As doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica que afetam milhõesjogos online da bet365pessoas no mundo e no Brasil:jogos online da bet365

Profissionaljogos online da bet365saúde aplica injeçãojogos online da bet365braçojogos online da bet365paciente

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Legenda da foto, Pesquisa e desenvolvimentojogos online da bet365tratamentos para essas doenças é feito pelo poder público e por entidadades filantrópicas internacionais

Várias delas você já deve ter estudado na escola: teníase, lepra, doençajogos online da bet365Chagas, esquistossomose, doença do sono, tracoma, oncocercose, filariose linfática, entre outras.

Braçojogos online da bet365criança caindojogos online da bet365uma maca

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Legenda da foto, Dengue, doençajogos online da bet365Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose são consideradas prioridades para o Ministério da Saúde

Para muitos que vivemjogos online da bet365grandes centros urbanos no Primeiro Mundo, há a impressão (errônea)jogos online da bet365que são doenças do passado, que já foram erradicadas. Afinal,jogos online da bet365extensas partes do mundo nas quais as condiçõesjogos online da bet365vida ejogos online da bet365higiene melhoraram, elas não são mais um problema.

Mas elas continuam bem presentes, concentradasjogos online da bet365regiões pobres do mundo,jogos online da bet365áreas rurais remotas,jogos online da bet365favelas e áreas urbanas sem saneamento - inclusive (ejogos online da bet365grande quantidade) no Brasil.

"O Brasil foi responsável por 70% das mortes no mundo por doençajogos online da bet365Chagasjogos online da bet3652017; contribuiu com 93% dos novos casosjogos online da bet365hanseníase e 96% dos casosjogos online da bet365leishmaniose visceral do continente, só para citar alguns exemplos", diz Jardel Katz, gerentejogos online da bet365pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDI).

Se tanta gente é afetada, por que não se fala mais dessas doenças? Elas são silenciosas, diz a OMS, "porque as pessoas afetadas oujogos online da bet365risco têm pouca voz política".

"Às vezesjogos online da bet365que chamam a atenção é quando saem do circuitojogos online da bet365baixa renda e locais pobresjogos online da bet365que normalmente são endêmicas e atingem a classe média, bairros ricos", diz Ethel Maciel. "É o caso da dengue, por exemplo."

Algumas entidades consideram um grupo maiorjogos online da bet365enfermidades na lista das negligenciadas. O projeto G-Finder cita 33 enfermidadesjogos online da bet365seu relatório anual sobre doenças negligenciadas, incluindo tuberculose e malária na lista. O projeto é organizado pelo centrojogos online da bet365estudos Policy Cures Research, dedicado a buscar formasjogos online da bet365promover avanços na saúde da população mais pobre no mundo, e patrocinado pela fundação Bill & Melinda Gates.

Favelajogos online da bet365país da américa latina

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Legenda da foto, As doenças negligenciadas se concentramjogos online da bet365áreas pobres, como favelas urbanas e zonas rurais remotas

Segundo Jardel Katz, da DNDI, todas as 33 doenças consideradas pelo G-Finder estão presentes no Brasil,jogos online da bet365maior ou menor medida dependendo da região.

O Ministério da Saúde definiujogos online da bet3652008 sete doenças negligenciadas como prioridade no país, com basejogos online da bet365dados sobre seu impacto no Brasil: dengue, doençajogos online da bet365Chagas, leishmaniose, hanseníase, malária, esquistossomose e tuberculose.

O problema é que, justamentejogos online da bet365uma área tão dependentejogos online da bet365investimento público, o gasto governamental com pesquisa e desenvolvimento vem caindo. Segundo um relatório da G-Finder publicado recentemente, o governo fez um cortejogos online da bet36542%jogos online da bet365verbas para pesquisajogos online da bet365doenças negligenciadas entre 2016 e 2017.

Tratamento antigo

A faltajogos online da bet365interesse da indústria farmacêutica faz com que essas doenças tenham tratamentos muito antigos, com limitações, baixa eficácia e reações adversas, explica Jadel Katz.

Um dos principais tratamentos para a leishmaniose, por exemplo, é feito com uma substância chamada antimoniato, que mata o protozoário causador da infecção.

"É um tratamento que tem maisjogos online da bet365cem anos e é muito tóxico. A pessoa entra no tratamento e pode ter problema cardíaco, renal", explica o epidemiologista Guilherme Werneck, doutorjogos online da bet365saúde pública por Harvard e professor da Universidade Estadual do Riojogos online da bet365Janeiro (Uerj).

