A epidemiabets 777peste que quase dizimou a humanidade 5 mil anos atrás:bets 777

No mesmo intervalobets 777tempo, meios conduzidos por humanos e capazesbets 777espalhar uma doença sobre grandes regiões geográficas - como meiosbets 777transporte sobre rodas e tração animal - também se expandiram por toda essa grande região.

A mesma época coincide com o surgimento dos primeiros assentamentos humanos consideradosbets 777grande porte - ou seja, aglomerações com até 20 mil pessoas que viviambets 777contato próximo com animais e provavelmente sob condições sanitárias precárias.

"Assim, pela primeira vez na história da humanidade, houve simultaneamente condições perfeitas para o surgimentobets 777doenças, nesses grandes assentamentos, ao mesmo tempo que havia tecnologia suficiente para disseminá-las rapidamente por grandes distâncias", prossegue o biólogo.

Para corroborar essas evidências, pesquisas arqueológicas apontam que, no mesmo período, populações neolíticas europeias estavambets 777declínio. "Ao mesmo tempobets 777que a peste emergiu e se espalhou. Logo, supomos que ela tenha desempenhado papel importante nesse processo", diz Rascovan.

Arqueologia da doença

Mas os pesquisadores analisaram também bancosbets 777dados com informações genéticas obtidasbets 777fósseis humanos do período. E chegaram a uma mulher, que teria vivido há maisbets 7775 mil anos onde hoje é a Suécia e morreu com 20 anosbets 777decorrênciabets 777uma cepa ancestral da peste. Tudo indica, portanto, que esta seja a origem genética da Yersinia pestis.

"O tipobets 777análise que fizemos nos permite voltar no tempo e observar como evoluiu esse patógeno que teve efeito tão grande na humanidade", comenta outro autor da pesquisa, o cientista Simon Rasmussen.

"Essa cepa nos permitiu aprender coisas interessantes sobre o início da história da peste", afirma Rascovan. "Como foi encontrada num lugar e tempo que não se encaixavabets 777nenhum modelo anterior do surgimento e propagação da praga, isso nos fez repensar tudo e construir um novo modelo evolutivo. Ao descobrir que esta linhagem era a mais antiga, a mais ancestral conhecida até o momento, podemos deduzir que a peste provavelmente surgiu nos primeiros grandes assentamentos humanos europeus,bets 777onde provavelmente se espalhou rapidamente por toda a Eurásia."

Os cientistas acreditam que, a partirbets 777agora, arqueólogos que estudam remanescentes humanos do período Neolítico poderão ter as atenções também voltadas para indícios da bactéria da peste. Além, é claro,bets 777considerar o impacto destrutivo das doençasbets 777análises das sociedadesbets 777então.

O que certamente permanecerá sendo mistério foi como a humanidade primitiva conseguiu vencer a primeira grande pandemia, não sendo extinta completamente. "A peste é causada por uma das bactérias mais letais que já existiram para os humanos", completa Rasmussen.

O pesquisador acredita que a bactéria tenha evoluídobets 777algo praticamente inofensivo - e este ponto é importante para entender como os patógenos se tornam mortais. "Muitas vezes, pensamos que esses superpatógenos sempre estiveram por perto", afirma Rasmussen.

"Pois a peste evoluiubets 777um organismo que era relativamente inofensivo. Mais recentemente, aconteceu o mesmo com varíola, malária, ebola e zika. Trata-sebets 777um processo muito dinâmico, que continua acontecendo. Isso é muito interessante para ser estudado."

Rasmussen acredita que o achado completa o que já se sabia sobre o declínio das populações europeias no período. "Os dados se encaixam. Se a peste evoluiu nos grandes assentamentos, então, quando as pessoas começaram a morrer, os assentamentos acabaram abandonados e destruídos. Isso é exatamente o que se observa por voltabets 7775,5 mil anos atrás", explica ele. "Então, as pessoas começaram a migrar ao longobets 777todas as rotasbets 777comércio possibilitadas pelo transporte da época, expandindo-se rapidamentebets 777toda a Europa nesse período."

O que explica o fatobets 777a praga ter chegado ao pequeno assentamento humano na região da Suécia, onde resquícios da bactéria foram observados na tal mulher morta aos 20 anos.

Yersin, o descobridor

Na mais famosa pandemiabets 777peste negra, no século XIV, estima-se que até 200 milhõesbets 777pessoas tenham morrido na Eurásia. A doença é muito devastadora - se não tratada, a letalidade ébets 777100% dos casos.

A bactéria Yersinia pestis é transmitida por meiobets 777pulgasbets 777ratos.

Até o fim do século 19, entretanto, não se sabia exatamente o que causava a grave doença. Em 1894, o excêntrico cientista suíço Alexandre Yersin (1863-1943), um dos mais brilhantes discípulosbets 777Louis Pasteur (1822-1895), descobriu e isolou a bactéria, que acabou batizada como Yersinia pestis, justamentebets 777homenagem ao cientista.

"Yersin não se ilude com relação abets 777notoriedade. Sabe que deixará atrásbets 777si somente essas duas palavrasbets 777latim, Yersinia pestis, e que só os médicos conhecerão", escreve o autor francês Patrick Deville no livro Peste e Cólera, lançado no Brasil pela Editora 34.

A obra conta a vida errantebets 777Yersin e toda a epopeia que cercou a descoberta da bactéria. "Yersin, se fosse católico, seria feito santo, seria canonizado imediatamente como aquele que venceu a peste, pelo modo como a história parece ter inspiração sobrenatural", diz outro trecho.

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