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'Por que minha filhaesportebet pre15 anos quer retirar o útero':esportebet pre
A escola é uma luta. A jovem está tentando continuar a ir, mas não vê a horaesportebet preterminar.
"Lá eu não consigo me concentrar nos estudos e, quando estou com raiva, sinto que ninguém me entende. Ninguém mais parece estar passando por isso. Me sinto isolada", diz.
Ela fica desesperada para queesportebet premenstruação chegue logo, mesmo que ela tenha pânico disso.
"É um pouco como colocar um alfineteesportebet preum balão – eu preciso explodir", explica. "Mas quando eu estou nesse período, mal consigo funcionar."
Os períodos menstruaisesportebet preGrace podem durar a maior parte do mês e são tão intensos que ela não consegue ficar uma aula inteira sem precisar trocar o absorvente.
"Eu ficava encharcada atravésesportebet preaté oito camadasesportebet preroupa e, 20 minutos depois, tudo aconteciaesportebet prenovo", conta.
Diasesportebet prefúria
Mas pior do que o sangramento é o profundo sentimentoesportebet prevergonha e humilhação que se instala depois que ela perde o controle e tem uma violenta explosão.
"Eu me sinto decepcionada comigo mesma, choroesportebet pretão envergonhada, quase traumatizada", descreve.
A soluçãoesportebet preseu médico foi encorajar Grace a tomar a pílula anticoncepcional quando ela ainda tinha 13 anos. Mas ao tomar o medicamento, que contém uma alta doseesportebet preprogesterona sintética, ficou violenta da noite para o dia.
"Isso tornou a vida realmente horrível para todos", diz Grace.
Quando seu irmão – então com 5 anos – a viu gritando e batendo na mãe, se escondeu na despensa.
"Espero que ele não se lembre daquele dia", diz Elizabeth. "Grace estava assustadora, muito assustadora."
A mãe lembra o que aconteceu. A família estava almoçando quando alguém pediu que a adolescente mudasseesportebet prelugar. "Aquilo a tirouesportebet preórbita, e sem nenhuma razão", diz. Sua fúria escalou, e a jovem acabou destruindo o banheiro.
Essa não era a filha que Elizabeth conhecia – ela descreve Grace como sendo uma garota muito doce.
A pílula estava enchendo o corpoesportebet preGraceesportebet preprogesterona – Elizabeth diz que ambas são hipersensíveis a isso, mas nunca ocorreu ao médico examinar os efeitos adversosesportebet precertos hormôniosesportebet preprofundidade.
Grace foi encaminhada a um psiquiatra, que a medicou com antipsicóticos. A intenção era controlaresportebet preraiva e "fazer a família atravessar o período do Natal", lembra Elizabeth.
Mas as coisas ficaram tão ruins que, dois dias após o Natal, a mãe se encontrou com o psiquiatra para conversar sobre colocaresportebet prefilhaesportebet preuma clínica.
"Não porque ela não fosse amada e cuidada, mas para manter todos seguros", explica.
No entanto, Elizabeth sempre sentiu que os problemasesportebet presua filha estavam ligados ao seu ciclo menstrual. E quando ouviu, por acaso, uma conversa no rádio sobre trasntorno disfórico pré-menstrual (PMDD, na siglaesportebet preinglês), percebeu que todos os sintomasesportebet preGrace se encaixavam nessa sídrome.
A mãeesportebet preGrace conseguiu com que a filha se consultasse com um médico especializadoesportebet pretratamentos hormonais para o transtorno disfórico pré-menstrual.
Grace está agoraesportebet preterapiaesportebet prereposição hormonal (TRH) bioidêntica, que é considerada uma terapia hormonal mais natural porque – como o nome sugere – utiliza hormônios que são quimicamente idênticos aos do corpo humano.
Esse tratamento parece estar ajudando, e Grace acredita que, seesportebet premãe não o tivesse descoberto, ela teriaesportebet presairesportebet precasa.
"Quando você fecha a porta, (sua casa) deveria ser o seu refúgio. Mas quando esse porto seguro se torna uma armadilha por causa da PMDD, é horrível", diz Elizabeth.
O que é o transtorno disfórico pré-menstrual?
- TPM grave/TDPM afetaesportebet pre5% a 10% das mulheres menstruadas e é frequentemente desencadeada por flutuações nos níveis hormonais
- Algumas pessoas têm uma vulnerabilidade genética a essas mudanças – pesquisas mostram que muitas vezes há um histórico familiar
- Embora os sintomas físicos sejam comuns, são os emocionais, como depressão, irritabilidade e agressividade, que levam aos maiores problemas
- TPM/TDPM pode afetar qualquer pessoa que menstrue, mas ocorre mais comumente durante a adolescência, quando os ciclos menstruais começam primeiro, eesportebet prequem tem maisesportebet pre35 anos
- A histerectomia geralmente é um último recurso para TPM/TDPM e não é realizada facilmente, mas pode ser uma cura eficaz – as pacientes devem receber reposiçãoesportebet prehormônios para garantir que os problemas da TPM não sejam substituídos pelos da menopausa
esportebet pre Fonte: Nick Panay e Anna Fenton
Refém dos hormônios
Elizabeth é muito consciente do que uma vida com PMDD poderia significar paraesportebet prefilha, pois passou por isso sozinha.
"Fui mantida como refém pelos meus hormônios desde os 14 anos", diz.
Ela também tomou pílula quando adolescente, o que a ajudou com o sangramento, mas não com os sintomas psicológicos.
Desdeesportebet preprimeira menstruação, Elizabeth experimentou pensamentos suicidas.
