'Sou uma mãe que não tem um bebê': o emocionante relato da jornalista da BBC cuja filha nasceu morta:casa do pix
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casa do pix Neste relato emocionante, ela fala sobre a dor pela perdacasa do pixsua bebê e descreve a luta pela superação do trauma da morte da filha. Ela conta também a históriacasa do pixoutras cinco mulheres que viveram situação semelhante e que, como ela, lutaram para superar a perdacasa do pixseus filhos casa do pix .
Quando eu tinha oito anos, minha prima teve um bebê. Minha mãe sabia que eu amava criança, e me deixou alguns dias na casa da minha prima "para que eu a ajudasse".
Eu devo ter sido útil porque quando outra prima deu à luz, fui despachada novamente.
Andei com os bebês para cima e para baixo e reprimi investidascasa do pixirmãos ciumentos.
Também ajudei a dar banho e a ninar nosso mais novo vizinho.
Queria completar logo 12 anos, quando poderia tomar contacasa do pixtodas as crianças do bairro. Não via a horacasa do pixser mãe.
Não via a horacasa do pixser mãe
Aos 29 anos, no entanto, recebi o diagnósticocasa do pixcâncercasa do pixcolo do útero. E a cirurgia que salvaria minha vida também me tiraria a chancecasa do pixgerar uma criança.
Descobri então, por meiocasa do pixum artigo médico, que havia outra operação que me daria essa oportunidade - e encontrei alguém que poderia fazer.
Quando o procedimento foi negado pelo serviçocasa do pixsaúde público, comecei a implorar.
Vários anos exaustivoscasa do pixfertilização in vitro e abortos espontâneos se seguiram.
Finalmente, numa manhãcasa do pixquinta-feira, o bebê que eu tanto esperava se contorcia dentro mim - era a última ultrassonografia prevista na gravidez.
As parteiras se despediramcasa do pixmim desejando boa sorte no parto.
Dois meses antes
Naquela tarde, eu estava no trabalho comendo uma fatiacasa do pixbolocasa do pixlimão, do bota-foracasa do pixum colega, quando senti um líquido quente escorrendo pela minha calça.
Minha bolsa havia estourado dois meses antes do previsto.
Fui internada e os médicos me disseram que teríamos que retardar o parto o máximo possível até o bebê se fortalecer.
Seis minutos
Dez dias depois, me disseram que tudo estava bem e que poderia voltar para casa no dia seguinte.
Mas pouco depois da meia-noite, eu tive prolapse do cordão umbilical (o cordão se desloca para fora do útero), prejudicando o fornecimentocasa do pixoxígêno ecasa do pixnutrientes para meu bebê.
Nos seis minutos até chegar à salacasa do pixcirurgiacasa do pixmeio a gritaria e correria das enfermeiras empurrando minha maca pelos corredores vazios, meu bebê não resistiu e morreu.
Fiquei 48 horas sem dormir. Andavacasa do pixum lado para o outro. Me recusei a tomar remédio.
Meu bebê tão amado e esperado estava enrolado e silencioso no meu ventre; o cordão que nos unia estava penduradocasa do pixmim.
Quando meus pés começaram a doercasa do pixtanto andar, deiteicasa do pixlado e fiquei olhando para Tim, meu parceiro.
Lembrei da históriacasa do pixum bebê que foi dado como morto, mas nasceu saudável.
Apertei a campainha para chamar a enfermeira, perguntei se eles poderiam estar errados. Vinte minutos depois, Tim tocou a mesma campainha, fez a mesma pergunta.
'Quando acordar, vou vê-la'
Eles fizeram uma cesariana na manhã seguinte.
Enquanto respirava pela máscara e sentia a anestesia sendo injetada na veia, pensei: "Sonheicasa do pixver o rosto do meu filho por 30 anos e, quando acordar, vou fazer isso."
Quando me entregaram ela - era uma menina -, meu coração se encheucasa do pixamor. Era linda, tinha 30 cm.
Estavacasa do pixvestidinho branco e touca, enroladacasa do pixum cobertor branco tricotado à mão.
Seus dedos dos pés e das mãos repousavamcasa do pixperfeição.
Tinha as pernas compridas como nós dois. Demos o nomecasa do pixWillow.
Imaginei ter ouvido o coraçãocasa do pixTim partindo quando ele pronunciou o nome dela.
Olhei para ela maravilhada. Não conseguia entender por que estava morta.
É comum, mas não é muito comentada
As parteiras e os médicos chegaram. Não houve resposta para nossas perguntas.
Talvez não fossem as perguntas certas.
Estávamos perto da salacasa do pixparto e eu tive que ouvir mulheres dando à luz e recém-nascidos chorando.
