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De balões bombardeiros no século 19 às maquinas mortais usadas hoje pelos EUA: a história dos drones na guerra:jogos que pagam para você jogar
Os drones armados — com mísseis acoplados — foram implementados a partir da chamada "Guerra ao Terror", iniciada pelo presidente americano George W. Bush depois dos ataquesjogos que pagam para você jogar11jogos que pagam para você jogarsetembrojogos que pagam para você jogar2001. Eles atingiram seu auge durante o governo do presidente Barack Obama, entre 2008 e 2016.
Em oito anos, ele autorizou ao menos 526 ataques aéreos com dronesjogos que pagam para você jogarregiões que não estavamjogos que pagam para você jogarsituaçãojogos que pagam para você jogarguerra ou conflito armado (os dados oficiais não contemplam os últimos 20 diasjogos que pagam para você jogargoverno).
O presidente Donald Trump ampliou esse uso para ainda mais territórios, culminando no ataque surpresa ao general iraniano.
Como se desenvolveu a tecnologia que permitiu aos drones se tornarem os robôs voadores altamente letais que são hoje? O que justifica a preferência por eles? E quais os riscos e questionamentos que envolvem o uso desse armamento?
Os primeiros veículos aéreos sem pilotos
O termo drone começou a ser usado para se referir a aviões não-tripulados ainda no período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, depoisjogos que pagam para você jogaros britânicos criarem o Queen Bee, um aviãojogos que pagam para você jogarbaixo custo, controlado por rádio, que serviajogos que pagam para você jogaralvo no treinamentojogos que pagam para você jogarpilotos da artilharia antiaérea jogos que pagam para você jogar .
Entre 1933 e 1943, os britânicos construíram 412 dessas aeronaves segundo o museu Havilland Aircraft,jogos que pagam para você jogarLondres, que abriga um dos dois únicos exemplares restantes.
No entanto, o usojogos que pagam para você jogarveículos aéreos não-tripulados na guerra remonta até ao século 19, antes sequer da invenção do avião, quandojogos que pagam para você jogar1849 os austríacos usaram balõesjogos que pagam para você jogarar carregando explosivos para bombardear a cidadejogos que pagam para você jogarVeneza.
Foram usados cercajogos que pagam para você jogar200 balões, segundo o professorjogos que pagam para você jogarengenharia Russell Naughton, da Universidade Monash, na Austrália, mas eles causaram poucos danos à cidade italiana, e alguns até voltaram e explodiram nas linhasjogos que pagam para você jogarcombate austríacas.
O episódio, segundo Naughton, não foi o primeiro do tipo. Balões já haviam sido usados antes para reconhecimentojogos que pagam para você jogarterritório. Mas é um do qual há registro, porque a revista Scientific American publicou uma nota sobre o bombardeio na época.
Logo após a invenção do avião no início do século 20, aeronaves sem piloto foram desenvolvidas durante a Primeira Guerra Mundial.
No livro Aviação Naval na Primeira Guerra Mundial, o historiadorjogos que pagam para você jogaraviação Lee Pearson descreveu os esforços do início do século para criar uma "bomba voadora", um avião sem piloto que seria lançado por catapulta e voaria sobre as linhas inimigas. A invenção não foi eficiente e os esforços para desenvolveram desaceleraram após o fim da guerra,jogos que pagam para você jogar1918.
Na Segunda Guerra a tecnologia já tinha dado um salto. Os dronesjogos que pagam para você jogarentão eram feitos a partirjogos que pagam para você jogaraviões bombardeiros e controlados por rádio. Por não terem pilotos, podiam carregar o dobrojogos que pagam para você jogarexplosivos.
No entanto, as aeronaves eram basicamente precursoras dos mísseis teleguiados, porque não tinham a capacidadejogos que pagam para você jogarretorno dos drones modernos.
Espiões durante a Guerra Fria
No pós-guerra, durante o período da Guerra Fria, os drones controlados por rádio e sem armamentos começaram a ser usados para espionagem.
Os EUA usavam as aeronaves não-tripuladas para sobrevoar países comunistas e trazer imagens feitas com câmeras fotográficas. No entanto, como eram operados por rádio, os controladores precisam estar relativamente perto dos drones, diminuindo seu alcance.
