Os perigosos tratamentos para clarear a pele que fazem sucesso na Ásia e na África:1xbet net

"Eu fiquei com erupções brancas (no rosto), que depois se transformaram1xbet netmanchas escuras". Cicatrizes escuras ainda estão visíveis no pescoço1xbet netShiroma, mesmo depois1xbet netum ano1xbet nettratamento.

O creme1xbet netclareamento que Shiroma recebeu no salão não era um produto estético autorizado no Sri Lanka. Havia sido importado ilegalmente e comprado no mercado negro.

Após muitas reclamações, as autoridades do Sri Lanka estão reprimindo vendas não autorizadas1xbet netcremes1xbet netclareamento da pele.

Indústria bilionária

Mas esse não é um problema apenas do Sri Lanka. Milhões1xbet netpessoas - principalmente mulheres - na Ásia e na África estão tomando medidas radicais para ficar com uma aparência mais clara.

A indústria global1xbet netprodutos para clarear a pele foi estimada1xbet netUS$ 4,8 bilhões1xbet net2017 (cerca1xbet netR$ 18 bilhões). Projeções indicam que esse valor pode dobrar até 2027. A maior parte da demanda vem1xbet netconsumidores1xbet netclasse média na Ásia e na África.

Entre os produtos, estão sabonetes, cremes, esfoliante, pílulas e até injeções destinadas a diminuir a produção1xbet netmelanina, o pigmento que dá coloração à pele.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 4 entre 10 mulheres na África usam produtos para clarear a pele. O maior porcentual está na Nigéria, com cerca1xbet net8 entre 10 mulheres. Na Índia, são 6 entre 10. E, na China, 4 entre 10.

Desafio global

À medida que os produtos se tornam mais populares, os desafios aumentam.

No ano passado, autoridades1xbet netGana, na África, alertaram mulheres grávidas para que não consumissem pílulas clareadoras que contivessem o antioxidante glutationa. Elas estavam consumindo o produto com a expectativa1xbet netque ele pudesse clarear a pele do bebê que estavam gestando.

A África do Sul tem uma das legislações mais duras sobre o uso1xbet netclareadores faciais. Gâmbia, Costa do Marfim e, mais recentemente, Ruanda, baniram os produtos clareadores que contêm hidroquinona - que reduzem a produção1xbet netmelanina, mas também provocam danos permanentes à pele.

A Fundação Britânica da Pele afirma que "substâncias baseadas1xbet nethidroquinona podem ser usadas com segurança sob a supervisão1xbet netum dermatologista, para tratar áreas com pigmentação irregular, apresentando um bom resultado".

Também explica que alguns cosméticos clareadores são, na verdade, produtos médicos. "Alguns cremes clareadores podem ser úteis, mas precisam ser prescritos e monitorados por um dermatologista. Caso contrário, podem ser perigosos", comenta Anton Alexandroff, porta-voz da fundação.

Porém, acrescenta a fundação, "não existe nenhum método seguro e reconhecido para clarear toda a pele". "Não há evidência1xbet netque cremes encontrados1xbet netlojas podem ajudar. Na verdade, eles podem surtir o efeito contrário. Podem fazer com a pele fique branca1xbet netforma não natural ou mesmo que se torne mais escura. Além disso, a pele pode perder suas qualidades naturais", alerta Alexandroff.

Os médicos podem sim prescrever produtos clareadores para tratar algumas condições1xbet netsaúde, como o melasma - quando manchas amarronzadas ou acinzentadas aparecem na pele, mais comumente1xbet netmulheres grávidas.

"A cor da pele pode ser recuperada por um dermatologista, com o uso1xbet netprodutos autorizados", diz Alexandroff.

Mas a maioria das mulheres compram e usam produtos clareadores sem nenhuma supervisão ou orientação médica. Os efeitos colaterais podem ser sérios, como: irritação e inflamação da pele, queimadura ou sensação1xbet netardor, coceira e pele escamosa, segundo o NHS (Serviço Nacional1xbet netSaúde do Reino Unido).

Produtos com mercúrio

Alguns produtos que prometem acelerar a despigmentação podem conter substâncias nocivas, como mercúrio.

"Produtos clareadores que contêm mercúrio são prejudiciais à saúde", orienta a Organização Mundial da Saúde. Mesmo assim, esses produtos "ainda são produzidos na China, República Dominicana, Líbano, México, Paquistão, Filipinas, Tailândia e Estados Unidos".

