Sexo, infanticídio e religião: as revelaçõescomo apostar na pixbetum diário secreto descobertocomo apostar na pixbetcastelo francês:como apostar na pixbet
Em suas 72 entradas - algumas mais longas do que outras, outras meramente factuais, outras carregadascomo apostar na pixbetemoção -, Martin relata seus pensamentos e reflexões sobre a vida cotidiana.
"Estas são as palavrascomo apostar na pixbetum trabalhador comum, um homem do povo, ele diz algumas coisas que são muito pessoais, porque ele sabe que elas só serão lidas num futuro muito distante", diz o historiador Jacques-Olivier Boudon, da Universidade da Sorbonne,como apostar na pixbetParis.
Quatro bebês enterrados
Na verdade, trata-secomo apostar na pixbetum relato extremamente pessoal. O diáriocomo apostar na pixbetMartin aborda tópicos como sexo, crime e religião, e às vezes uma combinação dos três, nos oferecendo uma visão muito íntima dos aspectos interpessoais da vida na pequena comunidade ruralcomo apostar na pixbetLes Crottes, nas imediações do castelo.
O episódio mais chocante giracomo apostar na pixbettornocomo apostar na pixbetum infanticídio, uma história que parece perseguir Martin mesmo 12 anos depoiscomo apostar na pixbetter acontecido.
"Em 1868 passei à meia-noite pela entradacomo apostar na pixbetum celeiro. Ouvi um gemido. Era a amantecomo apostar na pixbetum dos meus velhos amigos que estava dando à luz."
Com o tempo, a mulher deu à luz seis filhos, conta Martin, e quatro deles estão enterrados no celeiro.
O carpinteiro deixa claro que não foi a mãe que os matou, mas seu amante - seu velho amigo Benjamin - a quem Martin acusacomo apostar na pixbetagora tentar seduzircomo apostar na pixbetesposa.
"Ele (o criminoso) agora está tentando arruinar meu casamento. Basta uma palavra e apontar para os estábulos para enviá-lo à prisão. Mas não vou fazer isso. Ele é meu amigocomo apostar na pixbetinfância. Ecomo apostar na pixbetmãe é a amantecomo apostar na pixbetmeu pai", diz.
Isso, explica Boudon, que publicou um livro chamado Le Planchercomo apostar na pixbetJoachim (O Assoalhocomo apostar na pixbetJoachim,como apostar na pixbettradução livre) nos permite ter uma ideiacomo apostar na pixbetcomo eram os relacionamentos na cidade,como apostar na pixbetuma forma que nenhum texto encontradocomo apostar na pixbetum arquivo convencional poderia revelar.
Martin fica horrorizado com os múltiplos infanticídios, mas ele não pretende denunciá-los por causa das conexões íntimas entrecomo apostar na pixbetfamília e seu amigo, que também é seu vizinho.
O assassinatocomo apostar na pixbetbebês foi certamente um crime, mas é bem possível que, numa épocacomo apostar na pixbetque métodos contraceptivos não existiam, a prática era bastante difundida.
Os diárioscomo apostar na pixbetMartin mostram que,como apostar na pixbetlugares como Les Crottes, o infanticídio era um tabu. As pessoas sabiam que estava acontecendo, mas ninguém falava sobre isso.
Alívio
É muito possível que a pressão por sigilo fosse uma das razões que levou Martin a confessar seus segredos sob o assoalho.
Outro motivo que também poderia levá-lo a escrever foi a raiva que sentia contra um dos padres locais.
A épocacomo apostar na pixbetque Martin viveu foi umacomo apostar na pixbetgrandes mudanças.
A Terceira República da França estava se estabelecendo depoiscomo apostar na pixbetrepelircomo apostar na pixbetvez os monarquistas, ecomo apostar na pixbettodo o país foram introduzidas reformas que limitavam os poderes da Igreja.
Martin aproveitou-se dessas reformas, especialmente porcomo apostar na pixbetanimosidadecomo apostar na pixbetrelação ao abade Lagier, que ele considerava um mulherengo obsessivo que abusava dos fiéis durante a confissãocomo apostar na pixbetseus pecadoscomo apostar na pixbettrocacomo apostar na pixbetfavores sexuais.
