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Alzheimer: a história da música feita por neto para idoso com a doença que viralizou nas redes sociais:
Lucas relata que as músicas estão entre as maiores paixões do avô. Em razão disso, todos os dias entoa canções com o violão para o idoso, que o jovem apelidou"Vô Cabelo". Há um mês, escreveu os versos que falam sobre a doença.
"Comecei a cantar essa música que fiz pra ele todos os dias, junto com as músicas antigas que ele já conhecia", relata o músico.
Na noitequarta-feira (27), o jovem revela ter ficado surpreso ao ouvir o idoso cantarolando a música feita emhomenagem. "Eu estava saindo do meu quarto e escutei ele cantando. Fiquei surpreso, porque não sabia que ele se lembrava da música. Fui falar com ele, cantamos mais algumas vezes e pedi para ele ir ao meu quarto, para a gente gravar um vídeo."
O vídeo do jovem com o avô viralizou nas redes sociais e tem,menos24 horas, mais2 milhõesvisualizações. O artista revela ter ficado surpreso com a repercussão. "Não esperava que fosse fazer tanto sucesso. Publiquei sem pretensão, apenas porque queria compartilhar essa descoberta sobre o meu avô."
"Não era uma músicatrabalho ou algo assim. Era algo pessoal, para homenagear o meu avô", conta o artista, que há um ano trancou a faculdadePublicidade e Propaganda para ir atrás do sonhoviver da música.
O Alzheimer e a música
Lucas mora com os avósPorto Alegre (RS) e conta que ele e o Vô Cabelo são muito próximos. "Estamos juntos todos os dias. Sempre ajudo no que ele precisa. Meu avô sempre me incentivou muito", diz o artista.
Ele relembra que foi o responsável por descobrir o Alzheimer do idoso. "Isso foi2015 ou 2016. Estávamos passandocarro, voltando para casa, quando ele não parouum cruzamento que sempre parava para voltar para casa. Eu falei para ele que deveria ter parado ali, mas ele não percebeu e não entendeu. Ali, percebi que tinha algum problema."
Dias depois, segundo o jovem, a família levou o idoso ao médico e ele recebeu o diagnóstico do Alzheimer. "Desde então, a situação foi piorando", lamenta o artista.
O Alzheimer é o tipo mais comumdemência que existe no mundo. Conforme estudos sobre o tema, estima-se que 5% da população acima dos 65 anos possam desenvolver a doença. Após os 80 anos, a estimativa sobe para 30%.
As causas da doença não são completamente conhecidas. Os tratamentos disponíveis ajudam a aliviar os sintomas, mas não impedem a evolução do Alzheimer.
Apesar das dificuldades do idoso, o jovem conta que tem tentado melhorar a vida dele nesse período. "A música é uma formadeixá-lo bem", comenta Lucas.
Estudos apontam que a música é uma das formas para ajudar a conservar memóriaspessoas com Alzheimer, pois a memória musical é uma das últimas áreas afetadas pelo cérebro.
Segundo especialistas, as canções ficam armazenadaslugares diferentes daqueles associados a emoções, conhecimentos e experiências pessoais — que costumam ser os primeiros afetados pelo Alzheimer.
Especialistas aconselham que pessoas com Alzheimer escutem músicas ou façam atividades que lhe tragam prazer. Esta é uma das maneiras para lidar melhor com a progressão da doença, apesarnão evitar que ela piore.
Em meio à tristeza pela doença do avô, Lucas ficou felizver que o idoso foi fundamental para que o neto conseguisse repercussão na internet.
"Não tenho dúvidasque aquele vídeo só fez sucesso por causa da presença dele. Não era algo que eu planejava, mas isso me ajudou a aumentar meus seguidores nas redes sociais", revela o rapaz.
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