'Precisei fazer cirurgia1xbetbrasilurgência nos EUA': quando a viagem1xbetbrasilférias tem parada obrigatória no hospital:1xbetbrasil

Giuliano Castilhos na Indonésia

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Mordido por macaco1xbetbrasilviagem à Indonésia, Giuliano Castilhos precisou1xbetbrasilatendimento médico, mas seguro não cobriu gastos com vacina antirrábica

As alternativas nestes casos são recorrer ao atendimento público oferecido a visitantes estrangeiros1xbetbrasilalguns países - neste caso, pesquise antes se o destino oferece esse benefício -, contratar um seguro-viagem ou pagar diretamente ao hospital pelos serviços1xbetbrasilque se precisa.

Há ainda turistas que optam por improvisar para amenizar um problema enquanto não retornam ao Brasil. Em Nova York, nos Estados Unidos, a biomédica Cristina Meireles caiu1xbetbrasilbicicleta durante um passeio. "A minha mão ficou roxa e inchou completamente", conta ela.

Sem seguro, Cristina optou por aliviar a dor por conta própria. "O atendimento médico era muito caro, então eu mesma fiz uma tala", diz.

Segundo Trigo, um procedimento simples, como uma consulta para avaliação e pedidos1xbetbrasilexames não sai por menos1xbetbrasilU$ 400 (R$ 1,64 mil) nos Estados Unidos - e1xbetbrasilmuitos outros países.

No caso1xbetbrasilIsabela, todos os gastos com exames, internação e cirurgia, que ela estima não terem saído por menos1xbetbrasilR$ 50 mil, foram quitados pelo seguro. Ela conta que pagou cerca1xbetbrasilR$ 170 por 15 dias da viagem. "Fiz um mês antes1xbetbrasilviajar, por obrigação mesmo. Nunca imaginei que usaria", diz a estudante.

Isabela Gurgel1xbetbrasilviagem aos EUA

Crédito, Isadora Dueti

Legenda da foto, Em1xbetbrasilprimeira viagem internacional, aos EUA, Isabela Gurgel precisou passar por cirurgia urgenta para tratar uma apendicite

Quando ela descobriu a apendicite, chegou a pensar1xbetbrasilvoltar ao Brasil. Mas foi informada pelos médicos que seu caso era1xbetbrasilurgência e que ela deveria operar no dia seguinte.

"Disseram que havia o risco1xbetbrasilo apêndice estourar a qualquer momento (o rompimento do apêndice pode levar a quadros1xbetbrasilinfecção generalizada). Então, tive1xbetbrasilficar", diz ela, que foi operada1xbetbrasilum hospital particular no Estado da Virgínia.

Isabela diz que recebeu alta no mesmo dia e seguiu viagem. "Tentei fazer tudo normalmente, mas com cuidado, para não abusar."

Atendimento1xbetbrasilsaúde ao turista

Em alguns países, como Portugal, Itália e Cabo Verde, os brasileiros têm direito a atendimento médico na rede pública,1xbetbrasilrazão1xbetbrasilacordos entre os governos. Para isso, é preciso solicitar, antes1xbetbrasilviajar, o Certificado1xbetbrasilDireito à Assistência Médica (CDAM) - o documento pode ser pedido1xbetbrasilnúcleos estaduais ou na sede do Ministério da Saúde,1xbetbrasilBrasília.

Ainda assim, o seguro-viagem pode ser necessário para lidar com outras situações. Além1xbetbrasilemergências médicas, pode incluir serviços como assistência odontológica, auxílio1xbetbrasilcaso1xbetbrasilextravio1xbetbrasilbagagem, apoio para deslocamento e estadia1xbetbrasilcaso1xbetbrasilcancelamento1xbetbrasilvoo, regresso sanitário - quando o cliente necessita1xbetbrasilcuidados especiais para retornar ao Brasil,1xbetbrasilrazão1xbetbrasilum acidente ou doença -, assistência judicial e até,1xbetbrasilcaso1xbetbrasilmorte, translado1xbetbrasilcorpo.