Meus braços doíam. Achei que era um coágulo, mas os médicos disseram que era normal - uma resposta biológica ao choquecasa do pixnão ter uma criança viva para segurar.
Eu soluçava. Meu leite desceu, marcando minha camiseta, e eu estava exausta demais para ficar envergonhada.
Na salacasa do pixluto havia uma copa, não imagino que qualquer pai que perdeu um filho tenha estômago sequer para fazer uma xícaracasa do pixchá.
Me peguei olhando a escalacasa do pixlimpeza, um lembrete evidente das outras famílias que passaram por lá. Pensei nas perdas delas. E me concentrei emcasa do pixsobrevivência.
Natimortos são muito mais comuns do que as pessoas imaginam, mas raramente se fala deles porque a gravidez é um momentocasa do pixalegria e esperança.
Ficamos mais quatro noites no hospital, com a nossa filhacasa do pixum berço refrigerado.
Ninguém nunca sugeriu que saíssemos, mas eu sabia que era hora.
A mesma data, o mesmo documento
Não consegui me despedir das parteiras que ficaram conosco durante aquela noite, que vestiram nossa filha.
Não havia palavrascasa do pixagradecimento suficientes, então elas apenas choraram, e nós choramos, acenamos com a cabeça e saímos.
Tínhamos duas ovelhinhascasa do pixpelúcia no hospital - uma com a qual dormimos, outra para Willow no berço dela.
Na volta para casa, agarrei nossa ovelhinha, úmidacasa do pixlágrimas. Sussurrei algumas palavras para ela e imaginei que nossa filha poderia ouvi-las.
O luto aumentou e esticou o tempo.
As parteiras lembraram que éramos legalmente obrigados a registrar o nascimentocasa do pixWillow.
Então, um dia, fomos até o cartório, onde um funcionário nos fez perguntas muito tristes.
Saímos segurando a prova legalcasa do pixque ela esteve aqui, que era real.
Nascimento e morte dividiam o mesmo papel, o único documento que ela terá. Era um duelo guardado e que se estendia com o tempo.
O funeral
Desviei o olhar da bondade e da faltacasa do pixjeito das pessoas.
Alguns amigos vieram me visitar. Familiares também.
Vesti minha calça para gestante novamente e falamos sobre amenidades, mas não havia nada que alguém pudesse dizer, então voltei para a cama. Planejamos um velório,casa do pixvezcasa do pixum batizado.
Em vezcasa do pixum batizado, organizamos um funeral
De olhos secos (parecia não haver mais lágrimas), fiz um pequeno discurso diantecasa do pixum crematório lotadocasa do pixfamiliares aos prantos.
As flores eram grandes demais para a pequena tampa do caixãocasa do pixWillow.
Pedimos para não fecharem as cortinas no final.
Quando finalmente consegui sair, deixei parte da minha alma com ela, minha primeira filha.
A dor
Duas semanas depois, Tim voltou ao trabalho e eu fiquei sozinhacasa do pixcasa.
Nosso luto tomou rumos diferentes, e minha solidão e meu isolamento aumentaram.
Me assustei ao ler sobre as taxascasa do pixseparação após a perdacasa do pixum filho, e decidi buscar uma terapiacasa do pixluto.
Encontrei muitos serviçoscasa do pixapoio para mães, poucos para pais, mas finalmente achei alguém que nos atenderia juntos, a quem consultamos ainda hoje.
Minha menstruação desceu e fiquei revoltada com a traição do meu corpo.
Excluí amigos do Facebook que tinham bebês saudáveis da mesma idadecasa do pixWillow, assim como amigas grávidas do segundo ou terceiro filho.
Os algoritmos tornaram as redes sociais um lugar sombrio para mim, com propagandascasa do pixpapinhas, roupas e carrinhoscasa do pixbebê inundando minha linha do tempo.
Fiquei amarga, irritada e arredia.
O medo
Um dia, peguei três trens para visitar minha avócasa do pix103 anos, Nancy, no extremo nordeste da Inglaterra.
Entrei na casa e me ajoelhei aos pés dela, deitando a cabeça no seu colo.
Ela também teve um filho natimorto, há maiscasa do pix60 anos. Ao acariciar meu cabelo, ela disse que "lamentava pelo bebê" - o bebê a quem tínhamos planejado inicialmente dar o nome dela.
Foi a visita mais difícil que fiz e,casa do pixalguma forma, o início da minha cura.
Comecei uma verdadeira investigação. Solicitei meus prontuárioscasa do pixtodos os hospitaiscasa do pixque fui atendida na última década e pesquisei cada etapa do meu tratamento médico e da gravidez, cruzando dados e decifrando os rabiscos dos médicos.