Em uma das tábuascomo apostar na pixbetmadeira, Martin escreveu: "Primeiro, acho muito ruim que ele se envolvacomo apostar na pixbetnossos assuntos familiares, perguntando como alguém faz amor comcomo apostar na pixbetesposa" (na verdade, ele usa uma palavra mais vulgar).
"Ele quer saber quantas vezes por mês", diz o carpinteiro, ecomo apostar na pixbetque posições. "Esse porco deveria ser enforcado."
Nesse mesmo dia ele descreve o padre como um menino que está lá, "flertando com as mulheres enquanto seus maridos pobres têm que permanecercomo apostar na pixbetsilêncio".
De acordo com Boudon, o abade Lagier na verdade estava dentrocomo apostar na pixbetsuas incumbências, ao fazer perguntas às mulheres, durante a confissão destas, sobrecomo apostar na pixbetvida sexual.
Na verdade, diz o historiador, muitos padres daquela época recorriam a tal expediente porque tinham o devercomo apostar na pixbetconvencer os casais a não praticarem nenhuma modalidade sexual que não favorecesse a concepçãocomo apostar na pixbetum filho.
O que este episódio mostra é como esse comportamento dos padres gerou ressentimento e como isso contribuiu para a geraçãocomo apostar na pixbetsentimentos anticlericais entre os paroquianos.
Les Crottes vs Abade Lagier
Curiosamente, Boudon encontrou mais evidências para corroborar as tensõescomo apostar na pixbetLes Crottes entre o padre e a congregação.
Em 1884, o deputado parlamentar local recebeu uma petição para substituir o abade.
Várias cartas foram enviadas para apoiar a petição e uma delas (que ainda está preservada) foi escrita por Martin.
Os signatários argumentaram primeiro que o abade abusou das confissões e destacaram quecomo apostar na pixbetmoral era duvidosa. E, segundo, que ele era um médico extremamente incompetente.
Cura e médico
Aqui está outro fato fascinante sobre a vida nas aldeias. Acontece que muitos padres também serviram como curandeiros, muito a contragosto dos médicos.
Mas o problema era que não havia muitos médicos ali, então os padres eram chamados para acompanhar os doentes.
Martin e outros moradores não pareciam ter problema com eles,como apostar na pixbetprincípio. Sua objeção eracomo apostar na pixbetque, como médico, o abade não era bom.
Outro fato curioso é que os paroquianos não pediram um sacerdote católico substituto, mas um protestante, embora houvesse muito poucos protestantes na cidade (na verdade, a mãecomo apostar na pixbetMartin era um deles).
Isso mostra, na opiniãocomo apostar na pixbetBoudon, que as distinções que as pessoas faziam entre catolicismo e protestantismo não eram tão marcantes quanto pensávamos.
Dadas as circunstâncias, a ideiacomo apostar na pixbetter um pastor casado (e, portanto, talvez menos libidinoso) era bastante atraente.
Um homem sensível e inteligente
Pouco se conhece sobre o autor do diário.
Joachim Martin nasceucomo apostar na pixbet1842 e morreucomo apostar na pixbet1897.
Quando jovem, ganhou dinheiro tocando violino nas festas da aldeia.
Ele teve quatro filhos. Não há registrocomo apostar na pixbetfotografia dele.
Mas,como apostar na pixbetacordo com Boudon, o carpinteiro era evidentemente um homemcomo apostar na pixbetgrande inteligência e sensibilidade.
Em seu diáriocomo apostar na pixbetmadeira, ele fala diretamente ao leitor desconhecido com a esperançacomo apostar na pixbetque um dia seu tesouro seja encontrado.
"Feliz mortal: quando você ler isso, eu não estarei aqui", diz.
Ecomo apostar na pixbetoutro: "Minha história é curta, sincera e franca, porque ninguém alémcomo apostar na pixbetvocê verá meus escritos."