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Estudo encontra carga mais altagoldbet comcoronavírusgoldbet comcrianças pequenas do quegoldbet comadultos:goldbet com
Estes pacientes pertenciam a três grupos: crianças com até cinco anosgoldbet comidade (46 pacientes); crianças com cinco a 17 anosgoldbet comidade (51 pacientes); e adultos com 18 a 65 anos (48 pacientes).
As amostras do primeiro grupo, das crianças mais novas, tiveram menor valores CT para PCR — uma medida técnica que indica os ciclos necessários para detecçãogoldbet comfragmentos do vírus. Ou seja, quanto menos ciclos para encontrar o material, isto é um indicativogoldbet comuma carga viral maior.
O valor CT mediano foi semelhante para crianças mais velhas (11.1) e adultos (11.0), mas significativamente mais baixo para crianças mais novas (6.5).
"Para tentar remover variáveis que pudessem causar confusão ou parcialidade, foram excluídos os pacientes que estavam mais doentes (precisandogoldbet comsuportegoldbet comoxigênio); que estavam assintomáticos; ou que tinham duração dos sintomas desconhecida ou maior que uma semana", escreveu à BBC News Brasil Taylor Heald-Sargent, médica e autora principal do estudo, do tipo research letter ("cartagoldbet compesquisa",goldbet comtradução livre, uma espéciegoldbet comrelato mais concisogoldbet comum estudo).
"Nosso estudo não examinou diretamente a replicação viral ou a transmissão do SARS-CoV-2, mas foi demonstrado para outros vírus que quantidades mais altas do patógeno podem aumentar a capacidadegoldbet comtransmissão. Isto aliado ao fatogoldbet comque crianças pequenas são menos propensas a usar máscarasgoldbet comforma consistente, manter boa higiene das mãos e evitar tocar a boca ou nariz, parece lógico (supor) que as crianças sejam capazesgoldbet comtransmitir o vírus a outras pessoas", afirmou Heald-Sargent.
A publicação destaca que "conforme sistemasgoldbet comsaúde planejam a reaberturagoldbet comcreches e escolas, entender o potencialgoldbet comtransmissão das crianças será um guia importante para medidas públicasgoldbet comsaúde", assim como para o planejamentogoldbet comquais serão os públicos etários prioritáriosgoldbet comuma eventual vacina, acrescentam os autores.
Presença do vírus, infecção e transmissão
Como apontou a pesquisadora, é importante lembrar que ter o material genético do vírus detectado no organismo é uma coisa; desenvolver sintomas, outra; e transmitir a doença para outras pessoas, também.
"Para ser sincera, nossos resultados nos surpreenderam e nos intrigaram. Não sei dizer por que as crianças pequenas têm níveis mais altosgoldbet comRNA viral, mas são menos sintomáticas que as crianças mais velhas e os adultos", afirmou à reportagem a autora do estudo.
"Já foi apontado que esses altos níveis do vírus podem ser capazesgoldbet comdesencadear uma resposta imunológica mais eficiente, impedindo a propagação do trato respiratório superior para o mais baixo — o que significa que as crianças podem ter apenas sintomasgoldbet comresfriado e não desenvolver pneumonia. Também é possível que parte da patologia observada na covid-19 seja devida à própria resposta imune. Talvez as crianças mais novas tenham realmente um tipo diferentegoldbet comresposta imune ao vírus, que não causa danos a órgãos como os pulmões."
Comentando o estudo para a BBC News Brasil, Marcelo Otsuka, coordenador do comitêgoldbet comInfectologia Pediátrica da Sociedade Brasileiragoldbet comInfectologia (SBI), destaca, primeiro, que o PCR captura fragmentos do vírus, e não o vírusgoldbet comsi — como seria possível com a análisegoldbet comcélulasgoldbet comlaboratório, o que não é tão comum ou acessível.
Assim, o material genético do patógeno pode até ser encontrado no corpo com o PCR, como foi feito no estudo, mas isso não significa que a doença se desenvolveu ou que ela pode ser transmitida.
Otsuka reconhece, porém, que os resultados do estudo no JAMA Pediatrics podem sim indicar maior carga viral e uma capacidadegoldbet comtransmissão relevante por crianças — ainda mais porque, no trabalho, foram considerados pacientes que estavam doentes e com quadros semelhantes, fossem eles adultos ou crianças.