A União Europeia e muitos países africanos baniram produtos com mercúrio. Estados Unidos, Canadá, Filipinas e outros países permitem a substância, mas apenas1xbet netdosagens muito baixas.

"Mercúrio é um veneno", diz Alexandroff, da Fundação Britânica da Pele. Segundo ele, a substância pode causar diversos problemas1xbet netsaúde. Entre eles, danos aos rins, manchas ou descoloração da pele, cicatrizes, redução da habilidade1xbet netresistir a infecções por bactérias ou fungos, ansiedade, depressão ou psicose.

Percepção1xbet netsegurança

"As pessoas pensam que cremes para a pele são inerentemente seguros. Muitos não levam1xbet netconsideração os possíveis riscos à saúde. É preciso se preocupar com esse tipo1xbet netatitude", opina o dermatologista americano Shuai Xu.

"Eu sempre me surpreendo quando meus pacientes me mostram os produtos que compraram sem nenhum tipo1xbet netprescrição médica."

Shuai Xu é professor da Escola1xbet netMedicina1xbet netFeinberg, nos Estados Unidos, e pesquisou efeitos colaterais1xbet netcosméticos e produtos1xbet nethigiene pessoal. Alguns produtos para a pele usam, por exemplo, esteroides tópicos, que podem provocar danos se não forem usados corretamente.

Dificuldade1xbet netregulação

O dermatologista Shuai Xu tem pressionado por uma regulação mais dura para eliminar produtos perigosos. "A indústria cosmética não é tão regulada quanto a indústria farmacêutica. Os principais fabricantes estão evitando usar substâncias nocivas, mas há muitos problemas com cosméticos importados".

Além disso, o mercado está inundado com falsificações, que são difíceis1xbet netcontrolar. "Você não sabe quem está fabricando. Você não consegue rastrear quem são os fornecedores", diz Xu.

Segundo o dermatologista, alguns produtos nem informam corretamente quais são seus ingredientes.

Por isso, diz o médico, é preciso alertar as pessoas sobre os perigos envolvidos nesse mercado. "De maneira geral, muitos produtos são seguros. Mas se você está comprando produtos clareadores muito fortes na internet, você deve tomar muito cuidado."

Counter movement

A indústria do entretenimento é frequentemente acusada1xbet netpromover padrões1xbet netbeleza baseados1xbet netpeles claras.

Em contraposição, algumas campanhas estão buscando combater esses padrões.

No Paquistão, por exemplo, uma campanha promoveu a mensagem: "você não precisa ter pele clara para ser bonita". Nos Estados Unidos, o projeto "Beautywell" tem como objetivo acabar com as práticas1xbet netclareamento da pele entre os imigrantes da Somália.

Já na Índia, foi lançada a iniciativa "dark is beautiful" (pele escura é bonita), visando encorajar as mulheres a evitar os clareadores1xbet netpele.

Também na Índia, a engenheira Suruthi Periyasamy,1xbet net24 anos, posou para um ensaio1xbet netfotos representando a deusa Lakshmi - deidade da saúde, na mitologia hindu -1xbet netuma campanha chamada "pele escura é divina". O objetivo da iniciativa era propagar a ideia1xbet netque deusas podem ser retratadas com peles escuras.

"Quem faz propaganda1xbet netjoias ou1xbet netsaris (roupa indiana) geralmente usa modelos1xbet netpele clara, porque há uma percepção social1xbet netque riqueza e cor da pele estão interconectadas", fala Suruthi.

Pele 'mais radiante'

Ao participar1xbet netum concurso1xbet netbeleza no ano passado, Suruthi ouviu a recomendação1xbet netque deveria buscar tornar1xbet netpele "mais radiante". "O que eles realmente estavam querendo dizer era que eu deveria procurar um tratamento1xbet netpele para deixá-la mais clara".

Mas Suruthi não tinha nem dinheiro nem interesse1xbet netfazer isso. Ela acabou ficando entre as 25 selecionadas do concurso Miss Diva, que envolve competidoras1xbet nettodo o país.

Suruthi vai tentar outra vez. Para competir novamente, ela perdeu 10 quilos. "Eu sei que minhas chances são pequenas, por causa da cor da minha pele. Mas eu me sinto confortável e confiante com a minha aparência. Eu acho que posso superar esses obstáculos", fala Suruthi.