O resíduo industrial que se tornou um dos principais 'assassinos' das orcas:1xbet e confiavel
Peixes menores comem zooplanctos, depois são devorados por peixes maiores, outros maiores ainda, até chegarem às orcas - que, por estarem no fim do elo, acabam acumulando todos os PCBs da série.
Ameaça grave
Em 2004, na Convenção1xbet e confiavelEstocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes firmou-se um compromisso mundial para que o uso dos PCBs fosse abolido, justamente por conta dos danos ambientes. Noventa nações assinaram o termo, comprometendo-se a eliminar gradualmente os grandes estoques ainda existentes da substância.
No Brasil, o Ascarel não é mais utilizado desde 1981, mas ainda existem equipamentos antigos com o produto. Era uma tendência que vinha desde os anos 1970,1xbet e confiaveldiversos países.
Estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science, entretanto, mostra que a despeito dos esforços das últimas quatro décadas1xbet e confiaveltodo o mundo para erradicar a aplicação industrial desse derivado do petróleo, seus efeitos ainda são sentidos pelo meio ambiente.
Um grupo1xbet e confiavelcientistas formado por pesquisadores1xbet e confiavelEstados Unidos, Canadá, Inglaterra, Islândia e Dinamarca revisou a literatura existente sobre o assunto e comparou os dados históricos com resultados1xbet e confiavelanálises atuais. Foram estudadas mais1xbet e confiavel350 baleias assassinas, as orcas,1xbet e confiaveltodo o mundo. Trata-se do maior estudo já realizado sobre o animal na história.
De acordo com o especialista1xbet e confiavelecossistemas marinhos Jean-Pierre Desforges, pesquisador do Departamento1xbet e confiavelBiociência e Centro1xbet e confiavelPesquisa do Ártico, da Universidade Aarhus, da Dinamarca, os resultados da pesquisa foram surpreendentes: o estudo constatou que mais1xbet e confiavel50% das populações1xbet e confiavelorcas1xbet e confiaveltodo o mundo estão severamente afetadas pela substância.
"Os resultados, simulando os efeitos da substância na reprodução e supressão imunológica, revelaram que mais da metade das populações estudadas apresentam alto risco", afirmou o pesquisador,1xbet e confiavelentrevista à BBC News Brasil.
"Várias populações1xbet e confiavelbaleias assassinas, particularmente aquelas que se alimentam no mais alto nível trófico, comendo atuns tubarões e outros mamíferos marinhos, bem como aquelas próximas1xbet e confiavelregiões altamente industrializadas, estão1xbet e confiavelrisco1xbet e confiavelcolapso", diz Desforges.
"Os dados são consideráveis, pois incluímos apenas o risco1xbet e confiaveluma classe1xbet e confiavelcontaminantes, os PCBs, mas sabemos que as orcas estão expostas a centenas1xbet e confiaveloutros produtos químicos e ainda fatores como limitações alimentares e ruído subaquático."
Gerações futuras
A pesquisa não só mediu os níveis dos PCBs no organismo desses animais como também, aplicando modelos matemáticos, possibilitou que fossem previstos os efeitos da substância nos descendentes das orcas,1xbet e confiavelseus sistemas imunológicos e1xbet e confiavelsuas taxas1xbet e confiavelmortalidade durante os próximos 100 anos.
"Sabemos que os PCBs deformam os órgãos reprodutivos1xbet e confiavelanimais como os ursos polares. Diante disso, resolvemos examinar os impactos da substância nas escassas populações1xbet e confiavelbaleias assassinas1xbet e confiaveltodo o mundo", diz o pesquisador Rune Dietz, também do Departamento1xbet e confiavelBiociência e Centro1xbet e confiavelPesquisa do Ártico, da Universidade Aarhus, da Dinamarca.
