Sarampo faz corpo 'esquecer' como combater infecções, dizem cientistas:como baixar betboo

O que é o sarampo?

O sarampo é um vírus que causa inicialmente sintomas como coriza, espirros e febre.

Alguns dias depois, acontece uma erupção cutânea que começa no rosto e se espalha pelo corpo.

A maioria das pessoas se recupera, mas o sarampo pode causar sequelas por toda a vida. Pode ser também letal, principalmente se levar à pneumonia ou encefalite (inchaço no cérebro).

Estima-se que 110.000 pessoas morramcomo baixar betboosarampo a cada anocomo baixar betbootodo o mundo.

De onde vêm essas descobertas recentes?

Os resultados vieramcomo baixar betbooanálises detalhadascomo baixar betboocasoscomo baixar betboocrianças não vacinadascomo baixar betboouma comunidade protestante ortodoxa na Holanda.

Amostrascomo baixar betboosangue foram coletadas das crianças e, posteriormente,como baixar betboooutra ocasião após um surtocomo baixar betboosarampocomo baixar betboo2013.

Gruposcomo baixar betboopesquisa nos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda se debruçaram sobre as amostras para avaliar o impacto do sarampo no sistema imunológico.

O foco estava nos anticorpos, as pequenas proteínas que aderem a "invasores" para desarmá-los, e nos glóbulos brancos que as produzem.

Como o sarampo destrói a memória imunológica?

O sistema imunológico guarda uma memória dos invasores contra quem já lutou antes.

Parte dessa memória é mantida nas células B, que são um tipocomo baixar betboocélula imune especializada na produçãocomo baixar betbooapenas um tipocomo baixar betbooanticorpo.

Mas o vírus do sarampo pode infectar e destruir essas células, causando a "amnésia imunológica".

Com amostrascomo baixar betboosanguecomo baixar betboo77 crianças, pesquisadores da Escola Médicacomo baixar betbooHarvard conseguiram fazer um retrato incrivelmente detalhado disso usando uma ferramenta chamada VirScan — que é como uma varacomo baixar betboopescar altamente tecnológica com a capacidadecomo baixar betboopegar milharescomo baixar betbootipos diferentescomo baixar betbooanticorpos correndocomo baixar betboonosos corpo.

Rastreando anticorpos antes e depoiscomo baixar betboouma infecção por sarampo, eles perceberam que, após a doença, as crianças perderamcomo baixar betboomédia 20%como baixar betbooseu repertóriocomo baixar betbooanticorpos.

Uma criançacomo baixar betbooparticular, que teve uma infecção mais grave pelo sarampo, perdeu 73% dos tiposcomo baixar betbooanticorpos que conseguia produzir antes. Estes e outros resultados foram publicados na Science.

"O sarampo é como os primeiros 10 anoscomo baixar betboouma infecção por HIV não tratada comprimidacomo baixar betboopoucas semanas. Essa é a dimensão do dano à memória imunológica", resumiu o pesquisador Michael Mina à BBC.

Quão sério é isso?

Nem todo anticorpo é importante.

Um anticorpo pode ser um do grande grupo daqueles que fazem muito pouco, mas outro pode neutralizar completamente um intruso microscópico.

"Se você excluir esse, terá um problema", explica o professor Stephen Elledge à BBC.

Essencialmente, é um jogocomo baixar betbooazar, mas quanto mais anticorpos são eliminados, maior a chancecomo baixar betbooatingir um "jogador crucial".

E sem ele, seu corpo pode ficar vulnerável a infecções mais uma vez.

No estudo, isso ficou evidenciadocomo baixar betbooum anticorpocomo baixar betbooparticular, que está desaparecendocomo baixar betbooalgumas crianças e tem a capacidadecomo baixar betbooneutralizar o vírus sincicial respiratório.

Elledge diz que o sarampo é ainda mais perigoso do que se pensava, já que pode haver "cinco vezes ou mais mortes indiretas devido à amnésia imunológica".

Os pesquisadores pensam que o maior problema está na África subsaariana, onde crianças desnutridas têm maior probabilidadecomo baixar betbooeliminar grandes áreas do sistema imunológico.

Estudos não foram feitos ainda para provar isso, mas a equipe dos EUA teme que o número possa exceder 90% dos anticorpos.

