O homem que recebeu picadascasa de aposta betânia200 cobrascasa de aposta betânianome da ciência:casa de aposta betânia
"Com a mamba-negra, é uma dor instantânea. É como ser picado por mil abelhas. As abelhas podem ter um ou dois miligramascasa de aposta betâniaveneno, mas uma picadacasa de aposta betâniamamba pode contercasa de aposta betânia300 a 500 miligramas."
Ele conta à BBC o que acontece a seguir.
"Fico inchado depois (das picadas). Nos dias seguintes, não consigo sair da cama. Pelo tamanho do inchaço, posso presumir quanto veneno foi injetado pela cobra. É muito doloroso", diz ele.
Perigoso e antiético
Mas a propostacasa de aposta betâniaFriede desperta críticascasa de aposta betâniaespecialistas.
"Não temos ideia do que essas pessoas fazem. É antiético e perigoso. Não trabalhamos com eles", diz Stuart Ainsworth, professor da Escolacasa de aposta betâniaMedicina Tropicalcasa de aposta betâniaLiverpool, no Reino Unido.
Sua instituição está entre aquelas que pesquisamcasa de aposta betâniabuscacasa de aposta betâniaum antídoto novo e universal.
Geralmente, novas vacinas são testadas primeirocasa de aposta betâniacamundongos e outros animaiscasa de aposta betânialaboratório.
Só depois que são consideradas seguras, os experimentoscasa de aposta betâniahumanos começam a ser feitos,casa de aposta betâniaum ambiente controlado.
"As pessoas acabam ganhando imunidade porque nada disso é muito regulamentado. Mas essas práticas podem levar à morte. Não aconselho fazer isso", diz Ainsworth.
Mas, na indústria farmacêutica global, há uma faltacasa de aposta betâniadiretrizes para a pesquisacasa de aposta betâniaantídotos.
"Não existem padrões comunscasa de aposta betâniaprodução, segurança ou eficácia", informa a Wellcome Trust, uma organização sediada no Reino Unido que lidera o esforço científico para encontrar uma nova vacina.
Risco letal
Friede nega veementemente que esteja colocandocasa de aposta betâniavidacasa de aposta betâniaperigo como formacasa de aposta betâniaaumentar seu númerocasa de aposta betâniaseguidores nas redes sociais.
"Não fiz isso para ganhar seguidores — queria salvar vidas e fazer diferença. Só usei o YouTube para encontrar os médicos com quem trabalho agora. Foi uma grande aposta. E funcionou", diz ele.
Das quase 3 mil espéciescasa de aposta betâniacobras existentes, apenas cercacasa de aposta betânia200 têm veneno suficiente para matar ou deixar um ser humano inválido. Friede conhececasa de aposta betâniadetalhes muitas delas.
Sejam serpentes, víboras ou mambas, ele já sofreu maiscasa de aposta betânia200 picadas nos últimos 20 anos. Além disso, ele já se injetou com veneno maiscasa de aposta betânia700 vezes.
A quantidadecasa de aposta betâniaveneno inoculado por uma cobra pode variar consideravelmente. Às vezes, uma cobra pode picar sem passar veneno. Sendo assim, a injeção é uma formacasa de aposta betâniaregular a dosagem.
"Se você não está totalmente imune ao venenocasa de aposta betâniauma cobra como uma mamba-negra, acaba tendo seu sistema nervoso periférico afetado. Ou seja, seu diafragma congela e você não respira mais, seus olhos se fecham e você não consegue falar, seu corpo vai se paralisando aos poucos. Só que o veneno não afetará seu sistema nervoso central, então você ainda consegue pensar — até morrercasa de aposta betâniavez", explica Friede.
Imunidade
Friede mantém várias cobras venenosas no quintalcasa de aposta betâniacasa e testa a picada delascasa de aposta betâniasi mesmo.
"Tenho cobras d'água da África. A picada é terrível. Foi difícil (passar por isso). Foi uma sensação assustadora."
Venenoscasa de aposta betâniacobra d'água têm neurotoxinas que afetam o sistema nervoso.
"As outras cobras têm veneno contendo citotoxinas que causam necrose, assim como cascavéis. Pode fazer você perder um dedo ou até uma mão."
Friede parte do pressupostocasa de aposta betâniaque, tomando lentamente pequenas dosescasa de aposta betâniaveneno, é possível desenvolver imunidade, mascasa de aposta betâniametodologia tem sido muito criticada.
Imunização
Um método semelhante — embora usando animais — levou aos únicos antídotos que temos atualmente.
A produçãocasa de aposta betâniaantídotos para venenocasa de aposta betâniacobras não sofreu grandes mudanças desde o século 19. Uma pequena quantidadecasa de aposta betâniaveneno é injetadacasa de aposta betâniacavalos ou ovelhas e,casa de aposta betâniaseguida, os anticorpos do animal são coletadoscasa de aposta betâniaseu sangue.
"Temos essas criaturas que querem me matar e eu não quero morrer. Então, basicamente, me torno o cavalo. Por que não podemos nos tornar imunes?" questiona Friede.
O ex-motoristacasa de aposta betâniacaminhãocasa de aposta betânia51 anos não é imunologista e nunca frequentou a universidade. Foi o medocasa de aposta betâniaser morto por uma criatura venenosa que o levou a tomar essa iniciativa há cercacasa de aposta betânia20 anos.
