Os brasileiros que celebram o Kwanzaa, festa negra criada nos EUA que rivaliza com o Natal:betesporte afiliados

Mesa do Kwanzaa

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Criadabetesporte afiliados1966 nos Estados Unidos, a festa procura fortalecer os laços da comunidade negra

As circunstâncias envolvendo a abordagem causaram revolta na população negra e levaram a seis diasbetesporte afiliadosconflitos nas ruas, que terminaram com um saldobetesporte afiliados34 mortos e maisbetesporte afiliadosmil feridos. A tragédia serviu como impulso para Karenga criar a cerimônia.

"Kwanzaa é uma resposta à invisibilidade do calendário preto. Ao longo da história dos Estados Unidos, a representação cultural dos afro-americanos não se refletiu nos feriados e rituais anuais do país", explica Keith Mayes, professor do Departamentobetesporte afiliadosEstudos Africanos da Universidadebetesporte afiliadosMinnesota.

"A celebração serve para abordar a crescente conscientização cultural que os negros desenvolveram sobre a África."

Mistobetesporte afiliadosculturas

Para criar a data, Karenga decidiu utilizar nomes e expressões derivadas do suaíli, língua faladabetesporte afiliadosdiversos países da África, como Quênia, Tanzânia e Uganda, mas que representa um mistobetesporte afiliadosdiversas culturas pan-africanas.

Entre os dias 26betesporte afiliadosdezembro e 1ºbetesporte afiliadosjaneiro, sete princípios, conhecidos como Nguzo Saba, são evocados e discutidos entre os presentes.

São eles: Umoja (união); Kujichagulia (responsabilidade com o próprio futuro); Ujima (trabalho coletivo na comunidade); Ujamaa (economia cooperativa); Nia (propósitobetesporte afiliadosexpandir a cultura africana); Kuumba (criatividade para tornar a comunidade mais bonita e bem-sucedida); Imani (fé ao honrar ancestrais e tradiçõesbetesporte afiliadoslíderes africanos).

A escritora norte-americana Donna Washington, autorabetesporte afiliadosThe Story of Kwanzaa (A História do Kwanzaa,betesporte afiliadostradução livre), explica que os sete princípios "representam coisas concretas que podemos fazer para honrar nossas comunidades, fortalecer nosso conhecimento, apoiar negóciosbetesporte afiliadosminorias e compartilhar nossa história".

"Durante o Kwanzaa, fazemos comprasbetesporte afiliadoslojas locais, nos voluntariamos e realizamos doações."

Se no Natal a festividade é personificada na figura do Papai Noel, no Kwanzaa toda a simbologia é representadabetesporte afiliadosum candelabro, chamadobetesporte afiliadosKinara. Nele, sete velas - três vermelhas, três verdes e uma preta, no meio - representam cada um dos princípios.

Além disso, bandeiras pan-africanistas, livros que falem sobre a cultura negra e alimentos são dispostos na mesa. O milho, por exemplo, representa as crianças. Nos Estados Unidos, as festas costumam ter batata doce, peixes temperados e ensopadosbetesporte afiliadosfrango com cremebetesporte afiliadosamendoim, entre outras iguarias.

O Natal dos negros?

Celebração do Kwanzaa

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, No Brasil, o Kwanzaa já é celebradobetesporte afiliadosEstados como São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Estudiosos da obrabetesporte afiliadosMaulana Karenga, que atualmente leciona na Universidade da Califórnia, afirmam que o objetivo da festividade não é rivalizar com o Natal, ainda que isso aconteça. A inspiração para a data partiubetesporte afiliadosfestas realizadas por diversos povos na África, como os Zulu e os Ashanti.

"Karenga não pensou necessariamentebetesporte afiliadosfazer uma contraposição ao Natal, mas isso aconteceu, também porque ele quis que a comunidade afro-americana pensasse as festividadesbetesporte afiliadosfimbetesporte afiliadosano a partir do valor civilizatório africano", explica Thembi Sekou, responsável por realizar a primeira celebração do Kwanzaa no Brasil, na cidadebetesporte afiliadosSalvador,betesporte afiliados2007.

"Isso tem a ver com a ideia da colheita. Planta-se o ano inteiro e depois você colhe. É uma espéciebetesporte afiliadosbalanço sobre aquilo que aconteceu. A festa termina no primeiro dia do ano, com a esperançabetesporte afiliadosum ano melhor que se inicia", afirma Carlos Machado.

