Como manter uma alimentação balanceada sem carne, com preçoscbet komandaalta no Brasil:cbet komanda

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, Combinaçãocbet komandaleguminosas e cereais pode fornecer proteínascbet komandaque o corpo precisa

cbet komanda No típico prato feito do brasileiro temos arroz, feijão, carne, farofa, às vezes ovo, às vezes batata frita. Mas o que fazer se esse prato estiver ameaçado?

Ele pode estar, e a culpa é da carne.

O produto sofreu um forte reajuste nas últimas semanas e,cbet komandamenoscbet komandatrês meses, o custo do contra-filé subiu 50% para os supermercados e o do coxão mole, 46%, segundo a a Associação Brasileiracbet komandaSupermercados (Abras).

O aumento foi repassado aos consumidores, que podem se preparar para uma continuidade da alta desses preçoscbet komanda2020.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que os preços mais altos vieram para ficar, enquanto o presidente Jair Bolsonaro disse achar que o preço da carne bovina diminuirá no futuro.

Diante do cenáriocbet komandadificuldade, muitos brasileiros devem estar se perguntando como vão conseguir manter um mínimocbet komandaequilíbrio no prato com a alta no preçocbet komandauma das principais proteínas animais consumidas no país.

Mesmo quem não esteja pensandocbet komandaadotarcbet komandavez uma dieta vegetariana ou vegana (que exclui totalmente o consumocbet komandaprodutoscbet komandaorigem animal) pode reduzir o consumocbet komandacarne acrescentando outros elementos na composição das refeições.

As proteínas são substâncias importantes para quase todas as funções do nosso organismo.

"Formam nossa massa muscular, fazem parte dos nossos tecidos corporais, da pele, ajudam a mantercbet komandaelasticidade. É importante para o crescimento, para a reparaçãocbet komandatecidos. Fazem partecbet komandaalgumas enzimas que usamos para a digestão, e os hormônios também são formados por proteínas", enumera a nutricionista Lara Natacci, mestre e doutora pela Faculdadecbet komandaMedicina da USP e integrante da Comissãocbet komandaComunicação da Sociedade Brasileiracbet komandaAlimentação e Nutrição.

Rick Miller, nutricionista clínico e especializadocbet komandaesportes do King Edward VII's Hospital,cbet komandaLondres, observa que, quanto mais velhos formos, mais precisamoscbet komandaproteínas. "Nós diminuimos o ritmo e perdemos massa muscular. Acabamos ficando mais frágeis. Além disso, nossos músculos não respondem às proteínas da mesma maneira", diz. Por isso, brinca ele, são as avós, e não os netos, que provavelmente precisam mais daquele shakecbet komandaproteínas.

Natacci explica como funciona a ingestãocbet komandaproteínas no corpo. "O que acontece é o seguinte: a gente ingere a proteína e no nosso estômago ela começa a ser quebrada. Então, ela é transformadacbet komandaporções menores que são os aminoácidos, que se juntam para formar novas proteínas e que então vão para diferentes partes do nosso organismo, dependendo da nossa necessidade."

Normalmente, diz ela, uma pessoa deve consumir cercacbet komanda0,8g a 1gcbet komandaproteína para cada quilocbet komandaseu peso emcbet komandaalimentação diária. Ou seja, uma pessoa que pese 70kg deve consumir cercacbet komanda70 gramascbet komandaproteína por dia. Com uma dieta balanceada e variada, "não é difícil atingir isso", diz ela.

"A carne era vista como status na mesa. É um alimento que antes era muito mais caro. Com o tempo, ficou mais barata. Mas agora com o aumento do preço talvez seja inviável manter. É complicado ter carne todos os dias", afirma.

O gasto com carnes, vísceras e pescados pesa no bolso do brasileiro. A Pesquisacbet komandaOrçamentos Familiarescbet komanda2017 e 2018 realizada pelo IBGE e publicada neste ano mostra que é o grupo com que os brasileiros mais gastam seu dinheiro dentro do orçamento para a alimentaçãocbet komandacasa. Do total gasto, 20,2% vai para essas carnes. Para a região Norte, pesa mais: 27,1% do orçamento para alimentação vai para carnes, vísceras e pescados. Para o Nordeste, 22,3%. A pesquisa foi feitacbet komanda58 mil domicílios brasileiroscbet komanda1,9 mil cidades durante um ano.

Segundo um estudo conjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o brasileiro consumiu 24,5 kgcbet komandacarne vermelhacbet komanda2018. O consumocbet komandafrango, uma carne muito mais barata que a bovina, foi be, maior: 39,8 kg. Não há distinção por região.

"Mas temos uma variedadecbet komandaprodutos muito grande", observa Natacci. "A gente pode lançar mão dessas alternativas."

E quais são elas?

cbet komanda Ovo

Crédito, Anthony Boulton/Getty

Legenda da foto, O ovo também é considerado "uma proteína completa"

"A proteínacbet komandaorigem animal é chamadacbet komandaproteína completa porque contém todos os aminoácidos que nossos organismos não têm a capacidadecbet komandaproduzir e na quantidade que a gente precisa", explica Natacci. Ou seja, um só alimento contém os aminoácidos essenciais para nosso organismo.

O ovo, bastante falado quando se pensacbet komandasubstitutos para a carne, também é uma proteína completa — embora não faça parte do cardápiocbet komandaquem segue uma dieta vegana, já que também écbet komandaorigem animal.

