O livro nazistacasa de aposta esportivaanatomia que ainda hoje é usado por cirurgiões:casa de aposta esportiva

O livro, muitas vezes chamado simplesmentecasa de aposta esportivaPernkopf's Atlas (Atlascasa de aposta esportivaPernkopf), deixoucasa de aposta esportivaser impresso. E os exemplarescasa de aposta esportivasegunda mão são vendidos pela internet por valores altos.

Apesar do preço alto, poucos teriam orgulhocasa de aposta esportivaexibir o exemplar emcasa de aposta esportivaclínica, biblioteca ou casa. Isso porque as descobertas do livro vieram dos corposcasa de aposta esportivacentenascasa de aposta esportivapessoas mortas pelos nazistas. São seus corpos – cortados e dissecados – que ilustram o atlas.

É ético usar um livro nazista?

Críticos dizem que o livro está marcado por seu passado obscuro, e os cientistas têm se deparado com a discussão ética sobre o uso da obra.

Mackinnon diz que se sente pouco à vontade com a origem do livro, mas que usá-lo é uma parte crucialcasa de aposta esportivaser um "cirurgião ético". Ela diz que não poderia fazer o trabalho dela sem consultá-lo.

O rabino Joseph Polak, um sobrevivente do Holocausto e professorcasa de aposta esportivadireito da saúde, diz que o livro é um "enigma moral" porque é derivado do "mal real", mas diz que "pode ser usado a serviço do bem".

O livro foi um projetocasa de aposta esportiva20 anos do médico nazista Eduard Pernkopf, que se destacou no meio acadêmico da Áustria, graças ao seu apoio ao partidocasa de aposta esportivaAdolf Hitler.

Ele era descrito por colegas como um "ferrenho" Nacional Socialista que, a partircasa de aposta esportiva1938, usou todos os dias uniforme nazista para trabalhar.

Quando virou reitor da faculdadecasa de aposta esportivamedicina da Universidadecasa de aposta esportivaViena, ele demitiu todos os judeus da faculdade, incluindo três ganhadores do prêmio Nobel.

Em 1939, uma nova lei do Terceiro Reich determinou que os corposcasa de aposta esportivatodos os prisioneiros executados fossem imediatamente enviados ao departamentocasa de aposta esportivaanatomia mais próximo, para finscasa de aposta esportivapesquisa e ensino.

Durante este período, Pernkopf trabalhou 18 horas por dia dissecando cadáveres, enquanto uma equipecasa de aposta esportivaartistas criou as imagens para o livro. Às vezes, o institutocasa de aposta esportivaanatomia estava tão cheio que as execuções precisavam ser adiadas.

Sabine Hildebrandt, da Harvard Medical School, diz que pelo menos metade das 800 imagens no atlas tem origem nos corposcasa de aposta esportivapresos políticos executados: gays e lésbicas, ciganos, dissidentes políticos e judeus.

Na primeira edição do atlas, publicadacasa de aposta esportiva1937, as assinaturas dos ilustradores Erich Lepier e Karl Endtresser incluíam suásticas, além dos dois raios símbolos da SS (Schutzstaffel, a força paramilitar do Partido Nazista).

Até mesmo a ediçãocasa de aposta esportivadois volumescasa de aposta esportivainglês,casa de aposta esportiva1964, incluiu as assinaturas originais, com os símbolos nazistas. Edições posteriores eliminaram esses símbolos.

Milharescasa de aposta esportivacópias do atlas foram vendidascasa de aposta esportivatodo o mundo e traduzidas para cinco idiomas. Prefácios e introduções nos livros descrevem "desenhos impressionantes" e "peçascasa de aposta esportivaarte excepcionais", sem qualquer menção ao passado sangrento da obra.

Foi somente na décadacasa de aposta esportiva1990 que estudantes e acadêmicos começaram a questionar mais profundamente quem eram as pessoas no atlas. Depois que a história brutal foi revelada, o atlas saiucasa de aposta esportivapublicaçãocasa de aposta esportiva1994.

Mackinnon diz que "nada se compara" com a precisão e detalhes do livro, e é particularmente útil para cirurgias complexas. Segundo ela, a obra ajuda a "descobrir quais dos muitos pequenos nervos que percorrem nosso corpo estão potencialmente causando a dor".

