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Quarentena impulsiona busca por relações extraconjugais:bola bets bola
Também no Rio, a publicitária Luciana*, 35, divide o apartamento com o marido - como o reconhece e chama - há cinco anos. Como Bianca, ela sentiu os efeitos do isolamento social sobre seu relacionamento, que já estava, como conta,bola bets bolacrise.
"Antesbola bets bolaa pandemia 'estourar' eu já estava cogitando a possibilidadebola bets bolame separar. Sentia que a gente estava se afastando afetivamente, sexualmente e emocionalmente. Daí veio a quarentena e a crise ficou meio 'em stand by'. Não ouso 'mexer neste vespeiro' porque não tem como resolver. Não tem como a gente se separarbola bets bolameio a este caos, não tem como dar um tempo, então prefiro manter uma convivência minimamente harmônica enquanto isso durar", explica ela.
Apesarbola bets boladestacar um convívio agradável com o marido - "gosto da companhia dele", ela diz -, Luciana conta que se aproximou, durante a pandemia,bola bets bolaum outro homem, um conhecidobola bets bolafaculdade. Os dois se reencontrarambola bets bolauma festabola bets bolaamigosbola bets bolacomum no início do ano e passaram a trocar mensagens.
"Começou como uma amizade ebola bets bolauns meses para cá, falarmos abertamente sobre o interesse que temos um no outro. Só não tem nadabola bets bolatom explicitamente sexual: trocabola bets bolanude, sexo virtual, nada disso. Mas falamos sobre nosso dia, conto meus planos para o futuro, ele fala dos dele, mandamos fotos do cotidiano. De certa forma, me sinto como se fôssemos um casal, tirando as relações sexuais/eróticas, até porque pela pandemia, não tem a pressão da possibilidadebola bets bolaum encontro físico. Mas me sinto envolvida afetivamente, conectada sentimentalmente, com uma rotina a doisbola bets bolacerta forma com ele,bola bets bolaum jeito que eu não me sinto maisbola bets bolarelação ao meu marido", confessa.
Desejobola bets bola'estar fora'
Segundo Cláudio Paixão, doutorbola bets bolapsicologia social e professor da Escolabola bets bolaCiência da Informação da Universidade Federalbola bets bolaMinas Gerais (UFMG), o isolamento social necessário como medidabola bets bolaprevenção contra a covid-19 causa uma redução do espaço físico vivenciado pelas pessoas, o que não acontece com os espaços psíquicos, impactando a maneira como vivenciam seus desejos.
"As pessoas estão o tempo todobola bets boladiálogo com o mundo,bola bets bolaseu trabalho,bola bets bolavida social, outros lugares que não a casa e o próprio relacionamento. Com o isolamento, há uma redução deste espaço físicobola bets bolainteratividade, mas o campo psicológico não passa por issobola bets bolapronto. Então as pessoas não entendem ou aceitam imediatamente quebola bets bolaredebola bets bolarelacionamentos também está limitada. Isso faz com que se olhe para fora:bola bets bolacasa, do relacionamento. É um desejobola bets bola'estar fora'. Isso aparece nos memesbola bets bolasaudades do bar, da vontadebola bets bola'se aglomerar',bola bets bolapraticar atividades físicas, os mais diversos desejosbola bets bolatroca, inclusive a sexual e afetiva. E o que se tem feito como alternativa é uma virtualização das relações para suprir estes desejos", aponta o especialista, citando exemplos como trocabola bets bolanudes e a práticabola bets bola'sexting', sexo virtual por mensagens.
Sem sair desde março da casabola bets bolaque vive com o namoradobola bets bolaBelo Horizonte (MG), o pesquisador Caio,bola bets bola28 anos, passou a utilizar o que ele chamabola bets bola"aplicativosbola bets bolapegação" e tem participadobola bets bolachatsbola bets bolabuscabola bets bolaparceiros sexuais.
"Acho que sempre tivemos um relacionamento aberto velado. Já fiquei com outros caras e sei que ele também. Mas era algo esporádico, quando rolava um clima numa festa, coisabola bets bolamomento. Não falamos sobre isso, e nunca busquei esses encontros ativamente, acredito que nem ele. Agora na pandemia, me vi mais impelido a fazer isso, tenho usado aplicativosbola bets bola'pegação', inclusive trocando nudes neles ebola bets bolachats como do Facebook, coisa que nunca tinha feito. Não sei se ele também faz, mas não me incomodaria".
Caio diz que isso não afetoubola bets bolarelação com Igor, com quem mora há 8 anos. "Apesarbola bets bolaestarmos na mesma casa, que é antiga e enorme, não ficamos o dia todo no mesmo ambiente. Além disso, eu trabalho muito tempo diante do computador, então temos uma certa privacidade. Não frequento esses aplicativos e chats descaradamente, na frente dele. Nossa vida sexual continua bastante ativa e nosso envolvimento afetivo e emocional continua o mesmobola bets bolaantes, mais intenso até, eu diria. Sinto que nosso relacionamento é muito estável".
'Tinderização' das relações
Para o psicólogo Cláudio Paixão, outro fator que impacta a busca por relações extraconjugais é um padrãobola bets bolase relacionar que ele chamabola bets bola'tinderização' (referência ao aplicativo Tinder, que permite interação entre as pessoas a partirbola bets bolaum "match", função que aponta interesse mútuo entre dois usuários).