As operadoras também cobrem, desde março1xbetbrasil2016, crises1xbetbrasildoenças preexistentes ou crônicas. Por exemplo, quando o paciente tem diabetes e enfrenta problemas relacionados a isso na viagem.

Bagagens1xbetbrasilaeroporto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Além1xbetbrasilemergências médicas, seguro-viagem também pode ajudar turista1xbetbrasilcasos1xbetbrasilextravio1xbetbrasilbagagem

Imprevistos na viagem

Emergências médicas durante viagens podem ser as mais inesperadas possíveis. O turismólogo Giuliano Castilhos,1xbetbrasil28 anos, estava na Indonésia quando foi mordido por um macaco. Ele tinha seguro, mas ainda assim não conseguiu o atendimento que desejava.

"Fiquei preocupado1xbetbrasilrelação à raiva e tentei acionar o seguro para tomar a vacina. Mas me informaram que eles não cobriam, porque a vacina não estava inclusa no pacote."

Ele teve1xbetbrasilpagar cerca1xbetbrasilR$ 400 para tomar a antirrábica na Indonésia. "Aqui no Brasil seria1xbetbrasilgraça, mas lá não foi. Doeu no bolso, mas preferi pagar para evitar possíveis problemas1xbetbrasilsaúde", conta.

Caso o viajante contrate o seguro-viagem, especialistas ressaltam ser fundamental encontrar uma operadora adequada às suas necessidades, com base nos serviços oferecidos no contrato, e definir o valor da cobertura, conforme o local para o qual o turista viajará e as atividades que pretende fazer. Isso porque, se o atendimento médico ultrapassar o contratado, será preciso pagar o excedente.

Presidente da Associação Brasileira1xbetbrasilAgências1xbetbrasilViagens (Abav), Magda Nassar ressalta a importância do seguro. "Em muitas regiões, fica complicado quando a pessoa não tem seguro e passa por algum problema1xbetbrasilsaúde, porque ela vai ter1xbetbrasilprocurar um atendimento médico, que deverá ter custos elevados", afirma.

Dados da Federação Nacional1xbetbrasilPrevidência Privada e Vida (FenaPrevi) indicam que a busca pelo seguro-viagem cresceu 18,69%1xbetbrasiljaneiro a setembro1xbetbrasil2019,1xbetbrasilcomparação com o mesmo período do ano passado.

Turista1xbetbrasilBangkok

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Distância1xbetbrasilcasa e dificuldades com o idioma local podem aumentar o temor dos viajantes1xbetbrasilcasos1xbetbrasilproblema durante as férias

Além1xbetbrasilviagens internacionais, o seguro pode ser contratado para destinos nacionais, principalmente quando não se tem plano1xbetbrasilsaúde com cobertura nacional. Neste caso, porém, não é fundamental, já que o Sistema Único1xbetbrasilSaúde (SUS) pode ser usado1xbetbrasiltodo país.

Caso o viajante passe por alguma emergência médica e precise acionar o seguro, no Brasil ou no exterior, ele deve entrar1xbetbrasilcontato com a operadora, que indicará uma unidade1xbetbrasilsaúde credenciada na região ou encaminhará um médico para atender o paciente no local1xbetbrasilque está hospedado. Há também a possibilidade1xbetbrasilprocurar atendimento por conta própria e depois ser reembolsado1xbetbrasilaté 30 dias.

Reclamações

Assim como no caso1xbetbrasilGiuliano, as experiências com o seguro-viagem nem sempre são positivas. A universitária Alana Pacheco,1xbetbrasil24 anos, precisou recorrer ao serviço enquanto fazia um intercâmbio na Suécia,1xbetbrasil2017, mas não obteve o auxílio que esperava.

"Tive um problema sério1xbetbrasilgastrite. A seguradora me informou que eu poderia ir a qualquer posto1xbetbrasilatendimento da região, teria que pagar pela consulta e me reembolsariam somente depois que eu voltasse ao Brasil e encaminhasse os comprovantes dos gastos", diz.

