Como a bicicleta empoderou as mulheres e os mais pobres e revolucionou o setor industrial:roleta online ao vivo

Seu nome era Pierre Lallement.

Sem freios nem marchas

O jovem mecânico estava nos EUA havia alguns meses e havia levado consigo uma máquina inventada por ele: uma construçãoroleta online ao vivoduas rodas com pedais chamada "velocípede".

Mais tarde, a chamaríamosroleta online ao vivobicicleta.

Lallement patenteouroleta online ao vivoinvenção, que ainda não tinha marchas nem a corrente das bicicletas modernas. Tampouco freios.

Seu modelo complexo foi rapidamente ultrapassado por outro, o chamado Penny Farthing, que tinha uma roda gigantesca na frente e uma bem pequena atrás - um veículo que não era tranquiloroleta online ao vivoguiar, mas que era duas vezes mais rápido que o velocípede.

Eles eram conduzidos quase exclusivamente por jovens destemidosroleta online ao vivocima da roda imensa que ameaçava jogá-los para frente diante do menor obstáculo.

A versão seguinte, a "bicicleta segura", atraiu um grupo bem maior.

Ela era muito parecida com as bicicletas modernas, com correia, rodas do mesmo tamanho e um quadroroleta online ao vivoformaroleta online ao vivodiamante.

A velocidade era alcançada graças não a uma roda gigantesca, mas a engrenagens.

Empoderamento feminino

Era possível conduzir essas bicicletas atéroleta online ao vivovestido.

Não que isso preocupasse Angeline Allen, por exemplo, que causou sensaçãoroleta online ao vivo1893 pedalando nos arredoresroleta online ao vivoNova York.

"Ela usava calças!", dizia a mancheteroleta online ao vivouma popular revista masculina, acrescentando que ela era jovem, bonita e divorciada.

A bicicleta foi uma força libertadora para as mulheres. Elas precisavam se livrarroleta online ao vivoespartilhos eroleta online ao vivosaias armadas com aros - e usar roupas mais confortáveis para pedalar com mais facilidade.

Pedalar também significava se deslocar sem acompanhantes.

Os mais conservadores ficaram alarmados, temendo que o que viam como "pedaladas obscenas", pudesse levar à masturbação e até à prostituição. Temores que logo se mostraram ridículos.

Segundo a historiadora Margaret Guroff, no casoroleta online ao vivoAngeline Allen, ninguém parecia preocupado com o fatoroleta online ao vivoela estar andandoroleta online ao vivobicicleta - apenas com as roupas que ela usava enquanto fazia isso.

Uma mulher vista sozinharoleta online ao vivobicicleta,roleta online ao vivopúblico, não parecia um escândalo.

Três anos depois, Susan B. Anthony, ativista dos direitos das mulheres no século 19, declarou que a bicicleta havia feito "mais pela emancipação das mulheres do que qualquer outra coisa no mundo".

Hoje, a bicicleta continua empoderando as mulheres.

Em 2006, o governo do Estadoroleta online ao vivoBihar, na Índia, começou a subsidiar fortemente a compraroleta online ao vivobicicletas para meninas adolescentes que estavam começando o ensino médio - a ideia era que elas pudessem percorrer os vários quilômetros que precisam enfrentar para assistir aula.

O programa parece ter funcionado, aumentando significativamente as chancesroleta online ao vivoas meninas continuarem na escola.

Nos Estados Unidos, o astro do basquete LeBron James fundou uma escola emroleta online ao vivocidade natalroleta online ao vivoOhio que fornece uma bicicleta para cada estudante.

James relata como se sentia livre que quando ele e os amigos andavamroleta online ao vivobicicleta. "Nós nos sentíamos extremamente felizes."

A bicicleta tem sido, há muito tempo, uma tecnologia libertadora para os economicamente oprimidos. Em seus primórdios, elas eram muito mais baratas que um cavalo, ainda que oferecessem o mesmo alcance e liberdade.

Da bicicleta ao carro

A bicicleta também impulsionou uma revolução na indústria, assim como uma revolução social.

Na primeira metade do século 19, peçasroleta online ao vivoprecisão intercambiáveis eram usadas para fabricar armasroleta online ao vivofogo para o Exército dos EUA, a um custo considerável.

O processo era considerado muito caro para ser completamente reproduzido por "fábricas civis".