No cerne da minha obsessão estava a culpa, um medocasa do pixque,casa do pixalgum modo, a culpa fosse minha.
Um medo que não se confirmou, mas que outros paiscasa do pixbebês natimortos parecem sentir também.
A fuga
Achei uma cadelinhacasa do pixnove semanas na rua e a levei para casa.
Ela pesava 2 kg, o pesocasa do pixum recém-nascido.
Suas necessidades me fizeram sentir útil. Durante os passeios noturnos para ir ao banheiro, ficávamos tremendocasa do pixfrio no escuro e ela pulavacasa do pixmim como uma criança que pede colo.
Quando eu chamava por ela no parque, ocasionalmente a chamavacasa do pixWillow.
O Natal se aproximava, mas eu fingia não ver, colocando dinheiro às pressascasa do pixenvelopes para sobrinhas e sobrinhos.
Escapamos do sonho do nosso primeiro Natalcasa do pixfamília alugando uma cabana isoladacasa do pixSuffolk, no oeste da Inglaterra.
Andamos quilômetros todos os dias, nos revezando para passear com nossa filhote.
Na vésperacasa do pixNatal, fui à Missa do Galocasa do pixuma pequena igreja.
Chorei silenciosamente durante toda a celebração. A senhora que estava ao meu lado, uma estranha, estendeu o braço para segurar minha mão.
A volta ao trabalho
Um bebê natimorto oferece à mãe os mesmos direitos e proteção que um recém-nascido.
Tirei licença maternidade e voltei a trabalhar quatro meses depois.
Era mais fácil ficar no trabalho do quecasa do pixcasa. Conseguia me esconder da minha perda.
Me tornei tão boacasa do pixseparar os papéis quecasa do pixvezcasa do pixquando me surpreendia com colegas perguntando se eu tinha tido um menino ou uma menina.
Me acostumei a responder "minha filha nasceu morta", e depois bater no braço deles e dizer "está tudo bem, por favor, não se preocupe".
Nas longas noitescasa do pixcasa, eu bebia muito vinho tinto.
Via um episódiocasa do pixModern Family atrás do outro.
Mas durante todo o inverno, havia lampejoscasa do pixesperança, como o nascer das flores que anunciam a chegada da primavera. Alguns dias eu voltava a me sentir otimista,casa do pixoutros conseguia encontrar os amigos e dar risada.
Às vezes, esboçava um sorriso quando Tim abria a portacasa do pixcasa.
Muitas vezes eu acho que nós dois apenas tentamos, não por nós mesmos, mas um pelo outro.
O jardim e o quarto
Meu mecanismocasa do pixdefesa funciona me mantendo ocupada, então elaborei um projeto para dedicar partecasa do pixnosso jardim a Willow, comprando papel milimetrado e me debruçando sobre livroscasa do pixprojetoscasa do pixjardins.
Começamos o paisagismo na semana mais fria e chuvosacasa do pixfevereiro. Contratamos uma escavadeiracasa do pix1,5 tonelada.
Amigos e familiares vieram nos ajudarcasa do pixmeio à neve, geada e chuva torrencial, para remover ervas daninhas.
Pina, nossa cachorrinha serelepe, brincou na lama sob nossos pés e carimbou suas pegadascasa do pixtodo o chão da cozinha.
Encontrei um artista para fazer uma esculturacasa do pixramoscasa do pixsalgueiro-chorão (willow,casa do pixinglês).
Fomos até nossas praias favoritas catar pedras para pavimentar o caminho. Ficamos exaustos com o trabalho manual.
Na semana que antecedeu o Dia das Mães, fiquei observando as crianças saindo da escola do bairro.
No dia propriamente dito, abri a porta do quartocasa do pixWillow pela primeira vez.
Abri e dobrei cada macacãozinho - e me deitei no chão abraçada ao último, colocando-o entre a clavícula e o umbigo.
Os grãoscasa do pixpoeira pairavam à luz do sol da tarde. Lembrei do email avisando que as cortinas para o quarto estavam prontas.
Quando disse que não iríamos precisar mais, simplesmente responderam: "Enviaremos quando você estiver pronta". Fiquei imaginando se a vendedora também perdera um bebê.
Eu chorei muito e acabei pegando no sono.
Quando acordei, estava escuro. Encontrei dois cartõescasa do pixDia das Mães. Um da minha mãe, e outro do Tim, dizendo que fui e sempre serei uma mãe maravilhosa para Willow.
Daquele diacasa do pixdiante, deixei a porta do quarto aberta, e o ar agora circula melhor pela nossa casa.
Um baúcasa do pixlembranças
Nos preparamos para o primeiro aniversáriocasa do pixWillow, organizamos uma festa no jardim dela para arrecadar fundos para instituiçõescasa do pixcaridade dedicadas a bebês natimortos.