"Como era um intercâmbio, eu ainda passaria mais alguns meses na Suécia. Tinha um orçamento1xbetbrasilestudante e não poderia arcar com as despesas naquele momento. Uma consulta custaria quase todo o valor que tinha para passar o mês."

Diante das dificuldades, ela buscou atendimento no hospital da universidade1xbetbrasilque fazia o intercâmbio. "Havia um departamento médico para os alunos. Tudo se resolveu ali mesmo."

No Reclame Aqui, há diversas críticas a algumas operadoras1xbetbrasilseguro-viagem. "Há faturas1xbetbrasilU$ 48 mil que nunca foram pagas1xbetbrasilum hospital dos Estados Unidos, decorrentes1xbetbrasilum acidente. Meu nome está com pendência nos Estados Unidos", reclamou um homem. "Precisei entrar na Justiça para que pagassem uma emergência à qual fui submetido no Canadá", escreveu outro cliente.

De acordo com levantamento feito pelo site, a pedido da BBC News Brasil, as reclamações do tipo cresceram nos últimos anos. Em 2016, foram 880,1xbetbrasil2017, 1.234, e no ano passado, 1.387. Neste ano, até o fim1xbetbrasilnovembro, já haviam sido feitas 1.720 reclamações - 24% mais do todo o ano passado.

Para evitar dificuldades com o seguro-viagem, especialistas orientam que o turista pesquise sobre a operadora, leia relatos1xbetbrasiloutros clientes e verifique se a empresa possui regulamentação na Superintendência1xbetbrasilSeguros Privados (Susep), responsável por fiscalizar o setor. Os problemas com as operadoras podem ser reportados à Susep ou ao Procon. Em alguns casos, podem se tornar casos judiciais.

Alana Pacheco na Suécia

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Alana Pacheco precisou1xbetbrasilconsulta médica na Suécia, mas foi avisada1xbetbrasilque teria1xbetbrasilpagar por ela e esperar o reembolso

Seguro obrigatório e atendimentos na rede pública

Para que turistas possam ingressar1xbetbrasildiversos países, o seguro-viagem é obrigatório. Na Europa, por exemplo, é preciso contratar um seguro com cobertura de, ao menos, 30 mil euros (cerca1xbetbrasilR$ 136 mil), para entrar1xbetbrasilum dos 26 países que integram o Tratado1xbetbrasilSchengen - que inclui destinos populares como Espanha, Portugal, França, Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica e Grécia.

Nos países1xbetbrasilque há atendimento para brasileiros no sistema público1xbetbrasilsaúde, os valores cobrados são os mesmos aplicados aos moradores da região. Nesses locais, os procedimentos gratuitos são poucos e costumam ser destinados a habitantes que declaram não ter condições para arcar com os custos1xbetbrasilatendimento médico.

Especialistas afirmam que o acesso ao sistema público1xbetbrasilsaúde traz mais segurança, ainda que o turista opte por contratar o seguro. "Por exemplo, caso o atendimento dele1xbetbrasilum hospital particular ultrapasse o valor contratado no seguro, poderá recorrer ao sistema público1xbetbrasilsaúde daquele país (que terá valores mais baratos para o turista)", diz Trigo.

A recomendação do Ministério das Relações Exteriores é a1xbetbrasilque os viajantes brasileiros sempre contratem seguro internacional1xbetbrasilsaúde adequado, mesmo que tal documento não seja exigido pelas autoridades locais. A pasta afirma que não se responsabiliza por despesas médicas1xbetbrasilbrasileiros no exterior.

O Ministério orienta que antes1xbetbrasilviajar para outros países, o brasileiro deve se certificar1xbetbrasilsua saúde física, como por meio1xbetbrasilvacinas indicadas para o destino escolhido. "Vacinas contra difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba, rubéola e tuberculose são recomendadas para todo tipo1xbetbrasilviagem. Em caso1xbetbrasildúvidas, o Ministério da Saúde poderá ser consultado", afirma a pasta.

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