"Em geral, crianças têm maior chancegoldbet comnão ter sintomas, ougoldbet comter sintomas mais tranquilos. E, a princípio, quanto menor sintomatologia, menor carga viral, menor transmissão. Mas, nesse estudo, foram comparadas crianças com sintomas leves a moderados com adultos com sintomas leves a moderados. Foi o mesmo tipogoldbet commanifestação (da doença, entre crianças e adultos). Então, a criança pode transmitir igualmente. Não sabemosgoldbet comalgum fator que a impeçagoldbet cominfectar como adultos", apontou o infectologista e pediatra, ressaltando também que o númerogoldbet compacientes do estudo, 145, é relativamente pequeno.
"A criança transmite, mas precisamosgoldbet commais estudos para dizer o quanto."
O infectologista, como os próprios autores do artigo, aponta também que há um fator que vai além das células e laboratórios e que pode ter minimizado, no mundo real da pandemia, o papel dos pequenos como transmissores.
"Se tem alguém que está fazendo isolamento são as crianças, principalmente as pequenas. Por estarem maisgoldbet comcasa, isso pode ter reduzido muito a infecção nesta faixa etária", diz Otsuka, lembrando por exemplo que são os adultos que saemgoldbet comcasa para ir ao mercado ou desempenhar outras atividades essenciais durante a pandemia.
O artigo no JAMA Pediatrics diz também que "relatos iniciais não encontraram evidências fortesgoldbet comque as crianças sejam contribuidoras significativas para o alastramento do SARS-CoV-2, mas o fechamento das escolas no início da pandemia acabou afastando (a produção de) pesquisasgoldbet comlarga escala sobre estes lugares como fontegoldbet comtransmissão comunitária".
Otsuka aponta que há sinaisgoldbet comque crianças menores do que um ano podem apresentar maiores vulnerabilidades à covid-19 por contagoldbet comum sistemagoldbet comdefesa aindagoldbet comformação, conforme ele e colegas têm observado no Hospital Infantil Darcy Vargas,goldbet comSão Paulo — aspectos clínicos registrados ali foram inclusive disponibilizados recentemente na plataformagoldbet compré-publicação (sem revisão dos pares), medRxiv.
Presidente do departamentogoldbet cominfectologia da Sociedade Brasileiragoldbet comPediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi também destaca que "muitas vezes o RNA reflete um vírus que não é viável para infecção", sugerindo cautela com os resultados obtidos via PCR. Ele também aponta que não se pode ignorar os vários estudos que vêm minimizando a função das crianças como vetores da covid-19.
"Quando você vai para o mundo real, os estudos que tentam investigar o papel das crianças na transmissão são praticamente unânimesgoldbet comdestacar que crianças (abaixogoldbet com10 anos) têm desempenhado um papel menos relevante na transmissão. Eles mostram que obviamente as crianças podem transmitir, mas são os adultos jovens os principais vetoresgoldbet comtransmissão", diz Sáfadi, professorgoldbet cominfectologia e pediatria da Faculdadegoldbet comCiências Médicas da Santa Casagoldbet comSão Paulo.
Publicado no início do mês na revista científica Pediatrics, um destes estudos mostrou, a partir dogoldbet comum rastreamento feito pelo Hospital Universitáriogoldbet comGenebra com 111 adultos que tinham tido contato com crianças infectadas, que apenasgoldbet com8% dos casos, a criança desenvolveu sintomas primeiro — ou seja, possivelmente tendo sido a origem da cadeiagoldbet comtransmissão. Grande parte dos casos foramgoldbet comciclos iniciados com adultos manifestando sintomas.
O médico destaca ainda o conhecimento que se tem sobre crianças e a transmissãogoldbet comoutras doenças — e que pode também ajudar com pistas sobre o que acontece na covid-19.
"Para a influenza, as crianças são claramente vetoresgoldbet comtransmissão importantes na comunidade. O próprio vírus que causa a bronquiolite, também", diz, se referindo neste caso ao vírus sincicial respiratório (VSR), também citado pelos autores do JAMA Pediatrics como um histórico importante a se considerar.
"Por outro lado, outros coronavírus, como os da Sars (síndrome respiratória aguda grave) e Mers (síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio, na siglagoldbet cominglês), não tiveram nas crianças uma fonte importantegoldbet comtransmissão. Então, este também pode ser um comportamentogoldbet comclasse dos coronavírus."
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