Uma das organizações que queremos ajudar fornece baúscasa do pixmemória aos hospitais para pais que perderam os filhos.
Ganhamos um quando Willow nasceu e tomei coragem para olhar dentro dele novamente.
O que havia no baú:
- Um cobertor brancocasa do pixtricô
- A pulseirinha usada por Willow no hospital
- Fotoscasa do pixWillow quando nasceu
- Digitais do pezinho dela
- Macacão que Willow usou no berçário
Alguns itens já estavam dentro da caixa quando ganhei, outros eu mesma adicionei.
Queria conhecer outras mulheres que entendessem o poder desse baú.
Nas semanas que antecederam o aniversáriocasa do pixWillow, iniciei uma jornada pelo Reino Unido para visitar mães que passaram por situações semelhantes e estavam conectadas com esses cinco objetos.
A seguir, a históriacasa do pixcada uma delas:
Val
casa do pix Val Isherwood fundou a Tigerlily Trust, instituição que fornece aos hospitais cobertores e roupinhas para bebês natimortos.
Minha gravidez ia bem até provavelmente a 16ª ou 17ª semana, quando recebemos um telefonema que começou assim: "Você está sozinha?" Era o hospital para dizer que minha bebê tinha algo chamado Síndromecasa do pixEdwards - e os médicos não esperavam que ela passassecasa do pix28 semanas.
Ela chegou a 32 semanas. Eu estava arrumando as gavetas da sala quando senti uma pontada.
Fomos para o hospital, e o batimento cardíaco dela parou.
Embora a gente tenha tentado se preparar para esse momento, não consigo me lembrar muito desse dia.
Me recordo dos médicos dizendo que me dariam um comprimido, que eu deveria ir para casa e voltar na manhã seguinte.
De repente, fiquei muito assustada com a ideiacasa do pixter um corpo morto dentrocasa do pixmim e com a crueldadecasa do pixme mandarem para casa.
Mas hoje sou feliz por ter tido esse tempo, foi a oportunidadecasa do pixpassarmos uma última noite juntas.
E na terçacasa do pixmanhã eu não queria voltar para o hospital. Só queria mantê-la para semprecasa do pixsegurança dentrocasa do pixmim - sentia que ninguém deveria tirá-lacasa do pixmim.
Mas o tempo que passei no hospital foi precioso.
Recebi a visitacasa do pixamigos que foram me ver e conhecer Lily, o que foi muito importante, porque mais adiante passei por uma fasecasa do pixque pensava: "Já estive grávida alguma vez?"
Roupas
Eu tinha comprado roupinhas para ela no início da gravidez, e eram grandes demais.
Então, não tínhamos com o que vesti-la, e o hospital tampouco nos ofereceu uma opção.
Quando entreicasa do pixtrabalhocasa do pixparto, fomos até o centro e a única peçacasa do pixroupa que conseguimos encontrar foi uma camisetinha, que minha mãe costurou no hospital e transformoucasa do pixvestido.
Um dos meus arrependimentos é que o vestido foi cremado com ela - eu gostaria muitocasa do pixter hoje a roupinha que ela estava usando.
É por isso que agora, nós no Tigerlily Trust, damos um parcasa do pixroupinhas idênticas para que os pais possam guardar a que o bebê usou.
Tentamos ter outro bebê assim que foi possível, e cogitamos a fertilização in vitro, mas a idade não contava a meu favor.
Eu tinha 46 anos na época e acho que não conseguiria passar pelo processo todo para não dar certo no final.
Pensei muito na questão da aceitação - minha mensagem para mim mesma era que 'se não era para ser, então essa seria minha história'.
Ajuda
E sabia que precisava encontrar formas positivascasa do pixcanalizar todo o amor e energia que seriam dedicados à criaçãocasa do pixLily.
Tudo que se refere à Tigerlily Trust é inspirado no apoio que eu gostariacasa do pixter tido.
Comecei, então, a procurar costureiras para ajudar a criar as roupinhas que eu gostariacasa do pixter recebido.
Muitas pessoas perguntaram se poderiam doar seus vestidoscasa do pixnoiva para serem customizados - temos agora uma costureira maravilhosa na Ilhacasa do pixMan que faz isso.
Antes, algumas mãescasa do pixbebês natimortos eram orientadas a comprar uma roupacasa do pixboneca, o que consideravam ofensivo.
Agora, muitos pais que entramcasa do pixcontato conosco custam a acreditar que alguém se deu ao trabalhocasa do pixtricotar algo para vestir e oferecer dignidade a seu bebê.