Friede começou os testes com aranhas e escorpiões, depois passou a usar cobras.
"Não usei todos os tiposcasa de aposta betâniacobras venenosas do planeta. Escolhi as que podem nos matar mais rápido."
Ele tem muitas cicatrizes dos experimentos e já chegou perto da morte diversas vezes. No entanto, Friede diz gostarcasa de aposta betâniaser picado por cobras sem qualquer supervisão médica.
"Cercacasa de aposta betânia12 vezes, eu tive uma recuperação muito difícil. No meu primeiro ano, tive que ser internado no hospital depoiscasa de aposta betâniater sido picado por duas cobras. É preciso passar por essa curvacasa de aposta betâniaaprendizado. Não há médico ou universidade no mundo que possa nos ensinar isso", diz.
Duplicaçãocasa de aposta betâniaanticorpos
Seus exames médicos aumentaramcasa de aposta betâniaconfiançacasa de aposta betâniaque seu método está funcionando..
"Comparado a outras pessoas, tenho o dobro da quantidadecasa de aposta betâniaanticorpos que combatem o veneno. Isso foi confirmado por testescasa de aposta betânialaboratório", argumenta.
Há dois anos, os vídeoscasa de aposta betâniaFriede no YouTube chamaram a atenção do imunologista Jacob Glanville, que deixou seu emprego como cientista principal da gigante farmacêutica Pfizer para iniciarcasa de aposta betâniaprópria empresa trabalhandocasa de aposta betâniaantídotos.
"O que Tim fez foi notável, mas é perigoso e eu nunca recomendaria a ninguém", diz Glanville.
A empresa está usando as amostrascasa de aposta betâniasanguecasa de aposta betâniaFriede para produzir um novo tipocasa de aposta betâniasoro.
"Eles pegaram meu DNA, RNA, anticorpos e o clonaram. Esta é a ciência mais alta possível", diz Friede.
Mal negligenciado
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos 5,4 milhõescasa de aposta betâniapessoas sofrem picadascasa de aposta betâniacobra. Estima-se que o númerocasa de aposta betâniamortes esteja entre 81 mil e 138 mil. Maiscasa de aposta betânia400 mil pessoas sofremcasa de aposta betâniadeficiências permanentes causadas por picadas, o que diminuicasa de aposta betâniaqualidadecasa de aposta betâniavida.
Mas foi sócasa de aposta betânia2017 que a OMS classificou as picadascasa de aposta betâniacobra oficialmente como uma "doença tropical negligenciada".
Desde então, 19casa de aposta betâniasetembro foi escolhido para marcar o Dia da Conscientização sobre Picadascasa de aposta betâniaCobra.
A proposta é abordar publicamente um problema que vem prejudicando comunidades ruraiscasa de aposta betâniaÁsia, África e América do Sul, que não necessariamente têm acesso a um sistemacasa de aposta betâniasaúde moderno.
Em muitos países, o soro antiofídico disponível costuma ser ineficaz devido a problemascasa de aposta betâniaarmazenamento ou porque funciona apenas para uma cobra específica.
Cobaias
Em maio deste ano, o Wellcome Trust anunciou um fundocasa de aposta betâniaUS$ 100 milhões (R$ 416 milhões) para encontrar novos tratamentos e soros eficazes.
Muitas outras organizações também estão buscando desenvolver um medicamento mais seguro e acessível.
O contrato com Glanville renderá a Friede uma quantia substancialcasa de aposta betâniadinheiro se eles conseguirem desenvolver uma nova vacina.
"Não sou picado por cobras por dinheiro. Mas, se desenvolvermos uma vacina, ela trará muito dinheiro. Tenho um advogado e contrato assinado", diz Friede.
Glanville diz se manter otimista sobre os próximos testes.
"A pesquisa está bastante adiantada — estamos prestes a começar a testarcasa de aposta betâniaratos".
Extremismo com propósito
Glanville e Friede enfrentam muitas críticas da comunidade científica porcasa de aposta betâniaabordagem pouco ortodoxa, mas apresentam uma defesa sólidacasa de aposta betâniasuas pesquisas.
"Abordamos a bioética com muito cuidado. Usamos um modelo semelhante ao usado nos estudos com indivíduos com alto riscocasa de aposta betâniaexposição a outras coisas, como lesões relacionadas ao trabalho, HIV, etc.", diz Glanville.
Embora admita quecasa de aposta betâniaabordagem seja atípica, Friede diz que pode estar prestes a produzir resultados.
"Existe um propósito por trás do meu extremismo. Coloquei minha própria vidacasa de aposta betâniarisco para encontrar um soro antiveneno universal e acessível."
No Brasil, os soros antiofídicos são produzidoscasa de aposta betânialaboratórios como o Butantan, Vital Brazil, Fundação Ezequiel Dias e Centrocasa de aposta betâniaProdução e Pesquisacasa de aposta betâniaImunológicos (CPPI) e repassados para as secretarias estaduaiscasa de aposta betâniasaúde. A aplicação é feitacasa de aposta betâniaforma endovenosacasa de aposta betâniaambiente hospitalar.
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