"Com o advento das redes sociais, criou-se a possibilidadebola bets bolase navegar e ver outras pessoas, possibilidadesbola bets bolarelacionamento diferentes das que se tem. Surge um cardápio maiorbola bets bolapossibilidades, o que sugere, atiça uma sériebola bets bolaoutros desejos, ainda que baseadosbola bets bolafantasias, porque na internet as pessoas se mostram como querem ser vistas."
Cláudio sugere, ainda, que essa 'tinderização', trazendo a grande possibilidadebola bets bolaoutras escolhas sexuais e afetivas, também tende a tornar as gerações atuais menos tolerantes aos aspectos que as desagradambola bets bolaseus parceiros.
"Há a tendênciabola bets bolareduçãobola bets bolatolerância ao erro do outro. Antes você acabava convivendo por um tempo, ia estreitando laços com alguém para aprender sobre a pessoabola bets boladiversos níveis. Neste momentobola bets bolatinderização, as pessoas têm muitas escolhas e um baixo limiarbola bets bolaresistência à frustraçãobola bets bolaexpectativas. Você vê o outro, se interessa e começa a conversar. Se surge algo que desagrada, é só 'jogar pro lado' e interromper o contato", aponta o especialista, destacando como o isolamento social impacta este efeito.
"Neste momento, o que hábola bets bolabom e ruim nas relações se sobressai ao mesmo tempobola bets bolaque há essa diminuição da tolerância. Somando a isso fatores como o cuidado com filhos e com pessoas idosas, o teletrabalho e o ensino à distância, cria-se um desgaste da relação a dois. Isso pode fazer com que o interesse da pessoa se volte 'para fora' da relação confinada naquele espaçobola bets bolatensão. Por isso é sempre importante dialogar."
Moralização dos relacionamentos
Apesar dessa tendênciabola bets bolase querer experimentar "o que está fora"bola bets bolaum relacionamento monogâmico diante do confinamento, a pandemia do novo coronavírus pode trazer uma certa moralização dos modelos conjugais. É a análise feita pelo antropólogo Antônio Pilão, doutorbola bets bolaCiências Sociais pela Universidade Federal do Riobola bets bolaJaneiro (UFRJ), com pós-doutoradobola bets bolagênero e sexualidadesbola bets bolaandamento no Programabola bets bolaPós-Graduaçãobola bets bolaCiências Sociais da Universidade Federalbola bets bolaJuizbola bets bolaFora (PPGCSO- UFJF).
"Vejo uma relação muito estreita com o fenômeno da aids nos anos 1980 e 1990. O mundo havia saídobola bets bolaum contextobola bets bolaexperimentação afetiva e sexual dos anos 1970. Com a aids, houve uma remoralização dos desejos e práticas, porque entendia-se que a proliferação do HIV era proveniente da promiscuidade sexual. Então a limitação das experiências afetivas e sexuais e a monogamia como regra foram uma resposta a essa premissa", analisa Antônio, um dos pesquisadores pioneiros no estudobola bets bolarelações não monogâmicas no país.
"Estamos diantebola bets bolaum vírus que se alastra a partir das interações sociais, do abraço, do beijo. Essas são, na sociedade ocidental, portabola bets bolaentrada para a sexualidade. Com isso, os relacionamentos tornam-se uma discussão sanitária, o que também influencia nossa visão moral. Antes da pandemia estávamosbola bets bolaum momento, desde o início dos anos 2000,bola bets bolamaior abertura para o questionamento das limitações da monogamia. Agora, parece que estamos entrandobola bets bolauma fasebola bets bolaque ela se apresentaria como a única possibilidade conjugal possível, até por questõesbola bets bolasaúde pública", avalia o antropólogo.
"A infidelidade é uma afirmação da monogamia"
Antônio explica também a diferença entre estarbola bets bolauma relação não monogâmica e ter relacionamentos extraconjugais:
"A monogamia dificilmente é um acordo. Nascemosbola bets bolauma sociedadebola bets bolaque essa normatividade está posta, limitando a sexualidade, a afetividade e o que chamamosbola bets bolaamor (num relacionamento) exclusivamente a outra pessoa. As relações não monogâmicas questionam esse modelo e não são a ausência totalbola bets bolaregulação, mas a propostabola bets bolaregulações e contratos que não sejam absolutos como a monogamia. Já a infidelidade é uma afirmação da monogamia. Driblar os pressupostos e as regras da norma vigente não constrói novos acordos, mas representa uma manutenção dos antigos, ainda que seja no descumprimento deles. Por isso também há o sentimentobola bets bolaculpa, arrependimento, vergonha e as práticas se mantêm clandestinas."
Para Antônio, é impossível prever como serão construídos os modelosbola bets bolaconjugalidadebola bets bolaum possível mundo pós-pandemia.
"Não sabemos se no que ano que vem o cenário atual vai estar superado. Se vamos passar anos, décadas usando máscara, e temendo o contato com pessoas estranhas, perdendo hábitobola bets bola'ficar', por exemplo. Nesse sentido, a preocupação com a infidelidade não deve virbola bets bolasuas questões morais, mas do risco iminentebola bets bolacontágio. Principalmente num contextobola bets bolapossíveis encontros clandestinos, podendo expor pessoas que nem sabem dos perigos que correm. O ideal seria que os casais pudessem conversar e encontrar alternativasbola bets bolaacordos sanitariamente seguros que funcionassem para eles e para a sociedade, já que se tratabola bets bolauma questão coletiva."
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