Como a renúnciasportingnet comEvo na Bolívia pode afetar Maduro na Venezuela:sportingnet com

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, saudou, porsportingnet comvez, a "brisa democrática que vem da Bolívia" e renovou seus apelos para a população participarsportingnet comum grande protesto nacional contra Madurosportingnet com16sportingnet comnovembro.

A expectativa da oposição é que o exemplo da Bolívia dê fôlego novo àsportingnet comcausa.

Embora a crise boliviana pareça estar longesportingnet comser resolvida definitivamente, os comentáriossportingnet comambos os políticos revelam as diferentes leituras que fazem da situação esportingnet comseus potenciais efeitos na batalha que travam pelo poder na Venezuela.

Por que Morales importa para a Venezuela

A quedasportingnet comMorales também é prejudicial para o governosportingnet comMaduro, já que "sob seu comando, a Bolívia se tornou uma importante fontesportingnet comapoio político para a Venezuela chavista", explica Geoff Ramsey, vice-diretor do centrosportingnet comanálises Washington Office of Latin America (WOLA).

Phil Gunson, analista do International Crisis Group, acredita que "com certeza o que aconteceu terá impacto na Venezuela", especialmentesportingnet comum momentosportingnet comque a conjuntura internacional se voltou a favor dos interesses do governo.

"Com a vitóriasportingnet comAlberto Fernández na Argentina, o governo López Obrador no México e os problemas que Sebastián Piñera tem no Chile e Lenín Moreno no Equador, eles sentiram que a marésportingnet combaixa socialista no continente estava se revertendo", avalia Gunson.

Além disso, com a saída do assessorsportingnet comSegurança Nacional dos EUA, John Bolton, o governo do presidente Donald Trump parece agora menos voltado para a Venezuela.

Gunson também enfatiza que a renúnciasportingnet comMorales aconteceu no momentosportingnet comque "o governo venezuelano percebeu que o efeito Guaidó estava começando a se esvair", algo já identificado por algumas das poucas pesquisassportingnet comopinião realizadas na Venezuela.

Que lições a oposição da Venezuela pode tirar?

A saída do presidente boliviano acontece no momentosportingnet comque Guaidó tenta arrastarsportingnet comnovo a população às ruas para pressionar Maduro, mas o apoio às manifestações convocadas pelo líder da oposição foi sendo reduzido gradualmente — e a adesão aos atos mais recentes foi baixa.

Gunson destaca a importância do protesto no próximo dia 16sportingnet comnovembro.

"Veremos se a oposição recupera partesportingnet comseu podersportingnet comconvocação."

Para Ramsey, a experiência boliviana pode ser vista pelos venezuelanos da oposição como um exemplosportingnet commobilização bem-sucedida contra um governante.

No entanto, o que aconteceu na Bolívia também pode reabrir debates difíceis na oposição venezuelana.

Os opositoressportingnet comMorales estavam dispostos a acabar com seu governo após terem sido derrotadossportingnet comuma eleição marcada por denúnciassportingnet comirregularidade; enquanto na Venezuela, grande parte da oposição optou por não concorrer nas últimas disputas eleitorais, alegando faltasportingnet comgarantias — estratégia que é alvosportingnet comcríticas até mesmo dentrosportingnet comsuas próprias bancadas.

Gunson sugere que "a leitura feita pela liderança da oposição do que aconteceu na Bolívia será fundamental", uma vez que eles podem concluir que "pode ​​valer a pena disputar uma eleição, mesmo que seja para perder e usá-la depois como alavanca para chegar ao governo".

Um problema adicional para a oposição é que Maduro se recusa repetidamente a convocar novas eleições presidenciais, sob o argumentosportingnet comquesportingnet comvitória nas eleiçõessportingnet com2018, não reconhecida pela oposição e por grande parte da comunidade internacional, continuasportingnet comvigor.

A próxima eleição prevista é legislativa e deve acontecersportingnet com2020, quando a Assembleia Nacional — órgão legislativosportingnet comque a oposição tem maioria — será renovada.