A bicicleta, entretanto, conseguiu criar uma ponte entre a fabricaçãoroleta online ao vivoprodutos militaresroleta online ao vivoponta e a difusão da produçãoroleta online ao vivosérieroleta online ao vivoprodutos complexos.

Os fabricantesroleta online ao vivobicicletas desenvolveram técnicas simples e facilmente replicáveis ​​- como estampar chapasroleta online ao vivometal frio para criar novas formas - para manter os custos baixos sem sacrificar a qualidade.

Eles também desenvolveram pneus, engrenagens diferenciais e freios.

Tanto as técnicasroleta online ao vivofabricação quanto esses componentes inovadores foram adotados depois por fabricantesroleta online ao vivoautomóveis, como Henry Ford.

A primeira bicicleta segura, aliás, foi feitaroleta online ao vivo1885 na fábrica da Rover,roleta online ao vivoCoventry, na Inglaterra.

Não por acaso a Rover se tornou posteriormente um importante player na indústria automobilística. Sua transição do ramoroleta online ao vivobicicletas para oroleta online ao vivocarros era óbvia.

A bicicleta também foi um impulso para a modernização da indústria no Japão.

O primeiro passo para isso foi a importaçãoroleta online ao vivobicicletas do Ocidente para a capital, Tóquio, por volta do ano 1890. Depois, foram criadas oficinas para consertar bicicletas. O passo seguinte foi o início da produção localroleta online ao vivopeçasroleta online ao vivoreposição.

Apenas 10 anos depois, Tóquio dispunharoleta online ao vivotodos os ingredientes para produzir suas próprias bicicletas.

Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, o país já fabricava maisroleta online ao vivomeio milhãoroleta online ao vivobicicletas por ano.

Tecnologia com futuro

Ver a bicicleta como uma tecnologia do passado pode ser tentador para algumas pessoas. Mas dados recentes mostram que essa não é a realidade.

Há meio século, a produção mundialroleta online ao vivobicicletas e carros era quase a mesma - 20 milhões, cada, por ano. A produçãoroleta online ao vivocarros triplicou desde então, mas a produçãoroleta online ao vivobicicletas aumentou duas vezes mais rápido - para cercaroleta online ao vivo120 milhões por ano.

E não é absurdo pensar que as bicicletas estão criando tendênciasroleta online ao vivonovo.

Em um momentoroleta online ao vivoque o usoroleta online ao vivocarros autônomos - ou seja, sem motoristas - já está sendo explorado, há quem acredite que o veículo do futuro não terá donos, mas será alugado por meioroleta online ao vivoaplicativosroleta online ao vivocelular.

Se assim for, o veículo do futuro está aqui: já existem diversos esquemasroleta online ao vivocompartilhamentoroleta online ao vivobicicletasroleta online ao vivotodo o mundo. É um número que segueroleta online ao vivoexpansão e um tiporoleta online ao vivosistema que possibilita até o aluguelroleta online ao vivoalgumas com motores elétricos.

O Uber já anunciou que planeja focar maisroleta online ao vivoseus negóciosroleta online ao vivopatinetes elétricos e bicicletas, e menosroleta online ao vivocarros.

Algumas empresas tiveram problemas iniciais com esse modeloroleta online ao vivonegócio - com bicicletas roubadas, danificadas ou abandonadas - e, por esse motivo, pararamroleta online ao vivooperarroleta online ao vivoalgumas cidades.

No entanto, este mercado parece estar crescendo, uma vez que a bicicleta ainda é o meioroleta online ao vivotransporte mais rápido para circularroleta online ao vivoáreas com trânsito mais pesado.

É verdade que ficar mais suscetível à poluição - como fumaça dos carros - e a possibilidaderoleta online ao vivoacidentes são fatores que desencorajam alguns ciclistas.

Mas se a nova geraçãoroleta online ao vivocarros é elétrica e não poluente, e conduzida por um robô atencioso e cauteloso, a popularidade da bicicleta só tende a aumentar.

*Tim Harford escreve a coluna "Undercover economist" no jornal britânico Financial Times e apresenta a série "50 coisas que fizeram a economia moderna", transmitida pelo Serviço Mundial da BBC. Clique aqui para saber mais sobre o programa e aqui para aqui para assinar o podcast da série.

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