Micróbios, cavernas e dragõessports elephantbetKomodo: onde os cientistas buscam novos antibióticos:sports elephantbet

Apesar dos avanços, há cada vez menos antibióticos eficazes. O medicamento, que combate infecções no corpo, é essencial para assegurar desde o sucessosports elephantbetum transplantesports elephantbetórgãos até o tratamentosports elephantbetuma intoxicação alimentar.

Bactérias mortais resistentes à penicilina - ou os maissports elephantbetcem antibióticos desenvolvidos nos últimos 90 anos - são responsáveis pela mortesports elephantbet700 mil pessoas anualmente. Se nada mudar, o númerosports elephantbetóbitos pode chegar a 10 milhões por ano até 2050.

O uso excessivo e indevido destas drogas acende o alerta sobre um possível futurosports elephantbetque não haja antibióticos eficazes.

Mas por que,sports elephantbetuma épocasports elephantbettantos avanços médicos e científicos surpreendentes, é tão difícil obter os novos antibióticossports elephantbetque o mundo tanto precisa?

Corrida contra superbactérias

A resposta se encontra,sports elephantbetparte, no desafio científico, mas também na carênciasports elephantbetinvestimentossports elephantbetpesquisa e desenvolvimento.

A parte menos conhecida da históriasports elephantbetFleming é que foram necessários anossports elephantbetpesquisa e cooperação até que a penicilina se tornasse, na décadasports elephantbet1940, o primeiro antibiótico do mundo.

E o próprio Fleming advertiu, desde o início, que as bactérias poderiam se tornar resistentes aos medicamentos.

Sob a ótica do paciente, os antibióticos podem parecer um simples tratamento contra infecções. Mas cada um deles tem uma relação complexa com as bactérias que deve destruir.

Todos os micro-organismos evoluem, e aqueles que desenvolvem sistemassports elephantbetdefesa contra os antibióticos sobrevivem, enquanto os demais morrem.

Quanto mais antibiótico a gente toma, mais rapidamente as bactérias desenvolvem resistência a eles. No Reino Unido, por exemplo, estima-se que 20% das receitas médicassports elephantbetantibióticos sejam desnecessárias.

O uso indevido e excessivo destas drogas resultasports elephantbetuma corrida sem trégua para estar sempre um passo à frente das superbactérias.

Fontes inusitadas

Atualmente, algumas fontes surpreendentessports elephantbetantibióticos estão sendo investigadas.

Cientistas acreditam, por exemplo, que o réptil conhecido como dragãosports elephantbetKomodo, que habita um arquipélago na Indonésia, tenhasports elephantbetseu sangue um componente capazsports elephantbettratar feridas infeccionadas.

E que formigas cortadeiras da Amazônia se associam a bactérias para proteger seus ninhos.

Enquanto isso, um antibiótico capazsports elephantbetcombater superbactérias foi encontrado dentro do nariz humano.

E, não menos importante, a sujeira continua a ser uma importante fontesports elephantbetnovos compostos antibacterianos.

Anossports elephantbettestes

É fácil encontrar agentes químicos que matam bactérias. O desafio maior é descobrir e desenvolver substâncias que não sejam tóxicas para os seres humanos.

Além disso, o caminho da descoberta até a aprovaçãosports elephantbetum medicamento para uso clínico é inevitavelmente longo, e o riscosports elephantbetfracasso é alto.

O processo começa com pesquisas básicas, para identificar organismos que produzam substâncias antibióticas.

Milharessports elephantbetpossibilidades são então avaliadas,sports elephantbetum processo que, por si só, pode levar anos.

Os cientistas analisam diferentes agentes químicos e combinações para enfraquecer as bactérias. Algumas combinações podem atacar paredes celulares ou interferir na forma como as células bacterianas agem - ousports elephantbetseu metabolismo.

Combinações bem-sucedidas são testadas e, se o resultado for promissor, avalia-se também se há efeitos tóxicossports elephantbetseres humanos, assim como a viabilidade para produçãosports elephantbetlarga escala.