Com o desenvolvimentojogos que pagam para você jogarsatélites ejogos que pagam para você jogaraviões espiões supersônicos, os drones não se tornaram centrais até que ajogos que pagam para você jogartecnologia passasse a ter vantagens significativasjogos que pagam para você jogarrelação às outras formasjogos que pagam para você jogarespionagem e ataque. E isso foi acontecer a partir dos anos 1980.
Em uma reportagem publicadajogos que pagam para você jogar1981, o jornal The New York Times registra como os dronesjogos que pagam para você jogarIsrael "mantinham o olho nos árabes".
Embora ainda controlados por rádio, os drones dessa época já tinham alguns desenvolvimentos tecnológicos que os tornavam muito úteis, como a habilidadejogos que pagam para você jogarplanar por longos períodos sobre o local vigiado e a possibilidadejogos que pagam para você jogarcarregá-los com transmissores para enviar imagensjogos que pagam para você jogartempo real.
Dois modelos eram usadosjogos que pagam para você jogarIsraeljogos que pagam para você jogar1981, segundo o jornal: o israelense Tadiran Mastiff, um avião sem cabinejogos que pagam para você jogarpiloto e que podia ser carregado com câmerasjogos que pagam para você jogartelevisão que faziam transmissões diretas à base, e o Firebee, comprado pelos israelenses mas produzido nos EUA.
Entretanto, foi depois que os drones começaram a ser controlados por satélites — com a possibilidadejogos que pagam para você jogarserem pilotados a quilômetrosjogos que pagam para você jogardistância — que seu uso cresceu vertiginosamente.
"Uma das razões pelas quais os países amam drones armados é que, além da precisão e habilitadejogos que pagam para você jogarplanar sobre o alvo, não há risco para os operadores, eles estão a milhasjogos que pagam para você jogardistância. Isso é parte do atrativo [do armamento]", afirma Letta Tayler, pesquisadora na áreajogos que pagam para você jogarconflitos, terrorismo e contraterrorismo da organização Human Rights Watch.
Diferentemente dos drones usados no século passado, os drones modernos têm enormes diferenças dos mísseis.
"Eles têm uma maior capacidadejogos que pagam para você jogarmanobra, podem ir e voltar, podem pairar muito tempo sobre o alvo antesjogos que pagam para você jogardestruí-lo", explica Alexandre Candeas, chefe do Departamentojogos que pagam para você jogarDefesa do Ministério das Relações Exteriores.
"Mas eles também têm funçõesjogos que pagam para você jogarreconhecimento, monitoramento e até mesmojogos que pagam para você jogarguerra eletrônica", diz ele à BBC News Brasil. "Podem buscar informações eletromagnéticas, radas, sistemasjogos que pagam para você jogardefesa e monitoramentojogos que pagam para você jogarfronteira."
A era dos drones
Em fevereirojogos que pagam para você jogar2002, durante o governo do republicano George W. Bush, o drone Predator (predador,jogos que pagam para você jogaringlês) foi equipado com um poderoso míssil chamado Hellfire e usado para um ataque dos EUA contra um alvo no Afeganistão que a CIA acreditava ser Osama bin Laden.
A operação da CIA (agênciajogos que pagam para você jogarinteligência americana) marcou o primeiro uso modernojogos que pagam para você jogardrones pelos EUA para matar um alvojogos que pagam para você jogaroutro país. Até então, os drones eram usadosjogos que pagam para você jogarconjunto com operações militares existentes, durante conflitos, nãojogos que pagam para você jogarforma separada com alvos selecionados pela CIA.
Relatosjogos que pagam para você jogaragênciasjogos que pagam para você jogarnotícias citavam testemunhas afirmando que as pessoas atingidas eram civis. Bin Laden não estava entre eles, mas a porta-voz do Pentágono na época disse que os americanos tinham "convicçãojogos que pagam para você jogarque o alvo era legítimo", sem explicar quem era ou porque seria legítimo.
O ataque inaugurou a era dos drones,jogos que pagam para você jogarque o armamento se tornou cada vez mais usado pelo governo no que ficou conhecido como "Guerra ao Terror".