Um filécbet komandacarnecbet komanda100 gramas tem entre 22 a 25 gramascbet komandaproteína. Um ovo, porcbet komandavez, tem entre 6 e 7 gramascbet komandaproteína. Ou seja, mais ou menos três ovos podem substituir um filécbet komandacarne.

Segundo a nutricionista, uma pessoa sem contraindicações, com boa saúde e sem tendência ou histórico familiarcbet komandacolesterol mais alto pode comer três ovos por dia sem problema nenhum. No entanto, diantecbet komandaum quadrocbet komandacolestoral alto, esse consumo precisa ser avaliado individualmente.

"É importante verificar se ela toma algum medicamento, quão alto está esse colesterol, e consultar um cardiologista", aponta Natacci, agregando que é preciso levarcbet komandaconta o resto da alimentação — ou seja, se a pessoa está ingerindo muita quantidadecbet komandagordura saturada e trans. "Se a gente controlar a alimentação, pode ser que até uma pessoa com o colesterol mais alto consiga consumir essa quantidade (de ovo) por dia, mas vai depender da adaptação individual."

Soja

Crédito, Vergani_Fotografia - Getty

Legenda da foto, A soja é única porque contém todos os aminoácidos que precisamos, assim como a carne

Proteínas estão presentes predominantementecbet komandaalimentoscbet komandaorigem animal: podemos citar carnes, laticínios como queijos e iogurtes etc. Mas também podem ser encontradascbet komandaalimentoscbet komandaorigem vegetal.

Uma delas é uma leguminosa: a soja.

"A soja é única", diz Miller, "porque contém todos os aminoácidoscbet komandaque precisamos, assim como a carne". Ele lembra que esse também é o caso da chia, "mas realisticamente, ninguém vai comer 100 gramascbet komandachia, e nem isso será suficiente".

A soja, sejacbet komandagrãos ou a proteínacbet komandasoja, ou então o tofu, que é um alimento produzido a partir da soja, são perfeitos substitutos para a carne. Em 100 gramascbet komandasoja, há 36 gramascbet komandaproteína.

Combinação entre cereais e leguminosas

Crédito, Janine Lamontagne - Getty Images

Legenda da foto, Combinadas com cereais, leguminosas fornecem proteínas completas

Outras leguminosas, como o feijão, a lentilha e o grãocbet komandabico, entre outros, também contêm bastante proteína.

E o segredo para driblar aquela "proteína completa" do alimentocbet komandaorigem animal que contém todos os aminoácidoscbet komandaque nosso corpo precisa é combinar leguminosas — que são grãos ou sementes que crescemcbet komandavagens — com cereais, como quinoa ou arroz. Essa combinação também providencia uma "proteína completa".

Crédito, marilyna/Getty Images

Legenda da foto, Cereais integrais também têm proteínas

"O que acontece é uma complementação. Quando a gente ingere os dois, não tem diferença entre consumir isso ou carne para a ingestãocbet komandaproteínas", afirma Natacci.

Segundo Miller, nosso fígado guarda aminoácidos, então caso um dos alimentos seja consumido sozinho, o fígado pode providenciar os aminoácidos, sem problemas. Ou seja, a combinação entre os dois alimentos é perfeita para nos dar as proteínascbet komandaque precisamos, mas também não tem problema consumir só um deles ocasionalmente.

Alguns exemplos da proteína presente nas leguminosas, lembrando da quantidadecbet komandaproteínas que precisamos por dia (0,8g e 1gcbet komandaproteína para cada quilo): uma xícaracbet komandaervilha tem 8 gramascbet komandaproteína, uma xícaracbet komandatremoço tem 11 gramascbet komandaproteína, uma conchacbet komandafeijão tem 8 gramascbet komandaproteína e uma uma conchacbet komandasoja cozida tem 12 gramascbet komandaproteína.

Em menor grau, os cereais também são ricoscbet komandaproteínas. Em uma xícaracbet komandaquinoa, um cereal muito ricocbet komandanutrientes e proteínas, há cercacbet komanda8 gramascbet komandaproteína.

O cereal, no entanto, não é barato como o ovo, por exemplo, ou outros produtos proteicos. Um quilocbet komandaquinoa pode variar entre R$ 20 e R$ 45, o que signfica que, ainda que com preços altos, a carne pode compensar mais para o bolso do brasileiro, considerando a quantidadecbet komandaproteína que um pedaçocbet komanda100 gramas fornece (22 a 25 gramas) e seu preço atual.

"Muita gente não vai ter acesso a esses substitutos, mas vai ter acesso a outros produtos, como o feijão, por exemplo", sugere Natacci.

Nozes

Crédito, apomares - Getty

Legenda da foto, Nozes também contêm proteínas

Por fim, oleaginosas como castanhas do caju, castanhas do Pará, amendoim, entre outras, embora também às vezes mais caras, contêm uma boa quantidadecbet komandaproteína e podem ajudar complementando a dieta alimentar.

Miller destaca que todos os alimentos têm proteínas,cbet komandamenor ou maior grau. É o casocbet komandaverduras como brócolis e couve, por exemplo. Mas nesses alimentos há mais fibra e água e menos proteína.

O ideal, no final das contas, é seguir uma dieta balanceada e equilibrada. E um prato bastante equilibrado, segundo Natacci, é um cuja metade sejacbet komandaverduras e legumes e a outra metadecbet komandacarboidrato e proteínas — um quarto pode ser uma proteínacbet komandaorigem vegetal ou ovos e outro quarto pode sercbet komandaquinoa oucbet komandaum tubérculo, como batata.

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