Como o sarampo dificulta o combate a novas infecções?

Assim como as células Bcomo baixar betboomemória, existem células B virgens (que não tiveram contato com o antígeno) — e é dessas que precisamos para combater algo novo.

"Eles são a armadura que está embaixo", diz Velislava Petrova, do Instituto Sanger.

Seu estudo, publicado na Science Immunology, analisou os casoscomo baixar betboo26 crianças e também mostrou que o sarampo pode acabar com a memóriacomo baixar betbooinfecções anteriores.

Mascomo baixar betboopesquisa mostrou ainda que o vírus também afetou as células B virgens.

Essas células têm seu DNA reorganizado — um processo chamado recombinação somática — para que o sistema imunológico possa produzir uma variedadecomo baixar betbooanticorposcomo baixar betbooreserva para trabalharem contra novas infecções.

Os bebês começam produzindo uma gama muito restritacomo baixar betbooanticorpos, que se tornam cada vez mais variados com a idade.

O sarampo consegue pressionar o "botãocomo baixar betbooreinicialização",como baixar betboomodo que o sistema imunológico volta a ter apenas uma gama limitadacomo baixar betbooanticorpos para trabalhar.

"O vírus do sarampo removeu célulascomo baixar betboomemória imunológica criadascomo baixar betbooresposta a outros patógenos que já haviam sido combatidos antes", explica Petrova.

"Eles também reverteram o sistema imunológico ao estadocomo baixar betboobebê, onde a capacidadecomo baixar betbooresponder a novos patógenos é limitada."

Quanto tempo duram esses efeitos?

Os estudos mencionados concentraram-se apenas nas consequências imediatascomo baixar betboouma infecção por sarampo.

No entanto, um estudocomo baixar betboo2015 dá algumas pistas sobre o que acontece a longo prazo.

Foram analisados padrõescomo baixar betboomortalidadecomo baixar betboopaíses ricos nos quais foi constatado que as crianças tinham maior probabilidadecomo baixar betboomorrercomo baixar betboodois a três anos depois por uma infecção por sarampo.

Esses resultados sugerem que o sistema imunológico pode demorar muito para se recuperar completamente.

Os prazos podem ser diferentes nos países mais pobres, onde as doenças se espalham mais rapidamente, sugerem os pesquisadores.

O que pode ser feitocomo baixar betboorelação a isso?

Há duas respostas para essa perguntas, e ambas estão relacionadas à vacinação.

Estar imunizado contra o sarampo, na maior parte das vezes pela vacina tríplice viral, quase elimina o riscocomo baixar betboocontrair a doença.

Mas se o sistema imunológicocomo baixar betbooalguém é devastado pelo sarampo, os pesquisadores sugerem que a pessoa talvez tenha que tomar suas vacinascomo baixar betbooinfância novamente.

"Revacionar contra a poliomielite pode não parecer algo muito importante no Reino Unido ou nos Estados Unidos, mas é no Afeganistão (um dos poucos lugares onde a doença ainda é endêmica), então talvez você possa querer vacinarcomo baixar betboonovo", diz Mina.

Há outas formascomo baixar betboomemória imunológica?

Sim.

O estudo analisou apenas anticorpos e as células B que os produzem, mas também existe a memória das células T, que é igualmente importante.

O sarampo pode infectar as células T também, mas os estudos sobre o que acontece com elas ainda não foram feitos.

"Temos evidências anedóticas (pontuais, que não geram comprovação científica) que sugerem que a resposta das células T poderia ser afetadacomo baixar betboouma maneira muito parecida", diz Mina.

O que os especialistas dizem?

O imunologista Arne Akbar, presidente da Sociedade Britânicacomo baixar betbooImunologia, disse que os estudos são "minunciosos".

Ele destaca a importância da descobertacomo baixar betbooque a vacina tríplice viral, que contém uma versão enfraquecida do vírus, não causa "amnésia imunológica".

"Então, é duplamente importante garantir que você e seus filhos estejam vacinados", diz ele.

Liam Sollis, do Unicef (fundo da ONU para a infância), diz que quando um país perde o statuscomo baixar betboolivre do sarampo, um surto é uma questãocomo baixar betbootempo.

"Vacinas são a forma mais segura e mais efetivacomo baixar betboose prevenir contra doenças altamente contagiosas", diz Sollis.

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