Tenho cercacasa do pix380 nomes na listacasa do pixpessoas que contribuíramcasa do pixalguma forma. Algumas são avós cujas filhas perderam bebês.
Meu conselho para outros pais que estão passando por essa situação é viver o luto. Não tenha medo do luto - compartilhe com as pessoas.
É praticamente um tempo precioso antes do mundo esperar que você esteja bem. Dê esse tempo a si mesmo.
Rachel
casa do pix Rachel Hayden fundou a organização Gifts of Remembrance, que treina parteiras para tirar fotoscasa do pixbebês natimortos - esta seção contém uma imagemcasa do pixseu filho Rowan, que nasceu morto.
Rowan era meu terceiro filho, o que foi uma surpresa para mim aos 40 anos. Mas o interessante é que quando descobri que estava grávida, tive a sensaçãocasa do pixque já o conhecia.
Fiz uma ultrassonografia na 31ª semana e descobri que ele não tinha batimentos cardíacos. Esse momento é compartilhado por todos os paiscasa do pixbebês natimortos. Havia apenas um silêncio no monitor.
Eu lembro da maneira como a enfermeira do berçário segurou meu filho e falou com ele, me encorajando a fazer o mesmo.
Ela dizia: "Olá, qual é o seu nome? Aposto quecasa do pixmãe quer te dar um abraço". E foi ótimo porque eu não fazia ideia do que fazer.
As fotos
Mas eu nem penseicasa do pixpedir para registrar esse momento.
Ela levou meu bebê e tirou a impressão das mãos e dos pezinhos dele, antescasa do pixvesti-lo e colocá-locasa do pixum moisés. Na sequência, tirou duas fotos dele deitado.
Eu não sabia como ele era sem roupa ou o que estava usando debaixo da roupinhacasa do pixtricô. Ela tampouco tirou uma foto dele nos meus braços - ele parecia tão sozinho.
Embora eu seja extremamente grata por tudo, mais tarde conheci o trabalhocasa do pixTodd Hochberg, um fotógrafo americano incrível, e percebi que poderia ter feito muito mais.
Fiquei não só impressionada com as fotografias e com a emoção que passavam, mas com as histórias que elas contavam - e me peguei comparando.
O que eu digo às parteiras no treinamento é que você precisa pensar no futuro e orientar os pais no sentidocasa do pixreunir detalhes e histórias, dizendo a eles: "Pode parecer demasiado agora, mas será importante mais tarde".
Só uma pequena parte do treinamento é, na verdade, sobre tirar fotos - grande parte se refere a como as parteiras podem empoderar os pais, dizer as coisas certas e dar tempo a eles.
Imagens que confortam
Eu digo que tem fotos que você pode compartilhar com as pessoas, mas há muitas imagens que vão te ajudar a recordar - cada foto será importante para a família.
No fundo, é uma intervenção terapêutica que você faz para ajudar as famílias a entenderem o que aconteceu.
Você está dizendo: "Isto é o que aconteceu com você, com todo o caos".
Parteiras e enfermeiras limpam as coisas o tempo todo, mas recomendo deixar tudo como está.
O objeto mais preciosocasa do pixRowan para mim é um chapéu porque tem o cheiro dele, então desafiamos essa abordagem.
Se você tentar nos proteger, podemos acabar sofrendo não apenas pela morte dos nossos bebês mas também por nunca termos visto eles.
Uma história muito comovente foicasa do pixuma mãe que disse nunca ter visto o bumbum da filha - ela contou que os outros filhos tinham marcascasa do pixnascença nas nádegas e ela nunca soube se a filha também tinha.
Ao olhar para trás, haverá momentoscasa do pixque vamos nos lembrar até com alegria, porque você está dizendo oi para seu bebê, e se despedindo ao mesmo tempo.
Ruth
casa do pix Ruth Rodgers trabalhava na áreacasa do pixfinanças, mas decidiu virar parteira após o nascimento da filha Scarlett. Ela acabacasa do pixcomeçar a exercer a função.
Scarlett nasceucasa do pixnovembrocasa do pix2011, quando eu estava com 31 semanascasa do pixgravidez. Percebi que ela não estava se mexendo muito, mas não me preocupei muito - trabalhei o dia inteiro antescasa do pixir para o hospital.
E logocasa do pixcara eles não conseguiram encontrar o batimento cardíaco.
Eu tive uma parteiracasa do pixluto incrível, Jane, com quem falei por telefone. Dois dias antescasa do pixentrarcasa do pixtrabalhocasa do pixparto, ela disse para não me preocupar com questões como enterro ou autópsia, para pensar apenascasa do pixcomo eu gostariacasa do pixpassar o tempo com minha bebê - me ajudando a focar no que era mais importante no tempo certo.
