Orgasmo feminino: Qual é a função biológica do clímax no sexo?:site esportiva bet

Apesarsite esportiva betsua complexidade neuroendócrino-muscular, o orgasmo masculino pode ser resumido como uma cadeia complexasite esportiva betmovimentossite esportiva betcontração que culminamsite esportiva betuma sensação repentinasite esportiva betintenso prazer. Isso é acompanhado pela ejaculação, uma violenta ejeçãosite esportiva betfluido que leva o esperma para a vagina.

Nos homens, o orgasmo é um requisito obrigatório para que a ejaculação ocorra, mas as mulheres não precisam dele para produzir cada um dos 300 óvulos mensais que produzem durantesite esportiva betvida fértil, nem para ter filhos.

Então, qual é a função do orgasmo feminino do pontosite esportiva betvista evolutivo? Embora tenha sido um tabu social e um enigma biológico, algumas evidências permitem esclarecer o assunto.

"Subproduto evolucionário"

Em seu livro Solitary Sex: A Cultural History of Masturbation (Sexo Solitário: Uma História Cultura da Masturbação,site esportiva bettradução livre para o português), o historiador americano Thomas Laqueur, professor do Departamentosite esportiva betHistória da Universidade Berkeley, nos Estados Unidos, argumenta que "desde os tempos antigos até o século 19, a suposição geral erasite esportiva betque as mulheres experimentavam orgasmos como os homens, mas também que o orgasmo era necessário para a concepção."

Se a primeira é absolutamente verdadeira, a segunda está errada. Isso foi adiantadosite esportiva bet1967 pelo zoólogo britânico Desmond Morrissite esportiva betThe Naked Ape ("O Macaco Nu",site esportiva bettradução livre para o português) e também demonstrado pelos estudossite esportiva betMasters e Johnson, baseadossite esportiva betdez mil atos sexuais humanos ("Sexualidade humana").

Isso confirmou que o que causa o orgasmo feminino na maioria dos casos é a estimulação do clitóris. Área que não é contatada pelo pênis durante a cópula e, portanto, não interfere no processosite esportiva betinseminação.

No ensaio Male Nipples and Clitoral Ripples (Mamilos masculinos e ondulações do clitóris,site esportiva bettradução livre para o português), Stephen Jay Gould postulava uma argumentação polêmica.

Emsite esportiva betvisão, como, do pontosite esportiva betvista biológico, o importante é que os espermatozoides cheguem aos óvulos e para isso, basta o orgasmo masculino, o feminino deveria ser considerado "supérfluo". Seria assim algum tiposite esportiva betacidente evolutivo, resultado secundário da necessidade do orgasmo masculino.

Segundo ele, existe um orgasmo feminino simplesmente porque o clitóris é o equivalente anatômico do pênis (ambos têm a mesma origem embrionária). Portanto, estimulação, ereção e orgasmo ocorremsite esportiva betambos. Para Gould, o orgasmo via clitóris é um artefatosite esportiva betdesenvolvimento. Não tem nenhum significado adaptativo.

A controvérsia gerada por Gould ressurgiusite esportiva bet2005, quando Elisabeth Lloyd, professorasite esportiva betFilosofia da Ciência na Universidadesite esportiva betIndiana, nos Estados Unidos, publicou um livro, The Case of the Female Orgasm: Bias in the Science of Evolution ("O caso do Orgasmo Feminino: Viés na Ciência da Evolução",site esportiva bettradução livre para o português).

Com isso, Lloyd conclui que o orgasmo feminino não tem sentido evolutivo (exceto osite esportiva betgozo, que não é pequeno). Como Gould, ela o vê como um subproduto da evolução.

A ideiasite esportiva bet"subproduto evolutivo" ésite esportiva betDarwin, que o considerou como qualquer traço extraídosite esportiva betoutros. Os mamilos dos homens são um exemplo claro. Nós os possuímos porque compartilhamos com as mulheres a mesma arquitetura fixada por um desenho embrionário comum, até que o surgimento da testosterona e dos estrogênios direcione o feto indiferenciado para um ou outro sexo. Enquanto nas mulheres servem para a lactação, nos homens seriam um subproduto sem valor adaptativo.

Mas isso não se aplica necessariamente ao orgasmo feminino.

Fisiologia do orgasmo

Para começar, ambos os gêneros desenvolveram prazer no sexo. Esse prazer é a causa imediata da relação sexual, cujo objetivo final é o sucesso reprodutivo. Se considerarmos também os padrões que caracterizam o orgasmo feminino, a conclusão é ainda menos convincente.

Durante o orgasmosite esportiva betambos os sexos, ocorrem aumentos consideráveis nas pulsações (de 70 a 80 a 150 batimentos por minuto), na pressão arterial (de 120 a 250 mmHg no clímax) e na respiração, que se torna mais profunda e rápida até que, quando o momento do orgasmo se aproxima, fica ofegante. No final, o rosto se contrai, com a boca bem aberta e as narinas dilatadas, como atletassite esportiva betseu nível máximosite esportiva betesforço, já com faltasite esportiva betar.

O que distingue o orgasmo feminino é uma sériesite esportiva betcontrações rítmicas na região perineal, na vagina e no útero. Tais contrações têm uma função absorvente do esperma descrito pelos pesquisadores britânicos Robin Baker e Mark Bellis na revista científica Animal Behavior que, além disso, aumentasite esportiva betretenção no canal vaginal, como o biólogo americano Paul R. Ehrich argumentasite esportiva betHuman nature: Genes, Cultures, and the Human Prospect (Natureza humana: genes, culturas e a Perspectiva Humana;site esportiva bettradução livre para o português). Por esse motivo, as hipóteses evolutivas que mais têm respaldo entre os cientistas referem-se ao papel do orgasmo como mecanismosite esportiva betretençãosite esportiva betespermatozoides no trato sexual feminino.

Finalmente, se considerarmos que o orgasmo é seguido por um período considerávelsite esportiva betexaustão e sono, pode-se deduzir que outrasite esportiva betsuas funções adaptativas é induzir o repouso horizontal após a cópula. Isso favorece a retençãosite esportiva betesperma e, portanto, aumenta as chancessite esportiva beta mulher ser fertilizada.

Essa moleza pós-coito é outra diferença do orgasmo humanosite esportiva betrelação aos demais primatas, o que se prova fundamental para a fêmea do único mamífero cuja vagina,site esportiva betdecorrência do bipedismo, se abre na posição vertical, o que acaba indiretamente por favorecer a queda gravitacional do fluido espermático.

*Manuel Peinado Lorca é professor do Departamentosite esportiva betCiências da Vida da Universidadesite esportiva betAlcalá, na Espanha, e pesquisador do Instituto Franklinsite esportiva betEstudos Norte-Americanos. Seu artigo original foi publicado no site The Conversation, que você pode ler aqui.