Ainda assim, ele acredita que o Kwanzaa seja uma formabetesporte afiliadosresistência do povo negro. "É uma estratégiabetesporte afiliadosluta anti-hegemônica. O Natal está aí, e o Kwanzaa está chegando devagarinho. Isso sempre acontece com a resistência negra. Ela nunca está na pauta, mas sempre existiu, comendo pelas beiradas, como o quilombo, a capoeira ou o candomblé", ressalta.

Para os cristãos, o Natal simboliza o nascimentobetesporte afiliadosJesus Cristo. O 25betesporte afiliadosdezembro, no entanto, só foi efetivado pelo papa Júlio 1º, no século 4.

Ao longo dos séculos, a festa acabou sedimentada e virou tradiçãobetesporte afiliadostodo o mundo, apresentando, inclusive, diferentes versões para abetesporte afiliadoscriação.

Segundo o professor Keith Mayes, o Kwanzaa não serve para substituir o Natal, até porque não tem caráter religioso. "Mas há uma crítica. Não aos fundamentos religiosos, mas à ênfase no excessobetesporte afiliadosconsumo e na comprabetesporte afiliadospresentes."

Uma celebração mundial

Não existem dados que quantifiquem o númerobetesporte afiliadospessoas que celebram o Kwanzaa. Além dos EUA, a festa está espalhadabetesporte afiliadospaíses da América Central e também na Colômbia. No Brasil, Estados como São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina concentram as açõesbetesporte afiliadosgrupos comunitários responsáveis por realizar as festas, mas as movimentações ainda são incipientes.

Segundo Thembi Sekou, é preciso resgatar os valores africanos que, segundo ele, foram destruídos pelo colonialismo.

"É fundamental resgatar aquilo que foi perdido, para renascermosbetesporte afiliadosum outro modelo. Não é só uma celebração, mas também uma possibilidadebetesporte afiliadosinserir no cotidiano das pessoas pretas,betesporte afiliadossuas famílias, comunidades, os valores que vão acabar com os preceitos ocidentais que nos foram impostos."

"O Kwanzaa tem a capacidadebetesporte afiliadosatrair uma população diversificadabetesporte afiliadosnegros na diáspora africana. Embora tenha sido criado a partir da experiência afro-americana, a festa celebra a negritude e os negros onde quer que você os encontre", diz Keith Mayes.

As polêmicas do líder

Maulana Karenga

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Maulana Karenga, criador do Kwanzaa, se envolveubetesporte afiliadospolêmicas nos anos seguintes e,betesporte afiliados1971, foi preso

Um ano antes do surgimento do Kwanzaa, Maulana Karenga, influenciado pelo que havia acontecidobetesporte afiliadosWatts, decidiu criar a US Organization, grupo nacionalista negro que rivalizava com os Panteras Negras na Califórnia. Entre seus militantes estava Hakim Jamal, primo do ativista Malcolm X, assassinadobetesporte afiliadosfevereirobetesporte afiliados1965.

Neste período, Karenga ficou conhecido não só pelo diálogo intenso com grupos da comunidade negra, mas também pelo relacionamento com autoridades brancas, como o então governador da Califórnia e futuro presidente dos EUA, Ronald Reagan, e o ex-prefeitobetesporte afiliadosLos Angeles, Sam Yorty.

O nomebetesporte afiliadosKarenga passou a estar envolvidobetesporte afiliadospolêmicasbetesporte afiliadosjaneirobetesporte afiliados1969, quando membros da US foram responsáveis pelo assassinatobetesporte afiliadosdois membros dos Panteras Negras, durante um encontro no campus da Universidade da Califórnia,betesporte afiliadosLos Angeles. Entre maio e agosto, outros dois Panteras Negras foram mortos por membros da USbetesporte afiliadosSan Diego.

Suspeitasbetesporte afiliadosque Karenga teria orquestrado os primeiros assassinatos ebetesporte afiliadosque era informante do FBI (a polícia federal americana) não foram comprovadas. Ele sempre negou ter ajudado as autoridades e se diz vítima das conspirações do governo americano.

Em 1971, o criador do Kwanzaa foi preso, acusadobetesporte afiliadosestuprar e torturar duas mulheres que faziam parte da US. Condenado a 10 anosbetesporte afiliadosprisão, ficou detido por três.

Assim como nas mortesbetesporte afiliados1969, Marenga nunca assumiu os crimes e sempre afirmou ser perseguido politicamente. Após a prisão, o ativista concluiu dois doutorados e publicou 12 livros sobre pan-africanismo e identidade negra.

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