A administraçãojogos que pagam para você jogarGeorge W. Bush terminou desgastada pelas diversas operações militares americanas. Eleito com promessasjogos que pagam para você jogarpaz, seu sucessor, o presidente Barack Obama, encontrou nos ataquesjogos que pagam para você jogardrones uma formajogos que pagam para você jogarcontinuar o combate ao extremismo sem comprometer vidasjogos que pagam para você jogarsoldados americanos, dizem analistas.
"Os drones foram a maneira sorrateira que Obama encontroujogos que pagam para você jogarenfrentar o desgaste [da guerra] mas continuando as ações americanas da guerra ao terror", afirma o diplomata brasileiro Guilherme Patriota, que foi representante do Brasil na conferência internacional sobre Desarmamentojogos que pagam para você jogarGenebra, na Suíça,jogos que pagam para você jogar2018 a julhojogos que pagam para você jogar2019.
"De maneira geral, os drones podem atacar sem ônus, sem expor seu soldados, porque o controle é feito longejogos que pagam para você jogarseu território e sem perdas humanas do ladojogos que pagam para você jogarquem o usa", afirma Patriota.
"É uma guerra à distância, por controle remoto. É uma guerra mais 'limpa', que reduz a sensaçãojogos que pagam para você jogarestarjogos que pagam para você jogarguerra porque não afeta o dia a dia da população [do país que ataca com drones]."
"É (uma tecnologia) cada mais utilizada, inclusive com a nova possibilidadejogos que pagam para você jogarenxamesjogos que pagam para você jogardrones, que podem servir para várias funções, incluindo monitoramento. Há também drones aquáticos, para rastrear submarinos, e até mesmo tanques drones, que ainda não são usadosjogos que pagam para você jogarescala tão grande", diz Candeas.
Candeas afirma que interessa também ao Brasil produzir e ter drones. "Como toda tecnologiajogos que pagam para você jogarponta, é dual: pode ser usada também para proteger civis, para resgatar feridos, para operaçõesjogos que pagam para você jogarbusca e salvamento", afirma. "Não há relação direta com a sofisticação tecnológica e o prejuízo humano".
Alvos legítimos?
Do Predator, usado na década passada, o modelo se desenvolveu para o drone usado hoje, que foi chamadojogos que pagam para você jogarReaper —jogos que pagam para você jogaringlês, a palavra se refere à figura da morte encapuzada.
E após o aumentojogos que pagam para você jogarseu uso durante a era Obama, os drones começaram a ser mais amplamente discutidos na imprensa e na comunidade internacional, com questionamentos sendo feitos com maior frequência. Mas afinal, o que hájogos que pagam para você jogartão específicojogos que pagam para você jogarrelação a esse tipojogos que pagam para você jogararmamento que levanta preocupações humanitárias?
Letta Tayler, da Human Rights Watch, que pesquisou um ataque aparentemente ilegal no Iêmenjogos que pagam para você jogar2012, afirma que a distância entre o operador e o ataque, por exemplo, levanta sérios questionamentos.
"Há algo excessivamente 'sanitário' nesses ataques? A distância entre a ação do drone e o operador é tão grande que matar se torna fácil demais? São questões válidas, difíceisjogos que pagam para você jogarresponder", diz ela.
A questão não é a tecnologia do dronejogos que pagam para você jogarsi, dizem analistas, mas a forma como eles foram usados. Com os drones, EUA fizeram centenasjogos que pagam para você jogaroperações militaresjogos que pagam para você jogarpaíses contra quem não estavamjogos que pagam para você jogarguerra, como no Iêmen e no Paquistão.
"Quando há um conflito armado entre dois Estados, aplicam-se as leis internacionaisjogos que pagam para você jogarguerra", explica Patriota. "Elas exigem que o ataque seja proporcional à ameaça, que respeita à vidajogos que pagam para você jogarcivis, que não afete a infra-estrutura necessária para viver e que sejam atingidos alvos legítimos, ou seja, militares.
No entanto, explica, no "combate ao terrorismo tudo isso fica meio nebuloso".
Quando não há um conflito declarado, um operaçãojogos que pagam para você jogaroutro país, incluindo um ataque com drone para matar um alvo selecionado,jogos que pagam para você jogartese exigiria o consentimento daquele Estado.