Só a partir daí que começam a contar os anossports elephantbettestes clínicos.

No total, o processo pode levarsports elephantbetdez a 20 anos - do momento da descoberta até a obtenção do medicamento.

Sem novas descobertas

É claro que a complexidade e a incerteza têm um preço. É aí que fica evidente o desajuste econômico desse mercado.

Os antibióticos não são apenas complexossports elephantbetserem produzidos, como tampouco podem ser vendidos livremente.

Isso faz com que não sejam vistos como uma oportunidadesports elephantbetinvestimento atraente.

Nos últimos 30 anos, as companhias farmacêuticas reduziram significativamente seus esforços para o desenvolvimentosports elephantbetnovos tratamentos antibactericidas. Passaram-se décadas sem que novas classessports elephantbetantibióticos fossem criadas.

Tanto que todas as drogas do tipo que entraram no mercado nas últimas décadas são variaçõessports elephantbetmedicamentos descobertos até 1984.

E o mais preocupante é que faz muito tempo - desde 1962 - que foi descoberta a mais recente classesports elephantbetantibióticos responsável por tratar pessoas infectadas por superbactérias resistentes do tipo gram-negativas. Essa categoria inclui bactérias que causam doenças graves e muitas vezes fatais, como infecções sanguíneas e pneumonia.

Outra preocupação atual é com bactérias cada vez mais resistentes e que causam doenças mais comuns, como intoxicação alimentar por salmonela ou gonorreia.

Nos últimos anos, tem crescido a consciência globalsports elephantbetrelação ao perigo das bactérias resistentes a medicamentos. Se nada for feito, elas podem causar mais mortes do que o câncersports elephantbet2050. Setores da iniciativa pública e privada começaram a trabalhar juntos para encontrar soluções.

Segundo dadossports elephantbetmaio deste ano, um totalsports elephantbet51 antibióticos estavasports elephantbetfasesports elephantbetdesenvolvimento clínico - sendo um terço destinado a atacar patógenos prioritários, 12 famíliassports elephantbetbactérias vistas como uma perigosa ameaça à saúde humana.

No entanto, a minoria desses medicamentos ésports elephantbetprodutos inovadores, ou seja, não baseadossports elephantbetantibióticos já existentes.

Mais que sorte

Novas drogas são vitais, mas a solução para o problema é muito mais complexa.

Também é necessário explorar o potencial das vacinas para proteger contra as infecções. E, ao mesmo tempo, diagnósticos mais precisos poderiam ajudar os médicos a prescrever com mais eficiência o tratamento adequado.

Outra urgência diz respeito a um melhor entendimento sobre o alastramentosports elephantbetinfecções resistentes a drogas - não apenas entre seres humanos, mas entre animais e no meio ambiente.

Se conseguirmos melhorar a higienesports elephantbethospitais, clínicas e nas próprias comunidades, também conseguiremos evitar que as infecções se espalhem.

E, se queremos estar na dianteira das superbactérias, não podemos depender da sorte que Fleming tevesports elephantbet1928. Precisamossports elephantbetum esforço conjunto da indústria e dos governos para avançar nos testessports elephantbetdrogas promissoras e levá-las ao mercado.

E, talvez mais importante que tudo isso, seja o fatosports elephantbetque precisamos dar a esse ramo maravilhoso da medicina o respeito que ele merece. Antibióticos, sejam velhos ou novos, são um recurso valioso a ser usado apenas quando necessário para proteger e melhorar a nossa saúde.

*Esta análise foi solicitada pela BBC a um especialistasports elephantbetuma organização externa. Tim Jinks é especialistasports elephantbetinfecções resistentes a drogas da Wellcome Trust, que apoia o desenvolvimentosports elephantbetantibióticos por intermédiosports elephantbetsua parceria com a CARB-X, nos Estados Unidos. No último ano, a organização anunciou financiar 18 projetos contra bactérias resistentes gram-negativas, incluindo oito potenciais novas classessports elephantbetantibióticos.