, argumentou Radesky.

Eisenstein também diz que muitas crianças ficam irritadas na ausência dos eletrônicos porque estão com pouco repertóriocasa de apostas cbetbrincadeiras "offline". Elas precisamcasa de apostas cbetum estímulo inicial para ter ideiascasa de apostas cbetcomo sair do círculo vicioso do uso constante da tela e brincar no mundo real.

As duas médicas são enfáticas ao dizer que a tecnologia é ruim quando atrapalha o sono, crucial para as crianças (e adultos) se desenvolverem e cuidaremcasa de apostas cbetseu sistema imunológico. "Precisa desligar os eletrônicos pelo menos uma ou duas horas antescasa de apostas cbetdormir, porque a luz das telas bloqueia a produçãocasa de apostas cbetmelatonina", sugere Eisenstein.

casa de apostas cbet 4. Observe as emoções das crianças. A tela está fazendo mal, mesmo que seja para atividades escolares, quando a atividade não permite intervalos, deixa as crianças mais irritadas e ansiosas ou serve apenascasa de apostas cbetfuga para criançascasa de apostas cbetmomentoscasa de apostas cbettristeza.

Ou seja,casa de apostas cbetvezcasa de apostas cbetlidar com as emoções, um aprendizado que serve para a vida inteira, a criança as suprime com ajuda da tecnologia. Se a percepção dos pais forcasa de apostas cbetque a tela está prejudicando mais do que ajudando a lidar com o momento atual, pode ser horacasa de apostas cbetbuscar ajuda especializada.

Mas avaliar esse cenário exige observação dos pais, diz Kamenetz. "Podemos ter uma criança ficando até tarde jogando videogame, mas ela está solucionando um problema, bolando uma estratégia. É uma atividade intelectual. Outra criança pode estar completamente ansiosa ou depressiva e suprimindo seus sentimentos no uso compulsivo do videogame. Uma terceira pode estar apenas interessadacasa de apostas cbetse reunir com os amigos enquanto joga, é um momento socialcasa de apostas cbetescape das pressões atuais. Como pai, olhandocasa de apostas cbetfora, você pode ver a mesma situação: eles estão deixandocasa de apostas cbetdormir porque estão envolvidos com o jogo. Mas, dependendocasa de apostas cbeto que estiver rolando com a criança,casa de apostas cbetapenas um dos casos está sendocasa de apostas cbetfato prejudicial. Nos demais, você pode negociar com eles e dizer 'acho que é um pouco excessivo, porque quero que você durma, mas entendo que você queira jogar'. Isso exige bastante sensibilidade."

casa de apostas cbet 5. Os combinados seguem valendo, mesmo na pandemia. Autorizar mais tempo diante da tela não tira a importânciacasa de apostas cbetfazer acordos prévios com a crianças e adolescentes, seja restringindo o uso dos eletrônicos a apenas algumas horas do dia e flexibilizando no fimcasa de apostas cbetsemana, seja conversando sobre conteúdos dos quais os pais não gostam ou discutindo alternativas caso as telas estejam prejudicando o sono ou causando mudançascasa de apostas cbethumor.

A Unicef defende "estratégias ativas", como conversar com as crianças sobrecasa de apostas cbetexperiência online e assegurar-secasa de apostas cbetque estejam usando apenas jogos e redes apropriados paracasa de apostas cbetidade.

casa de apostas cbet 6. Use as telas para atividades físicas. Especialmente para crianças confinadascasa de apostas cbetapartamentos ou locais pequenos, jogos ou vídeos online que estimulem exercícios são benéficos, diz o artigo da Unicef.

casa de apostas cbet 7. Pense no controlecasa de apostas cbetdanos. Se não podemos nos dar ao luxocasa de apostas cbetficar sem telas, podemos bolar estratégiascasa de apostas cbetreduçãocasa de apostas cbetdanos, defende Kamenetz. No caso dela, com filhas pequenas, isso significa se preparar com antecedência para crisescasa de apostas cbetbirra que surgem quando é horacasa de apostas cbetdesligar — e que ela mitiga com muita paciência, lanchinhos, abraços e atividades que ajudem na transição das telas para o mundo offline.

"É ilusório pensar na ideiacasa de apostas cbetperfeição", diz ela à BBC News Brasil. "Todos erramos, e nossos filhos não serão anjos perfeitos diante no computador. E nós não poderemos impedir, porque estamos fora da nossa rotina e sobrecarregados. Então, precisamos entender que vamos errar, aprender e tentar consertar."

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