"Há um outro remédio, a Anfotericina B lipossomal, mas que é muito cara e também é bastante tóxica", diz Werneck.

Ethel Maciel explica que a dificuldade não é só para tratamentos, mas tambémjogos online da bet365prevenção e diagnóstico.

"No combate à dengue, a formajogos online da bet365se combater o vetor (o mosquito transmissor do vírus) é a mesma desde os anos 1980 na maior parte do país", diz ela. No caso da dengue, hoje ainda não há remédio específico e apenas uma vacina, que tem baixa eficácia.

Pesquisa e desenvolvimento

"Para essas doenças é o setor público quem financia mais pesquisas, e isso gera descobertas importantes. Mas para questõesjogos online da bet365inovação e tratamento, a parceria com a iniciativa privada é essencial", diz Werneck.

Isso porque, explica Jadel Katz, quando se falajogos online da bet365avanços na área da saúdejogos online da bet365geral, normalmente as universidades e instituições públicas fazem a maior parte das chamadas pesquisasjogos online da bet365ciência básica (estudando os agentes causadores e como combatê-los).

O estudo sobre a criação e aplicaçãojogos online da bet365remédios propriamente ditos acaba ficando com a iniciativa privada, que tem mais dinheiro e estrutura - além do interesse econômico nisso. "Eles cuidam mais dessa etapa onde há as questões regulatórias, os testes clínicos, que exigem participaçãojogos online da bet365pacientes, dinheiro", diz Katz.

Além disso, há uma terceira etapa,jogos online da bet365fabricação, que exige infraestruturajogos online da bet365produção.

No caso das doenças negligenciadas, no entanto, praticamente toda a pesquisa e desenvolvimento é feita pelo setor público ou por instituições sem fins lucrativos, principalmente estrangeiras.

Pernajogos online da bet365pessoa afetada por hanseníase

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Legenda da foto, A hanseníase é uma das doenças que atingem milharesjogos online da bet365pessoas mas são negligenciadas pela indústriajogos online da bet365remédios

"É uma área extremamente dependentejogos online da bet365investimento público", explica Sinval Brandão.

Mas mesmo que o setor público e a academia invistamjogos online da bet365pesquisa, o avanço é muito mais difícil sem a infraestrutura da indústria, principalmente na criaçãojogos online da bet365tratamentos e na fabricaçãojogos online da bet365remédios.

No Brasil, instituições públicas como o laboratóriojogos online da bet365remédios Farmanguinhos, da Fiocruz, fazem esse trabalho, mas elas ainda são poucas e não conseguem ter um níveljogos online da bet365produção comparável ao da iniciativa privada.

"Já que não é um business (negócio) puro, é preciso ter alternativasjogos online da bet365desenvolvimento", diz Katz. "Trazer parceiros para conversar, tanto na esfera governamental ejogos online da bet365ciência básica, quanto pensandojogos online da bet365ter um parceiro industrial. É preciso ter diferentes parceiros, que dominam diferentes estágiosjogos online da bet365produção."

Queda no investimento

No Brasil, há uma grande preocupação com a quedajogos online da bet365investimentos do governo nessas doenças.

Segundo o relatório da G-Finder sobre investimentojogos online da bet365pesquisa e desenvolvimento (P&D)jogos online da bet365doenças negligenciadas, o investimento no Brasil caiu muito nos últimos anos - apesarjogos online da bet365ter crescido no mundo, onde atingiu seu maior patamarjogos online da bet3652017.

De acordo com a pesquisa, publicada na semana passada, o totaljogos online da bet365investimento na área no Brasil foijogos online da bet365R$ 29 milhõesjogos online da bet3652017, 42% a menos do quejogos online da bet3652016, o que tirou o Brasil da listajogos online da bet365doze maiores financiadores globais.

"Sentimos diretamente essa redução nos cortes orçamentários", afirma Sinval Brandão, da SBMT. "A reduçãojogos online da bet365investimento, que já se vinha sentindo nos últimos anos,jogos online da bet3652017 e 2018 foi muito maior, interrompendo projetos e fechando laboratórios."

De acordo com o relatório, entre 2016 e 2017 a diminuição no financiamento público foi resultado do tetojogos online da bet365gastos estabelecido pelo governo, que causou cortesjogos online da bet365duas agências financiadoras: o Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), que teve uma reduçãojogos online da bet365R$ 15 milhões no investimento; e a Fundaçãojogos online da bet365Amparo à Pesquisa do Estadojogos online da bet365São Paulo (Fapesp), que cortou R$ 14 milhões.

