Poluição do ar chega aos bebês durante a gravidez, indica estudo:esportedasorte gratis

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Legenda da foto, "A verdade é que a mãe não pode fazer nada do pontoesportedasorte gratisvista individual para se proteger dessa chegadaesportedasorte gratispartículas tóxicas ao bebê", diz Paulo Saldiva, da USP

O estudo foi apresentado neste mêsesportedasorte gratissetembro no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia (ERS, na siglaesportedasorte gratisinglês), mas ainda não foi publicadoesportedasorte gratisrevistas científicas.

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Legenda da foto, Pequim, uma das cidades mais poluídas do mundo, coberta por névoaesportedasorte gratispoluição; lá, usoesportedasorte gratismáscaras é comum

Usando um microscópio óptico, os pesquisadores encontraram 72 partículas negras entre 3.500 células. As partículas, examinadas com instrumentos ainda mais potentes, se parecem com as partículasesportedasorte gratissujeira encontradas nos macrófagos dos pulmões.

"Ainda não sabemos se as partículas que encontramos podem passar para o feto, mas as pesquisas sugerem que isso é possível", disse à BBC News Brasil a pediatra Norrice Liu, parte da equipeesportedasorte gratispesquisadores da Queen Mary.

"O nosso próximo passo é examinar mais mulheres, mas também queremos entender como elas vivem e qual o nívelesportedasorte gratisexposição que elas têm à poluição."

O sistema respiratório funciona como uma espécieesportedasorte gratispeneira para as partículasesportedasorte gratispoluentes. As maiores costumam ser destruídas pelas célulasesportedasorte gratisdefesa pulmonares, mas as mais finas podem cair na corrente sanguínea e chegar a outros órgãos do corpo.

Em 2016, um estudo da Universidadeesportedasorte gratisLancaster feitoesportedasorte gratis37 pessoas encontrou partículasesportedasorte gratispoluentesesportedasorte gratissuas células cerebrais.

Menos trocaesportedasorte gratisnutrientes e oxigênio entre mãe e bebê

No Brasil, pesquisadores da Faculdadeesportedasorte gratisMedicina da USP são alguns dos principais produtoresesportedasorte gratispesquisas que tentam compreender os efeitos da poluição urbana no corpo humano.

"O que sabemos? Que existe uma associação entre poluição e baixo peso ao nascer bastante consistente, mas não se sabe exatamente o porquê. Estudando um grupoesportedasorte gratisgestantes também vimos que as mulheres mais expostas à poluição têm mais alterações no fluxoesportedasorte gratissangue da mãe para o bebê via placenta", disse à BBC Brasil o professor Paulo Saldiva, do Laboratórioesportedasorte gratisPoluição Atmosférica Experimental da Faculdadeesportedasorte gratisMedicina da USP.

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Legenda da foto, Vários estudos têm analisado impacto da poluição na gravidez

Em dezembroesportedasorte gratis2017, um estudo brasileiro comprovou,esportedasorte gratiscamundongos, que a exposição a poluentes atmosféricos, antes ou durante a gravidez, altera algumas características da placenta, alémesportedasorte gratiscausar distúrbiosesportedasorte gratisum sistema hormonal que controla a trocaesportedasorte gratissubstâncias entre a mãe e o bebê.

Os animais foram expostos a partículas PM 2,5 - poluentes comuns no aresportedasorte gratiscentros urbanos - dentro dos limites diários permitidos pela Organização Mundialesportedasorte gratisSaúde.

Um grupo foi exposto 15 dias antes da gestação, outro grupo teve contato com a poluição por 15 dias a partir do sexto dia da gravidez. Um terceiro grupo foi exposto das duas formas e um quarto foi poupado da poluição.

"A placenta das ratas diminuiu com a exposição às partículasesportedasorte gratispoluiçãoesportedasorte gratistodos os casosesportedasorte gratisexposição. A superfície da placenta que ficaesportedasorte gratiscontato com a parede do útero diminuiu", disse à BBC News Brasil o médico Joel Claudio Heimann, professor da USP e orientador do experimento, que fazia parteesportedasorte gratisuma teseesportedasorte gratisdoutorado.

"Essa superfície é um indicador funcional da transferênciaesportedasorte gratisalimentos e oxigênio da mulher para o feto. Quanto menor é ela, menor é a transferência."

Diferentemente da nova pesquisa britânica, no entanto, os brasileiros não chegaram a examinar as células placentáriasesportedasorte gratisbusca das partículasesportedasorte gratispoluentes que estariam lá.

"No resultado que obtivemos, não tínhamos outro fatoresportedasorte gratisinterferência que não a poluição. Então, as alterações que encontramos eram, sim, referentes à poluição", afirma a pesquisadora Sôniaesportedasorte gratisFátima Soto, a autora do estudo.

"Estamos indo para um caminho interessanteesportedasorte gratisprovar que a poluição, mesmo dentro desse limite que a OMS diz ser seguro, causa problemas à nossa saúde e à nossa prole. Mas é preciso solidificar mais esses estudos para poder, por exemplo, questionar os limites da OMS."

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Legenda da foto, Cientistas querem examinar mais mulheres para entender melhor a extensão do problema

'Catástrofeesportedasorte gratissaúde pública'

Nos últimos anos, cientistas vêm demonstrando que a exposição a poluentes durante a gravidez aumenta o riscoesportedasorte gratisum parto prematuro eesportedasorte gratisque o bebê tenha um peso menor ao nascer.

Um estudo britânico que analisou 500 mil nascimentos e foi publicadoesportedasorte gratisdezembro confirmou a conexão, e os pesquisadores afirmaram que o caso é uma "catástrofe da saúde pública mundial".

Em trabalhos anteriores, pesquisadores brasileiros e estrangeiros estabeleceram ligações entre a poluição e uma maior probabilidadeesportedasorte gratisque o feto exposto desenvolva hipertensão e outras doenças.

"Já temos evidências suficientesesportedasorte gratisque as nanopartículasesportedasorte gratispoluição chegam a todos os órgãos. Mas qual vai ser a resposta do feto depende da genética do bebê,esportedasorte gratiscaracterísticas familiares e epigenéticas, ou seja, do que acontece durante gravidez", explica Saldiva.

Uma revisãoesportedasorte gratisestudos coordenada pelo pesquisador e publicadaesportedasorte gratis2016 afirma que "a exposição pré-gestacional, gestacional e no início da vida aos poluentes do ar está associada com o comprometimento da função pulmonar e outras condições respiratórias negativas na infância e esses efeitos podem durar até a vida adulta".

Os mecanismos pelos quais isso acontece, segundo o artigo, ainda não são completamente conhecidos, mas podem incluir alterações no DNA do feto e alterações no corpo da mãe, como stress e inflamação das células e hipoxia - baixa concentraçãoesportedasorte gratisoxigênio nos tecidos.

"A verdade é que a mãe não pode fazer nada do pontoesportedasorte gratisvista individual para se proteger dessa chegadaesportedasorte gratispartículas tóxicas ao bebê", alerta Saldiva.

"Só podemos tentar diminuir a exposição à poluição."