O argumento dado pelo governojogos que pagam para você jogarBush foijogos que pagam para você jogarque o país estavajogos que pagam para você jogar"guerra contra o terror", ou seja, uma guerra difusa que permitiria ações quejogos que pagam para você jogartese só seriam legaisjogos que pagam para você jogarsituaçõesjogos que pagam para você jogarconflito — incluindo os ataques com drones.
"Os EUA argumentam que estão nessa guerra amorfa que os permite matarjogos que pagam para você jogarqualquer tipojogos que pagam para você jogarataque,jogos que pagam para você jogarqualquer lugar e a qualquer momento", afirma Tayler.
O governo Obama retomou essa lógica, mas dizendo que os EUA só agemjogos que pagam para você jogarpaíses que não "têm condição ou desejo"jogos que pagam para você jogarcombater jihadistas. Também estabeleceu uma lei para aumentar a transparência, obrigado o Pentágono a publicar um balanço dos ataques com drones todos os anos — norma que foi revogada pelo atual presidente, Donald Trump.
Ou seja, dizem os analistas, as principais preocupações envolvendo os ataques com drones estão relacionadas às políticas e decisões seguidas.
"Diferentementejogos que pagam para você jogaruma arma química ou biológica, que são proibidas, o drone não é considerado legal ou ilegaljogos que pagam para você jogarsi mesmo. Os ataques com drones são tão precisos e tão legais quanto as informaçõesjogos que pagam para você jogarinteligência usadas para guiá-los e quanto as definições usadas por países para argumentar que uma pessoa ou um grupo são alvos legítimos", afirma Tayler.
Regulamentação
Os drones,jogos que pagam para você jogartese, se encaixamjogos que pagam para você jogarum regimejogos que pagam para você jogarregulação internacional chamado MTCR (Regimejogos que pagam para você jogarcontrolejogos que pagam para você jogartecnologiajogos que pagam para você jogarmísseis, na siglajogos que pagam para você jogaringlês).
Mas essa regulamentação não é suficiente, segundo Alexandre Candeas, porque ela é antiga e foi feita antes do desenvolvimento das tecnologias modernasjogos que pagam para você jogardrones.
"Há um avanço muito rápido da tecnologia bélica que não é acompanhado pelo direito internacional", afirma ele.
Candeas explica que a posição do Brasil na discussão internacional sobre o assunto é a defesajogos que pagam para você jogarum avanço na regulamentação tantojogos que pagam para você jogardrones quantojogos que pagam para você jogaroutras inovações tecnológicas bélicas. "O Brasil sempre favorece o avanço do direito internacional sobretudo humanitário."
Os drones podem ter diferentes níveisjogos que pagam para você jogarautonomia — podem fazer a identificação e até a mira dos alvos automaticamente. No entanto, por enquanto, há sempre um ser humano tomando a decisão finaljogos que pagam para você jogardisparar ou não. Por isso eles ainda não são considerados armas letais autônomas (lethal autonomous weapon systems, ou LAWS,jogos que pagam para você jogaringlês), como os soldados robôs que têm capacidadejogos que pagam para você jogardecidir atirar ou não por si só. Para os LAWS, há uma discussão separada sobre legalidade e regulamentação — até porque eles ainda estãojogos que pagam para você jogardesenvolvimento.
No entanto, mesmo no casojogos que pagam para você jogardrones, que já são uma realidade na guerra, a regulamentação sofre resistências, não só dos EUA, mas e outros países que estão desenvolvendo a tecnologia, como China, Rússia Israel.
"Eu não diria que há (na comunidade internacional) uma preocupação no sentidojogos que pagam para você jogardecidir regulamentar. Houve sempre um esforço para manter essa tecnologia sem restrições. Russos, chineses, americanos... Quem desenvolve não tem interessejogos que pagam para você jogarregular", afirma Guilherme Patriota. "Ninguém quer fazer muito barulho, porque no fundo todo mundo aspira a ter também essa tecnologia", diz.
Em geral, a produçãojogos que pagam para você jogardrones aéreos é feita pelas mesmas empresas que desenvolvem tecnologia bélica aeronáutica, que já é estabelecida e muito poderosa, o que, segundo analistas, amplia a possibilidade lobby contra a regulamentação.
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