Redes sociais se tornaram 'o quinto poder no Brasil', diz especialista:onabet é bom

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Sergio Moro revogou nomeaçãoonabet é bomespecialista após repercussão negativa nas redes sociais

Mas, segundo Ruediger, existem riscos.

"Não acho que a pressão feita por esses gruposonabet é bomambientes virtuais abale por si só a democracia. Pelo contrário. Pode até aprimorá-la. O que abala a democracia é não se saber se parte desses grupos é orgânico ou está sendo influenciado por algoritmos que deformam a real participação popular", pondera.

"Caberá às nossas instituições se equipar melhor para lidar com essa realidade", acrescenta.

Szabó havia sido convidada por Moro para ocupar a vagaonabet é bomsuplente do Conselho Nacionalonabet é bomPolítica Criminal e Penitenciária, masonabet é bomnomeação acabou revogada por pressão do presidente Jair Bolsonaro diante da repercussão negativa nas redes sociais. Internautas compartilharam divergências da especialistaonabet é bomrelação ao governoonabet é bomtemas como armamento e políticaonabet é bomdrogas, além do fatoonabet é bomela ter se posicionado contra a candidatura do capitão reformado.

Casos recentes como a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), e a eleição do senador David Alcolumbre (DEM-AP) à presidência do Senado também refletem o poder das ações coletivas impulsionadas por influenciadores digitais que, na visãoonabet é bomRuediger "catalisaram as modificações nas discussões políticas, que geram efeitos diretos".

Crédito, FGV

Legenda da foto, Para Marco Aurélio Rudieger, da FGV, política será cada vez mais permeável à pressão das novas tecnologias, processo que considera ser 'irreversível'

Leia os principais trechos da entrevista.

onabet é bom BBC News Brasil - A decisãoonabet é bomo ministro da Justiça, Sergio Moro,onabet é bomrevogar a nomeaçãoonabet é bomIlona Szabó como suplente do Conselho Nacionalonabet é bomPolítica Criminal e Penitenciária se deu após repercussão negativa nas redes sociais e gerou críticasonabet é bomopositores. Não é a primeira vez que o governo cede a esse tipoonabet é bompressão. Como o Sr. vê isso?

onabet é bom Marco Aurélio Ruediger - Esse era um fenômeno esperado. O impacto das redes sociais no cotidiano político do país vem crescendo e atingiu um pico nas eleições passadas. É absolutamente natural que pessoas que se mobilizaram e fizeram uma eleição que se deu desde o princípio no meio digital partissem para uma militância virtualonabet é bomcimaonabet é bomsua representação política. É o novo normal e não temos como escapar disso. Não é à toa que muitos parlamentares ficamonabet é bomolho nas redes sociais e baseiam suas decisões no que está sendo dito ali. Precisamos entender melhor esse fenômeno.

onabet é bom BBC News Brasil - Mas essa pressão é benéfica para a democracia? Ou pode trazer riscos?

onabet é bom Ruediger - Pode ser benéfica e prejudicial ao mesmo tempo. Essa pressão vem da base que elegeu o governo. Essa base busca pressionaronabet é bomrepresentação. O governo foi eleito dentroonabet é bomuma agenda e precisa atender aos interesses do grupo que o elegeu. A despeito das qualidades intrínsecas da cientista políticaonabet é bomquestão (Ilona Szabó), fato é que ela tem uma postura divergente à pauta que orienta esses grupos.

Então, é natural que haja uma pressãoonabet é bomcima do governo, cobrando coerência dele. O processo é democrático. Na épocaonabet é bomque a esquerda estava no poder, esses conselhos eram ocupados basicamente por pessoas afins à ideologia do governo. Mas também vejo esse episódio como uma oportunidade para a oposição. Seria, portanto, muito ingênuo pensaronabet é bomvencedores ou perdedores. A novidade é que essa disputa não se dá no âmbito da pressão dos partidos políticos ou das estruturasonabet é bompoder mais formais. Trata-seonabet é bomum quinto elemento, que exerce uma pressão constante, para além das três esferasonabet é bompoder e da imprensa.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Na visãoonabet é bomRuediger, influenciadores digitais vêm catalisando 'modificações nas discussões políticas, que geram efeitos diretos'

onabet é bom BBC News Brasil - Mas até que ponto as redes sociais são uma espaço livre e democrático?

onabet é bom Ruediger - Não são. Mas a gente não pode brigar com o fato. Temos que lidar com o fato. O que a gente tem no Brasil hoje são pessoas altamente mobilizadas, dentroonabet é bomagendas incisivas e assertivas. Ou seja, quem usa mais as redes, pressiona mais e ganha espaço. Isso é irreversível. Quem usa melhor? Quem se organiza melhor? Vivemos numa 'poliarquia digital'. Gruposonabet é bompressão que se organizam e fazem pressão a partironabet é bommeios digital. Não acho que isso por si só abale a democracia.

O que abala a democracia é não se saber se parte desses grupos é orgânico ou está sendo influenciado por algoritmos que deformam a participação popular. Caberá às nossas instituições se equipar melhor para lidar com essa realidade. Sem dúvida, a realidade ficou muito mais complexa. As novas tecnologias amplificaram discussões que não eram tão transparentes para o cidadão comum. O cidadão tem agora a possibilidadeonabet é bomfazer microcontribuições diárias a partironabet é bomseu telefone celular, por exemplo. Ou seja, houve uma potencialização do indivíduo como ente político. O grande desafio é saber o quanto disso é real ou distorcido.

onabet é bom BBC News Brasil - Muitos críticos consideram que a imagemonabet é bomsuperministroonabet é bomMoro fica desgastada porque ele acabou 'desautorizado' pelo presidente Jair Bolsonaro. O Sr. concorda? Ele sai enfraquecido por tomar uma decisão e voltar atrás tão rapidamente por causaonabet é bompressão das redes sociais?

onabet é bom Ruediger - Acho ingênuo pensar que, num regime presidencialista, o ministroonabet é bomJustiça vai mandar mais do que o presidente. Quem resolve ser ministro, tem que estar alinhado à agenda do governo. É óbvio que pode haver divergências - e elas são naturais e benéficas. Mas nãoonabet é bomrelação a um ponto nevrálgico da pauta. Estamos falando aquionabet é bomcomo a gestão atual encara o crime a segurança pública. Acho que o lado positivo desse fenômeno é que os políticos podem capturar o descontentamento daonabet é bombaseonabet é bomforma muito mais rápida.

Como resultado, voltam atrásonabet é bomdecisões. Se por um lado, é muito mais complexo e gera uma insegurança grande, especialmente para quem é criticado, que tem mudaronabet é bomopinião várias vezes e se expor a críticas por causa disso, por outro, encurta o desgaste potencial e evita queonabet é bomreputação seja corroída. Vivemos num novo tempo e precisamos aprender com ele.

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