Eu também tive uma parteira brilhante na hora do parto.
É engraçado o tipocasa do pixcoisa com o que você se preocupa - imaginei que minha filha teria rigor mortis (rigidez do corpo). E estava com medocasa do pixcomo me sentiria ao vê-la.
Ela me disse: "Ela vai parecer como um bebê. Vai ser um pouco menor, pode ter a pele bem fina, e provavelmente não estarácasa do pixolhos abertos, mas fora isso ela vai parecer como seu bebê".
Era tudo o que eu precisava ouvir para seguircasa do pixfrente.
É claro que houve momentoscasa do pixtristeza profunda, mas também tenho lembranças curiosascasa do pixassistir aos programas Strictly Come Dancing e X Factor,casa do pixcomer lasanha com uma mão e segurar o gás para aliviar a dor com a outra!
Minha filha nasceu pouco antes das 6h, e eu lembro ter achado incrível o fatocasa do pixela ainda estar quente - e eu precisava lembrar daquela sensação, porque ela não ficaria assim para sempre.
Uma amizade inesquecível
Eu engravidei novamente sete semanas depoiscasa do pixScarlett nascer, e abortei novamente - eu já tinha sofrido um aborto antes.
Foi aí que fiquei obcecada com o processo da gestação,casa do pixaprender como a embriologia funciona.
Sofri outros dois abortos depois disso - e Jane estava praticamente o tempo todo do meu lado. Desenvolvemos um relacionamento realmente especial. Acho que foi daí que surgiu a ideiacasa do pixvirar parteira - dessa relaçãocasa do pixcumplicidade entre uma mulher ecasa do pixparteira.
Tive a sortecasa do pixter dois meninos lindos - um deles um pouco antescasa do pixcomeçar a estudar, e o outro no meio do curso.
A primeira gestação foi repletacasa do pixansiedade, e recebi os cuidados mais fantásticoscasa do pixJane, dos terapeutas e da minha outra parteira, todos conheciam minha história e entendiam como eu me sentia.
Não conseguiria passar por isso sem eles, não sem consequências significativas para minha saúde mental.
No terceiro anocasa do pixtreinamento, fiz um estágiocasa do pixuma salacasa do pixparto - e entrou uma mulher que acreditava estar com contrações, mas seu bebê havia morrido.
Foi incrivelmente gratificante cuidar dela e do bebê, poder ajudá-lacasa do pixtudo.
Acho que raramente é apropriado falar sobrecasa do pixprópria experiência para outra pessoa.
Se uma mulher me perguntar especificamente se eu tive um filho natimorto, eu vou dizer, mas nunca faria isso voluntariamente, porque o momento seria meu, e não delas.
Mas sugiro dicas que foram úteis para mim, algumas que ouvicasa do pixoutras pessoas.
Conheci muita gente nos últimos anoscasa do pixgrupos online e cada uma lidou com o luto e o processocasa do pixter um bebê na sequênciacasa do pixformas bem diferentes.
Como você lida com o fatocasa do pixter um filho natimorto é incrivelmente pessoal.
Há gestoscasa do pixcuidado incríveis por aí, mas também acontecimentos desagradáveis - e que são fáceiscasa do pixconsertar.
Os erros clássicos são não ler o prontuário da mãe antescasa do pixuma consulta, e não chamar o bebê que morreu pelo nome.
As pesquisas dizem muito claramente que o luto não está necessariamente relacionado à gestação - existe um elo, mas na verdade essa ligação tem mais a ver com a "atribuição da personalidade".
Se você confere uma personalidade ao bebê dentrocasa do pixvocê, você cria um relacionamento com essa pessoa, o que significa que você sente a dor mais agudamente quando ela se vai.
Aliyah
casa do pix Formadacasa do pixprodução editorial, Aliyah oferece impressõescasa do pixquadros personalizados emcasa do pixloja online - uma formacasa do pixos pais celebrarem o bebê e seu nascimento. Ela também está customizando um livrocasa do pixrecordações.
Uma das partes mais difíceis é que a gente tinha comprado o enxoval para a Aamiya - o berço, as roupas, tudo estava lavado e pronto para recebê-la.
Eu estava inchada, mas os médicos diziam que era um inchaço normalcasa do pixgravidez.
Como eu não apresentava outros sintomas, ninguém se preocupou muito.
Um dia acordei e não senti nada - achei prudente procurar um médico. Foi aí que descobri que tinha pré-eclâmpsia, e que ela tinha morrido.
Os médicos disseram que a minha pressão estava muito alta e havia muita proteína na minha urina. Me levaram às pressas para fazer o parto.
Eu com certeza adormeci porque, quando acordei, ela já estavacasa do pixbanho tomado e vestida, deitada ao meu lado no berço refrigerado.