"Essa redução geral é extremamente significativajogos online da bet365uma área que tem tão pouco interesse do setor privado", afirma Brandão.

Isso afetou praticamente todas as patologias negligenciadas consideradas prioritárias pelo Ministério da Saúde no Brasil.

O investimentojogos online da bet365pesquisas sobre malária caiu 15%. Para leishmaniose, a reduçãojogos online da bet365verbas foijogos online da bet36563%. Para tuberculose, o corte foijogos online da bet36545%.

Para doençajogos online da bet365Chagas - problema para o qual o Brasil foi, durante cinco anos, o segundo maior financiadorjogos online da bet365pesquisas - o corte foijogos online da bet36574%.

Só duas doenças tiveram aumento no investimento. Uma delas foi a dengue, que cresceu 41%.

A outra foi a esquistossomose, que teve um aumento considerável,jogos online da bet365R$ 500 miljogos online da bet3652016 para R$ 2,8 milhõesjogos online da bet3652017 - aumentojogos online da bet365460%. Segundo o Ministério da Saúde, cercajogos online da bet3651,5 milhõesjogos online da bet365pessoas viveremjogos online da bet365áreas sob riscojogos online da bet365contrair a doença.

O que diz o governo

Quando aprovou o tetojogos online da bet365gastos,jogos online da bet3652016, o governo disse reiteradamente que o limite no orçamento não afetaria as áreasjogos online da bet365saúde e educação – vários defensores da medida fizeram essa afirmação, incluindo os ministros Henrique Meirelles (que estava no Ministério da Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento).

Questionado pela BBC News Brasil, o Ministério do Planejamento afirmou que quem deveria se pronunciar sobre o assunto é o Ministério da Saúde. "O dinheiro sai do orçamento para o órgão. Ele é que decide onde e como gastar", disse a pasta,jogos online da bet365nota.

Idoso deitado na camajogos online da bet365ambiente insalúbre

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Legenda da foto, São doenças que têm a transmissão facilitada por condições ambientais, como umidade

Já o Ministério da Saúde diz que seu Departamentojogos online da bet365Ciência e Tecnologia (Decit) não fez cortesjogos online da bet365doenças negligenciadas e que mantém pesquisas por meiosjogos online da bet365parcerias com órgãos governamentais como CNPq e Finep, mas que não responde por cortes feitos por agências financiadoras.

O ministério também afirma que o Brasil tem "alta cargajogos online da bet365doenças não-transmissíveis, além das doenças transmissíveis e negligenciadas".

"Isto faz com que os recursos para pesquisa sejam destinados para diversas frentesjogos online da bet365conhecimento. Em relação especificamente às doenças negligenciadas, podem ocorrer destinaçõesjogos online da bet365recursos maiores ou menores para determinadas doenças a partirjogos online da bet365necessidades específicas. Por exemplo,jogos online da bet3652016 e 2017, com a emergênciajogos online da bet365Zika, houve investimento maiorjogos online da bet365pesquisas relacionadas ao mosquito Aedes aegypti."

A pasta destaca dados do relatório G-Finder que apontam o Decit como com um dos maiores financiadoresjogos online da bet365pesquisas relacionadas a controle vetorial do mosquitojogos online da bet3652017. Diz ainda que outras áreas do Ministério da Saúde e do Governo Federal "financiam pesquisas, e não estão contemplados no relatório", mas não especificou quais, para quais doenças e nem quanto foi investido.

No entanto, o ministério destacou uma listajogos online da bet365açõesjogos online da bet365combate às doenças negligênciadas que não envolvem pesquisa e desenvolvimento (e por isso não estão no relatório G-Finder), como "repasses extras anuais superiores a R$ 10 milhões para intensificação das açõesjogos online da bet365controle da malária nos Estados com maior registrojogos online da bet365casos".

"Quanto à hanseníase, o Ministério da Saúde realiza anualmente campanha para alertar a população sobre sinais da doenças, estimular a procura pelos serviçosjogos online da bet365saúde e mobilizar profissionaisjogos online da bet365saúde na busca ativajogos online da bet365casos, favorecendo assim o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades", diz a pasta,jogos online da bet365nota.

O órgão também destacou o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problemajogos online da bet365Saúde Pública, lançado no ano passado, e a "atuaçãojogos online da bet365conjunto com as secretarias estaduais e municipaisjogos online da bet365saúde no controle das leishmanioses", além do diagnóstico e tratamento gratuito oferecido no SUS para as doenças.