Por outro lado, diz Ramsey, "será fundamental que a própria oposição boliviana consiga manter a unidade, já que estamos vendo diferenças entre Carlos Mesa (adversáriosportingnet comMorales nas eleições) e Luis Fernando Camacho (líder da oposição que ganhou protagonismo nos protestos anteriores à renúnciasportingnet comMorales)".

Camacho exigiu a renúncia do presidente e defendeu a prisãosportingnet com"criminosos do partido do governo".

"Se houver uma caça às bruxas e proibirem o Movimento ao Socialismo,sportingnet comMorales,sportingnet comapresentar candidatos para novas eleições, isso favorecerá a tese da ala dura do chavismo."

O papel das Forças Armadas

Morales resistiu até o pontosportingnet comque perdeu o apoio do alto comando do Exército e da Polícia.

Na Venezuela, Juan Guaidó pediu repetidamente aos militares que abandonassem Maduro e abraçassemsportingnet comcausa, mas, salvo algumas exceções, o Exército permanece do lado do presidente.

Giunson afirma que "há pouca informação sobre o que acontece no mundo militar (da Venezuela), mas há muita insatisfação, e muitos (militares) provavelmente gostariamsportingnet comdeixar o governo Maduro se pudessem fazer isso com segurança".

Ramsey lembra que tem havido várias revoltas na Venezuela — e "certamente haverá mais".

Mas os dois especialistas apontam para um fator-chave na horasportingnet comexplicar os destinos distintos que Morales e Maduro tomaram até agora.

"O Exército boliviano manteve uma maior autonomia do governo que o venezuelano", diz Gunson.

E,sportingnet comacordo com Ramsey, "Maduro construiu muitos laços com os militares e demonstrou muito mais capacidadesportingnet comcontrolá-los do que Morales, como evidenciam as tentativas que foram neutralizadas pela contrainteligência".

Enquanto a economia venezuelana perdeu mais da metadesportingnet comseu valor desde que Maduro chegou ao podersportingnet com2013, a economia da Bolívia cresceu durante os governossportingnet comMorales a uma médiasportingnet com4,8% ao ano.

Gunson diz que "muitos estão convencidossportingnet comque o fracasso da economia da Venezuela acabaria por levar a mudanças políticas, e não precisa ser necessariamente assim".

A Bolívia surge agora como um exemplo do contrário.

Segundo Ramsey, o país andino "foi o exemplo usado para mostrar que uma alternativasportingnet comesquerda poderia levar à estabilidade econômica".

E agora, junto com o Chile, onde protestossportingnet commassa abalaram o governosportingnet comSebastián Piñera, o país mostra que "o desenvolvimento favorece o surgimentosportingnet comuma classe média cujas expectativas não foram atendidas".

Na Venezuela, a luta diária pela subsistência é um dos fatores que explicam o declínio no fluxo das manifestações da oposição, acredita o especialista.

Quão importante a Bolívia é para Maduro

Morales se posicionou como um aliado incondicional do chavismo na América Latina.

Em maissportingnet com13 anos no poder, o governante indígena esteve sempre alinhado com Hugo Chávez e depois com Nicolás Maduro.

Na épocasportingnet comque os países do Gruposportingnet comLima, contrários a Maduro, redobraram a pressão diplomática sobre o país, o líder boliviano se manteve fiel.

A renúncia do presidente boliviano pode ser interpretada como um presságio para Maduro?

Gunson faz um alerta àqueles que já dão como certa a derrotasportingnet comMorales e lembra o que aconteceu na Venezuelasportingnet comabrilsportingnet com2002, quando Chávez foi momentaneamente afastado do poder por uma tentativasportingnet comgolpesportingnet comseus oponentes.

"Ele também deixousportingnet comser presidente e,sportingnet compoucos dias, voltou."

A memória desse episódio, no qual o presidente e alguns membros do governo foram detidos, permanece muito viva entre Maduro e o restante da liderança chavista, uma vez que muitos deles viveram o momento na pele.

Mas talvez mais importante que o passado seja o peso real da Bolívia no cenário internacional.

Segundo Ramsey, "há países que são muito mais importantes para Maduro devido ao apoio econômico que oferecem, como Cuba e Rússia".

"O que acontece na Bolívia não será uma ameaça existencial para ele", completa.

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