"Quando me dei conta, nos meus 20 e 30 anos,esportebet preque eu estava apenas na metade da minha vida, fiquei aterrorizada", conta.
"E agora estou vendo minha filha seguindo o mesmo caminho que eu conheço tão bem."
A luta hormonalesportebet preElizabeth só foi remediada por uma histerectomia aos 42 anos, após ela sofreresportebet pregraves dores pélvicas no período que antecedeu a menopausa. Ela teve seus ovários removidos também, e estáesportebet pretratamentoesportebet prereposição hormonal.
"Há uma suposiçãoesportebet preque você vai se sentir menos mulher porque não tem um útero – mas eu não poderia estar mais felizesportebet preme livrar dele", diz.
A mãeesportebet preElizabeth enfrentou o mesmo problema, e fez uma histerectomia aos 35 anos.
Sem engravidar
Embora os adesivosesportebet prereposição hormonal bioidêntica tenham contribuído para diminuir os sintomasesportebet preGrace, eles ainda não são a solução perfeita.
"Eu acho que Grace vai continuar a pedir uma histerectomia até que ela a faça aos 20, 30 ou 40 anos", diz a mãe.
As diretrizes do Royal College of Obstetricians and Gynecologists, associação britânicaesportebet preginecologistas e obstetras, sugerem que, ao tratar mulheres com TPM grave, a histerectomia mostrou-se benéfica.
Grace, porém, tem achado difícil que alguém levasse a sério seu pedido para a cirurgia. Segundoesportebet premãe, os médicos acham que ela mudaráesportebet preideia quando ficar mais velha.
Mas a jovem não vê dessa maneira: "Não quero ter filhos porque não quero que eles passem o que estou passando", diz.
Elizabeth não culpaesportebet prefilha por ter raiva dela.
"Eu conscientemente condenaria alguém a viver com hormônios terríveis que fazem você se sentir deprimido e querer pôr um fimesportebet pretudo? Não, eu não faria isso."
Mas isso significa que ela se arrependeesportebet preter dado à luz a filha? Isso seria como desejar que Grace nunca tivesse nascido, a mãe responde, algo que nunca faria.
Não foi fácil para Elizabeth conseguir a autorização para fazer a histerectomia, e agoraesportebet prefilha enfrenta a mesma batalha.
Outros membros da família são totalmente contra a ideiaesportebet preGrace estirpar o útero, por ela ser muito jovem. Mas a mãe sabe como é não acreditarem nela, e sabe como a vida pode ser diferente com o tratamento eficaz.
Tudo isso, ela diz, faz com que tenha forças para lutar pela filhaesportebet preuma forma que ninguém lutou por ela.
"Eu não minimizo o que ela sente", ela diz. "Ignorar seus sentimentos sobre seus hormônios e o efeito que eles têm emesportebet previda é também ignorar o quanto isso é ruim para ela."
Elizabeth está cienteesportebet preque o bom desempenho da filha nas provas que são essenciais para que consiga entrar na universidade vai depender da fase do ciclo menstrualesportebet preque ela estiver naquele momento.
A mãe acredita queesportebet preprópria vida teria sido diferente se seus hormônios tivessem sido levadosesportebet preconsideração mais cedo.
"Sinto calafrios quando lembro dos momentosesportebet prefúria que eu costumava ter", conta ela. "Acabei desistindoesportebet premuitas coisas ao longo dos anos porque fiquei imobilizada pela depressão."
Quando seus hormônios adquirem essa força, eles passam a ter um efeito dominó sobreesportebet previda eesportebet preconquistas, ela explica.
Elizabeth se lembraesportebet presempre ter tidoesportebet prefingir um sorriso para esconder a dor que estava sentindo, eesportebet prese perguntar por que outras pessoas conseguiam seguir adiante, mas ela não.
"Costumava olhar para os meus colegas e pensar que eu estava sendo fraca, preguiçosa e sem ambição – e tudo isso contribuiu para minha baixa auto-estima", reflete.
Hoje, ela adora ser mãe e donaesportebet precasa, mas antes sonhavaesportebet preser escritora. E acredita que, se tivesseesportebet prehisterectomia tivesse sido realizada mais cedo, poderia ter feito isso acontecer.
"Me entristece o fatoesportebet preter demorado tanto para que meus hormônios fossem levadosesportebet preconsideração, mas as coisas deram certo no fim", diz.
Suas batalhas mensais também tiveram impacto nos relacionamentos. Hoje, está casada com seu segundo marido há dez anos. Ela descreve o jogadoresportebet prerúgbi como "adorável e extremamente solidário – ele aprendeu a ficar mais na dele quando os hormônios da casa estãoesportebet prefúria".
Numa noiteesportebet presexta-feira, ele tentará dizer, mas com bastante jeito: "Ah, não está na horaesportebet pretrocar seu adesivo hormonal, querida?".
"Claro, eu grito com ele antes, e depois me sinto muito mais calma quando troco o adesivo", relata Elizabeth.
Agora seu foco estáesportebet preencontrar ajuda para Grace.
No momento, a jovem está tendo mais dias bons, embora só um pouco a mais, do que ruins. Antes, costumava ser o contrário.
"Isso é provavelmente o melhor que posso esperar até que eu possa fazer uma histerectomia – eu gostaria que alguém simplesmente me submetesse a uma histerectomia", diz a adolescente. "Eu só quero saber o que é o 'normal'."
esportebet pre Ilustrações: Emma Russell
*Os nomes foram trocados para proteger a identidadeesportebet premãe e filha.
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