Demografia das orcas
Como o estudo recolheu amostras1xbet e confiaveldiferentes regiões do globo - a orca está presente1xbet e confiaveltodos os oceanos, com populações espalhadas1xbet e confiavelpolo a polo - os cientistas ainda mapearam1xbet e confiavelquais regiões o dano está num estágio maior.
De acordo com a pesquisa, a situação é pior na costa brasileira, no Estreito1xbet e confiavelGibraltar, no nordeste do Oceano Pacífico e no entorno do Reino Unido. Nesses pontos, as populações das baleias assassinas foram reduzidas pela metade durante os cerca1xbet e confiavel50 anos1xbet e confiavelque os PCBs foram largamente utilizados, entre as décadas1xbet e confiavel1930 e 1980.
Segundo a especialista1xbet e confiavelmamíferos marinhos Ailsa Hall, pesquisadora da Universidade1xbet e confiavelSt. Andrews, do Reino Unido, nessas regiões raramente são observadas orcas recém-nascidas, um indicativo perigoso1xbet e confiavelque as populações podem vir a ser extintas.
"Como os efeitos dos PCBs foram reconhecidos há mais1xbet e confiavel50 anos, é assustador concluir que há um alto risco1xbet e confiavelcolapso populacional nessa áreas nos próximos 30 ou 40 anos", observa Desforges. Um exemplar1xbet e confiavelorca chega a viver 70 anos.
O cenário menos sombrio está nos mares das regiões das Ilhas Faroe, Islândia, Noruega e Alasca, bem como no entorno do continente antártico. Nesses locais, os efeitos da substância são menos presentes e as populações seguem crescendo.
PCBs
Conforme aponta Desforges, a solução para esse problema ambiental passa por uma postura "complexa e multifacetada". Depois que os PCBs foram apontados como um problema global, esforços foram feitos para abolir seu uso1xbet e confiaveltodo o mundo. "Os níveis caíram desde os picos nos anos 1970 e 1980", concorda o cientista.
No entanto, dados indicam que a substância ainda é utilizada - ou descartada1xbet e confiavelmodo inadequado. "Relatórios recentes revelam que, com as taxas atuais1xbet e confiaveldescarte, poucos países conseguirão atender aos requisitos firmados na Convenção1xbet e confiavelEstocolmo, pelo menos até 2025", comenta Desforges. "O cumprimento mais rigoroso do que foi assinado ali seria um bom primeiro passo para evitar mais contaminação ambiental."
O cientista também acredita que novas atitudes precisam ser tomadas, principalmente1xbet e confiavelfontes menos controladas1xbet e confiavelPCBs. "Por exemplo, tintas e selantes. Não são bem regulados e provavelmente seguem sendo uma importante contribuição para o estoque global restante da substância", acredita.
Orcas não são realmente baleias
Apesar1xbet e confiavelconhecidas como baleias assassinas, as orcas não são baleias. O gigantesco animal, considerado um superpredador versátil e cujo nome científico é Orcinus orca, é, na realidade, integrante da família dos golfinhos - uma das 35 espécies identificadas1xbet e confiavelgolfinhos no planeta.
Em termos1xbet e confiaveldistribuição geográfica, o mamífero só perde para o homem. Está presente1xbet e confiaveltodos os oceanos. Estudos paleontológicos fazem crer que o animal existe há 5 milhões1xbet e confiavelanos.
A espécie foi descrita cientificamente pela primeira vez pelo zoólogo e botânico sueco Carl Nilsson Linnaeus (1707-1778), o Lineu, considerado o pai da taxonomia moderna. Mas a primeira menção ao animal data1xbet e confiavelmuito antes. O naturalista Caio Plínio Segundo (23-79), conhecido como Plínio, o Velho, na Roma Antiga já citava o gigantesco bicho em1xbet e confiavelobra História Natural, escrita por volta do ano 77 d.C. Para ele, se tratava1xbet e confiavelum "monstro marinho feroz".
Exemplares podem chegar a 10 metros1xbet e confiavelcomprimento e pesar até 10 toneladas.
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