E isso é algo que eu lamento - obviamente, não dependiacasa do pixmim ficar acordada, mas sinto que perdi a chancecasa do pixvesti-la ecasa do pixficar com ela logo após o nascimento - as pequenas coisas que você sempre imaginou fazer pelo seu bebê.
Existe aquele momento estranhocasa do pixque as pessoas não sabem o que dizer ou fazer.
Mas com os meus amigos foi tranquilo, porque todos me conhecem muito bem e se esforçaram para estar por perto - me trouxeram flores e chocolates.
Foi bom saber que as pessoas se importavam, mesmo que eu não quisesse conversar ou fazer nada.
Eu sempre fui criativa e comecei a fazer um livrocasa do pixrecordações para Aamiya.
Foi então que descobri a comunidadecasa do pixmães que perderam bebês no Instagram.
Conversei com mulherescasa do pixdiversos lugares.
Compartilhava o que havia feito ao longo do dia e projetoscasa do pixque estava trabalhando.
Algumas começaram a perguntar se eu poderia customizar algo para seus bebês também.
Um tempo depois que Aamiya nasceu, eu achava que tudo na casa devia remeter a ela para todo mundo lembrar que ela passou por aqui.
E acho que foi uma maneiracasa do pixlidar com a tristeza: criar objetoscasa do pixhomenagem a Aamiya para poder espalhar pela casa.
Você pode passar horas criando - e isso ajuda a espairecer a mente.
Houve um momentocasa do pixque achei que não era saudável focar apenas nisso, então deixei o projeto do livrocasa do pixrecordações um pouquinhocasa do pixlado, e me dediquei a voltar ao trabalho e encontrar mais os amigos.
Mas,casa do pixvezcasa do pixquando, volto a ele.
Na minha segunda gravidez, fiquei definitivamente mais ansiosa.
No início da gestação, enquanto eu me sentia feliz e abençoada por ter conseguido conceber outra criança, havia também um sentimentocasa do pixculpa, pois você não quer que seu bebê anjo pense que vai ser esquecido, porque nunca vai ser - eu e meu companheiro pensamoscasa do pixAamiya todos os dias.
Mas com o passar do tempo, esse sentimentocasa do pixculpa diminuiu - eu realmente acredito que esse bebê foi enviado por Aamiya.
Meu companheiro e eu vamos garantir que esta criança cresça sabendo tudo sobre a irmã mais velha.
Megan
casa do pix Poucas semanas após a mortecasa do pixseu filho Milo, Megan Evans lançou um vlog sobre bebês natimortos.
Antescasa do pixMilo, eu achava que não tinha instinto maternal - tenho dois irmãos mais velhos que me assustavamcasa do pixrelação à gravidez e à dor do parto, então eu sempre disse que não seria mãe.
Quando o testecasa do pixgravidez deu positivo, pensei apenas que não deveria ter filhos.
Como eu era muito jovem e estava apavorada, fui direto para o YouTube e digitei "19 e grávida", mas não achei muita informação. Encontrei alguns vídeos, mas eram sobre mulherescasa do pix19 anos que tinham grana. Eu precisava ver alguém "normal".
No dia seguinte, avisei à minha mãe que faria um blogcasa do pixvídeo sobre minha própria situação.
Assim que comecei a gravar os vídeos, algumas mulheres entraramcasa do pixcontato comigo dizendo se sentir da mesma forma - elas não tinham casa própria, tampouco uma situação financeira estável.
Foi assim que comecei meu vídeo blog. E me fez bem ouvir "eu também" daquelas pessoas, me senti mais confortável com a minha situação.
Com o passar do tempo, tudo entrou nos eixos.
É engraçado como o instinto maternalcasa do pixrepente aflora e você não imagina mais como poderia ser diferente.
Um dia, eu percebi que Milo não havia se mexido por muito tempo e achei melhor ir ao médico, só por precaução.
A parteira começou a me examinar e não conseguiu encontrar batimento cardíaco. Apareceram, então, um profissionalcasa do pixultrassom, uma enfermeira, um médico e um especialista. Havia uma filacasa do pixpessoas no pé da minha cama - foi quando eu me dei conta quecasa do pixfato havia algo errado.
'É simplemente perfeito'
Era como se eu tivesse sido jogada num mundocasa do pixque não fazia absolutamente a menor ideiacasa do pixcomo navegar.
No dia seguinte, passei o dia com a minha família e descobri que minha avó teve um filho que morreu alguns dias depoiscasa do pixnascer.
Perguntei como eu iria sobreviver e ela disse: "Tire muitas fotos e aproveite ao máximo o tempo que você tiver com ele."