Mas ela diz que se certificacasa de aposta esportivaque todos os envolvidos na cirurgia estejam cientes das origens obscuras do livro.

"Quando me dei conta da origem sangrenta e maligna desse atlas, comecei a mantê-lo guardadocasa de aposta esportivameu armário da salacasa de aposta esportivacirurgia", diz ela.

No ano passado, o rabino Polak e o historiador médico e psiquiatra Michael Grodin prepararam um "Responsum" (uma resposta acadêmica baseada na ética médica judaica) sobre se é ético usar o atlas, com base na experiênciacasa de aposta esportivaMackinnon.

Eles concluíram que a maioria das autoridades judaicas permitiria o uso das imagens para salvar vidas humanas, sob a condiçãocasa de aposta esportivaque a história do atlas fosse divulgada, para que as vítimas tivessem alguma da dignidade que lhes é devida.

"Veja a doutora Mackinnon. Ela não conseguiu encontrar um nervo e é a melhor emcasa de aposta esportivaespecialidade. O paciente disse a ela: 'quero que minha perna seja cortada se você não conseguir encontrar'. E ninguém quer que isso aconteça", disse à BBC o rabino Polak.

"Então, ela engoliucasa de aposta esportivaseco e pediu para trazerem o atlascasa de aposta esportivaPernkopf. Ela encontrou o nervocasa de aposta esportivaminutos por causa dessas ilustrações. Ela me perguntou, como especialistacasa de aposta esportivadireito da saúde, sobre a questão moral da situação. E eu disse a ela: se isso vai curar essa pessoa e dar a elacasa de aposta esportivavidacasa de aposta esportivavolta, então não há dúvidacasa de aposta esportivaque o atlas pode ser usado."

Pernkopf foi preso depois da guerra e demitido da universidade. Ele foi mantidocasa de aposta esportivaum campocasa de aposta esportivaprisãocasa de aposta esportivaguerra dos Países Aliados por três anos, mas nunca foi acusadocasa de aposta esportivanenhum crime.

Apóscasa de aposta esportivalibertação, ele retornou à universidade e continuou seu trabalho no atlas, publicando um terceiro volumecasa de aposta esportiva1952. Ele morreucasa de aposta esportiva1955, pouco antes da publicaçãocasa de aposta esportivaum quarto volume.

Maiscasa de aposta esportiva60 anos depois, o atlas ainda é uma das melhores fontes para informações visuais para trabalhos anatômicos e cirúrgicos detalhados,casa de aposta esportivaacordo com Hildebrandt, que ensina anatomia.

"Aquelescasa de aposta esportivanós que aprenderam a 'ver' com o atlas recorrem a ele sempre que há dúvidas. Na cirurgia do nervo periférico, alguns cirurgiões acham que é uma fonte única e insubstituívelcasa de aposta esportivainformação", diz ela.

Mas acrescenta: "Pessoalmente, eu não uso as imagens Pernkopf no meu cursocasa de aposta esportivaanatomia, a menos que eu tenha tempo para falar sobre a história do livro."

Jonathan Ives, especialistacasa de aposta esportivabioética da Universidadecasa de aposta esportivaBristol, na Inglaterra, concorda que o atlas é "surpreendentemente detalhado", mas diz que é manchado pelo "passado horrível".

"Se estamos usando o livro e colhendo os benefícios, isso implica que somoscasa de aposta esportivaalguma forma cúmplices", diz. "Mas você também pode argumentar que, ao não usá-lo, o atlas seria perdido e não poderia ser usado como um lembrete do que aconteceu."

Para Mackinnon, continua a ser uma ferramenta vital, mesmo que o seu passado nunca possa ser esquecido.

"Penso que, como uma cirurgiã ética, devo usar qualquer recurso educacional que eu pensasse que me ajudaria a maximizar um resultado bem-sucedido. E penso que meu paciente esperaria issocasa de aposta esportivamim", ela diz.

"Na minha experiência, se esses livros forem jogados fora, isso traria atrasos para uma cirurgia nervosa detalhada."

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