Quando fui ao hospital para dar à luz, estava muito assustada sobre como seria a aparência dele.
Por isso, pedi à minha mãe para olhar primeiro.
Ela disse: "Meu Deus, ele é simplesmente perfeito", e me mostrou.
Foi quando eu percebi que era o bebê que estava carregando por oito meses. A morte não muda nada - era a primeira vez que eu via meu filho.
Mas também foi devastador. Eu estava segurando meu bebê, mas sabia que teria que devolvê-lo. Meu futuro estava sendo apagado diante dos meus olhos.
Três dias após ter alta do hospital, comecei a pensar no meu blog. As pessoas ainda publicavam nos vídeos anteriores comentários do tipo: "Uau, também estou grávida".
Fiz uma busca por vídeos sobre natimortos e mais uma vez não consegui encontrar o que estava procurando.
Não esperava que muitas pessoas assistissem aos vídeos porque não tinha ideia do quão comum eram os bebês natimortos.
Me ajudou contar a históriacasa do pixMilo, mas também foi reconfortante ver outras pessoas dizerem seu nome.
Se algum conhecido tem um bebê natimorto, você não precisa saber as coisas certas a dizer. Você só precisa reconhecercasa do pixdor, aceitar seu luto, admitir que você não vai entender e deixá-lo falar à vontade.
Com o passar do tempo, conheci muitas pessoas que entenderam isso e comecei a me sentir confortável no luto, o que ajuda bastante.
Rowan, Scarlett, Aamiya, Lily, Milo e Willow. Enquanto coloco pedrascasa do pixhomenagem a todos elescasa do pixum jardim dedicado à memóriacasa do pixnatimortos, percebo que, embora não tenham visto o mundo, esses bebês o modificaram através da atitude que inspiraramcasa do pixsuas mães.
Mas também sei que, para cada uma dessas mulheres, há muitas outras que preferem guardar para si suas lembranças, que choram a portas fechadas.
Umacasa do pixcada 225 gestações no Reino Unido resultacasa do pixum natimorto.
E a mortecasa do pixum bebê não afeta apenas os pais mas também os avós, os irmãos, a família e os amigos. Uma mãecasa do pixluto, enquanto está no hospital, recebe cuidados emocionais, mas isso pode fazer com que os homens se sintam marginalizados e impotentes para ajudar.
Os pais com quem converso concordam que o tabu e o silênciocasa do pixtorno dos bebês natimortos parecem estar diminuindo gradualmente, mas ainda tem muita gente que simplesmente nunca falou comigo sobre Willow, nunca disse o nome dela.
Eu recebi, no entanto, o apoiocasa do pixdiversas pessoas, especialmente mulheres, muitas das quais eu nem conhecia.
Como jornalista, me especializei por anoscasa do pixcontar históriascasa do pixmulheres ao redor do mundo, e ainda assim, isso me fez sentir uma solidariedade invisível, uma redecasa do pixhistórias,casa do pixempatia,casa do pixforça das mulheres ao meu redor.
Ao longo do último ano, a necessidadecasa do pixlembrar e imortalizar Willow se confundiu com minha necessidadecasa do pixautopreservação. Um ano depois, a tristeza ainda batecasa do pixvezcasa do pixquando, mas consigo senti-la chegando e me preparar, sabendo que sou capazcasa do pixsobreviver acasa do pixpancada breve, mas poderosa.
O nascimentocasa do pixWillow me tornou mãe e fezcasa do pixTim pai. Meus braços não doem mais como naquelas primeiras horas, mas ainda estão vazios. Sou uma mãe que não tem um bebê.
Penso na minha própria mãe. Ela ficou na nossa casa durante semanas, com a sombra terrível do luto pairando sobre nós, e meus soluços entrecortados pelo barulhocasa do pixsuas agulhascasa do pixtricô.
Ela tricotou uma manta branca linda para um baúcasa do pixrecordaçõescasa do pixnatimorto que será abertocasa do pixum momentocasa do piximensa dor.
Ela fez para uma desconhecida que, na épocacasa do pixque ela estava tricotando, era uma futura mãe entusiasmada, mas cujo bebê chegaria cedo demais, doente demais ou simplesmente natimorto sem motivo aparente.
Esse bebê - nunca saberemos o nome dele ou dela - será embalado e velado nos braçoscasa do pixseus pais e também, graças à minha mãe, contará com uma camada extra, envolvido no amor da minha família -casa do pixnossa perseverança e esperança.
*Esta é a versãocasa do pixportuguês do testemunho dacasa do pixFiona Crack, clique aqui para ler o texto originalcasa do pixinglês.
*Colaboraram Buckley, Ben Milne e Finlo Rohrer.
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